Garoto Veneno escrita por Automatic


Capítulo 7
Capítulo 6 - Acidentalmente Apaixonado.


Notas iniciais do capítulo

Então gente....deve ter milhões de erros aqui Ç_Ç'
Mais....fiz esse chap com todo amor e carinho pra vc's meus amores ♥

Ah...eu gostaria de Agradecer a Maria-chan pela recomendação magabilhooosa que ela fez dessa Fic =3

Palmas pra Mariaaa ♥

Sem mais....boa leitura amores



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[Deidara pov]

Já havia terminado a reunião e eu realmente estava caindo de sono, se não tivesse prometido a Sasori que ensaiaria com ele, eu perderia até mesmo a hora que havia marcado no salão.

Adentrei a sala de ensaios, acompanhado pelo ruivo Hiperativo...Só de olhar Sasori tão animado de manhã eu já ficava cansado. Nós realmente não tínhamos nada em comum. “Como posso ser apaixonado por um idiota igual o Sasori?”

Resmunguei baixo, para que ele não me ouvisse.

- O que está praguejando logo de manhã Deidara? Levei um susto com a voz que soou suave e sussurrada no meu ouvido por trás de mim.

- AHHHH. Quase me joguei em cima da bateria de Sasori, o fazendo arregalar os olhos e me puxar pela cintura rapidamente quando percebeu que eu me estabacaria¹ no chão junto com sua preciosa bateria. Mais tenho a leve intuição de que sua preocupação não era eu e sim sua amada bateria.

- Eu cuidado, minha bateria. “Não disse ¬¬’’. O olhei me livrando de seus braços.

- Idiota, não me assuste e eu não colocarei o bom funcionamento dessa mer... – apontei a bateria vendo ele me lançar um olhar ameaçador - ... da sua preciosa bateria em jogo. Disse com o rosto distorcido em ironia, ele apenas sorriu de canto dando as costas pra mim.

Odeio quando ele me ignora e me dá as costas. Tratei logo de ignorá-lo também e pegar minha maleta que continha meus três microfones. Eu os venerava, assim como Sasori quase tinha um orgasmo quando falava de sua bateria.

Meus microfones eram de modelo simples, sem fio, mais, completamente decorado de acordo com meu gosto, um era branco, simples com um dizer em roxo eu adorava, o outro era preto com um coração de strass vermelho e um detalhe em strass branco, e por fim, o meu favorito, um microfone preto, coberto por strass da mesma cor com o desenho de uma caveira em strass transparente.

Escolhi a dedo o que pegaria, optando pelo branco, o peguei com cuidado, fechando a mala em seguida e guardando no meu armário. Quando voltei para a sala Sasori já estava aposto atrás de sua bateria, batendo as baquetas uma na outra.

- Está pronto? Eu perguntei parando ao seu lado e encaixando meu microfone no pedestal.  Ele fez um leve movimento com a cabeça e eu apenas assenti para que começasse a tocar. Estávamos com um problema serio de falta de rítimo, por alguma razão, minha voz não acompanhava a melodia de sua bateria, teríamos que encontrar o problema, e corrigi-lo o mais breve possível.

Após meu sinal Sasori iniciou as batidas leves na bateria, e eu esperei meu espaço para começar a cantar. Dei inicio a musica cantando calmamente, tentando seguir o ritimo leve da bateria do ruivo, no decorrer da musica as batida ficavam mais fortes, e era aí que tinha de moldar minha voz à melodia para que a bateria não ficasse mais alta que minha voz.

Nós estávamos conseguindo e eu estava feliz por isso, pelo menos uma coisa que conseguíamos fazer junto.

Em uma determinada parte da musica, a guitarra e o contra baixo se calavam dando espaço apenas para meus finos gritos, acompanharem as batidas de Sasori, que neste momento ficavam bem mais fortes.

Eu estava pronto para iniciar os tão complicados gritos quando Sasori parou de imediato de tocar a bateria, me fazendo assim olhá-lo irritado.

- Qual o problema? O encarei com o cenho franzido em desagrado, ficando sem graça logo que vi o motivo pelo qual parara. Sasori estava com as duas baquetas na mão esquerda, ao passo que chacoalhava a direita de vagar, a mesma enrolada por uma faixa branca, e em seu rosto havia uma leve expressão dolorida.

