Amigos - a Melhor Aliança escrita por camila_guime


Capítulo 18
Encontroadas!


Notas iniciais do capítulo

Hello peaple!
Eu vou começar a desfazer tantos mistérios agora tá ok?
Gracias!
Desfrutem!



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18.

Stark ainda abraçado com Rachel e Vickie caminhavam alegremente atrás da próxima aula. Rachel esperava encontrar Danilo na sala e daria um jeito de amenizar aquela situação ruim. Vickie queria apenas que o tempo passasse e ela pudesse deitar na sua cama! Porém, quando estavam chegando à entrada do prédio, Vickie parou de súbito, freando Stark e Rachel ao mesmo tempo.

— Vi? O que houve? – Rae perguntou.

— Vicktoria? – Stark insistiu, mas perdeu a noção quando percebeu que Rachel de repente petrificara igual a Vickie.

As duas ficaram paradas encarando a frente. Stark cautelosamente seguiu o olhar delas e, mesmo assim, não entendeu muito bem o motivo de tamanho interesse:

Tudo bem era Alanis, uma mera conhecida sua e dos demais, que estava com uma cara péssima, e marchava em direção à porta. Um garoto vinha no sentido contrário, parecendo completamente concentrado em seus pensamentos.

Stark previu o que ia acontecer, mesmo não precisando ser muito inteligente para isso:

Visivelmente brava Alanis deu de contra com o tal garoto. O baque foi forte e os dois tombaram.

— AI!

— Caramba!

Alanis, com o susto, ficou uns segundo sem ar, o que a impediu de xingar o outro, porém, logo o reconheceu. O rapaz, por sua vez, se endireitou e tentou ajudá-la.

— Desculpa! Você é Lana, não é? – Perguntou preocupado. — Está bem?

— Sim, eu acho que não quebrei nada! – Alanis disse se apoiando no braço do garoto. — E, não, eu não sou Lana.

Alanis aos poucos foi esquecendo a raiva. Estava de frente com o garoto que a ajudou a terminar o tedioso trabalho de biologia, há poucos minutos atrás, e devia isso a ele. Era um rapaz simpático de cabelos escuros e levemente cacheados, uma pele branquinha e um sorriso muito lindo.

— Ah, desculpa. Mesmo! Eu sou péssimo com nomes! – Disse ele. — Ainda não me acostumei a ficar aqui... Então... Qual seu nome mesmo?

— Alanis. Bem, não há problema por que... Eu também esqueci seu! – Ela admitiu tentando dar um sorriso simpático, o que não lhe era muito habitual.

O garoto retribuiu o sorriso enquanto ajeitava a manga da camisa. Foi aí então que seus olhos deram uma breve passada pelo pátio à frente e, enfim, se depararam com o que tanto procuravam antes do encontrão.

— EI! – Alanis sacudiu a mão no alto. E o rapaz pareceu descongelar.

— Jam... Meu nome é Jam...

Vickie pôde ler os lábios do rapaz mesmo àquela distância em que estavam. Se bem que o fato de ter percebido seu nome não era nada, a final, ela o conhecia muito bem, e não precisava de identidade pra comprovar que era ele. E, meu Deus! ERA ELE!

— Vickie... – Rachel descongelou a final, ficara intrigada ao bater os olhos em Alanis. Por algum motivo não ia muito bem com ela. Mas fora isso, o acontecido foi muitíssimo normal. — Vickie, fala com a gente!

— Vickie, o que foi? – Stark perguntou mais atenciosamente tocando de leve o rosto dela.

Vickie pareceu empalidecer instantaneamente. Engoliu em seco e, antes que alguém se impusesse, correu para o sentido oposto ao que ia, rasgando o caminho por entre os outros alunos, deixando Stark e Rachel embasbacados.

— NÃO! VICKTORIA! – O garoto Jam berrou, deixando Alanis estática e batendo em disparada em direção à pequena loira que já sumia de vista.

Alanis não entendeu nada. Tampouco Stark e Rachel. Seus olhares se cruzaram por um breve instante, porém, Alanis seguiu seu caminho e sumiu da visão de Rachel.

— A Vi por acaso conhecia aquele cara? – Stark perguntou bobamente.

— Ao que me parece... – Rachel ainda se sentia instável.

— Mas... De onde?

— Tenho uma suposição... Mas espero realmente estar errada!

Stark olhou Rachel, inquiridor, porém a garota simplesmente balançou a cabeça, confusa, e segurou sua mão, puxando-o em direção à escola.

— Mas... E a Vi? – Ele teimou olhando por cima do ombro.

— Vamos pra aula Stark!

***

Alanis seguiu seu caminho normalmente. Claro que estranhara o comportamento do tal Jam, mas se ele preferiu correr atrás da Vicktoria, bem, o problema era dele!

Ela estava entrando na sala de ciências humanas, que era a aula do horário, quando deu de cara com quem assolava seus pensamentos... Bem lá no fundo.

