A Profetisa - Heroes Series escrita por AliceCriis


Capítulo 23
22




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22 - Ártemis me faz um convite.

Eu nunca tinha perdido uma amiga ou um amigo... que morreram. E eu não recomendo, pessoal. Z estava meio que eu-não-ligo-pra-nada, mas mesmo assim, ela ainda era nossa amiga; E ver um Dot morrer, não estava na minha lista de Coisas que Claire Bennett quer ver em toda sua vida;

Mesmo com a súbita morte de Zoe – é companheiro, eu não estava de bom humor, nem pra me olhar no espelho... ABSURDO!

- Sigam sua senhora, escolhidas. – mandou Houlie.

Nós – as dez garotas com passos à frente, seguimos Ártemis sair do ginásio e ir para o arranha céu de Ariela. Entramos - junto com toda aquela multidão de mal amadas – em um corredor que eu não conhecia. Realmente era engraçado, eu conhecia todo o arranha céu de Amentia – tinha tempo de sobra pra explorar quando eu estava de suspensão por jogar um balde de shampoo de cavalo na Sharon. Quinze portas. Catorze delas, tinham símbolos em suas portas. Tentei não pensar muito na doidera que provavelmente elas significariam. Apenas adentrei a porta com um símbolo de um urso na porta – sem perguntas, Claire. Por favor.

Dez cadeiras e maaaaais uma porta no meio da sala. Que divertido! – sarcasmo.

- Sejam congratuladas á meu santuário, jovens escolhidas. – Ártemis era séria e calculista – Sigam-me: Selena Mogantrode, Helena Pregeer, Cornélia Huppert, Betty Tornth, Louise Vernigeer, Samantha Marcela Greench;

As seis meninas se levantaram e as seguiram com animação.

Sentei-me em uma das cadeiras e bocejei. – Harper, eu não disse que você conseguia, sua galinha penosa?

- Você vê o futuro, é injusto.

- Só conto alguns spoilers, da sua vida. Grande coisa. – dei de ombros.

Melanie e Leslie não falavam nada.

- Z morreu. – o único comentário que mortificou a sala, foi de Leslie.

- Ela sabia bem, para onde estava indo. – recitou Melanie, dura – Foi meio que... uma escolha.

- Não sei... talvez... Ela só tenha ficado deprimida demais; - supôs Harper.

- Estamos beeeem avisadinhos que estamos com o pé na cova... é só afundar um pouquinho, que não tem volta. – resmunguei olhando minhas unhas. – E qual foi o papo da Ariela? Perder a alma...?

- É isso mesmo. – concordaram as garotas – Ártemis poderia salvá-la... mas a alma estava evaporando. Você viu. – Melanie se retesou.

- Alguém pode viver sem alma? Bizarro! – arquejei.

- É melhor do que morrer – contrapôs Leslie.

- É loucura. – Harper disse – Já conheci uma pessoa sem alma. – ela tinha um ódio descrente na voz – Na maioria das vezes, as pessoas enlouquecem. E... perdem total noção do que é certo e errado...

Não pudemos nos aprofundar no assunto, porque a deusa abriu a porta e as seis garotas, jaziam nos peitos colares como os de Houlie – todas tinham atendido ao chamado. Grande porcaria, não é companheiros?

As Caçadoras novas e as antigas, juntavam-se e pareciam completas. Como se sempre tivessem trabalhado juntas. Elas saíram pela porta em que entremos e desapareceram no corredor. Pensei pra onde elas iriam... Maltratar alguns garotos, hã?

- Elas vão arrumas suas coisas, para seguir-nos com a Caçada – respondeu Ártemis.

Levantei as sobrancelhas e ela não ligou. – Sigam-me: Hasper Jessy Harper, Leslie Brank e Melanie Kurts.

Espera aí... e eu?

Elas deram as costas e entraram na sala.

Bem, eu bem que poderia ter uma bolinha de borracha no bolso da toga, não é? Não. Eu não tinha nenhuma bolinha, e nem bolso. Só fiquei remexendo com os enfeites da sala. Pombos e aves empalhadas por toda a parte, algumas ursas desenhadas sobre a tinta da parede e um tapete de um enooooooooorme urso: hora de chamar o IBAMA...

Não fazia idéia de quanto tempo que tinham demorado, enquanto eu rabiscava meu nome nas paredes com uma caneta que eu achei no chão. Logo minhas amigas saíram de lá, seguidas pela deusa, com a expressão insatisfeita.

- Melanie, sempre será bem vinda na Caçada... Enquanto estiver pura. – lembrou a deusa, apertando seu ombro.

- Obrigada, Ártemis. Mas acho que ainda planejo muuuuitas outras coisas, antes de me tornar uma virgem eterna. – respondeu Melanie, confusa.

