The Wrong Turns You On escrita por deadlovers


Capítulo 2
Chapter 2 - Who Am I Living For




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/102028/chapter/2

Onde estaria Tom Kaulitz?

O jantar foi divertido. Teve como objetivo reunir todos aqueles que iriam contribuir com o negócio. E eu, continuava fingindo que não sabia sobre o casamento.

Cici’s P.O.V Off

Tom’s P.O.V On

Não fui ao jantar. Só ia dar o ar da minha graça no dia seguinte à festa.

*

Fui acordado por Bill batendo em minha porta e gritando.

‘’ Acorda vagabundo. ’’ Foi o que apareceu em meu celular em letras em Caps Lock quando meu irmãozinho já não gritava mais.

Acordei querendo matar alguém, mesmo. Fui até o banheiro, fiz minha higiene matinal, me vesti e desci para encontrá-lo.

Bill me encarava com uma cara de ‘’Você vai morrer. Tempo... ’’ Ignorei, apenas. Deixei meus pertences em cima da mesa, e fui me servir. Peguei algumas frutas, e me sentei novamente.

- E então, qual é o motivo de me acordarem tão cedo?

Bill me ignorou.

- Seu tempo acabou Kaulitz. – Disse Bruck, vindo em minha direção.

- Eu desisti. – Sorri maliciosamente.

- Como? – Ele perguntou se sentando ao meu lado.

- Andei pensando... E acho que vou me arrepender amarga e infinitamente se não fechar este negócio. Além do mais, sei que se não fechar, os Ardeoux, os japoneses e vocês vão me caçar até me verem morto, e meus pais vão dar voltinhas no caixão.

- Ah, graças! Uma luz na cabeça deste ninfomaníaco. – Bill disse levando os dedos às têmporas.

- Olá, Char. – Bruck disse, tirando Bill de seu ‘’transe. ’’

- Oi, meu amor. – Meu irmãozinho a beijou, enquanto ela se sentava ao teu lado.

Tossi. De propósito, é claro.

- Ah, Char. Esse é meu irmão, Tom. – Disse ele, com um sorriso falso na cara.

- Enfim, Tom, nós vamos o apresentá-lo à Cínthia ainda hoje. À noite. Se prepare psicologicamente. – Bruck disse.

Bufei.

- Vou voltar a dormir. Boa noite. – Disse me levantando.

- Não! – Disse Bruck, me puxando pela camiseta. – Você fica aqui.

Bufei novamente.

Tom’s P.O.V Off

Cici’s P.O.V On

- Chloë, não demore a descer. Meu pai parecia desesperado na mensagem. – Disse fechando a porta do quarto. Desci para tomar café. Ao chegar ao saguão do hotel, logo localizei a mesa de meus pais, e fui até lá. – Bom dia pai. Bom dia Giulia. – Me sentei, sorrindo.

Pedi um cappuccino forte, enquanto reparava os Kaulitz saindo. Havia quatro ali. Bill, a esposa, Von Bruck, e outro que não me parecia estranho. Não vi direito. Estava de costas.

- Filha, nós precisamos conversar... Vou falar o real motivo pelo qual você está aqui.

AMÉM, NÉ?! Fiquei os encarando, muda.

- Meu bebê vai se casar!!!!! – Giulia soltou a bomba, cortando totalmente o suspense que meu pai fazia. E eu, tive que me esforçar pra segurar as gargalhadas, e fingir de desentendida.

- Chloë vai se casar? – Eu ri. – Ela nunca nem gostou de alguém!

- Ela não. Você. – Meu pai me corrigiu.

Eu ri.

- Como?

- É.

- Pai, eu não tenho namorado. Pra quê essa pressa toda para que eu me case? Já querem netinhos? Tenha dó.

Ri mais.

Depois ele me explicou uma historinha que eu já sabia, eu fingi um drama, e subi, ainda fingindo estar brava.

É estranho sim, mas eu estava empolgada. É meu casamento, oras. Posso fazer o que eu quiser!

Entrei no quarto, e me joguei na cama.

- Chloë, vou me casar.

