Bocchan no Game escrita por LawlietShoujo


Capítulo 5
Pequenas jogadas


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Com o ENEM e umas complicações, não pude escrever regularmente :(
E também porque comecei a escrever "A Far-Off Memory", então estou me esforçando para fazer as duas histórias num tempo bom! ♥
Espero que gostem!



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A mente de Arthur estava completamente bagunçada depois do que ocorrera no jardim da mansão; aquela memória o perseguia - os lábios adocicados de Seishirou, sua respiração calma e compassada. E agora voltaram a ficar sem supervisão, uma vez que Alfred tecera elogios ao professor e recuperou para este a confiança da senhora Scarlet.

Ele entra na sala de estudos e percebe que o garoto já estava lá, batendo o pé no piso num ritmo acelerado e impaciente. Já que não havia plateia, o teatro acabara, então Arthur não se vê obrigado a cumprimentar o garoto, permanecendo em silêncio e deixando sua pasta na extremidade do sofá.

- Que rude, sensei... Não finja que não estou aqui!

- Bom dia.

- Igualmente.

Um atmosfera intensa preenchia o cômodo. Arthur tinha muitas perguntas para Seishirou, mas não sabia se devia fazê-las naquele momento. Tinha medo da reação dele - ou da falta de reação. Se entreolham, mas não dizem uma única palavra um para o outro. O professor segue sua rotina, abrindo a pasta e pegando alguns livros para lecionar o menino.

- Estamos mais próximos, sensei. - O menor diz, olhando profundamente o outro com uma expressão que remetia a um sorriso distante.

- Se você diz...

- Já que vamos ficar algum tempo juntos, creio que está na hora de nos conhecermos mais. - Seishirou cruza as pernas e encosta despojadamente no sofá. - Eis o que proponho: você me faz uma pergunta e depois será minha vez. Que me diz?

- Hm... - O professor vacila, indeciso. Talvez aquela fosse a ocasião adequada para entender aquele menino, adentrar seu coração. - Está bem. Me diga... O que houve quando tinha dez anos?

- Aaa~ Arthur apressado... O grande prêmio ainda não. - Ele faz uma pequena pausa. - Reformulemos as regras. Você me conta algo, eu te conto algo em troca.

- Certamente é melhor assim. - Arthur fica em silêncio, pensando em algo trivial para compartilhar seguramente. - Meu sonho era ser médico.

- O que mudou?

- Perguntas não estão inclusas.

- Malvado... Bem, eu criei parte dos doces da companhia da minha família.

- Quais?

- Ora, não era você quem disse que perguntar não faziam parte do acordo? E outra coisa... Quando me conhecer melhor, saberá essa resposta, afinal os doces são reflexos de nós mesmos. Conte mais sobre você. - Os olhos do herdeiro pareciam penetrar o coração do professor, procurando brechas para desvendá-lo.

- Ah... - Arthur curva o olhar, olhando o quadro do pai de Seishirou e resolve tentar uma jogada mais fúnebre. - Perdi minha mãe aos sete anos.

Seishirou emudece, ficando inexpressivo repentinamente e passa a emanar uma energia tão vazia quanto a de um cadáver. Parecia estar em transe, imerso em pensamentos. O professor analisa a reação do garoto com satisfação - talvez suas suspeitas fossem confirmadas a partir daquele ponto.

"Com licença, Bocchan", Keiichi diz, se aproximando com uma bandeja repleta de bolinhos coloridos que cabiam na palma da mão. Seishirou se liberta da condição em que ficara, segurando o braço do mordomo, que o ajuda a se erguer.

- Sensei, não me sinto bem. Nos veremos amanhã?

- É meu único dia de folga, então acredito que não.

- Sendo assim, até breve.

- Ainda temos uma hora. - Arthur lembra, mas o garoto não mais o ouvia, arrastando seu leal cachorrinho consigo.

Keiichi vai seguindo Seishirou pelas escadas, dobrando com ele à esquerda rumo ao corredor que dava em seu quarto. Seu jovem mestre parecia esgotado por alguma razão. Atirou-se na enorme cama de seu aposento, com olhos fechados e uma expressão amarga.

- Keiichi, tire meus sapatos.

- Certamente.

O jovem mordomo segura o tornozelo do pequeno delicadamente, deixando-o descalço em pouco tempo. O menino se ergue devagar, sentando-se com má postura na cama e segurando o outro pela gravata. Keiichi tinha olhos e cabelos escuros; trabalhava para a senhora Scarlet há menos tempo que Alfred, mas era de total confiança da mulher.

- Me faça companhia até que eu me canse de seu rosto.

- Como quiser, Seishirou-sama.

- Hmpf, seu lado submisso me causa náuseas.

- Como prefere que eu aja, Seishirou-sama?

- Agora só quero que se cale.

O pequeno herdeiro solta a gravata do outro, que se recompõe e fica em pé ao lado da cama, esperando alguma outra ordem. Neste momento, ele se lembra de um recado que a mãe do pequeno havia passado para este.

- Desculpe interromper o silêncio, Bocchan. A senhora Scarlet mandou que eu avisasse a você que teremos um convidado para o jantar de hoje.

- Quem...?

O professor esperava pela senhora Scarlet pacientemente - parte do pagamento seria entregue naquele dia, portanto precisava ficar até o final da tarde, horário que a moça costumava chegar. A mansão era decorada com pinturas e esculturas de pequeno porte. Tudo que havia nela era de muito bom gosto e também muito caro.

- Aa~ Sensei! Estava me aguardando?

- Sim.

- Fico feliz que as aulas estejam progredindo. - Harumi Scarlet sorri verdadeiramente. - Mas antes de tratarmos do pagamento, gostaria de convidá-lo para um jantar...

- Sinto muito, eu tenho que ir para casa.

- Eu insisto. É apenas um jantar. Depois eu mando que te levem para casa.

- ... Está bem... - O professor concorda, temendo que aquela refeição fosse mais longa do que o anunciado...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! *-*
Tentarei ao máximo fazer o novo capítulo em menos tempo! >—
Arigatou!