Meu Neko escrita por Naru


Capítulo 2
Capítulo 2




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Avisos: Yaoi, Kai x Ray, um pouco fluffy, vários capítulos, ficwriter preguiçosa... o.o' É, acho que só XD

Se você ainda não sabe o é yaoi, significa romance entre garotos. Se não gosta, recomendo que clique naquele 'X' logo ali em cima n.n'

E como todos deviam saber, Beyblade e seus personagens não me pertencem, e sim a um sortudo que teve a idéia antes de qualquer um de nós

Que venha a fic o/


Meu Neko

Capítulo 02


Os primeiros raios de sol começavam a bater no rosto de Ray. Como tinha passado a noite fora, não fazia a mínima idéia de que horas seriam, mas sabia que era cedo. O céu ainda tinha alguns rastros da noite que acabara de ir embora, o que lhe dava mais certeza de que poucas horas daquele inicio de dia haviam se passado. Pela sua cabeça ainda passavam-se os pensamentos do dia anterior, os motivos de sua fuga... e todos os acontecimentos das últimas semanas.

Há algum tempo vinha se questionando se era mesmo necessário na equipe. Kai, como exímio lutador e capitão, levava todos os créditos por ter conseguido a proeza de treiná-los e levá-los aos prêmios e títulos de campeonatos que haviam conseguido, mesmo que separados. Tyson era a estrela principal. Todo e qualquer título que conquistaram, ele era o responsável por vencer as maiores e mais difíceis lutas. Max e Kenny já eram amigos de Tyson desde antes da formação da equipe. Com certeza, estavam ali com o principal intuito de continuar com aquela amizade, aprendendo mais e mais com os ensinamentos de Kai e participando das brincadeiras ao lado de Tyson.

Mas... e ele? Qual era o seu papel?

Considerava-se um intruso em meio aos demais. Até mesmo Kai já tinha contato com eles antes do campeonato que os juntou, quanto a Ray, estava ali apenas por convite do Sr. Dickenson. E agora, com aquela discussão que tivera com Kai... as coisas estavam ficando cada vez mais complicadas para seu lado...

Estava certo, teria uma séria conversa com todos e explicaria como se sentia. Se houvesse necessidade, ele se afastaria e voltaria para a China, seu país de origem. Não se sentia nem um pouco incomodado com essa possibilidade, tinha seus amigos dos White Tigers lá, certamente iriam lhe acolher!

Ao tentar virar-se para o lado, Ray percebeu que estava deitado no chão, e não no banco daquela praça, conforme suas últimas lembranças. "Eu devo ter rolado durante a noite e caído do banco... Deve ser isso!"

Tentou ficar de pé também, mas percebeu que seus pés não o suportavam e caiu novamente no chão, apoiando com as mãos para não se machucar. "Mas que droga! O que acontece?", pensou.

Foi então que teve certeza de que havia mesmo algo de errado, quando tentou abrir a boca e reclamar consigo mesmo. - MIAU!

Por um momento, todos os seus pensamentos se dispersaram e a única coisa que prestava atenção era na última palavra que havia acabado de pronunciar. Seu cérebro parou apenas para tentar processar a informação e que, de certo, não seria lá muito agradável. "Espera um pouco... essa voz não é minha!"

Tornou a cabeça para baixo, a fim de tentar constatar o que sua mente já sabia. Temia encontrar evidências daquilo, mas era a única solução. Ou olhava, ou permaneceria sabe lá Deus quanto tempo com aquela dúvida. E foi quando sua respiração quase parou ao olhar para suas mãos. "Essas também não são minhas mãos!"

Uma visão por todo seu corpo e, dessa vez, Ray pode sentir seu coração parar. Aquele, com absoluta certeza, também não era seu corpo...

"E-eu... eu virei um GATO!!!" 1

Quanto mais ele tentava se acalmar, mais se desesperava. Afinal, não é qualquer dia, nem por qualquer motivo, que alguém adormece como um humano e acorda como um felino! Foi então que lembrou de mais um detalhe. Ele não fazia a mínima idéia de onde poderia ter ido parar, depois de todas as suas andanças na noite passada.

Ainda sem entender nada de como aquilo tudo tinha acontecido, Ray partiu a andar sobre suas quatro patas em busca de alguma resposta ou algum caminho que levassem-no de volta para casa.

