You Left Without Me escrita por Sill Carvalho, Sill


Capítulo 1
Único - Você Partiu Sem Mim


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Hoje Jasper e eu estamos completando dois anos de namoro. Ele falou que comprou ingressos para o show da banda Paramore.

Bom ele sabe que eu gosto, então comprou para me agradar. Ele sempre tenta fazer tudo que eu gosto, mesmo ele não compartilhando do mesmo gosto algumas vezes.

Ele é o melhor namorado que um dia imaginei encontrar. Sempre tão carinhoso, gentil, cavalheiro, faz tudo que eu quero. E claro que algumas vezes me aproveito disso, mas nada que possa magoá-lo.

Minha família, não sei porque, mas sempre põe defeitos no Jasper, ao contrário da família dele que sempre me trata super bem.

Ás vezes chega a ser constrangedor a forma hostil em que minha família o trata. Mas Jasper fala que não liga para o que eles pensam. Que apenas o que importa é o que sentimos um pelo outro.

Somos os protagonistas de nossa história e os coadjuvantes que guardem suas opiniões.

Jasper chegou à portaria do prédio em que vivo com meus pais, desci imediatamente.

Assim que me viu, veio ao meu encontro e me abraçou.

Deus como amo esse homem. É inexplicável a forma como me sinto bem só de sentir seu cheiro, tudo nele exerce poder sobre mim, é como se fossemos almas predestinadas.

– E aí minha pequena está pronta para se divertir? – perguntou após um abraço, e um beijo nos meus lábios, que por sinal sempre me causa arrepios quando ele me toca.

– Com você meu amor, tudo sempre se torna diversão, não importa onde. Pode ser até em uma casinha de sapê. – falei e sorrimos juntos.

Ele beijou meus lábios mais uma vez, depois abriu a porta do seu carro para que eu entrasse. Em seguida ele entrou também e colocou uma música para tocar.

Em alguns momentos ele segurava minha mão e me olhava com ternura, eu apenas sorria para ele, e meu coração palpitava em meu peito num compasso acelerado.

Essa foi à música que estava tocando quando nos conhecemos. Na casa de um amigo em comum. Nesse mesmo dia demos o nosso primeiro beijo.

É incrível como nos sentimos bem quando estamos juntos. Jasper me completa.

Algum tempo depois, chegamos ao local onde haveria o show.

Estava lotado. Jasper segurava minha mão com força enquanto andávamos em meio à multidão. Isso porque falei que queria ficar próximo ao palco.

Encontramos um local, digamos que razoável.

Quando a banda entrou no palco foi um deus nos acuda. A maioria das pessoas gritavam ensandecidas. E eu, claro, não ficava atrás, gritava e pulava feito um canguru destrambelhado.

Mas aí eu parei quando não pude ver mais nada, porque uns seres enormes ficaram em minha frente. Tá todo mundo era maior que eu.

Suspirei de frustração.

Jasper percebeu e falou próximo ao meu ouvido para que eu pudesse entender o que ele falava.

– Amor, sobe em meus ombros, assim você pode ver.

Em seguida, abaixou-se para que eu subisse em seus ombros. Claro que subi né, e olha, eu fiquei alta.

Fiquei assim por certo tempo, depois pedi para descer, ele poderia está cansado e não é justo abusar tanto do meu lindinho.

Fiquei por ali mesmo sem poder ver tudo, apenas curtindo com meu Jazz.

Quando o show acabou, nos dirigimos ao estacionamento para pegar o carro e voltarmos para casa.

– Está feliz meu amor, minha pequena? – perguntou enquanto andávamos de mãos dadas.

– Muito Jazz! Você é o máximo, me trouxe aqui e ainda me deixou subir em seus ombros – falei um pouco saltitante o que fez com que ele sorrisse.

– Jazz, você não se cansou com meu peso? – perguntei ao balançar nossas mãos.

– Imagina, você é levinha, meu amor.

Ao falar isso, ele me pegou em seus braços e me girou no ar, deu uma gargalhada, a mais gostosa que já ouvi, que só ele sabe dar.

Olhou em meus olhos e me beijou com paixão. Paramos o beijo ambos ofegantes, ele me pôs de volta ao chão. Em seguida entramos no carro e fomos embora.