Eu exagerei ontem. Fiquei ao puto que ele não se lembrou que eu acabei o machucando de verdade. Abaixei a cabeça, envergonhado, enquanto mantinha as mãos posta sobre o microfone ainda encaixado no pedestal.

- Me desculpe. Sussurrei ... quase nem eu mesmo ouvi.

- O que disse? Ele levantou os olhos sérios para mim. O olhei por um segundo, a expressão realmente arrependida.

- Me desculpe...por ...isso. Apontei sua mão, e ele apenas sorriu.

- Você estava realmente bravo ontem...e sabe o que é pior...- ele me olhou, ainda ostentando o sorriso gentil. - ...eu nem sei o que eu fiz. Ok...esqueçam o que eu disse, eu o queimaria de novo, com certeza. Meu rosto se contraiu numa expressão de raiva, e eu virei o rosto de imediato o ouvindo sorrir. – Viu...?

- Viu o que? Eu puxava o microfone de qualquer jeito para desencaixar.

- Você está cada vez mais irritado comigo, não era assim antes Dei...o que houve? Me olhou com os orbes suplicantes, e eu me senti mal, uma tremenda vontade de chorar, acabei por constatar que, eu gostava sozinho, e isso era realmente triste.

- Não... – minha voz falhou como se eu fosse chorar, levei a mão a boca imediatamente, surpreso comigo mesmo. Eu realmente ia fazer um papel ridículo e chorar na frente do Sasori?

Senti meus ombros serem acolhidos por duas mãos grandes, e fui abraçado pelas costas. Travei.

- Se quiser chorar. Chore! Sua voz era calma, compreensiva, não era a voz do idiota insensível que não percebia meus sentimentos. Isso amoleceu meu coração, então, apenas abaixei a cabeça e chorei, me permitindo ser abraçado por ele.

- Dei... – ele me chamou depois de um tempo abraçados.

- Sim... – respondi sem animo.

- Você está assim por causa de ontem? Foi o fato de eu te beijar que o deixou assim? Ele perguntou calmo e eu me afastei de imediato, virando de frente pra ele.

- Você se lembra? Minha voz tomou um tom aliviado, ridículo.

- Eu me lembro, claro, foi muito especial pra mim. Não o quero bravo comigo Deidara...não quero que me odeie por que eu...

- VOCÊ ME PAGA POR ISSO PEIN... SEU DESGRAÇADO...

Juro que se estivessem em minha frente eu matava, olhei para Sasori e este começou a rir dos gritos e dos barulhos das coisas caindo. O clima tinha ido para o beleléu. E mais uma vez fiquei sem ouvir a frase que eu espero deixar os lábios de Sasori à cinco anos.

Ah...eu mato esses três.

Três longas horas mais tarde...

[...]

Já havia se passado horas e Konan ainda estava trancada em sua sala  jogada no grande sofá preto.

- Que droga... será que estou me apaixonando por um cara que me odeia?Ao pensar nessa possibilidade a garota levou a mão ao corte em sua boca, se lembrando da briga e fechando os olhos permitindo as lagrimas rolarem.

Alguém bateu na porta, tirando a garota de seus pensamentos.

- Quem incomoda? Perguntou ainda deitada.

- Eu Itachi. O garoto disse num tom de voz preocupado. – É que já fazem horas que você está trancada aí e estamos preocupados. Disse o garoto encostando o ouvido na porta para ver se obtinha resposta.

- Só quero um tempo com meus pensamentos Ita. A menina economizou palavras.

O moreno sabia que não devia insistir, talvez fosse melhor ela ficar sozinha, mais tinha que tentar.

- Konan... você sempre confiou em mim, me diz o que está rolando. O garoto ouviu o barulho da porta sendo destrancada e deu um passo curto para traz. A garota abriu a porta e colocou uma das mãos no rosto secando as lagrimas insistentes. O garoto a olhou a empurrando logo para dentro da sala e fechando a porta muito rápido.

- Ai que isso Itachi? Indagou a garota ao ser empurrada para dentro.

- Você ta louca? Você ta .....vestida de MENINA NA P-R-O-D-U-T-O-R-A . Ficou histérico. A garota olhou pra blusa realçando seus seios.