- Isso nós já sabemos, ow.

- É oficial.

- Já conheceu o Kaulitz?  - Ela perguntou, empolgada.

- Não. Mas provavelmente o conhecerei hoje à noite.

Afundei minha cabeça no travesseiro, e fiquei ali, pensando em mil coisas. Acabei dormindo.

*

- Cici, vamos comer. – Chloë me acordou. – Já é hora do almoço, e a Giulia quer falar contigo sobre o casamento. – Ela berrou. – Vestidos de noiva, sapatos, flores. AHHH.

- Calma lá. Eu ainda não conheço meu noivo. – Ri. – E não era você que abominava casamentos, bitch?

*

Almoçamos no shopping. E Giulia nos comprou trinta mil sapatos. Nunca gostei de gastar dinheiro. Acho que puxei ao meu pai. Mas como o dinheiro não era meu... HAHAHAHA. Ao entrarmos na nona (no mínimo) loja de sapatos, me deu alguma coisa. Não sei. Fiquei triste, e não sabia o que era. Talvez cansaço, não sabia. Mas queria ir logo para o hotel.

- Giulia, preciso ir para o hotel. – Eu disse.

- Mas já?

- Sim. Se quiser que eu tenha algum ânimo para este jantar, me deixe ir. Eu preciso descansar.

- Tudo bem, Cici. O motorista está lá fora. Até mais tarde, filha.

- Até, mãe. – Sorri, e saí daquela loja sufocante. O que eu precisava mesmo era de ar fresco. Ar.

O motorista me levou até o hotel, e eu desci do carro. Ao andar até o elevador, pensei se queria aquilo mesmo. O elevador chegou e eu pressionei o botão que me levasse ao 21º andar. Suspirei.  Ao chegar ao meu andar, saí do elevador, e ouvi algum movimento vindo do quarto ao lado. (Não é isso que vocês estão pensando, seus maliciosos. U_U)

- Perdeu babaca!  - E risadas.

- Bill, isso não vale, ow. – Mais risadas.

E então, a esposa de Bill saiu do quarto, rindo.

- Nintendo.  Esses dois não prestam.  – Ela disse, rindo.

- Esses dois? – Perguntei, também rindo.

- Sim. Tom e Bill.

- Ah, sim. – Eu disse.

- CharlotteNovakovic. – Ela estendeu a mão, sorrindo.

- Cínthia Ardeoux. – Ao dizer meu nome, Charlotte abriu um sorriso maior ainda. E com gestos, apontou para o quarto de Tom. Fiz ‘’Mais ou menos’’ com a cabeça.

Charlotte sorriu novamente.

- Nos vemos mais tarde, então. Boa sorte.

- Obrigada.  – Eu disse, entrando no quarto.

Eram mais ou menos 5:00PM. Não havia com o que eu passar o tempo, então, resolvi ligar para a Haidee, mas foi Joshua quem atendeu.

- Ei, garoto.

- Hello, Cici.

- Haidee está?

- Ela saiu, foi resolver alguma coisa no trabalho.

Haidee trabalhava numa emissora de sucesso da Alemanha, mas isso não vem ao caso. Fiquei conversando com Joshua.

Cici’s P.O.V Off

Tom’s P.O.V On

Parecia mesmo que o dia não passava nunca. Depois trinta mil reuniões, e de conversar coisas insignificantes com pessoas insignificantes, chamei Bill para jogarmos Nintendo. Mas até nisso minha atenção não conseguia se firmar. Bill, que sempre foi péssimo em Need For Speed, estava ganhando de mim todas as corridas. É justo? Não, eu sei.

Eu e Bill jogamos todos os tipos de jogos, e eu só ganhei dele no Guitar Hero. Também, convenhamos, se eu perdesse no Guitar Hero, significava que eu estava podre mesmo.

Resolvi sair. Mas sair de verdade. Sem seguranças e tudo mais. Viver a Alemanha sem dinheiro, ou preocupações, ou sexo. Talvez um pouco de sexo fizesse bem... Não, esqueça.  Saí do quarto, e me dirigi ao elevador. Lá em baixo, estava um movimento louco, por que seria a tal festa que iriam reunir artistas, executivos do mundo inteiro, empresários, e eu conheceria a Cínthia. Como se eu já não a conhecesse...