Conversamos durante todo o percurso e rimos de nós mesmo.

Ao chegarmos em frente ao prédio, Jazz estacionou o carro próximo a calçada. Depois me olhou com uma cara safada e falou:

– Vamos para o banco de trás?!

Pisquei para ele e fui para o banco de trás, nem desci do carro, passei entre os bancos mesmo.

Jasper desceu e entrou pela porta traseira.

Logo se posicionou sobre mim, me beijando com urgência. Suas mãos quentes e urgentes percorriam todo meu corpo me causando calafrios.

[...]

No banco traseiro de um carro, às quatro da manhã, fizemos amor descontroladamente, o único som que se ouvia era nossa respiração ofegante e gemidos de prazer abafados por nossos beijos.

Depois de nos saciarmos, Jasper me puxou para deitar em cima dele. Permanecemos assim por um tempo, apenas abraçados sentindo o cheiro um do outro. E nossa respiração voltando ao normal.

Tentei me recompor para entrar no prédio, meu cabelo estava horrível, úmido de suor. E o de Jasper nem se fala, estava completamente molhado.

Quando estávamos prontos para descer do carro fomos surpreendidos por dois homens armados, que bateram no vidro da janela do lado em que eu estava.

O vidro por sinal estava muito embaçado.

O cara que bateu no vidro disse:

– Saí do carro, saí do carro!

Olhei assustada para Jasper, ele segurou minha mão com força ao sairmos do carro.

– Vacilou mané, é um assalto! Quero tudo de valor que tiver e a chave do carro.

– Tudo bem, está tudo dentro do carro – Jasper falou ao entregar a chave para um dos caras, enquanto o outro apontava a arma em nossa direção.

Meus olhos estavam embaçados pelas lágrimas causadas pelo medo, que mesmo que eu tentasse, elas insistiam em cair. Eu apertava a mão esquerda de Jasper com muita força, estava com muito medo. Jasper massageava minha mão com seu polegar tentando me acalmar.

O cara que recebeu a chave do carro deu uma gargalhada que gelou meu coração.

Então ele falou:

– A mocinha vem com a gente! Queremos que faça conosco o mesmo que fez com você.

Ao falar isso, os dois bandidos olharam para mim com desejo escancarado.

Segurei a mão do Jasper com toda força que eu tinha. E as lágrimas caíram em meu rosto, me denuncaindo.

– Não, ela não! – Jasper gritou com raiva. – Já têm o carro, os outros objetos o dinheiro, por que não vão embora?!

– Cara, você é egoísta! Não já teve prazer por hoje? Agora é nossa vez.

O cara estendeu a mão para me puxar, mas Jazz se posicionou em minha frente. O outro aproveitou que Jasper se distraiu com o primeiro e me puxou com muita força. Acabei caindo, ele me arrastou, ralando meus joelhos.

– Não, Jazz, socorro! Me solta! – gritei.

Meus joelhos sangravam e eu chorava muito.

– Solta ela! – Jasper gritou furioso, e tentou me ajudar.

Foi então que ouvir um tiro. Gritei de susto involuntariamente. Minhas pernas ficaram trêmulas, meu coração gelou.

Quando olhei, vi meu Jazz caído na calçada com a roupa suja de sangue.

Os caras, assim que deram o tiro, entraram no carro e fugiram.

Comecei a gritar por socorro, precisava de uma ambulância com urgência, e eu estava sem celular.

Me ajoelhei ao lado de Jasper, levei minha mão direita ao seu abdômen, onde sangrava muito, e já estava se formando uma poça no chão. Ele estava ficando fraco.

– Jazz, não dorme, por favor, fica comigo – falei meio atrapalhada pelos soluços de choro.

Algumas pessoas começaram a aparecer. Um senhor falou que havia chamado a ambulância, e que já estava a caminho.

– Jazz, eu te amo, não me deixe! Fica comigo, não feche os olhos, olhe para mim! – gritei desesperada. – Já vou te levar para o hospital, meu amor, resiste. Não me deixe.

Ele levou sua mão direita sobre a minha e com muita dificuldade, disse:

– Você está bem, minha pequena?

– Estou, mas é você que não está! Não feche os olhos, por favor, Jazz.