- A faixa tava me apertando. Disse com descaso.

- Você não pode ficar dando um mole desses Konan....você pode ser pega..e aí tudo já era...- O menino parou de falar quando percebeu a garota sentada no sofá com as duas mãos no rosto, ficou em silencio e pode escutar o choro da menina. Respirou fundo e sentou-se ao lado dela, colocando a mão em seu ombro e à abraçando. A garota encostou o rosto no peito do amigo e este ficou em silencio enquanto ela chorava, achou melhor não piorar a situação.

- O que ele tem exatamente contra mim? A voz da garota soava falha, abafada pelo choro constante.

- Está falando do estúpido do Pein? Ele acariciou os cabelos espetados da menina, que concordou com um aceno com a cabeça.

- Sabe, ele nem sempre foi assim, quando nos conhecemos ele era um garoto legal, divertido, mas depois que a Ino...- fez cara de nojo ao falar o nome da loira -...apareceu ele mudou completamente, ficou mal educado, implicante, mal humorado....

- GROSSO. Completou a garota irônica.

- É... - Itachi sorriu apertando a garota que deu um leve sorriso.

- Eu só queria saber. Abaixou o olhar. O moreno secou a lagrima que rolaria.

- Seja o que for a gente vai descobrir. A garota se levantou quando Itachi terminou de falar.

- Tudo o que eu sei, é que isso não pode continuar assim, sou uma profissional, não posso ficar me atacando com o Pein toda vez que nos vermos, tenho um trabalho serio a fazer.

- Eu sei. Isso vai parar você vai ver. Itachi sorriu abrindo os braços e convidando a amiga para um abraço, esta apenas deixou-se abraçar, precisava disso.

- ITACHII??? Uma voz surgiu vindo do longo corredor.

- Ah é só o Pein. As fichas caíram quase que instantaneamente e eles se olharam assustados.

- O PEEEEIN ??? Berraram juntos.

- Você precisa se esconder. Itachi estava desesperado e a garota também, corriam de um lado para o outro sem sair do lugar.

- Vou me esconder debaixo da mesa. A garota tentou ir para o local mais o moreno a puxou pelo braço.

- Ele vai ver sua burra. A voz se aproximava e os atrapalhados ainda não tinham se resolvido. No desespero um puxava o outro e nenhum dos dois saiam do lugar . A voz de Pein soou próximo a porta e Itachi soltou Konan que correu em direção ao grande sofá um pouco desencostado da parede, bateu um dos pés no sofá pegando impulso e a garota literalmente se jogou para trás do mesmo fazendo um grande barulho, e soltando um “ai” ao se estribuchar no chão. Itachi olhou a cena com os olhos extremamente arregalados, no momento Pein  abriu a porta gritando:

- O que está acontecendo aqui? Por que demorou tanto pra responder? Quem está aqui com você? Itachi virou-se  para Pein e despejou as respostas:

- Nada. Não sei. Ninguém. O desespero do menino já era visível para o maior que entrou na sala e trancou a porta.

- Serio? Se aproximou do menor que abaixou a cabeça, Itachi podia ser o capeta, irritante as vezes, mas não era um bom mentiroso.

[Konan]

Que ótimo, tudo o que eu precisava agora era ser descoberta por Pein, droga, o Ita iria entregar tudo só com a cara dele. Eu precisava achar um jeito de mudar a situação, comecei a pensar em algum jeito, nada vinha a minha mente, tive uma brilhante idéia quando vi uma das largas blusas de Sasori jogada atrás do sofá.

- Obrigada meu Deus. Disse com a voz bem baixa me enfiando dentro da blusa enoooorme, tirei um de meus pirciengs. Quando notei o silencio na sala me levantei detrás do sofá com o piercieng na mão e dei um estrondoso grito:

- ACHEEEI ITACHIII! - Que mico meu Deus. Itachi me olhou, assustado e Pein tentava entender por que eu estava com a blusa de Sasori e por que eu estava atrás do sofá.

- O que você está fazendo garoto? Pein me olhou desconfiado.

