What a Beautiful Wedding! escrita por heylyla


Capítulo 1
Capítulo Um




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O sol brilhava lá fora, os pássaros nas árvores cantavam alegremente, os beija-flores passavam de margarida a margarida no campo lateral da igreja. Para eles era apenas um dia normal – e extraordinariamente lindo – de primavera.

Mas não era.

Para Sarah Orzechowski, aquele era para ser o dia mais feliz de sua vida: o dia em que ela finalmente se casaria com o homem que ama; para Brendon Urie, era o resultado de toda sua impulsividade com algumas tequilas; para os demais convidados, era apenas uma etapa chata para poderem celebrar na festa logo depois.

Pelo menos era o que todos pensavam na manhã daquele dia. O que acontecia agora mudaria totalmente o pensamento de todos os presentes e estava prestes a mudar os dos noivos também.

- Você vai contar a ele.

- Eu não! Diga você.

- Mas foi o seu filho!

- Eu aposto que se aquela peste da Genevieve não tivesse dado a ideia, ele nunca teria saído.

- Por Deus, Pete, Bronx tem o seu sangue. Só se vestiria com um terno rosa se fosse uma festa à fantasia.

- Certo... Por que William não diz a ele, então?

- Porque as maquiadoras estão tentando fazer com que ele seja a dama de honra.

- Oh, não me parece muito difícil...

- Preparado?

- Quem vai ficar no lugar do Bronx?

- Não me olhe dessa forma...

- Se eu falar com ele, é o mínimo que você poderia fazer.

- E usar um terno rosa? Você ficou louco?

- Pense por outro lado, é William quem vai usar o vestido...

     Antes que Patrick pudesse argumentar, passos largos e apressados vieram em sua direção no corredor claustrofóbico da igreja. Saporta parou na frente dos dois garotos segurando um papel e tentando pegar ar. Segundos depois ele só fora capaz de dizer:

- Nós tivemos outro problema.

Como se não ter damas de honra já não fosse o suficiente.


- Mais um?! – Peter perguntou, como se estivesse escutando mal.

- E ainda pior.

- Oh, Deus. – Stump resmungou, deixando sua mente criar mil e uma maneiras de como Urie iria lhe matar.

- Mas eu já o resolvi. – Gabriel jogou a cabeça para trás, se gabando. Ele gostava de ser impactante, talvez seja por isso que começara com o problema. Peter achava o jeito do garoto deveras divertido, mas Patrick, conhecendo Saporta como conhecia, ainda pensava que sua solução não o salvaria de nenhuma violência imaginada.

- Ótimo. Então Gabe dará a notícia. – Peter se apressou em dizer.

- Eu... Por que eu?

- Porque você já resolveu.

- Mas não fui eu quem sumiu com as crianças!

- Nem a gente.

- Vamos agir como homens. – Os dois garotos lançaram um olhar descrente para Saporta quando ele falou. – Acho que devemos tirar isso no joquempô.

- Que másculo...

- Que adulto...

- Ah, Vamos lá. Qual a solução melhor de vocês? Pelo o que eu percebi, estão parados na porta dele há mais de quinze minutos.

         Patrick soltou apenas um “tanto faz” jogando suas mãos pra trás e decidindo que participaria da maldita brincadeira. Os três colocaram as mãos pra frente simultaneamente, notando que todos haviam colocado “pedra”. Se entreolharam esperando uma solução plausível, e Peter foi o último a falar antes de abrir a porta.

- Foda-se isso. Vamos falar os três. – e entrou no quarto cedido por um monge da igreja.

         Urie, que segundos antes discutia com Travis sobre “não poder nem ao menos fumar na porra de seu casamento, senão a noiva notaria ao ser beijada”, virou-se sobressaltado pra porta, vendo os três garotos parados, sérios, esperando com que toda a atenção do cômodo caísse sobre eles.

“Toda a atenção do cômodo” nesse contexto significava que Travis parasse de rir sozinho para a janela e ao menos risse para eles.


- Algum problema? – Brendon perguntou de forma divertida, apenas para questionar a forma com que os três adentraram o local, mas, julgando a feição dos garotos, havia realmente algum. – Ah, não...


            Os três se entreolharam, esperando que um começasse a falar. Patrick cutucara Peter de uma forma completamente indiscreta – afinal, foi ele quem abriu a porta, pensava o garoto -, fazendo com que ele soltasse de uma só vez:


- Asdamasdehonrafugiram.