Já tinham fotógrafos plantados na porta, seguranças loucos não deixando o povo entrar, e aí eu vi a Chloë e sua mãe saindo do carro com dificuldade. Acenei para ela, que retornou com um sorriso. Sentei-me no sofá da recepção do hotel, e assim que Chloë saiu da muvuca, ela foi até lá.

- O que está fazendo aqui embaixo, Kaulitz?

- Exatamente... Nada. Quer dar uma volta? – Eu perguntei sorrindo.

- Hm... Já são 7:00 PM, preciso começar a me arrumar e...

- A festa é só ás 10:00 PM, Chloë. E se você aparecesse por lá desse jeito, eu ainda te acharia a mais linda de todas. – Eu disse, interrompendo-a.

- Tudo bem, Kaulitz. – Ela sorriu. Aquele mesmo sorriso que eu vi no avião.

Segurei tua mão, e dei um jeito de sairmos pela saída de emergência do hotel. Chloë é famosa, e não queremos paparazzi inventando traições antes mesmo de eu me casar.

- Está ansioso? Assustado? Preocupado? Alguma coisa assim? – Ela me perguntou.

- Acho que tudo junto. – Ri baixinho. – Achei que nunca ia me casar na vida.

- Não consigo nem imaginar eu me casando com alguém que eu nem conheça.

- Parcialmente...

- Como?

- Sabe, eu não cheguei aqui atrasado... Peguei o mesmo avião que a tua irmã. – Eu ri, corando. – Ficamos 14 horas perturbando um ao outro, sem mesmo saber quem somos.

- Mas como tu sabes que é ela mesmo?

- Bruck a mostrou de longe e, convenhamos, ela não é tão diferente de ti.

- É. – Ela riu, porém, estava desanimada.

- Acho que iria preferir me casar contigo... – Eu disse, e ela riu novamente.

- É, né?

- É. – Sorri.

- Mas veja, com certeza irão entender se vocês se separarem dentro de um mês, ou dois.

- Espero que sim... – Eu disse, enquanto passávamos por uma rua um tanto estranha, bem atrás do hotel.

- Tom, acho melhor voltarmos... – Ela disse, agarrando meu braço.

- Agora que está na melhor parte? – Eu ri, encostando-me em uma parede, e abraçando-a.

- Melhor parte, huh? – Chloë perguntou, arqueando a sobrancelha direita.

- É. – Eu disse, logo levando meus lábios em direção aos dela, porém, ela virou o rosto.

- Acho melhor nós voltarmos, Tom. – Dessa vez, ela falou sério.

Enfim, voltamos.

Tom’s P.O.V Off

Cici’s P.O.V On

Estava na banheira de hidromassagem quando Chloë apareceu.

- Chlô’bitch?

- Oie. – Ela apareceu na porta do banheiro, se encostando ao batente, apenas de calça jeans e sutiã.

- Como foi no shopping? – Eu disse, saindo da banheira e me enrolando em uma toalha.

- Ah, legal. Normal. Saímos de lá pouco depois que tu, e viemos pra cá. – Ela disse, enquanto despia-se.

- E onde tu estavas que demorou tanto para subir? – Perguntei, saindo do banheiro.

- Eu? – Ela hesitou. – Eu estava lá embaixo, dando umas entrevistas sobre o que eu estou achando de tudo isso... – Ela disse, entrando no Box, e ligando o chuveiro.

- E o que você está achando de tudo isso? – Perguntei, mas não pude deixar de me levar até o banheiro, e ver a expressão que Chloë Ardeoux faria.

- Bom, ué. – Respondeu, dando de ombros.

Voltei ao quarto, me sequei e vesti as roupas íntimas. Liguei o Ipod nas caixas de som portáteis, e coloquei ‘’Circle The Drain’’ da Katy Perry. Vesti-me, e maquiei, e logo Chloë saiu do banheiro e fez o mesmo.