- Estava procurando meu pierceing. Disse calmamente o colocando novamente em meu lábio. Quis fazer uma moral mostrando que eu era garoto e então em vez de sair normalmente de trás do sofá (o que me arrependi de não ter feito), tentei pular pela guarda do mesmo exatamente como vi Sasori fazer milhares de vezes, a diferença foi que enrosquei o pé na guarda levando um puta róla que vez Itachi quase se mijar de rir, levantei rápido e sem graça arrumando meu cabelo e encarando Pein que não tirava os olhos de mim.

- Certo. - Pein ainda desconfiava .- Itachi, a gente tem ensaio em meia hora e você tem que filmar esse ensaio pirralho. - Ele olhou para mim. Eu apenas sorri parado ao lado de Itachi, que estava paralisado pelo medo de sermos descobertos. O ruivo mais uma vez nos olhou e saiu da sala. Bateu a porta e ouvimos seus passos cada vez mais longe no corredor.

Ficamos parados por uns dois minutos antes de nos dois cairmos no chão ao mesmo tempo.

- Foi por pouco. Eu disse estendida no chão virando minha cabeça para olhar Itachi ao meu lado.

- Pelo amor de Deus, nunca mais ...se vista de menina nessa produtora. Ele esfregou o rosto com as duas mãos e nós dois começamos rir desesperadamente. Tínhamos uma sorte desgraçada.

- Eu pensei que dessa vez seria pega. Eu ainda ria.

- É agora eu sei o que o ditado “ficar com o cuh na mão” quer dizer. O moreno também ria.

- Bom é melhor eu me arrumar pra gente ir. Disse me levantando e indo pro banheiro da minha sala. Itachi também se levantou, em segundos estávamos prontos e saímos da sala para ir ao encontro dos outros meninos.

Chegamos a sala de ensaio, eu já estava vestida como um garoto, e Itachi estava ao meu lado, Pein me lançou um olhar desaprovador. Sorri e procurei não encará-lo.

Estava tudo pronto para a entrevista, só faltava mesmo o rapaz que os entrevistariam, este chegou em seguida. Ligaram-se as câmera e eles sorriam enquanto faziam uma brincadeira sugerida por Deidara, colocaram os nomes de cada um no papel, e dependendo das perguntas eles escolhiam quem era mais mentiroso, mal motorista e coisas do gênero. Era engraçado.

Foi a primeira vez que vi Pein sorrir sincero, sem ser sarcástico ou irônico. Sorri também, nossos olhares se cruzaram confusos e os sorrisos sumiram. A entrevista terminou e todos saíram para o yati da produtora, Deidara permaneceu sentado no sofá enquanto todos saíram.

Me sentei ao lado dele em silencio, o observando tenso e de cabeça baixa.

- Qual é Dei? O olhei, ele sorriu.

- Como você sempre percebe quando eu não estou bem, ninguém parece notar. Ele abaixou a cabeça triste.

- Ah eu sou foda ta ligado. Sorri não sendo nada modesto. Ele riu também.- Ta agora é serio, o que está acontecendo? É o Saso de novo?

- Sim. Ele abaixou a cabeça triste.

- O que ta pegando Dei?

- Eu não consigo ficar numa boa com ele, a lerdeza dele me irrita cara, ontem nos brigamos feio. Aliás, eu briguei com ele...ele me ignorou totalmente, aí hoje...um monte de coisa aconteceu e eu já não sei mais o que sentir. Ele dizia desapontado.

- Por que brigaram?

- Por causa da Ino. Fiquei confuso.

- O que a namorada do Pein tem com isso?

- É uma longa historia. Ela já namorou o Saso, mas o Pein nem sonha.

- Ainda to tentando entender como isso fez você e o Saso brigarem. Eu o olhava cada vez mais confuso.

- Bom... na época que o Saso namorava a Ino, ela engravidou, a um ano mais ou menos. O Sasori ainda estava com ela mais ela abortou, ele ficou louco quando descobriu, eles terminaram e ela deu em cima do Pein, ele caiu na dela e virou um tonto. - Ele sorriu um pouco triste. Eu já estava de boca aberta, nunca imaginei isso.

- Mais o pior de tudo... – Fez uma pausa abaixando a cabeça - ...é que ele quer contar pro Pein, ele diz que é por que o Pein ta muito diferente, mais eu sei que ele ainda gosta dela. Ele fitou os pés, sua voz ficou mais chorosa. Eu demorei um pouco pra me recuperar do choque, sacudi a cabeça desanuviando-a:

- Por que você acha que o Saso ainda gosta dela?

