Décimo Oitavo Capitulo: Um Desvio no caminho.

O sol encontrava-se no centro do céu, iluminando de forma majestosa o vasto campo verde, de vegetação rasteira, algumas árvores podiam ser vista em partes do local. Lucia dormia com a cabeça encostada em Luna, quem segurava os braços dela, estes em volta de sua corpo.

-Estamos chegando. – disse o rato líder.

-Você disse isso tempos atrás. – observou Edmundo.

-Sei disso majestade, mas agora é a mais pura verdade, estamos chegando.

Os cavalos, também exaustos, pareceram vibrar ao verem mais a frente um belíssimo rio, que cortava o campo, e do outro lado, ficava uma área mais tensa, era incrível ver tamanha diferente. De um lado poucas árvores, do outro, inúmeras delas, todas uma ao lado da outra, formando outra floresta, não diferente á que eles haviam deixado para trás.

-Eu disse que estamos chegando. – disse o rato.

-Então é ali? – perguntou Ginny.

-Sim, somente precisamos atravessar o rio.

Os humanos, tal como os outros ratos, olharam o rio, mesmo esse não sendo muito largo, tinham as águas agitadas demais, e aparentemente profundas, uma tarefa que não seria nada fácil de ser feita.

-Ficou maluco senhor, como poderemos passar por um lugar assim? – perguntou um dos ratos para Ripchip.

-Creio que nossos rei e rainhas saibam como. – respondeu ele olhando para os mesmos.

Susana olhou para Edmundo e este para Lucia, que ainda continuava a dormir.

-Acho que eu posso ajudar. – manifestou Ginny.-Afinal eu e Luna possuímos varinhas, e podemos pensar em alguma coisa, assim que chegarmos próximo ao rio.

-Boa idéia.- disse Luna.

-Realmente. – concordou Susana.

Edmundo sorriu para Ginny, e esta envergonhada com o olhar terno do rapaz virou o rosto, Susana vendo tal atitude deu um sorriso de lado, voltando em seguida a olhar para frente, percebendo que mais alguns metros e estariam perto do rio, para o alivio dela que não agüentava mais ficar viajando.

Assim que eles chegaram perto, pararam os cavalos e desceram dos mesmos. Luna cuidadosamente acordou Lucia, que despertou disposta, olhando maravilhada o rio de água esverdeada.

-Chegamos? – perguntou ela, assim que Luna e Susana a colocou no não.

-O senhor Ripchip disse que é depois desse rio. – explicou Susana.

Lucia olhou o mesmo e depois a floresta que se estendia graciosa do outro lado, tão calma, parecia até mesmo que as árvores dormiam, nem mesmo as folhagem se mexiam, o engraçado era que do lado que eles estavam o vento era até que forte.

-Como chegaremos do outro lado? – perguntou a pequena.

-Com magia é claro. – respondeu Luna retirando a sua varinha de dentro do bolso da sua calça.

Ginny e ela se colocaram um ao lado da outra, e a ruiva olhou travessa para os demais.

-Por favor , cada um peque alguns dos... Eh...Senhores ratos. – orientou Ginny.

Os três se entreolharam, e após pedirem licença aos mesmos fizeram o que a bruxa disse.

-O que vocês vão fazer? – questionou preocupado um dos ratos.

-levá-los para o outro lado, achei que isso estivesse claro. – respondeu Ginny apontando sua varinha para Edmundo.

O moreno encarou os ratos que estavam em sua mão, e esses mostravam nos olhos a insegurança daquela tarefa.

-Espero que saiba o que está fazendo.-resmungou Ripchip

Ginny bufou, e apontou a sua varinha para Lucia, quem segurava Ripchip.

-Vocês serão os primeiros. – anunciou ela.- Mobilicorpus.

Lucia sentiu seu corpo ser envolvido por algo invisivel que num puxão, não tão forte, a fez levitar. Cautelosamente Ginny a levou para o outro lado, assim que a pequena sentiu seus pés tocarem o chão novamente, ela sorriu e acenou para os demais.

-É muito legal Susana e Edmundo. – disse ela empolgada.-Não é mesmo Ripchip? – disse ela olhando para ele, quem balançou a cabeça um pouco tremulo.

-Quem será o proximo? – perguntou Luna sorrindo.

Edmundo deu um passo á frente.

-Voce já utilizou esse feitiço, certo Luna? – perguntou Ginny para amiga.

-Sim, uma vez. – respondeu ela apontando a varinha para Edmundo, quem olhou desconfiado para Luna.

-Ela sabe o que está fazendo, certo?- indagou o moreno para Ginny.

-Eh...Sim.

-Bem... Vamos logo com isso.

Luna sorriu para ele, e num movimento rapido com sua varinha, qual fez Ginny arregalar os olhos, a loira conjurou o feitiço. Ginny rapidamente apontou sua varinha para os dois, e sem que a loira percebesse, conjurou o feitiço com o movimento certo, levitando-os e levando eles para o outro lado.

-Eu consegui. – disse Luna virando para Ginny, quem abaixou a varinha e sorriu para amiga.

-Sim, meus parabens. – falou a ruiva.