- Minhas Caçadoras. – chamou a deusa. – Vão logo e aprontem-se!

Eu sabia que as coisas seriam assim. Harper – droga, de quem eu iria arrancar penas agora? – e Leslie iriam para a Caçada. Mas... Eu não tinha visto nada sobre Mel. E... Ela não foi. A única a recusar... Até agora.

- Sim, minha deusa. – responderam Harper e Leslie enquanto saiam da sala, correndo.

Melanie deu uma palmadinha em meu ombro. – Obrigada por não me deixar ser uma mal amada.

E com toda a pompa que podia, saiu da sala remexendo o traseiro.

- Enfim. – sorriu a deusa com muita satisfação – Siga-me Gallatea.

Ela caminhou com seu traje apertado – não muito na moda, devo acrescentar – e foi para sua sala. O lugar cheirava á florestas e tinha pele de animais recobrindo os dois sofás no meio da sala estreita.

- Afinal... Por que me chamar de Gallatea? – franzi o cenho para ela, caramba! Ela ainda não tinha percebido que eu não gostava dessa maldição de nome? AAAARG!

- Por que é um nome mítico. – ela me olhou com mistério – Sente-se.

Eu não me sentei. Só deitei de bruços em seu sofá. Aff... dane-se a deusa, esse dia estava sendo looooongo demais para a minha beleza. Espera... Gallatea... um nome mítico? Legal... pode me chamar de Gallatea então, companheiros.

- Então... o que quer dizer pra mim? – bocejei.

A deusa não estava estressada comigo e nem querendo meter uma flecha no meio da minha testa. Então eu continuei a não me importar com o que eu estava fazendo ali.

- Gallatea, estou aqui por sua causa. Acho que sabe disso...

- Claro, mas não sei o motivo de que está aqui por minha, maravilhosa causa.

- Você está muito confusa sobre... a grande profecia, não é?

Assenti.

- Eu estou lhe oferecendo uma chance. – seus olhos... antigos e bonitos brilharam selvagens – Estou oferecendo á você, que siga a mim e... Poupe-se de muito o que irá vir...

- Do que está falando exatamente? – estreitei os olhos em desconfiança.

- Você descobrirá coisas que desejará não ter descoberto... vai sofrer...  irá se machucar e tudo vai mudar para ti, Gallatea. – ela sorriu e passou a mão sobre seus cabelos escuros e trançados. – Estou oferecendo á você, uma chance de poder mudar o próprio destino. É só aceitar a mim.

- E por que está fazendo isso?

- Porque... somos muito parecidas, Gallatea. Somos... muito semelhantes. Mais até do que você pode compreender.

Fiquei olhando para seu rosto, tentando descobrir o que se passava naquela mente neurótica de um deus. Mas enfim desisti e fitei o teto.

- Não pode me dizer, o que é a grande profecia?

- Sinto muito. Apenas uma pessoa poderá lhe contar sobre isso...

- E por que não pode ser você?

- Porque você está predestinada á conhecer este alguém em breve... e descobrir tudo.

Fiquei em silêncio, pensando na minha confusão.

- Mas eu nem sou uma boa arqueira! – choraminguei.  – Por que quer que eu seja uma Caçadora?

- És a melhor de todas... Só basta descobrir.

Me sentei e sorri. – É um ótimo convite, Ártemis. Mas... eu gosto dos homens. Eles são legais. Não quero ser virgem para sempre.

Ártemis pareceu não se decepcionar. – Gallatea, homens, vão decepcionar você, quando mais precisar deles. – pausa – Mas... Não tenha pressa. É um convite eterno, Profetisa. Quando se sentir pronta. Chame-me, e onde você estiver... eu irei, e será uma Caçadora. Independendo dos perigos. Eu vou estar lá.

Bem... era uma ótima idéia, companheiros. Eu teria sempre aquela “segunda opção” se eu precisasse de alguma heroína... eu só a chamaria. É justo. Yeep.

- Tudo bem... mas... e se eu estiver...?

- Impura? – ela riu, e pareceu um grasnado de urso – Isso não equivale para você. Está acima disto. Em qualquer circunstância... meu convite vai continuar válido.

- E... sobre Harper?

- Não sou um monstro, Gallatea. Estou com Harper á muito mais tempo do que ela mesma sabia sobre as Caçadoras. O coração dela, nasceu para isto. A decisão de se entregar á um homem não foi a dela. E... aquela criatura sem alma... não é considerada... humana. Vamos caçá-lo. Até ela obter vingança.

O sorriso da deusa era vitorioso.

- É só isso? – bocejei. – Foi um dia longo...

- Parta em paz, jovem Gallatea. E... seja forte. Agüente firme o que vai vir. Sei que tens o coração bom.

É? Que ótimo. Agora vê se me deixa ir.

- Fui.


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