Logo, logo, podíamos ver o resultado final. Aquela noite aparentemente ia ser perfeita. Combinei um corset nude de renda e saia de tule preto, e peep toe vermelho.  Chloë preferiu ser mais informal e vestiu uma regata branca bem solta, calça de lurex prata, um blazer branco, e scarpin preto.

Eram 9:30 PM. Já podíamos descer, mas preferimos ficar mais um pouco no quarto assistindo televisão. Chloë tem algum problema na cabeça e acha chique chegar atrasada. E algo me diz que Tom Kaulitz também acha isso.

10:30 PM

Meu telefone tocou.

- SERÁ QUE VOCÊS DUAS PERDERAM A NOÇÃO? – Era o meu pai, puto, puto, puto. Muito puto conosco.

- Já estamos descendo. Desculpe. – Eu disse me levantando da cama, enquanto olhava no espelho, e puxando minha irmã pelo braço. – Chloë, vamos. Ele vai cortar nossos pescoços.

- Ele? – Ela perguntou se levantando desajeitadamente.

Abri a porta do quarto, e dei espaço para que passasse.

- Howard. – Eu disse, fechando a porta do quarto rapidamente, e indo em direção ao elevador.

Howard é nosso pai. Só que não temos muito costume em chamá-lo de Howard. Ao contrário de Giulia. Ouço você me perguntando: ‘’Por que não chama a Giulia de ‘mãe’ como qualquer outra pessoa normal?’’ Por que ela não quer. Desde quando eu era um projeto de Cínthia, Giulia diz que quando se está no supermercado e alguém te chama de mãe, pelo menos a metade das mulheres vira a cabeça. Ela diz que quer ser tratada como uma pessoa e não como uma categoria.

Ao chegarmos ao salão do hotel, impecavelmente decorado, meu pai veio em nossa direção.

- Não sei por que não atendem esses celulares! – Howard reclamou.

- Você sabe muito bem por quê. – Chloë teve a ousadia de responder. – É por que você e Giulia sempre me incentivaram a ser uma pessoa tão avoada e pouco prática que não consegue lembrar-se de carregar a bateria.

Ele ignorou logo se virando de lado com um sorriso no rosto, e chamando alguém que eu já conhecia.

- Cici, quero que conheça alguém. – Disse ele, tomando Tom Kaulitz pelos ombros e o trazendo para mais perto de nós. Meu queixo caiu. Olhei para Chloë, a procura de alguma resposta, que acreditava não existir, porém a única coisa que ela fazia era morder o lábio inferior e sorrir maliciosamente.

Era o garoto do avião! Logo me recompus e deixei que ele beijasse minha mão delicadamente. Cavalheiro agora, troglodita antes.

Separei-me de Chloë, e me juntei a Tom para cumprimentarmos os convidados, e até conhecer alguns. Entre uma mesa e outra, Tom resolveu abrir o bico.

- Isso não foi ‘’emocionante’’, nem nada.

- É. – Concordei. – Tanta expectativa...

- Pra nada, eu sei. – Ele completou seco.

Fingíamos sorrir aos convidados. Eu não sabia Tom, mas eu estava decepcionada. Não com a ‘’surpresa’’, mas com seu comportamento. Contudo, não me preocupei tanto, por que sabia que não iria ter que aturá-lo tanto tempo assim.

Cici’s P.O.V Off

Tom’s P.O.V On

Eu estava seco propositalmente. Afinal, foi ela quem começou com a poltrona da janela.

A festa foi um tédio mesmo, tenho que admitir. Exceto pelas amigas de Chloë... Bündchen, Heidi Klum, Tyra Banks, e outras.

No dia seguinte, Cínthia bateu na minha porta. Demorei um pouco pra abrir, por que havia acabado de acordar, mas isso não foi proposital. Quando abri a porta, apenas de boxer, hm, ela já estava saindo.

- Bom dia. – Eu disse, enquanto ela se virava para me olhar.

- Hm... Tom – Dizia ela com ternura. Deu até pena, nhac. – Eu quero pedir des...

