Remember Yesterday escrita por Shaarp


Capítulo 7
Capítulo 7 - In The Cold Light Of Morning


Notas iniciais do capítulo

Não tem nada tao util assim nesse capítulo, mas eu gosto da filosofia de vida que coloquei pro Bam, voces verão. Enjoy



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In The Cold Light Of Morning

(Flash Back Mode on)

Katherine Casay.

Acordei dolorida, e com a luz forte do sol derretendo meus olhos semicerrados. Tentei me mover, e então percebi que eu estava nos braços de alguém. E toda a lembrança da noite anterior me veio à cabeça.

Sorri.

Sim, eu estava ali, dormindo de conchinha com Ville, apertada no sofá. Como diabos fomos acabar caindo no sono? E se alguém nos visse daquele jeito? Seria o fim, não teria mais como explicar... Alias, não dava pra explicar nem pra mim mesma o que acontecia.

Levantei-me dali com toda a delicadeza, mas Ville deu um gemido sofrido quando me soltei de seus braços. Queria ter poder ter ficado ali, sem me importar com o que ninguém pensaria, sem ter de dever nada pra ninguém, mas isso estava fora do meu alcance. Eu não me importava mais com Bert, mas sabia o tamanho do problema que o mesmo traria.

Voltei até a cama de Ville e peguei alguns cobertores para cobrir o garoto, não o abandonaria ali no relento gelado da manhã. O cobri com um cuidado minucioso para não acordá-lo.

Parecia um anjo caído e em sono profundo. As mechas de cabelo caindo sobre seu rosto, que mantinha uma expressão de calmaria. Com o que estaria sonhando? Eu queria acordá-lo e abraçá-lo da maneira como fizemos naquela madrugada. Mas me contentei em apenas dar-lhe um beijo na bochecha ainda inchada.

E então a porta do Painel de Controle se abriu. Assustei-me dando um pulo.

_Então a bela adormecida acordou? –Uma voz debochada ria baixinho atrás de mim, a voz de Bam Margera.

_O quê você ta fazendo aqui? –Gaguejei agora dentro da sala de Controle.

_Calma, Kat. Eu faço isso todos os dias, acordo mais cedo pra editar algumas filmagens.

_D-des de quando você esta aí?

_Se você ta querendo saber se eu vi o casal dormindo de conchinha no sofá, sim, eu vi. E estou muito decepcionado com você Kat... Alias, com vocês dois!

_Olha Bam, não é nada do que parece, ta bom? Só ficamos conversando essa manhã e acabamos pegando no sono e...

_Custava me contar? Poxa Kate! Eu sou seu melhor amigo, não sou? Achei que não tivéssemos segredos. Você devia saber que eu adoraria ver meus dois melhores amigos apaixonados, não precisava ter medo de me contar.

_Bam! –Tomei fôlego e suspirei, eu sabia que seria impossível agora explicar para ele o contrario, quando o filho da puta coloca uma idéia na cabeça, nada nem ninguém tira. –Bam, olha... Não é nada disso. Eu e o Ville não estamos tendo um lance nem nada do tipo, só acabamos dormindo desse jeito, okay?

_Há, não é isso que as câmeras dizem... –Bam sorriu, ligando uma telinha que repetia um mesmo tape de filmagem, a cena vista de cima em que eu e Ville nos beijamos.

_Fico muito feliz de saber disso. Larga de vez aquele otário do Bert, ele não te merece. Você e o Ville fazem um casal lindo, e eu confio nele.

_Bam, chega! Não é nada disso, ta bom?

_E aquelas cenas tão românticas quanto as de um filme, dessa mesma manhã? Foi ilusão de ótica da câmera? -Apontou para a telinha de 14 polegadas.



Agora me encontrava sentada na mesa redonda da cozinha, tentando explicar pro Bam tudo o que estava acontecendo dentro de mim e todo aquele sentimento que eu não conseguia mais segurar. Aquele sentimento que gritava dentro de mim constantemente, me pedindo para ficar cada vez mais e mais perto daquele garoto finlandês.