"Vamos, Ray! Pense... o que pode ter acontecido?! Até ontem não era essa a imagem que tinha de você!!!", era a única coisa que conseguia pensar. Tentava fazer um pequeno flashback dos últimos acontecimentos, mas tudo aparentava normal. Primeiro, a discussão com Kai logo cedo. Depois, fugira de casa, na esperança que pudesse refletir sobre sua participação na equipe... seu relacionamento com Kai e os demais...

Após andar por algumas horas seguidas, a paisagem parecia não ter mudado, não ter alterado em nada. Andar sobre quatro patas não era lá uma experiência muito proveitosa. Ainda mais quando se tinha que encontrar o caminho de uma casa, quando você nem fazia idéia de onde estava. Enquanto isso, o desespero só aumentava ainda mais... Parou ali mesmo onde estava e pôs-se a gritar, mas de sua boca só saiam miados.

- MIAU! MIAU! MIAU!

- Cala essa boca, gato idiota!!! - gritou um rapaz que passava perto de Ray, afugentando-o.

"Droga! Desse jeito eu não vou conseguir chegar a lugar nenhum!!!", pensou. Mas ele não teve tempo nem de pensar no que poderia fazer para voltar, pois sentiu um vento quente soprar em sua nuca. O sangue começou a gelar só de imaginar o que poderia ser. E ao ser virar, não conseguiu acreditar. Havia um enorme cão rosnando para o pobre gato indefeso à sua frente.

Neste caso, o gato era Ray!

"Se acalme, Ray! Se acalme! Não precisa temer, ele é apenas um cão... somente um cão! Um lindo cãozinho...", repetia como se fosse um mantra. Ele queria correr, mas suas patas pareciam paralisadas e não estavam auxiliando em nada naquele exato momento. A cada milésimo de segundo que o cão e Ray se encaravam, o outro só rosnava mais e mais. "... e eu sou apenas um gato!!!", completou seus pensamentos.

Forçando-se a correr para se proteger, Ray finalmente conseguiu mover suas patas e sair dali, mas quanto mais corria, mais o cachorro o perseguia.

"E-eu vou morrer!!!"

Tentou enganar seu perseguidor entrando em um beco e se escondendo em algumas caixas que estavam jogadas no lixo, na esperança de que assim que o cachorro não o encontrasse, fosse embora dali e deixasse-o em paz. Mas Ray ainda não estava acostumado com seu "novo" corpo. Era demais esperar que de uma para outra ele conseguisse se adaptar à nova realidade que lhe era imposta. Tentou se manter quieto durante todo o tempo mas, por vez ou outra, acabava se mexendo. E isso acabou deixando o outro perceber onde estava escondido.

"Se existe mesmo um Deus, onde ele está agora?!"

Saiu desesperadamente, numa tentativa de escapar novamente. Corria com todas suas forças, como nunca tinha corrido antes, perdendo o equilíbrio diversas vezes.

"O que mais falta me acontecer???"

Alguns metros mais a frente, sentiu alguns pingos caindo sobre seus pêlos. "CHUVA???"

Olhou para trás para verificar se o cão ainda estava atrás dele, mas infelizmente sim... a chuva que começava a cair parecia não ter afugentado o outro. "Porque eu fui perguntar?"

Suas patas já estavam começando a sentir a dor devido à corrida exaustiva. Por mais que tentasse distrair aquele cachorro, alguma coisa o entregava. E ele acabava tendo de correr mais ainda, em meio a toda aquela chuva.

De repente, sentiu algo agarrando seu corpo, levantando-o para o alto e envolvendo-o com um pedaço de pano branco.

- TE PEGUEI! - disse a voz que o tinha salvo.

Por um momento, Ray lembrou-se daquela voz. Era uma voz familiar e sabia que tinha ouvido muitas e muitas vezes, só não se lembrava quando e onde... Mas aquilo não era importante naquele momento. O que mais queria era sair logo daquela chuva e dispersar aquele cachorro.

Não era muita coisa, mas sentiu-se mais aliviado com tal acontecimento. E após isso, o cão que o perseguia correu dali. "Minhas preces foram atendidas...", pensou, voltando seus pensamentos para o conforto do colo que agora estava. Precisava agradecer àquela pessoa, quem quer que fosse!