- Entre. – Interrompi, dando espaço na porta para que passasse.

Cínthia entrou, e continuou:

- Queria pedir desculpas. Nós começamos realmente mal... – Ela falava encarando seu celular, enquanto se sentava na cama (Felizmente vazia, haha.) – E se, a gente vai ter que tomar muitas decisões juntos, eu sugiro que, nós comecemos novamente.

- É... – Fui interrompido pelo toque de seu celular.

- Desculpe. – Ela disse, atendendo. – Alô?... Sim, pai. Estou com ele. Ok... Estamos indo. – E desligou. – Tom, se vista. Howard quer falar conosco.

Me vesti,  fiz minha higiene matinal (E minha ‘’esposa’’ assistindo), e subimos para a sala de reuniões que aparentemente estava vazia. Estavam lá apenas Bruck e Howard.

- Bom dia, Cici, Tom... – Howard disse sério.

- Bom dia. – Cínthia e eu dissemos em uníssono.

- Sentem-se. – Bruck disse, para o meu desespero.

Eu estava ficando preocupado. E aparentemente, Cici também, por que segurou minha mão, e apertou com uma força tremenda. Sentamo-nos, e Howard começou a falar.

- Os executivos exigiram que vocês tomassem as decisões do projeto, já que são quem ‘’ligam’’ as duas empresas.

Eu ia abrir a boca pra contestar...

- Mas não se preocupem... Nós vamos estar lá com vocês para dizê-los o que fazer. – Bruck soltou essa.

Eu ia abrir a boca pra perguntar...

- Estaraonde? – Cici me cortou.

- Em Tóquio, ué. – Howard disse. – Não avisaram vocês?

- NÃO. – Dissemos em uníssono.

- Pois bem. – Continuou Bruck. – Vocês irão para Tóquio. Mas nós iremos também. Porém, vocês irão antes.

- Antes quando? – Eu perguntei.

- Em duas horas. – Howard disse, achando isso a coisa mais normal do mundo.

- Pai, por que não nos avisou antes? – Cici questionou, chocada.

- Não deu tempo. E se o vôo de vocês sai em duas horas, sugiro que vão arrumar suas coisas logo, ao invés de ficarem aqui, reclamando. – Bruck disse seco.

Cici não disse mais nada. Apenas levantou, e me puxou pela mão. Ela sabia fingir bem, no final das contas.

- Sugiro que se formos realmente fingir ser marido e mulher, tenho que lhe pedir algo... Por favor, não maltrate minhas mãos assim... – Disse já no elevador – Elas são úteis, ok?

Cínthia bufou, saindo do elevador e indo em direção ao seu quarto, enquanto eu ia para o meu.

Tratei de jogar tudo dentro de minha mala enorme, e fim. Estava pronto. Em menos de cinco minutos, fui até o quarto de Cici.

- Mas já? – Ela disse, abrindo a porta do quarto, e correndo para terminar de enfiar tudo em sua mala.

Eu ri.

- Já, se fudeu. U_U

- Tom... Eu sugiro que... Se formos... – Ela dizia assim mesmo, em pausas, pra eu poder entender, por que corria do banheiro para o quarto, do quarto para o banheiro, e assim vai... – Fingir... Ser... Marido e mulher... Nós... Poderíamos... Pelo menos... Nos tratar... Bem... Não? – Agora ela ofegava, tentando fechar a mala que só cabiam roupas... E não o mundo.

Fui até lá ajudar.

- Sim eu concordo. – Disse quando finalmente consegui fechar aquilo.

Pude ver que minha resposta provocou pelo menos a sombra de um sorriso.

- Vamos descer. – Eu disse. – O carro já está nos esperando. – Tá, mentira, mas estava para chegar a qualquer momento.

- Tudo bem. – Ela disse, completando seu visual colocando seus coturnos.

Tom’s P.O.V Off

Cici’s P.O.V On

Descemos, e o carro ainda não estava lá. E quer saber? O carro demorou ANOS pra chegar... Isso por que o meu MARIDO fez O drama dizendo que o motorista estava impaciente de tanto esperar.  Pelo contrário. O motorista foi muito simpático...