_Você está apaixonada, Kat. –Ele sorria de orelha a orelha. –Pela sua euforia, eu sinto que é a primeira vez que se apaixona de verdade desse jeito, não é? Eu duvido que você se sinta assim ao lado de Bert.

_Eu não amo o Bert e isso não é segredo pra ninguém. E pára de sorrir pra mim desse jeito bobo, não está me ajudando! Eu não sei o que fazer, Bam!

_Bom... Apesar de estar adorando essa idéia, eu também não sei o que vocês dois podem fazer como esse rolo.

_Não... Eu não acho certo ficar enganando o Bert assim, ele me ama de mais e não merece isso. Mas o que eu posso fazer? Vou me entregar assim de bandeja pra um sentimento sem o menor sentido do qual eu nem sei onde vai dar?

_E o que você pretende fazer, então?

_Eu vou dizer pro Ville que é melhor nem começarmos com isso, vou dizer pra ele ficar um pouco longe nos próximos dias, e tudo vai voltar ao normal, como era antes e como era pra ter ficado. Não tem nenhuma lógica sã nesse lance entre nós, e mal nos conhecemos, é obvio que é algum tipo de paixonite passageira, e logo eu nem vou mais me lembrar que isso chegou a acontecer. –Sempre fugindo.

_E é isso que você quer, mesmo? Ou você está sendo orgulhosa de novo?

_O que isso tem a ver com orgulho?

_Seu orgulho te impede de seguir em frente com o que seu coração acha certo, simplesmente por que você tem medo de se arriscar e levar um tombo, então é melhor deixar tudo do jeito que está, não é? Mesmo você sabendo que assim você não vai estar feliz do jeito que poderia. Você tem medo, não estou certo?

_Medo, do que eu teria medo? Isso não faz sentido, Bam. –Meu coração palpitava o contrario de tudo o que eu dizia, como se gritasse tentando me chamar atenção para ser sincera comigo mesma. Bam estava certo em tudo aquilo e eu tinha medo e orgulho de mais para dizer que sim.

_Há, você está morrendo de medo, está aflita, Kat! Não sabe o que te espera e isso te assusta. Você prende você mesma nessa babaquice, não percebe? Seu medo de amar é o seu medo de ser livre, de simplesmente fazer o que tem vontade. Você quer seguir um padrão, quer seguir regras de conduta, quer fazer o que dizem que é certo, mesmo sabendo que lá no fundo isso não é o certo pra você, mesmo sabendo que tudo isso não passa de uma grande mentira que você conta pra si mesma simplesmente pra tornar as coisas um pouco mais fáceis. Você não era assim na época dos rolês, você era mais forte.

E de repente eu estava chorando como um bebê, jogada no colo de Bam Margera. De onde aquela cabeça de amendoim havia tirado tudo aquilo, afinal?

_Eu já passei por isso, Kate. Amorosamente e de outras maneiras, e aprendi que nem sempre o que o mundo te ensina que é o certo realmente é o certo. Você devia saber isso, ou você só ia contra as regras por simples rebeldia? O skate me ensinou a quebrar barreiras de conduta, de regra, de gravidade e de mim mesmo, e é simples assim, com um raciocínio de skatista que eu levantei uma ideologia de vida, e até hoje ela deu muito certo pra mim. Tem uma frase que explica bem isso: “Eu não vivo como os padrões me mandam viver, eu não falo como os padrões me mandam falar, eu não ouço como os padrões me mandam ouvir, eu não faço as decisões que os padrões me mandam decidir. Eu quebro as barreiras que os padrões me impõem e além delas eu construo meus próprios padrões, baseando-me simplesmente na maneira como eu quero viver e aproveitar minha vida.”

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In the Cold Light of Morning _Placebo


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando. E deixem reviews, eu adoro reviews *voltando pra escrever mais um capítulo*



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