— OPA! – Danilo disse assustado por quase ter tombado com ela. Quando reparou quem era, ficou totalmente errado. — Ham... Hum... Alanis...

— Da-ni-lo... – A morena engoliu em seco.

— Nossa! Hum... – O rapaz passou a mão pelo cabelo, desconcertado. —Você, ham, sumiu!

— É. Você também... – Disse ela, soando ambígua.

Alanis sentiu que seu coração parecia uma daquelas pílulas fervescentes, e Danilo serviu muito bem como o reagente que o fez ferver de imediato. Era um profundo e longínquo carinho que se misturava com mágoa e raiva, resultando numa tristeza dolente.

Danilo, como ele mesmo já disse, era completamente desatento a sentimentos. Não sabia bem o que fazer, e continuou parado em frente a ela. E se ela ainda estivesse brava por causa daquele beijo na passagem do ano? Não. Alanis não. Alanis era uma garota durona e autônoma, e sabia se virar muito bem... Ela não ficaria martelando aquilo, com certeza. Prova disso era...

— Nossa! – Ele continuou tentando arduamente soar natural. — Você está... Bonita! – Soltou.

— Ah. Sim... Aham... – Alanis esqueceu a palavra educada que deveria dizer. Danilo soltou um leve riso por isso. Ela enrubesceu.

— Pois é... – Danilo ia prosseguir, porém, avistou Rachel e Stark chegando. — Passar bem, então... – Ele terminou completamente sem jeito.

Alanis ficou de boca aberta, ainda aérea, olhando para onde Danilo estava antes de passar e sair da sala.

— Ah, Dani! – Rachel suspirou cansada, viera puxando Stark, cuja cabeça ele devia ter deixado ainda lá no pátio.

— EI! Cadê a Vickie?

— Eu também gostaria de saber! – Disse Stark.

— Ela precisou ir... – Rachel enrolou. — Ir... Bem... Ah, o que importa? Ela precisou sair e vai ficar tudo bem!

— Eu não gostei nada daquele estranho chamando por ela... – Stark disse emburrado.

— Que estranho? – Danilo quis saber.

— Um carinha feeeeiooo...

Rachel acotovelou as costelas de Stark.

— Não é da sua conta Stark! E também não é da sua Dani! – A morena encarou Danilo dos pés da cabeça fazendo o garoto estranhar. — Escuta: a professora está na sala?

— Hum... Não.

— ÓTIMO! Stark, você me liga se algum professor chegar. Danilo, você vem comigo AGORA!

Rachel não deu oportunidade para nenhum deles se opor, saiu arrastando Danilo pelo braço e deixando Stark inconformado, que só pôde dar o braço a torcer e entrar na sala de aula.

***

Vickie não sabia dizer para si mesma por que explodira daquele jeito. Só sabia discernir que não conseguia crer que Jam estivesse ali, a alguns metros dela, tão lindo como ela sempre lembrava.

Só podia ser castigo! Como se já não bastasse doer, tinha que aparecer bem na frente dela!

Mas como ele veio parar aqui? Na sua escola? Como ele sabia? Ela teria comentado o local alguma vez? Bem, é possível... Mas por que ele veio?

Vickie ouviu dois chamados dele enquanto corria, mas depois não ouviu mais. Porém, não parou. Continuou correndo até atrás do prédio dos laboratórios, que era alto. Lá atrás tinha uma escada de emergência que vivia aberta e ninguém via por ali. Era seu cantinho.

Agitada por dentro e por fora, Vickie nem sentiu as centenas de degraus e, quando deu por si, já estava na laje do prédio. Fazia algum tempo que não ia ali. Nunca precisara mais daquele esconderijo infantil. Tudo por culpa de Jam agora!

— D.R.O.G.A! – Ela sibilou.

Passou a mão pelo rosto e sentiu o rastro das lágrimas. Lágrimas de tristeza, susto, saudade, mágoa e raiva. E sem querer, sendo impossível lutar contra, se sentou no chão e lembrou das férias.

Estava com seus pais numa viagem normal. Até que eles dois saíram para um jantar duplo e ela ficou livre para passear. E assim fez. Saiu do hotel onde se hospedavam e foi dar uma volta pela praça frontal. Um grupo de rapazes andava de skate por ali e ela se sentou num dos bancos para apreciar. Apreciar os skates... (Tudo bem, a gente finge que vocês se convenceram disso...).

Ela contou. Cinco garotos bonitos. Quatro razoáveis. Dois ajeitadinhos. Um... O mais bonito deles... O que estava mais longe...

“Mas que sortuda...” – Ela ironizou mentalmente.

Tentou se focar nele, mesmo com a distância. Parecia tão belo...

Vickie ajeitou seu casaco (adivinhem! Francês!) e cruzou os braços no peito. Precisava parecer distraída, quando, na verdade, estava mais concentrada que nunca naquele moleque.