Já no carro seguindo para o aeroporto, sem brigas, por que, graças a alguém, nos bancos de trás existem DUAS janelas, conseguimos a proeza de que chovesse. E bem forte.

Chegamos ao aeroporto. E não havia parado de chover ainda. Aquilo me preocupava.

- Vôo 314 para Tóquio. São dois lugares. – Eu disse, entregando o localizador que Howard havia me entregado mais cedo, e colocando as bagagens na balança.

- Ah, desculpe senhora. O vôo está atrasado por causa da tempestade.

- Tempestade? Mas está apenas chuviscando... – Disse impaciente.

- Está caindo água do céu. Não importa se é tempestade ou não. O vôo está atrasado. – Lembra da comissária com o sorriso filho da puta do primeiro capítulo? Então... Tenho certeza que essa aí tem algum grau de parentesco com ela.

Bufei e saí da fila pegando as passagens. Fui ao encontro de Tom que estava em um café, e me sentei.

- O vôo está atrasado, Tom.

- Por? – Ele perguntou, dando de ombros.

- ‘’Tempestade’’.

- Ah, brincadeira! – Ele se irritou, também.

- Pois é. Como é que chamam isso de tempestade? – Revirei os olhos.

- Realmente. – Ele disse, o que pra mim soou como concordância.

Alguns minutos se passaram. Mas quando você está sem fazer absolutamente nada, os minutos NÃO passam. É incrível. Toda vez que vou pegar um avião, fico nesse estresse. Mas hoje deveria ser diferente, eu não estou sozinha... Estou com Tom. Se bem que... Viajar com Tom estressa também.

- Quer fazer alguma coisa? – Ele perguntou.

- Seria bom... – Eu disse.

Então Tom se levantou, segurou minha mão, e nós saímos do aeroporto. Eu não sabia onde estávamos indo, mas eu não ligava, por algum motivo. Eu sentia segurança com ele. Estávamos agora no estacionamento de carros, e Tom foi até o balcão onde se pagavam o estacionamento.

Uma garota ruiva sorriu maliciosamente ao ver Tom, mas ao me ver, o sorriso se desfez.

- Agnes? – Tom se encostou ao balcão.

- O que você quer Tom Kaulitz? – Ela disse se levantando e aproximando seu rosto ao de Tom. E o maldito sorriso voltou a brotar em sua face.

- Você sabe o que eu quero. – Tom respondeu, já acariciando o rosto da menina.

Limpei a garganta um pouco alto demais.

Agnes se afastou de Tom, e olhou para mim com uma expressão fechada. Abaixou-se e colocou uma chave com força no balcão. Tom pegou tal chave e piscou para Agnes.

Tom caminhava e eu o seguia.

Fomos parar num corredor onde havia umas portinhas. Pareciam até armários de tão minúsculas. Tom parou em frente a uma que continha os números 317 gravados na porta, e então, abriu. Tom abriu espaço para que eu passasse, e em seguida entrou.

Tom sorriu maliciosamente, e eu não pude deixar de retribuir. Segurei em sua nuca, trazendo-o para perto de mim. Beijávamos com certa necessidade ou do outro. Afinal, desperdiçamos tempo demais. Ou não. De qualquer forma, deixei que Tom me despisse ferozmente. Em seguida, ele me prensou contra a parede, e eu logo pude o sentir dentro de mim.

Eu agarrava seus ombros com força, arranhando-o e por vezes, o mordia. Adoro morder, nhac.

Cici’s P.O.V Off

Tom’s P.O.V On

Chegamos ao ápice de prazer, e então ouvimos alguma coisa. Ofegávamos alto e realmente parecia impossível não fazer barulho naquele lugar. Estava vindo alguém com certeza. Nos vestimos e saímos daquele lugar.

Eu segurava a mão de Cínthia com força, e ela ria como se tivesse feito algo muito errado.

Ao chegar ao guichê onde Agnes se encontrava, se levantou com uma cara de poucos amigos e pegou a chave de minha mão.