- O quê?

- Foi isso mesmo que você entendeu.

- Como se fosse possível entender alguma coisa.

- As. Damas. De. Honra. Fugiram.

Brendon abriu a boca de uma forma tão exagerada que ele poderia ser o novo protagonista do filme “Pânico”, mas a fechou por um curto período esperando que fosse algum tipo de brincadeira. Ao notar que nenhum deles se mexeu para reverter, Urie começara a sentir o ar um pouco escasso no quarto.

- Mas... – Patrick tentou concertar – Nós já resolvemos isso! William ficará no lugar de Genevieve – Gabriel soltou uma risada pela notícia nova, mas se arrependeu segundos depois que os olhos de Brendon caíram sobre ele. – e eu no lugar de Bronx... – essa parte Patrick falara um pouco mais baixo, pensando no que ele não fazia por Wentz.

- Isso era pra me deixar mais tranquilo? – Brendon estava confuso e cada vez mais sem poder respirar. Ah, quando Sarah soubesse...

- E tem mais uma coisa... – Gabriel pigarreou antes de continuar, ainda com medo do olhar de Urie. – O padre... Ele... Morreu.


              Foi exatamente nesse segundo que Brendon perdeu a força nas pernas e se jogou no sofá. Não havia mais ar na sala. Sorte seria se houvesse Brendon depois dessas notícias caírem aos ouvidos da noiva. E este em completo desespero, em uma tentativa falha de respiração, pegara o saquinho onde antes Travis estava portando suas drogas, jogara todas em uma mesinha e tentava respirar e inspirar por meio deste, parando apenas por um segundo com a voz fraca para que pudesse gritar.

- Estamos na porra de uma igreja e não tem nenhum outro padre que possa celebrar essa merda?

         Travis estava rindo; Brendon não ousou reclamar, porque... Era Travis. Ele ria de qualquer coisa.

       Pete e Patrick se entreolharam; a notícia também era nova para os dois, e Gabriel havia dito que resolvera isso também, então, por fim, esperaram com o que outro explicasse.

- Na verdade tem... – e Brendon soltou a sacola, um pouco aliviado. Gabriel lhe entregou o papel que segurava com tanto cuidado, um sorriso enorme nos lábios.

Urie pairou os olhos no papel sussurrando apenas um “Você só pode estar brincando...” e após inúmeros palavrões mentais ele ficou refletindo no que aconteceria se remarcassem o casamento.

Não, não havia essa saída. Sarah queria se casar no exato dia em que começaram a namorar. Ou seria hoje ou apenas no ano que vem – o que, para Urie, seria melhor ainda, julgando toda sua animação -, mas, para a noiva, pedir que se casassem em outro dia seria o mesmo que “Acabou”.


- Eu serei seu padre! – Gabriel falou, ainda sorrindo. Como se Brendon não tivesse lido na autorização há pouco imprimida.

- Que ótimo. – O tom de Brendon fora totalmente sarcástico, mas Gabe não pareceu notar.

- Eu sabia que você iria gostar de saber.

Brendon jogou o papel com descaso sobre a mesa com as drogas, revirando os olhos. Após um longo suspiro, ele criou forças para se levantar; aquilo era só o começo. Ele ainda tinha que falar com a garota e, se realmente ele saísse vivo de lá, ah, isso sim seria uma notícia boa.

Brendon esticou as mãos, pegando um isqueiro e um cigarro na mesa que se encontrava o papel, acendendo-o e tragando o máximo que podia. Todos os outros três o olharam surpresos, menos Travis, que soltara algo como “Esse é o meu menino”.

Brendon soltou a fumaça pelo nariz, sentindo quase que instantaneamente a tranquilidade que tanto precisava. Logo depois foi andando até a porta, dando mais uma tragada e dizendo um último “Que se foda”, saindo do cômodo.