Percebeu também que os pingos pararam de cair sobre ele, mas ao olhar à sua volta, descobriu que apenas tinha sido levado para algum lugar coberto. Não demorou muito e seu "salvador" estava enxugando todos os seus pêlos com aquele pano. E aquilo lhe causava um certo contentamento, pois, conforme o pano deslizava pelo seu corpo enxugando-o, fazia também um gostoso carinho. E foi impossível não deixar de ronronar...

- Você poderia ter morrido se aquele cachorro continuasse atrás de você... precisa tomar mais cuidado! - comentou aquela pessoa.

E novamente aquela voz... Ray não conseguia recordar de onde conhecia. Por mais que tentasse se lembrar, nada lhe vinha à cabeça... "Deve ser algo da minha imaginação..."

Quando finalmente se viu livre, virou-se e, ao ver o pano com que fora secado, foi então que algo em sua memória começou a vir à tona. Aquele pano também era muito conhecido. E não era um pedaço de pano qualquer. Mais parecia um lenço... e se Ray bem se lembrava, somente uma pessoa que ele conhecia usava um lenço daquele tipo. E com certeza, aquela era a última pessoa que ele poderia pensar que fosse, principalmente depois de tal ato. "Não pode ser...!"

Suas suspeitas se confirmaram quando se virou um pouco mais e finalmente pode visualizar a face de seu "salvador".

"K-KAI???"

Ray se assustou ao ver que era Kai que estava ali lhe ajudando. Nunca em sua vida pensou que justamente seu capitão, que era tão frio e parecia não se importar com ninguém, pudesse ter uma atitude como aquela. Começou então a se debater, tentando se livrar dos braços de Kai, e acabou causando diversos arranhões nele...

- Hei! Eu só queria ajudar!!!

"Ajudar?! Justo você? Hahaha... conta outra!"

Kai então largou o gato no chão, abriu novamente o guarda-chuva que tinha em mãos e saiu dali, deixando Ray para trás. Por um lado, Ray não se importou com isso. "Melhor assim! Eu posso me virar sozinho", e se virou para continuar seu caminho num sentido oposto que o de Kai.

Mas... mudou completamente de idéia, quando deu de cara com a chuva que ainda insistia em cair. Parou e pensou duas vezes antes de dar meia volta. "Pensando bem... esse pode ser o único jeito de eu conseguir voltar pra casa...". E Ray estava certo. Se continuasse ali, poderia ser perseguido por outro cachorro, tão ou mais feroz que aquele anterior. Além de que não tinha idéia de onde estava. Realmente, o fato de Kai ter aparecido ali, era uma benção dos céus.

- MIAU! - era a única coisa que Ray conseguia falar, mas ainda assim, tinha esperanças de que servisse para algo.

Ao ouvir aquele miado, Kai virou-se para ele novamente. Ele não sabia o que era, mas sentiu algo de diferente naquele gato. Algo que não sabia como explicar...

- Aconteceu alguma coisa?

Ele bem que gostaria de explicar tudo que havia acontecido para Kai... desde a sua fuga até mesmo a surpresa que levara ao acordar no corpo de um... felino! Mas Ray não conseguia dizer o que era. Não importava quantas vezes tentasse falar algo, Kai nunca entenderia, afinal, a única coisa que conseguia falar agora era Miau!

- Você parece não ter dono.

Tentando se redimir dos dados arranhões anteriormente, Ray começou a se entrelaçar carinhosamente nas pernas de Kai.

- Eu não posso te levar pra casa, teria problemas com os demais...

Ray olhava incrédulo para Kai, diante tal comentário. Nunca imaginou que um pequeno gatinho pudesse causar problemas a ele. "Problemas? Com quem?"

- ... principalmente com o Ray!

Ray não conseguiu acreditar naquilo que tinha acabado de ouvir. Como ele ousava dizer uma coisa dessas? Nunca, desde que dividia o quarto com Kai, que ele tinha impedido Kai de fazer algo. Pelo contrário, ele sempre deixou de fazer as coisas que queria, por temer algum tipo de reprovação de seu capitão.

Mas Ray estava disposto a conseguir voltar para casa, custe o que custar! Mesmo que para isso, precisasse da "ajudinha" de Kai. E como o único meio de alcançar tal objetivo era conseguindo a atenção dele, fazendo com que ele o levasse para casa... Missão impossível? Talvez. Mas não para Ray que, diante aquela situação, faria o possível e o impossível para sair daquele local...