- Corram, vocês estão atrasados. – Ela disse, abrindo um sorriso malicioso.

De fato, estávamos atrasados mesmo. Ao entrarmos na aeronave, ofegantes e rindo, os pilotos e o resto da tripulação nos olharam feio. Nos sentamos como se nada tivesse acontecido.

Suspirei.

- Urgh, odeio aviões. – Disse.

- Eu sei. – Cici disse, sorrindo.

- Como? – Levantei a sobrancelha direita.

- Voltamos à estaca zero, Tom. Onde tudo começou. Um avião. E eu não pude deixar de notar o quão nervoso você estava àquela noite em que nos vimos pela primeira vez. – Justificou.

- Ah. – Respondi dando de ombros.

Muitas e MUITAS horas depois chegamos a Tóquio.

Tom’s P.O.V Off

Chloë’s P.O.V On

Eu estava entediada. Demais. Sem Cínthia ou Tom aqui não há nada pra fazer. Era manhã de outra segunda-feira infernal. Felizmente, ainda estava em Berlim com meus pais e ainda não sabia quanto tempo teria de ficar lá. Decidi descer para tomar café. O saguão estava lotado, porém ainda havia algumas mesas.

Servi meu prato com algumas frutas, e me sentei em uma mesa ao lado da grande janela de vidro aberta. Um vento gelado se chocava contra meu rosto me fazendo arrepiar. Eu gostava daquilo. Estava um dia mórbido e eu estava sozinha. Ainda não havia recebido nenhuma ligação, o que era muito estranho para uma segunda-feira. Talvez devesse tirar o dia para cuidar de mim.

Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi alguém chamar meu nome. Passei os olhos pelo saguão, mas ainda não havia localizado o dono da voz. Até que vi uma mão branquela a duas mesas de distância de mim, acenando.  Era Bill Kaulitz e sua esposa, CharlotteNovakovic. Me levantei para acenar também, mas Bill acabou vindo até mim.

- Você está sozinha, sim? – Ele perguntou exibindo aquele sorriso deslumbrante.

Apenas assenti com a cabeça, levando o copo contendo suco de laranja aos meus lábios.

- Sente-se conosco. Venha, eu ajudo você. – Ele disse, já pegando meu pratinho com os pedaços de frutas.

Àquela altura do campeonato, eu não poderia negar me sentar com Bill Kaulitz e sua esposa. Me levantei sorrindo, e caminhei lentamente até sua mesa. 

Charlotte se levantou para me cumprimentar. Eu já a conhecia, e adorava sua companhia. Por sermos do mesmo ramo, moda, temos muuuuuuuuuuuuuito assunto para conversar.

Bill se sentou ao lado de Charlotte, e eu me sentei à frente dos dois.

- Então... Está tudo tão corrido, que mal temos tempo para nos falar, huh? – Char disse, sorrindo.

Talvez eu até acredite em deuses. Por que não é todo dia que se vê um casal realmente tão perfeito como Bill e Charlotte são um para o outro.  Por outro lado, me preocupa o fato de Tom ser tão Casanova. Cínthia já é dramática e insegura à beça. Com um marido como Tom então?! O que será da minha pobre irmã?! Mas... Bom proveito pra ela. Tom Kaulitz é o SexSymbol  da Alemanha.

- Verdade. – Respondi, sorrindo. – Mas então Char, como vão as coisas? Você trouxe algumas de suas criações? Sinto que vou precisar delas a qualquer momento aqui. – Rimos.

- Ah, Chloë! Não trouxe nada completo da nova coleção. Apenas acessórios. Mas se quiser, vamos ao shopping fazer compras.

- Eu adoraria. – Disse.

Um bip alto tomou conta da mesa. Era o celular de Bill, que se levantou para atender. Um minuto depois, ele voltou para a mesa, pegando o resto de seus pertences.

- Preciso ir. Mas foi um prazer, Chloë.  – Disse, sorrindo. – Divirtam-se, meninas.

Por fim, Bill Kaulitz saiu.