- A implicância. Ele sorriu.

- Por isso não, ele também implica muito com você. Sorri.

- É talvez seja coisa da minha cabeça. Ele respirou fundo. Eu bati em seu ombro e sorri.

- Esquece isso e vamos nessa. Sorrimos e fomos para o barco.

Pein bufou ao chegarmos, resmungou um pouco pela demora, ele estava abraçado com Ino, e eu não pude evitar meu olhar de nojo para ela. Eu me sentei em um sofá de canto do barco com minha prancheta de desenhos, coloquei os pés sobre o sofá apoiando a prancheta nos joelhos, peguei meu lápis e comecei a traçar o rosto de Sasori e Deidara ensaiando uma musica com o violão, Deidara segurava um papel com a letra da musica, sorrindo ao canta-la e Sasori tocava o violão, prestando muita atenção a cada nota, a imagem era linda.

Poucos minutos e os dois estavam destacados no papel, o sorriso de Deidara iluminava a folha branca. Arranquei o papel da prancheta colocando um em branco em seu lugar, e dessa vez eu desenhava Itachi brincando com Cherry uma cachorra da raça dog alemão.

Desenhei a cachorra lambendo o rosto de Itachi, a imagem era engraçada e carinhosa, pronto outro desenho terminado. Olhei para o sofá em minha frente vendo Pein sentado me fitando, o fitei sem um mínimo movimento por uns 5 segundos, troquei a folha novamente, e comecei a desenhá-lo, queria me lembrar daquele olhar, examiná-lo com mais calma para saber se aquilo era ódio ou confusão.

O tempo todo ele me fitou, levantei a cabeça algumas vezes e encarei seus traços, a medida que os colocava no papel com rapidez , busquei seu olhar, o expressei perfeitamente no papel. Eu mesma me surpreendi ao vê-lo terminado o olhar dele era tão confuso quanto o meu, sorri, o olhei novamente, me levantei com a prancheta na mão, parei diante dele e a entreguei, ainda me olhando ele pegou da minha mão e eu sai indo para o outro lado do barco.

- Caralho como está frio aqui. Itachi reclamou, o barco estava parado em meio ao mar, um solzinho fraco iluminava o dia.

- Hey a quando graus está esse mar mesmo? Deidara se inclinava olhando para o mar.

- 2 abaixo de zero. Ouvi dizer que uma pessoa pode congelar em 5 minutos. Sasori sorriu e ameaçou empurrar o loiro tomando um soco nos ombros. Sorri ao vê-los.

Quando eles estavam um pouco longe, Ino se aproximou de mim.

- E aí garoto?

- Eaew. Fui indiferente.

- Eu vi o desenho que fez do meu namorado. Ela bufou me encarando.

- E daí? Eu a olhei.

- E daí que eu não gostei. Me encarou seria, sorri sarcástico.

- Faz melhor. Me encostei no para peito no barco que era da altura de minha cintura.

- Não disse que o desenho ficou ruim, até que ficou bom, eu disse que não gostei do jeito que desenhou meu namorado. Ela deu um passo e parou na minha frente de braços cruzados. A olhei serio arqueando uma sobrancelha.

- Não se faça de idiota, e me responda, por que desenhou ele com aquele olhar? Como se ele estivesse se perguntando se te ama ou não? Sorri quando ela terminou a pergunta, pelo menos agora eu já sabia que não era a única que se surpreendeu com aquele olhar:

- Eu só desenho o que eu vejo. Sorri.

- Eu acho que você desenha o que você sonha, quer saber acho que o seu sonho é passar uma noite nos braços do meu namorado.

Sorri de canto balançando a cabeça negativamente, confesso que a idéia era tentadora.

- Sua insegurança é notável. Provoquei.

- Não estou insegura, tenho certeza que ele não está nem aí pra você. Ela bufou, me inclinei olhando bem nos olhos dela:

- Se tivesse não estaria aqui criando caso por um desenho, estaria? Super irônico. Eu ia sair quando ela me puxou pela blusa me virando de frente para ela.

- Você vai sair do meu caminho por bem ou por mal. Ela disse isso para que apenas eu ouvisse, e me empurrou contra a grade do barco me fazendo desequilibrar e cair.