– Estou tentando, meu amor – disse ele, com dificuldade.

Então a ambulância chegou e imediatamente prestaram os primeiros socorros ao meu Jasper.

Meu pai apareceu e me segurou tentando me impedir de ir junto.

– Me larga! Eu vou com ele e não tente me impedir! – gritei para meu pai, que me soltou. Corri para ambulância e sentei ao lado da maca.

Fiquei segurando a mão de Jasper, a mão dele estava ficando fria. Já tinha uns tubos ligados a ele e uma máquina fazia um barulho que gelava meu coração.

A ambulância corria loucamente pelas ruas abrindo caminho entre os carros.

– Alice, minha pequena... Te amo e te amarei sempre – ele falou com muita dificuldade e apertou minha mão.

Então seus olhos se fecharam, sua mão deslizou da minha. A maldita máquina ficou em silêncio. O mundo inteiro pareceu ficar em silêncio.

Comecei a gritar, sacudindo ele.

– Fica comigo! Não me deixe, volta para mim, Jasper. Jasper, não faz isso comigo, minha vida.

Um dos enfermeiros me segurou, enquanto outros tentavam trazê-lo de volta.

– Volta, Jasper! Você prometeu que nunca me deixaria. Volta! Volta! – minha voz foi ficando fraca. – Eu te amo, fica comigo, volta para mim.

Não havia mais nada a ser feito, tudo chegou ao fim. Meu grande amor havia me deixado para sempre. E eu vi seu último suspiro, vi sua vida se esvair em minhas mãos e não pude fazer nada.

Minha visão ficou turva e tudo escureceu, não vi mais nada.

[...]

Um mês depois...

Fiquei muito mal, não queria mais viver. Para mim a vida havia perdido o sentido, viver já não era mais a mesma coisa. Tudo havia se tornado monótono, frio, sombrio, até respirar havia se tornado difícil sem ele ao meu lado.

Já não ia mais a universidade, estava me isolando do mundo, não queria ver os amigos.

A família de Jasper ficou terrivelmente abalada. Os pais perderam seu único filho homem. Estava sendo muito difícil para todos aceitarem essa tragédia.

Mas foi no segundo mês, após a morte dele, que tudo começou a mudar novamente. Descobrir que estava grávida de dois meses.

Isso me fez querer continuar a viver. Estava com um filho do meu único, e grande amor, crescendo dentro de mim. Não podia ignorar isso, eu não estaria mais sozinha, teria nosso filho. Nosso bebê.

A melhor lembrança que meu amor poderia ter deixado, estava dentro de mim se preparando para vir ao mundo.

Fiquei contando os meses, os dias, as horas, os minutos, e os segundos para ver seu rostinho e descobrir nele traços de semelhança com o Jazz.

Mas minha esperança foi ameaçada, quando minha família descobriu minha gravidez. Meus pais ficaram contra mim, pediram para que eu tirasse meu filho.

Como poderia matar meu bebê, fruto do meu amor com o homem mais incrível que conheci. Nunca, jamais faria isso, nem que tivesse que passar fome, não mataria meu filho.

Então eles não me aceitaram em casa, me mandaram ter meu filho longe deles, porque eu era a escória da família. Que na família deles não tinha mãe solteira.

Meus pais jogaram minhas coisas porta afora. E completaram, dizendo que nunca queriam olhar para o bastardo que eu carregava no útero.

Peguei minhas coisas e não olhei para trás, se eles eram capazes de renegar a mim e ao meu filho, não tinha por que ter consideração para com eles.

Peguei um táxi, chorando, e fui até a casa de minha amiga Bella, lhe pedir ajuda. Até que soubesse o que fazer de minha vida.

Dois dias depois de ter me instalado na casa dela, resolvi ir ao cemitério visitar a lápide de Jasper.

Passei em uma floricultura e comprei um buquê de rosas brancas. Depois, segui para onde repousava sem vida o corpo de meu grande amor.

Atravessei grande parte do cemitério sozinha, apenas com as flores e o nosso filho que estava dentro do meu útero.

Minha barriga ainda não estava visível, apenas percebia-se alguma se eu usasse roupas bastante coladas ao corpo.