Sarah estava rodopiando com o vestido branco em frente ao espelho, enquanto Haley apenas sorria para a garota. Ela estava linda. Talvez Brendon Urie nunca houvesse a visto de forma tão extraordinariamente exuberante como com aquele vestido claro cheio de brilho, um pouco mais curto na frente com uma calda enorme atrás, com o penteado completamente ajeitado em um coque meio solto, preso com um pingente dourado em forma de rosa e alguns cachinhos caindo sobre seu rosto. Sua maquiagem nem tão forte, nem tão fraca, como ela mesma geralmente fazia. Sarah Orzechowski talvez fosse a noiva mais linda que Urie já tinha visto na vida – a sua noiva -, mas, na verdade, ele não via a hora de poder tirar logo toda a roupa da garota na lua de mel.

Assim que as meninas notaram a forma pasmada de Brendon na porta, Sarah correu para trás do espelho, como se ele fosse um maníaco ou qualquer coisa do tipo. Brendon apenas ergueu as sobrancelhas sem entender a reação da futura esposa.

- Você não devia ter visto isso! – ela resmungou, batendo o punho contra a madeira do espelho. – O noivo não deve ver a noiva antes do casamento! Dá azar!

Brendon riu. Se tivessem mais azar hoje, sua vida seria como o inferno.

Ou não.

- Eu preciso falar com você.

- Outra pessoa não podia tê-lo feito?

- Digamos que nem todo mundo tem a coragem que eu tenho...

- Oh, céus, você não vai terminar comigo agora, não é? Faltando exatamente meia hora pro nosso casamento, certo?

- Não, querida, claro que não! – ela pareceu aliviada, mas ainda estava escondida. – É que aconteceram alguns probleminhas... – Era ótimo utilizar eufemismo nessas horas. Principalmente com ela.

- Probleminhas?

Brendon pensou em começar com “primeiro: Eu acabei de fumar um baseado”, mas não pareceu uma ideia muito boa, então ele revirou os olhos, começando da outra sentença.

- Segundo, Gabe irá celebrar nosso casamento...

- O—Qual foi o primeiro? – A garota enfim saíra de trás do espelho, procurando se sentar. Haley, notando que se esse fora um dos problemas, Sarah precisaria de um bom copo de água com açúcar para ouvir os próximos (o que Brendon não achou uma boa ideia, com medo de que a garota quebrasse o vidro nele).

- Ah, sim... As damas de honra... Serão Patrick e William.

- Você está louco?

- Foi a única solução que nós arranjamos...

- O que aconteceu com o verdadeiro padre e as verdadeiras crianças?

- Vááárias coisas... – Brendon estava um pouco “alto” demais para explicar tudo que a garota queria saber, e sem muita paciência, na verdade.

- Porque seus sobrinhos não podem ser as damas de honra?!

- Minha família não vem aqui, Sarah. Eles queriam que fosse na igreja deles, esqueceu?

- ‘Tá vendo? Você não podia ter me visto com o vestido...

- Em tese, essas coisas aconteceram antes de eu te ver com o vestido...

- O que faremos agora?

- Nós podemos remarcar esta m... Este casamento ou...

- Era isso que você queria o tempo todo, não é? Eu aposto que você só me pediu em casamento porque bebeu demais...

A garota estava quase chorando, porém, estava certa. Brendon revirou os olhos, indo ao seu encontro e sentando-se ao seu lado no sofá, aninhando seu corpo. Não sabia muito bem o que estava fazendo, se queria realmente aquilo ou se seria feliz de verdade com ela. Ele gostava da namorada, mas no fundo sabia que só uma pessoa realmente o faria feliz, mas ela nem sequer falava com ele há meses. Seria estúpido demais continuar esperando por alguém que não se importa com você.

- Não... – Ele tentou concertar, acariciando a menina. – Claro que não. – Hipócrita.

– Eu te pedi em casamento porque eu te amo – Hipócrita. – E porque quero passar tooodos os dias da minha vida ao seu lado. – Hipócrita. Ah, maldita consciência!

Pensar que aquilo poderia realmente acontecer assustava Urie como o inferno.

- Então nós vamos nos casar. – Ela concluiu, sorrindo. Brendon assentiu com a cabeça, enquanto ela depositava um beijo em seu rosto. – Que cheiro é esse, Brendon? – O garoto se afastou de repente, repetindo mentalmente vários palavrões por ter deixado-a chegar tão perto.

- Colônia nova.

- Com cheiro de maconha? – ela cruzou os braços. “Oh, mãe, por favor, saia já do corpo da Sarah!”, pensou Brendon, sorrindo sem graça e indo até a porta.

- Estranho, não? Te vejo lá em baixo.


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