Conversamos mais um pouco, e acabamos por resolver ir ao shopping. Mandei uma mensagem ao Kurt, o motorista para que se preparasse. Em poucos minutos Kurt já havia parado o carro em frente à porta do hotel.

Já no carro, Char mandava uma mensagem a Bill avisando que iríamos ao shopping. Chequei meus celulares, e tentei ligar pra minha mãe para avisá-la. Porém nenhum dos celulares funcionava. Estavam sem sinal, ou caíam na caixa. Talvez tenha acontecido alguma coisa com os meus números, ou talvez seja só paranóia minha.

Descemos do carro, e fomos entrando direto na Louis Vitton. Amo. Amo. Amo muito. Você sabe como é a sensação de respirar Louis Vitton? Oh, não? Então corra, é mágico. HAHAHA. Acabamos por comprar apenas duas bolsas. Mas era só o começo. Ainda fomos à Cartier, Tifanny’s, Gucci, Chanel e Christian Laboutin.

Depois de tanto respirar luxo, mandei outra mensagem ao Kurt, para que viesse nos buscar. Estávamos exaustas, e abarrotadas de sacolas.

O carro já estava parado em frente ao shopping, e então entramos. Estranhei por que Kurt não desceu e abriu a porta para nós. Nem nos ajudou com as sacolas, porém dei de ombros. Estranhei também por que Char tentou ligar para Bill, avisando que estávamos regressando ao hotel. O celular dela também não funcionava.

- Kurt? Esse não é o caminho para o hotel. – Disse.

- Eu sei. – Ele respondeu seco, se virando para nós e travando as portas.

Não era Kurt.

Chloë P.O.V Off

Cici’s P.O.V On

Era tarde em Tóquio, e estávamos no carro, indo ao hotel. Antes disso, estávamos em uma reunião ‘’super importante’’. Tão importante que eu quase dormi, e percebi que Tom também.

Um bip veio de meu celular. Era uma mensagem de Giulia.

From: Giulia.

To:Cici.

‘’Peça ao motorista que os leve ao hotel. Seu pai cancelou as reuniões de amanhã, e logo lhe mando outra mensagem passando os dados do vôo de volta para a Alemanha. Vá para o hotel, e não saia de lá, Cínthia. ’’

Fiquei preocupada, mas só respondi um ‘’Ok’’. Tom, ao contrário de mim, ficou tenso. Ele sabia de algo.

Chegamos ao hotel, e subimos até o quarto. As bagagens já estavam lá, e eu só me joguei na cama e Tom foi para o chuveiro. Peguei o controle, e liguei a TV. Por mais que eu saiba falar japonês, sempre é estranho assistir programas com outros idiomas. Procurei um canal em alemão. Nada. Porém achei um em inglês. Estava passando um noticiário, e logo saíram imagens de Bill, Bruck, e Howard fugindo de alguns paparazzi e entrevistadores. E aí, uma foto de Chloë e outra de Charlotte apareceram na tela.

‘’Depois de anunciarem o noivado entre Tom Kaulitz e Cínthia Ardeoux, mais conflitos infernizam a parceria entre as duas companhias alemãs. Na tarde desta segunda, a herdeira Chloë Ardeoux e a estilista Charlotte Novakovic, também esposa de Bill Kaulitz, foram vistas pela última vez saindo do shopping principal de Berlim. As duas mulheres com grande influência na moda estão desaparecidas desde as 2:00 PM. Não há nenhuma pista de onde elas estejam. A família não quis dar entrevistas. Voltaremos com o caso quando tivermos mais informações. ’’

Foi o que eu ouvi vindo da TV. Me levantei da cama rápido, e bati na porta do banheiro.

- Tom? TOM!

- Estou saindo. – Ele respondeu.

Eu não sabia o que fazer, mas eu precisava saber mais sobre o que havia acontecido em Berlim na minha ausência.

Peguei um de meus telefones na bolsa, mas ele estava incapaz de realizar ligações.

I can see the writing on the wall
I can't ignore this war
At the end of it all
Who am I living for

( Who Am I Living For – Katy Perry)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Wrong Turns You On" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.