25 – Um blueberry seqüestra meu celular.

Recobrei a consciência – desmaiar não é nada sexy, companheiros. Não tentem. – á tempo de assistir Joe congelar Brady – literalmente, com uma bomba de gelo, o Mrs. Escuridão tinha virado picolé de mau humor.

Depois de eu tomar um pouco de suco de everias – é meio que uma poção para suas forças voltarem... Bem, e se tomar demais, seu corpo fica azul com bolinhas amarelas. Nada demais... pintinhas estão na moda, esse ano...

Hora da aula com Professora Twittie, herbologia e botânica – a melhor aula do mundo. Infelizmente, Joe tinha aula de equitação, então não pude ficar me amassando com ele, no caminho até a estufa. Melanie é minha companheira na estufa – a única aluna que a professora Twittie tem coragem de deixar ser meu paireiro/parceira.

- Então o que aconteceu realmente, no dormitório? – Melanie me interrogou como sempre. Era obvio que ela sabia que não tinha nenhuma lontra flamejante á solta por aí.

- Você não vai acreditar, maníaca... – eu disse, me sentando em nossa mesa, e abrindo na pagina dos blueberries hiperativos. – Joe disse.

Batuquei animada na mesa – hey, posso não ser uma boa cantora de soul mais ainda posso ser uma exímia baterista... assim que eu descobrir e anotar no dicionário segundo Claire Bennett, o que é “exímia”.

- Joe disse o que?

- Joe disse: Quer namorar comigo, ó grande Profetisa? – surtei.

Melanie me olhou em choque: - Está brincando, não é?

- Nãããããão! – guinchei feliz – Joe é o cara mais legal do mundo! Quem iria pedir em namoro uma garota enquanto abotoa sua camisa?

Melanie ainda era descrente... Por que? Eu sou tããããão sexy, como Joe poderia não me pedir em namoro? Hmpff.

- Depois de seis meses... ele pede você em namoro enquanto  abotoa a camisa dele?

- Yeep! – saltitei.

- Quem entende os homens, afinal? – ela girou a sobrancelha – Joe faz parte da espécie mais confusa do universo...

- Bem, você tem razão.

- Todos com seus parceiros, meus queridos. – mandou a professora Twittie, parecia muito jovem, mas escutei que ela tinha mais ou menos noventa e sete, quando Ariela e Amentia conversavam em uma de minhas detenções. – Hoje, quero que fechem os bolsos e qualquer item que seja de seu agrado, seja mantido protegido em suas bolsas ou gavetas.

Ela nada mais era, que a melhor professora do mundo. Dane-se a idade, eu quero mesmo, é dar uma olhada naquelas plantas bizarras que ela nos mostra.

- Hoje vocês verão os blueberry’s ladrões. – ela sorriu e mostrou-nos uma cesta cheia de blueberry’s envolta por papel celofane. – Gallatea, e por favor... não jogue pimenta nos pobrezinhos.

- Culpada – ergui a mão e entreguei á professora meu potinho de pimenta do bolso. Todos riram. O que é? Eu não posso gostar de jogar pimenta em plantas malucas? Yeep, sim, eu gosto.

A professora distribuiu á todos um blueberry embalado, e pediu que não mexêssemos neles... Porque confiar nela, afinal? Meus instintos de femme fatalle estavam me dizendo pra desembrulhá-lo de uma vez. E foi o que eu fiz.

- Benny! – Mel grasnou – Que droga você acha que está fazendo?

- Ele está querendo sair, deixe o coitadinho...  – estreitei os olhos para ela, em maldade.

Para quem não conhece blueberry’s ladrões, eu vou dizer para você, meu companheiro: Eles são coisinhas muitíssimo fofas. Bem, não mais que eu, obviamente... pense só: PFFT! Continuando – posso filosofar sobre minha beleza o dia todo, se quiser – esses miniaturas, são azuis... dã... e tem duas perninhas tão... comestíveis! E dois bracinhos azuis pegajosos...

- Eles parecem ser deliciosos, turma. Mas se comerem eles, muito provavelmente vocês vão ficar com o estômago mais furado do que uma peneira... – Twittie sorriu, como se aquilo não fosse importante. E nem pra mim era, terminei de desembalar a criaturinha azul e cutuquei a sem parar até que ele começou a se mover.