-Agora é minha fez. – disse Susana, enquanto segurava com cuidado os ratos.

-Certo, desta fez eu faço, certo Luna?

-Certo, depois eu faço com você. – disse a loira.

-Eh...Certo.

A ruiva se virou para Susana e facilmente fez a passagem dela, e assim que chegou colocou os ratos no chão, tal como fizeram seus irmãos, e juntos começaram a olhar o local. Enquanto isso Luna se preparava para realizar o feitiço a fim de fazer Ginny levitar até o outro lado.

-Pronta? – perguntou Luna para Ginny.

-Sim.-respondeu incerta.

Luna realizou o movimento e conjurou o feitiço, aos que conhecem magia sabe muito bem que para a mesma funcionar como se teve, é necessario que o mago o realizesse com todos os cuidados necessarios, tais como o movimento e a pronunciação do feitiço. Isso na verdade é o fator basico de um bruxo e do ensinamento desta arte.

Luna, embora desligada muitas vezes do mundo, também sabia disso, igualmente á Ginny. Porém a loira, às vezes, ignorava certos conceitos, ou, esquecia os movimentos que realmente tinham que serem feitos, realizando-os erroneamente. E infelizmente não foi diferente naquele momento. Ginny achou que a loira poderia ver seu erro anterior, quando visualizasse ela utilizando o feitiço em Susana, em quem ela, antes de conjurar o feitiços, movimentou o braço devagar, mostrando o giro certo a ser feito, e mesmo assim Luna errou o giro.

E não pensem por um minuto que no fim a loira conseguiu conjurar o feitiço, lembrem do aviso que foi dado a todos... ‘Mas certos momentos ‘só mais um pouquinho’, poderia levar bem mais tempo se fosse  ‘ainda tem um longo caminho pele frente’. Afinal de contas nunca sabemos o que se pode encontrar no caminho, sendo ele curto ou longo...’

Então fiquem sabendo que assim que Ginny levitou-se, o que a aliviou por um segundo, mas então seu corpo foi tomado por um violento puxão, que ao contrario do feitiço certo, a puxou para baixo, a fazendo cair na água gélida, que naquele momento estava agitada, aparentemente, apenas esperando uma vitima dentre as que estavam ali.

Edmundo aproximou-se da margem do rio aflito, vendo Ginny sendo levada pela água, e a esta segurava a varinha com força, tentava utilizar um feitiço, mas o que Luna utilizara ainda estava dominando o corpo dela, e ela sentia como se algo a prendesse, ainda puxando-a.

-Socorro!-gritou ela como seu ultimo recurso, sendo puxada pelas águas, para um caminho que nem conhecia.

Luna apavorada com o que a pouco ocorrera, montou num dos cavalos, e começou a seguir a amiga por terra. Edmundo e os demais faziam o mesmo, porém em menor velocidade que as águas e o cavalo.

-Temos que salva-la. – disse Lucia assustada.

Luna apontou a varinha para Ginny e tentou conjurar alguns dos feitiços que seu pai lhe ensinou, mas foi em vão, e para seu total desespero, mesmo o cavalo correndo, as águas estavam ganhando naquela corrida. E Ginny parecia a cada segundo incapaz de fazer outra coisa, senão tentar se manter emersa, ou nadar, coisa que aparentemente se mostrava complicado.

-Vou tira-la daí. – gritou Luna.

Ginny tentou utilizar a sua varinha novamente, quase a perdendo, o que a forçou segurar a mesma fortemente, enquanto tentava vencer a violência das águas.

-Essas águas estão muito agitadas. – observou Susana.

Edmundo olhou para irmã, já sabendo onde ela queria chegar com aquilo. Ele então olhou alarmado para a ruiva, que agora estava bem distante do local onde eles estavam. Para o azar de todos, as águas estavam indo para uma queda, e sem dúvida era por isso que a mesma se mostrava tão agitada.

E como se tudo estivesse cronometrado, assim que o moreno pensou nisto, a queda d’água apontou-se no horizonte, mesmo essa ainda não sendo visível para Edmundo e os outros, para Ginny sim, que a cada segundo estava mais próxima da mesma.

 -Lunna!!- gritou Ginny desesperada, engolindo um pouco de água.

-Eu não sei o que eu faço! – gritou a loira chorando.

-Movimento lento, anti-horário. – gritou Ginna de volta, pedindo á Merlin para que a loira a tivesse entendido.

-O que? – Ginny estava muito longe, a água naquele ponto era violenta demais, a puxava ainda mais rápido, e o som da voz da ruiva, junto á distancia e o barulho da água, se tornara abafado.

Tudo naquele instante parecia ter chegado ao fim para a ruiva, Luna não conseguia entender o que Ginny gritava em desespero, os outros naquele ponto nada poderiam fazer, nem mesmo as arvores ajudavam, visto que elas agora tomavam conta da margem impedindo a passagem de Edmundo, Susana, Lucia e os ratos, do outro lado, cavalgando heroicamente no campo aberto, estava Luna, que somente naquele instante percebera o perigo mortal que sua amiga estava se metendo. A queda parecia ser grande...Mas mesmo nas horas mais difíceis, conseguimos encontrar uma esperança...