Quando avistei sua lápide, as lágrimas me dominaram. Andei em passos lentos até parar em frente à ela e me ajoelhei, substituindo as flores secas pelas novas.

Nunca lhe faltava flores, eu ia uma vez por semana, e os pais dele também.

Levei minha mão direita à barriga e falei:

– Jazz, eu estou grávida. Nosso filho está crescendo a cada dia dentro de mim. Nosso filho, meu amor. Queria tanto que estivesse aqui comigo para ver nosso filho nascer e para vê-lo crescer. Ou filha porque não sei ainda o sexo, mas já o amo tanto. Amor porque me deixou? Você havia prometido nunca me deixar, mas me deixou cedo de mais, você partiu sem mim. Não imagina como estou sofrendo, sinto sua falta, sinto falta do seu cheiro, seu toque, sua voz, seu sorriso.

De repente senti uma pontada em minha barriga, e no mesmo instante uma nuvem de chuva escondeu o sol, vindo a garoar logo em seguida. Era como se o céu estivesse chorando comigo naquele momento.

Me deitei em cima da lápide em posição fetal, chorando. Minhas lágrimas se confundiram com as gotas de chuva.

Até que ouvi alguém me chamar, era minha amiga Bella e o namorado Edward.

– Alice o que faz aqui, na chuva? Estávamos preocupados com você. Você saiu de casa sem falar aonde iria. – Bella falou ao se ajoelhar ao meu lado, com um guarda-chuva.

– Vamos Alice, você não pode ficar aqui. Está grávida, e esse não é um bom lugar para uma gestante frequentar. – Edward falou ao me ajudar ficar de pé.

– Tudo bem – aceitei a ajuda e fui embora com meus amigos, os únicos que estavam me apoiando.

Ainda não havia falado para família de Jasper sobre a gravidez, estava com medo de ser rejeitada. Assim como fez minha família.

[...]

Meses depois...

Passaram- se sete meses, e uma vez ao mês eu ia ao cemitério visitar a lápide do Jazz. Era uma forma de mostrar que eu ainda o amava e que não o tinha esquecido. Isso jamais irá acontecer.

Em todas as visitas ficava falando sobre nosso filho. Descobri no quinto mês que é um menino e irá se chamar Pietro.

Agora estou vivendo com a família de Jasper, tomei coragem e contei que esperava um filho do filho deles.

Esme e Carlisle, os pais de Jasper, ficaram muito felizes com a minha gravidez, ao contrário dos meus pais, que nunca mais me procuraram.

A irmã de Jasper, Rose, todos os dias compra um presente para meu bebê. Ela estava, talvez, até mais ansiosa que eu pela chegada do Pietro.

Eles estão realmente felizes com a chegada do meu filho. De certa forma é uma continuidade de Jasper, uma lembrança viva do filho que eles perderam.

Nunca imaginei que minha vida fosse tomar esse rumo. Sempre me imaginei casada com Jasper e com três filhos. Sim, esse era o desejo do Jazz, ele sempre falava que queria três filhos, dois meninos e uma menina.

Mas o destino nos pregou uma peça e nos separou cedo demais, porque os bons sempre se vão cedo demais. Isso não deveria ser assim, está errado.

Meu Jazz se foi, partiu sem mim, e eu terei apenas um filho. O nosso único filho, um menino. E ele não está mais aqui, para vê-lo nascer. Isso não deveria acontecer dessa maneira.

[...]

Meses depois...

Faltando uma semana para completar nove meses de gestação, meu bebê nasceu lindo e saudável.

E como eu esperava, ele herdou muitas coisas de Jazz, como por exemplo: os cabelos loiros, só que lisos, os olhos verdes, e até mesmo algumas expressões faciais.

Quando vi meu filho pela primeira vez, a emoção foi indescritível, era como se estivesse vendo Jasper outra vez, tudo que mais desejei naquele momento foi segurá-lo em meus braços sentir seu cheiro.

Me sentir amada, outra vez.

Amo meu filho mais que tudo nessa vida, ele se tornou a razão de minha existência, é o único motivo para eu querer continuar a viver e acreditar que a humanidade ainda pode ser mudada.

A família de Jasper nem se fala, eles amam meu filho demais. Pietro mal chora e todos estão ao seu lado para mimá-lo. Estão estragando meu filho com tanto mimo.