Sem ligar para o que Kai poderia pensar quando descobrisse quem ele era realmente, Ray continuou a se entrelaçar nas pernas de Kai.

- Mas que coisa!!! Eu já disse que não posso!!! Será que você não me ouviu?!

Ray se assustou com o tom de voz de Kai, mas ele era persistente e não desistiu, mesmo percebendo que Kai estava começando a se alterar...

- Pára de ficar se esfregando no meu pé!

"E-eu... eu não posso! Eu tenho que voltar pra casa!"

Sem esperar qualquer outro tipo de reação, quando Ray voltou para novamente passar rente as pernas de Kai, pode ver que ele já não estava mais no local onde estava parado anteriormente. "Droga Kai! Onde você se meteu?"

Já estava perdendo as esperanças de encontrá-lo novamente quando seus olhos felinos captaram um pouco mais além dali, na escuridão, um vulto se mexendo. Prestou bastante atenção e então percebeu que era nada mais, nada menos, do que Kai, que estava sentado num canto mais seco.

- Venha! Vou ficar aqui com você até que a chuva passe!

Se gatos pudessem sorrir, certamente Kai poderia notar no rosto daquele à sua frente um enorme sorriso, Para Ray, aquilo era uma ótima noticia, afinal agora tinha mais tempo para convencer Kai de levá-lo de volta para casa.

Sem hesitar nem um pouco mais, Ray correu e pulou no colo de Kai, se aconchegando até que Kai começou a acarinhá-lo. Não demorou muito para que Ray começasse a ronronar diante as carícias do amigo. 2

- Você gostou mesmo de mim, não é? – disse Kai, sem saber que não é que ele tinha gostado. Mas sim que, sendo um gato e recebendo todos aqueles agrados, era impossível não deixar de fazer aquilo.

Pouco tempo depois, a chuva parou. Ao perceber, Kai logo se levantou. - Não há mais o que temer, agora você pode ficar tranqüilo! A chuva já passou!

Mas não tinha como Ray se sentir mais tranqüilo. A única maneira que tinha de voltar para casa, estava prestes a ir embora dali. Quando Kai ameaçou sair, sentiu algo macio se acariciando em suas pernas. Era aquele gato novamente...

- Escute gatinho... eu não sei se você me entende, mas eu não posso te levar para casa!

Mas quanto mais Kai insistia em dizer que não podia, mais Ray insistia tentando convencer que este devia.

- ...Ou posso?

As insistências de Ray estavam dando resultados. Kai já estava começando a pensar na possibilidade de levar aquele gato para casa. Porém, não pensou que seu firme capitão mudasse tão fácil de idéia.

- Tudo bem, tudo bem! Você venceu, vamos!

Agora era tudo uma questão de tempo até que conseguisse descobrir um modo de voltar à sua forma original. Toda a raiva sentia de Kai desde a noite anterior havia se dissipado. Agora, restava apenas a gratidão por estar voltando para o seu aconchego...


..........Continua..........


Próximo Capítulo: O primeiro obstáculo foi vencido, mas Ray ainda precisa enfrentar os demais membros da equipe nessa sua nova... forma!


N/A: Olá para todos o.o/


Tá, eu sei, podem me xingar por ter feito isso XD Talvez alguns de vocês devem estar se perguntando: Por que raios você transformou o Ray em um gato? E por que diabos o Kai está se dando bem com o gato? O.o'

Yare yare... primeiro, o Ray é quase que um gato perfeito, só faltava alguém transformá-lo XD Segundo, não sei se alguém aqui se lembra, mas no começo de G-Revolution, o Kai aparece conversando com um gato... chega até colocar um prato de leite para ele! n.n (eu delirei durante essa cena XD) E acho que, alguns epis para frente, ele também aparece em um beco, com um (ou mais gatos) em volta dele o.o Portanto, acredito que ele deve gostar bastante de um felino, assim como eu n.n''

Espero que tenham gostado o.o''

Kissus!


1  Fetiche da Naru nº19 – Ray se transforma em um gato XD

2  Fetiche da Naru nº 20 – Ray (gato, lógico!), ronronando no colo do Kai XD


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