- ITACHIII. Eu berrei antes que mergulhasse naquele mar congelante, ao cair parecia que mil facas me furavam, senti meus movimentos congelarem, e ouvi os gritos de Sasori, Itachi e Deidara.

- Konan... fica calmo, tenta não afundar. Itachi gritava comigo, ele sabia que eu não tinha a mínima noção de como nadar e sair dali.

Sasori e Deidara se atrapalhavam entre chamar alguém ou pegar um salva vidas. Eu tremia muito e já estava difícil respirar, senti cada parte de meu corpo ficar mais pesada e senti que não poderia mais lutar em deixar os olhos abertos. Estava me rendendo.

[Pein]

Esses idiotas vão deixar o garoto morrer. Corri para a parte do barco onde o garoto estava, pulei de uma vez sem me importar em o mar estar congelado ou não, ao cair na água ela pareceu muito mais dura que o normal, era essa a sensação de estar num mar congelante, nadei depressa até ele que já estava afundando, o puxei pelo braço para junto de meu corpo, trazendo suas pernas para minha cintura para que ele as trançassem na mesma, ficando preso a mim, assim ele fez, com uma das mãos o segurei firme pela cintura.

A água congelada o deixou ainda mais branco, um branco tão pálido que quase parecia azul, seus lábios estavam roxos e tremiam constantemente assim como todo seu corpo, só não sei se era de susto, frio ou os dois, os cabelos molhados grudaram parte em seu rosto, ele enlaçou os braços em meu pescoço, puxando a respiração com força, e soltando pequenos gemidos.

- Hey olha pra mim. - Segurei seu rosto de frente para o meu, ele já estava quase desmaiando. – Eu vou tirar você daqui fica calmo. - Ele balbuciou um “ok” e eu comecei a nadar par parte de trás do barco, era difícil me mover rápido num mar tão gelado, fui o mais rápido que pude, Itachi, Sasori e Deidara já nos aguardavam, entreguei Konan já com os olhos cerrados para Itachi que o puxou para seu colo, Deidara o enrolou em um cobertor.

Enquanto Sasori me ajudava a subir Ino correu até mim com um cobertor, que eu rejeitei, fui até o moreno e o vi desesperado dando leves tapas no rosto do garoto, que não acordava.

- Céus ele vai ter uma hipotermia. Deidara soluçava com as mãos na cabeça. Itachi se desesperava a cada tentativa de reanimação que falhava.

- Me da ele aqui. Me aproximei do moreno.

- O que vai fazer? Ele perguntou com os olhos molhados.

- Alguma coisa pra ele acordar não é obvio. - Eu já estava sem paciência, peguei o pequeno garoto nos braços e o levei para o interior do luxuoso barco, parando em frente a lareira acesa que este continha. Sentei-me diante da lareira com o garoto nos braços, Gritei com Sasori pra que pegasse mais cobertores, logo ele e Dei nos envolveram em três cobertores.

Ele estava gelado e não fazia menção de acordar, passei a mão em seu rosto frio como gelo, muito gelado. Depois de um tempo diante do fogo, já me sentia mais quente, e Itachi ainda estava desesperado acompanhado de Deidara, Sasori tinha sumido, e Ino também não apareceu na minha frente.

Acho que o fogo da lareira e o calor do meu corpo começaram a fazer efeito no garoto, ele se retorceu em meu colo, e eu movimentei os braços o ajeitando, fixei o olhar em seu rosto e ele abriu os olhos lentamente, sua respiração era fraca, quase imperceptível, ele me fitou sem dizer nada, também não consegui dizer uma palavra. Por fim seus lábios trêmulos, conseguiram balbuciar algumas palavras.

- Porque estou no seu colo? Ele ainda me olhava sem se mexer, parecia cansado demais.

Eu sorri.

- Consegue se mexer? Eu olhava fixo para ele, tê-lo ali nos meus braços estava começando a me dar idéias que eu me recusava ter.

- Não muito, meu corpo está doendo. Ele falou num sussurro, fechando os olhos e deixando uma lagrima escapar.

- Por que está chorando? Sequei a lagrima o olhando confuso. Ele ainda estava com os olhos fechados.

- Eu sou um pouco fraco com relação a dor. Falsificou um sorriso. Meu rosto estava rígido, não queria assumir mais eu estava preocupado.