Hoje, Pietro está completando um ano e eu nunca o levei ao cemitério para visitar a lapide do pai. Isso porque Esme nunca deixou que eu o levasse.

Mas hoje, estão todos distraídos preparando a festa de aniversário do meu filho, então vou levá-lo às escondidas.

Chamei um taxi e peguei meu filho, que estava brincando em minha cama, e sai sorrateiramente, ninguém percebeu.

O taxi me esperava na esquina da casa dos pais do Jazz, entrei no carro e expliquei onde queria ir.

O taxista assentiu e seguiu com o carro.

Pietro começou a chorar, não entendo, ele não está com dor, ele estava bem até agora, não está com fome, ele acabou de mamar.

Lhe dei a chupeta na tentativa de acalmá-lo, mas ele continuou chorando.

– Filho porque está chorando assim, meu amor? – falei enquanto ninava-o em meus braços.

O taxista me olhava através do espelho retrovisor com cara de quem não estava gostando de ouvir o choro.

Tentei de tudo, mas Pietro chorou o caminho inteiro. O taxi parou em frente de onde eu pedi. Saí do carro com meu filho ainda chorando.

– Filho não chore assim, está assustando a mamãe.

Será que ele está sentindo alguma dor? É melhor fazer o que vim fazer e voltar para casa logo.

Fiquei de frente a lápide do meu Jazz, lá ainda estavam às flores que deixei no dia anterior, estavam perfeitas.

Pietro ainda chorava, já estava até vermelho, e eu estava ficando preocupada, não é normal ele chorar assim. Ele é sempre muito calmo, é muito raro ele chorar.

– Jazz, meu amor, trouxe nosso filho. Ele é lindo e me lembra muito você. Gostaria muito que estivesse conosco, como uma família deve ser.

Lágrimas já percorriam meu rosto.

– Meu amor, desculpa, a visita é breve, preciso ir, nosso filho não para de chorar, estou preocupada com ele. Outro dia eu volto.

Então, olhei uma última vez a lápide de Jazz e segui em direção a saída.

Não sei o que aconteceu, só sei que assim que saí do cemitério Pietro parou de chorar. Fiquei sem entender. Parou de chorar e se aninhou em meus braços, ainda com o rostinho cheio de lágrimas, dei a chupeta para ele, fungou, sugando a chupeta.

Andei até um ponto de táxi com meu filho, já mais calmo, estava até cochilando agora.

Peguei o táxi e voltei para casa.

Já em casa. Imediatamente subi para meu quarto, não havia ninguém na sala. Ninguém me viu chegar.

Dei banho em meu filho e o deixei no berço. Fui tomar meu próprio banho para tirar qualquer vestígio de cemitério.

Ao sair do banheiro me deparei com Pietro em pé no berço, olhando fixamente uma foto de Jasper, que estava em um porta-retratos em cima da cômoda, ao lado do berço.

Fiquei observando a cena sem fazer barulho para não assustá-lo. Então, Pietro olhou para mim e deu o mesmo sorriso do pai, meus olhos se encheram de lágrimas instantaneamente.

Pietro estendeu os bracinhos para eu pegá-lo. O tirei do berço e ao fazer isso, senti como nunca havia sentido antes à presença do meu Jazz.

Meu filho sorriu para mim mais uma vez, e apontou sua mãozinha em direção a foto do pai.

Peguei o porta-retratos com a foto, e sentei na cama com meu filho no colo.

– É o papai, meu amor – falei para ele ao lhe entregar o porta-retratos com a foto.

Ele olhou a foto, depois olhou para mim e sorriu com o mesmo sorriso do Jazz.

Uma lágrima solitária desceu por minha bochecha, e meu filho, a única razão pela qual quero viver, passou sua mãozinha em minha lágrima a secando. Peguei suas mãozinhas e as beijei.

Agora eu sei que meu filho, meu Pietro, não nasceu por acaso, ele tem uma missão, que é me fazer feliz novamente.

Meu filho é especial, assim como o pai.

Hoje, mais do que nunca, estou sentindo a presença de Jasper perto de mim. Isso é surreal.

Fim


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam?
Não esqueça de comentar.
Beijos, e até mais.