Dava para distinguir sua pele realmente pálida que ficava à mostra nos braços, depois da manga enrolada da camisa, seus ombros largos e um sorriso largo e satisfeito toda vez que acertava o flip e qualquer jogada com o skate. Não dava para notar barriga nenhuma, pois sua blusa alargava para baixo, mas, de qualquer jeito, o tecido se colava nele com o vento e isso... Nossa! Valia à pena.

Vickie estava olhando mais do que devia, e ela sabia disso, mas realmente só se deu conta quando, de repente, o garoto interrompeu o que seria um ótimo salto e parou subitamente. Ela, estranhando, continuou o olhando, esperando o que ele ia fazer. E ela com certeza não imaginava o que era...

Jam se sentiu inseguro quando reparou que a moça no banco não lhe tirava os olhos já fazia mais de vinte minutos. Intrigado, parou. A olhou com os olhos semi cerrados e tentou vê-la mesmo distante. Era loirinha e franzina. Não dava para distinguir mais. Curioso, começou a se aproximar.

Vickie arregalou os olhos, assustada. Xingava-se com veemência mentalmente. Chamara a tenção do pobre menino! Mas não esperava que ele viesse até ela. Porém, antes que ele estivesse perto o bastante ela se levantou do banco como quem não tem nada a ver com nada e começou a caminhar pela calçada. Porém, logo ouviu um agudo assobio e, no segundo seguinte, o skatista estava ao seu lado.

“Oi!” – Disse ele com um sotaque diferente.

Vickie segurou o ar nos pulmões reconhecendo o sotaque que tanto amava. Embasbacada, fixou os olhos nos dele e sustentou a olhada o quanto pôde. Um par de olhos castanhos que brilhavam como ouro.

“Merci...” – Vickie disse abobalhada.

O rapaz riu de seu francês, que não era bem a resposta que ele esperava. Vickie descongelou quando ouviu sua doce e sonora risada.

“Fala minha língua, moça?” – Ele prosseguiu.

Vickie sacudiu a cabeça e tentou deixar de parecer idiota.

“Francês? Só em sonhos, mas... Eu gosto... Muito...” – Ok, ela não se saiu muito bem...

“Certo. É, eu também gosto” – Ele riu lindamente de novo. “Pois é, me chamo Jam... Dulaine. E você?”.

— Ele poderia ter dito: me chamo seu pesadelo! Seria melhor! – Vickie disse para o vento terminando de recordar. Pelo menos aquela parte...

Lembrou-se de outro momento. Um que ela julga o estopim de todo o tormento:

“Jam... Eu estou voltando para minha cidade no fim de semana” – Falou enquanto se aninhava nos braços do garoto, sentados no gramado da praça.

“Mas nem é o fim das férias ainda! Passamos só... O quê? Três semanas juntos?” – Ele falou passando os braços em volta dela.

“É. Três semanas exatas com hoje...” – Vickie sorriu. Ele sabia as datas! Era tão lindo! “Mas é o que vai acontecer. Meus pais estão voltando e eu tenho que voltar pros meus amigos, a escola...”.

“Ah, Vi...” – Jam suspirou e beijou o topo da cabeça dela.

“Eu até queria ficar, mas...”.

“Posso sequestrar você! O que acha?” – Ele propôs de brincadeira a fazendo dar uma risada.

“Só você pra me fazer rir!”.

“Só você pra me fazer deixar o skate de lado também!” – Ele continuou brincando. “Sabe, Vi... Não vamos deixar de se falar ok?”.

Vickie se levantou e se sentou de frente para ele.

“Acha mesmo que isso vai dar certo?”.

Jam assentiu silenciosamente. Nem mesmo ele tinha certeza, mas gostava de crer que sim. Então, tocou o rosto fino e delicado dela com cuidado e a puxou para um singelo beijo, selando seus lábios aos dela com uma pressão diferente dessa vez. Ela não quis admitir na hora, mas com certeza aquele beijo poderia ser um de “adeus”.

Abraçou Jam pelo pescoço e ele a enlaçou com força. Não queriam se desfazer um do outro. Fora as três semanas mais intensas da vida deles. Cada palavra um do outro soara mais profunda do que qualquer uma que eles já ouviram, e cada gesto, mais significativo. Brotaram sentimentos instantâneos que eram sufocantes quando não os satisfaziam. Eles queriam estar juntos...

Queiram... – Vickie pensou.

Vickie olhou o relógio e constatou que já estava ali no alto do prédio há uma hora. Jam já deveria ter desistido de procurá-la. Então, a contragosto, voltou para a portinha que dava acesso à saída e desceu as centenas de degraus de novo.

Desta vez sentiu suas pernas doerem, a final, lembrou que não havia comido nada depois do café ainda na pousada!

Saturada, Vickie chegou ao térreo e começou a dar a volta no prédio. Já estava no lado da frente quando, de repente, sentiu seu pulso ser pego de supetão. Virou assustada para trás e constatou que só poderia ser castigo... De novo.

— Vicktoria! – Jam falou determinado, ao mesmo tempo em que parecia um pouco descrente.

— Jam.

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O que acharam????


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