- Já estamos quase chegando ao porto, e assim que chegarmos já vai ter uma ambulância te esperando. Tentei mantê-lo acordado.

- Tudo bem. As lagrimas corriam incessantes por sua face. Olhando para seu rosto calmo apesar de tudo, eu pude imaginar a dor que ele estava sentindo, o frio cortante da água também me machucou, varias partes de meu corpo estavam doendo, uma dor aguda e insuportável, mas nem de longe estava tão mal quanto ele.

Ele ainda estava branco, tremendo, a respiração estava fraca os lábios ainda roxos, e eu podia sentir seu corpo gelado, mas pela primeira vez, ali tão próximo eu pude perceber o quanto ele era lindo, como não percebi isso, melhor dizendo por que eu não quis perceber isso? Eu não sou gay, um homem nunca me atraiu, nem mesmo Deidara que era lindo e muito parecido com uma garota, assim como Konan, mais ele é diferente, parece mais meigo, frágil, e estando assim, tão debilitado e indefeso em meus braços.

Ai meu Deus, me ajuda, tira essas loucuras da minha cabeça. Sacudi a cabeça me livrando desses pensamentos. O olhei novamente, me concentrando em seus lábios, respirei fundo, ele ainda estava com os olhos fechados, não pude evitar aproximar nossos rostos,

A respiração fraca dele estava gelada, e seu corpo estava imóvel, hesitei por um tempo, mordendo o canto de meus lábios, mas não me mantive por muito tempo, aproximei mais e uni meus lábios aos dele, apesar do frio de seus lábios, eu me senti quente, depositei um selinho nos lábios roxos dele e afastei um pouco a cabeça o vendo abrir os olhos lentamente e olhar direto em meus olhos:

- O momento...te fragilizou Pein? Disse em voz fraca e tremula, dando um pequeno sorriso. Encostei minha testa na dele e fechei os olhos com força, comprimindo os lábios, não acredito que fiz isso:

- Me desculpe. Disse num sussurro, foi tudo que consegui dizer.

- Ok. Ele fechou os olhos de novo, eu ainda o olhava, agora com mais raiva que antes, não sei se raiva dele ou de mim, de mim por tê-lo beijado, e dele por ser tão lindo e ter me atraído dessa maneira.

Ouvi os passos de Itachi adentrando a sala parando atrás de mim, o olhei por sobre os ombros e olhei para o garoto de novo.

- Já chegamos. A voz do moreno era triste. Me levantei com o garoto nos braços, e o entreguei para ele, que me olhou sem entender nada, os olhos do menino ainda estavam fechados.

- Ele já acordou, mais está fraco, leve-o logo. Disse sem olhar em seus olhos.

- Você também tem que passar pelo medico Pein, você também caiu na água. Ouvi desatento a frase de Itachi.

- Eu estou bem. Disse seco, saindo da frente dele em seguida.

[Itachi]

Olhei Pein pelas costas, quando ele já deixava a sala. Minha atenção se voltou para Konan que suspirou em meu colo.

- Konan? A olhei. Ela abriu os olhos devagar.

- Ita, eu estou um trapo não é? Eu sorri, ela sempre fazia piadas.

- Não você está ótima. Sorri. Corri para a ambulância com ela nos braços. O enfermeiro a pegou do meu colo, a colocando na maca, logo colocaram soro e um balão de oxigênio para facilitar sua respiração.

Fui com ela na ambulância, segurando sua mão gelada. Depois de uns 20 minutos mais ou menos chegamos ao hospital, a levaram imediatamente para a UTI eu fiquei desesperado. Por que UTI? Era tão grave assim? Eu andava de um lado para o outro já nem tinha mais unhas, Deidara chegou correndo com a chave do carro na mão, parou ao meu lado ofegante.

- O que aconteceu? Ele perguntou com dificuldade.

- O levaram para UTI.

- Por que? Seus olhos arregalaram.

- Não sei, não achei que fosse tão grave. Por que demorou?

- Não consegui achar o Sasori, ele sumiu. Ele disse preocupado, e em menos de 2 segundos, ambos andávamos em circulo sem parar.


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Notas finais do capítulo

Agora que me dei conta.....que chap grande X3

Bjos ♥