- Benny... ele vai enlouquecer... lembra das mandrágoras? – ela me olhou com pânico.

Revirei os olhos, astuta: - Mandrágoras gritam, não roubam. – sorri, lembrando de quando todo mundo fiquei meio surdo porque eu acordei uma mandrágora. Nunca faça isso, á menos que queira deixar alguém surdo, companheiro.

O blueberry abriu seus olhos que eu não tinha percebido – era tão, OOOOWNT! – ele piscou com aquelas bolinhas mínimas e negras e... o pobrezinho não tinha boca.

- Muito cuidado na hora de desembalar seus blueberrys, eles são um pouco... explosivos. – Twittie segurava seu papel celofane e desembalava com cuidado, seu bichinho.

Meu blueberry se levantou e começou a saltitar.

- Benny... esse bicho vai causar algum tipo de confusão... – Melanie me advertiu enquanto desembalada com muita paciência o seu blueberry.

- Ei bebê, você quer brincar? – balbuciei enquanto fazia ele perseguir meu dedo indicador sobre a mesa. O que um bichinho como esse faria de mau á alguém? É ridículo companheiro, é como se eu estivesse me achando feia: IM-POS-SÍ-VEL!

- Benny. – Mel pegou um pote vazio de cresce-tudo e levantou ele com cuidado, para prender meu blueberry saltitante. – Em um... dois...

- PARE! – gritei – Não vai prender o Tennessee!

- Tennessee?!

- Sim... Ohio... Tennessee... você entendeu; - resmunguei ainda brincando com meu blueberry corredor. – Quer um pouquinho de cresce-tudo, Tennessee?

Meu celular vibrou em meu bolso. Okay – é claro que eu vivo com meu celular, até nas aulas. Não me diga que isso está fora das regras, como se eu não soubesse, babaca. Peguei-o disfarçadamente e na tela estava: Mãe, ligando!

Estava prestes á atender quando... ZAAAP!

Minhas mãos estavam vazias. O choque de meu celular desaparecer, me fez demorar alguns segundos pra entender; Quando eu vi... TENNESSEE CORRENDO FEITO UM DOIDO, COM MEU CELULAR EM CIMA DE SUA CABEÇA AZUL E MALÍGNA;

- Seu brotoejo engomado! – gritei, saltando para pegar meu celular. Mas Tennessee era mais rápido... ele corria por cima da cabeça de todo mundo, sem nem mesmo se importar.

- Gallatea, o que...? – Twittie viu que eu estava perseguindo um blueberry enlouquecido e tirou os óculos... já mencionei que ela era um milhão de vezes mais bonita sem óculos? Bem, eu teria mencionado se eu não estivesse perseguindo uma criaturinha de meio centímetro, endemoniada – por Hades! – com meu celular.

- EU TE DISSE! – grasnou Melanie, lançando uma bola de energia atrás do ladrão.

- CALA A BOCA! – gritei de volta, enquanto, apontava o dedo para o brotoejo ensandecido, em cima da cabeça de Aaron Lewis, que arregalava os olhos, quando um raio partiu de meu dedo em direção ao fugitivo de meio centímetro.

Acertei a testa do garoto, que tonteou e caiu, e o blueberry continuava a correr pelas paredes da sala, como se sua vida dependesse daquele celular. Bem, o celular era meu... E eu mataria Tennessee, para pegar ele de volta. Nunca roube o celular de uma garota, blueberry!

Agora, todo mundo – menos eu, maníaca do quarto, vulgo, Melanie, e a Professora Twittie, que lançava bolhas – é, é esse o poder dela. – de plástico em direção ao blueberry criminoso, estavam agachados debaixo de suas mesas, fugindo de nossas explosões atrás do maldito blueberry. O bichinho maldito, derrubou um pode de “pó para ferimentos” em cima de Hope, que olhava a cena com pavor.

- Tennessee, eu vou fazer de você um suco! – gritei e pulei em cima de uma mesa, correndo desenfreadamente atrás do ladrão de celulares.

Twittie por fim, lançou uma bolha, que envolveu o blueberry. ALELUIA, IRMÃOS! Pegamos o brotoejo enlouquecido. Dentro da bola, o blueberry voltou a dormir, e largou meu celular. AAAH, se ele não fosse tão fofo eu iria transformá-lo em suco concentrado.

- Está tudo bem, pessoal. Pegamos o blueberry da Gallatea.