O Juramento Quebrado escrita por vivaopato


Capítulo 3
Fazemos um momento irmão-irmã


Notas iniciais do capítulo

esse capítulo ficou meio estranho, mas foi mais explicativo, era necessário.
desculpem a demora



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Dean POV

Entrei no meu chalé e bati a porta com força. Eu adorava o meu chalé. Era o primeiro, o mais majestoso, o mais bonito. Fiz minha espada voltar a ser um dracma. Minha espada fora um presente do meu avô, Jason. Eu o admirava. Ele havia lutado ao lado dos Heróis do Olimpo, e ainda tinha descolado uma gata como a Piper, minha avó (ele me mostrou uma foto de quando eles eram adolescentes). Joguei minha espada/dracma em cima da estante e me joguei na minha cama, tirando os sapatos.

Fiquei ali, olhando o teto e pensando. Pensando nela. Ultimamente, era só nela que eu conseguia pensar. Sophia. Eu estava lá, deitado, pensando sobre como ela era linda, deslumbrante, fantástica...

PLAM

A batida da porta do meu chalé me fez acordar. Uma garota havia acabado de entrar no meu chalé, bater a minha porta e se virar. Arregalei os olhos, mas permaneci imóvel. Vai que ela resolvesse me atacar. Ela ficou paralisada quando me viu. Cara, como ela era GATA! Gata e GOSTOSA! Ela tinha um estilo meio punk, mas com uma tiara na cabeça e uma trança caída num ombro, totalmente descombinados. Ficamos nos encarando por mais alguns instantes. Então ela gritou.

Gritou muito alto. Me assustei e gritei também. Então eu parei de gritar, mas ela continuou. Eu me levantei e fui até ela. Tirei coragem sei lá de onde e segurei seus ombros, falando coisas como ‘calma’, ‘fique quieta’ e ‘para’. Não funcionou. Então eu simplesmente tapei sua boca com uma mão, com a outra eu ainda segurava seu ombro. Ela ainda tentava gritar, mas foi se acalmando lentamente. Eu a sentei na cama.

- Calma, calma.  – eu repeti. Quando tive certeza de que ela não ia surtar de novo, soltei-a e sentei ao seu lado.

- Quem é você? – ela perguntou, assustada.

- Bom, eu que pergunto, você está no meu chalé! – retruquei.

- Seu chalé? – eu assenti e ela riu ironicamente. Louca! – Esse chalé é meu!

- Eu sou filho de Zeus! – falei, zangado.

- Ah, bom, eu também! – ela retrucou.

Eu a olhei curioso. Como é? Eu tenho uma irmã? Que invade meu chalé e grita comigo? Ah, que ótimo.

- Bem, então somos irmãos. – falei.

Então ela arregalou os olhos. Ah, Zeus, o que essa louca vai fazer agora? Me proteja, pai! Então ela começou a rir histericamente. Me levantei de um salto e me afastei, olhando-a assustado.

- Eu tenho um irmão! – ela gritou, ainda rindo.

Que legal, minha irmã é gata, gostosa e muito louca. Agora eu tô com medo!

Thalia POV

Ah, gente, eu tenho um irmão! Que fofo, que legal, que... tosco. Aliás, que irmão mais frouxo eu fui arrumar, viu! Ele tava lá, encostado na parede, eu ainda rindo na cama. Aí eu me lembrei de uma coisa: eu não sabia seu nome.

Parei de rir, e ele pareceu relaxar um pouco. Me levantei e fui até ele, dizendo:

- Ah, ora essa, criança, pare de se afastar! Eu não mordo, sabia? Eu sou Thalia, prazer.

Ele arregalou os olhos, me observando. Ele era uma cópia masculina minha, os mesmos olhos azuis, o mesmo cabelo meio arrepiado, as mesmas feições e expressões. Quem nos visse poderia jurar pelo rio Estige que éramos gêmeos.

- Thalia? A Thalia? – ele perguntou, seu tom era algo entre o descrente e o surpreso.

- Er... Eu... eu acho que sim, né. – respondi surpresa. Como assim a Thalia?

- Thalia Grace? A Caçadora? Que foi um pinheiro? Uma das Heroínas do Olimpo? – ele perguntou.

Ahm... acho que sim.

- Ah... é... você me conhece? – eu perguntei.

- Se eu conheço você? Claro que eu conheço você, o mundo semideus conhece você! Ah meus deuses, Thalia Grace no meu chalé! – eu não gostei do jeito que ele me tratou, como se eu fosse uma celebridade. E que história é essa de ‘o mundo semideus conhece você’?

- Ei! Seu chalé uma ova! – reclamei.

- Ah, é, é mesmo, é nosso chalé! – ele ainda estava completamente animado. – Você é irmã de Jason Grace!

- Hã? Claro que eu sou irmã de Jason Grace. Nós temos o mesmo sobrenome, não é?

- Eu sou Dean. Dean Grace. – ele falou.

Peraí. Grace? Dean Grace? Como assim Dean Grace?

                - Como assim seu nome é Dean Grace?

                - Bom, eu sou seu irmão, mas você é tia da minha mãe.

                Espera. Eu sabia que Jason tinha se casado com a Piper e tido uma filha. Mas eu não sabia que ela tinha tido um filho com ZEUS! Quer dizer, é uma mistura de incesto com pedofilia, não é? Tipo, ela teve um filho com um deus que é avô e primo dela! Mas tudo bem, o amor é retardado mesmo, então.

                - Ei! Eu tive uma idéia! – meu novo irmão/sobrinho/alguma coisa falou – Nós não sabemos nada um sobre o outro, certo? Então vamos fazer um momento irmão-irmã.

                Um momento o que? Irmão-irmã? Que merda é essa?

                - Vamos fazer o que? – perguntei, mas ele já estava me puxando pela mão para fora do chalé.

                Eu dava gritinhos enquanto tropeçava feito uma bêbada. Eu não sabia o que as pessoas estavam pensando ao nos ver daquele jeito, mas com certeza não era boa coisa. Ele me puxou até o Punho de Zeus, no ponto da floresta onde não havia ninguém, e sentou entre as pedras, me puxando com ele.

                - Dean, quer me dizer o que merda estamos fazendo aqui? – perguntei irritada.

                - É assim, eu conto minha história, e você conta a sua, depois fazemos perguntas um para o outro. É um jeito de se conhecer. – ele explicou. – Eu começo.

                Me acomodei entre as pedras, olhando para ele. Ele começou:

                - Minha mãe me disse logo de início que eu era filho de Zeus. Ela me contou as histórias da guerra, e meu avô me contou também. Eles me falaram dos heróis do Olimpo, e quando eu fiz treze anos, eles me mandaram para o Acampamento. Antes de eu vir, meu avô me deu sua espada. – ele levantou um dracma que eu reconheci como sendo a espada de Jason. – E eu venho treinando desde então. As pessoas não gostam muito de mim por aqui. Mas eu não me importo. Sua vez.

                Está bem, então.

                - Cale a boca e ouça, perguntas depois. É melhor se acomodar, tenho 135 anos de histórias para contar. – falei, e os olhos dele brilharam de animação. Me senti como uma avó que conta para os netos historinhas de terror em volta da fogueira. Exceto pela fogueira, obviamente – Quando eu tinha dez anos, eu fugi de casa. Minha mãe era alcoólatra e me odiava. Ela queria o Jason, mas não a mim. Então fugi. Pouco tempo depois, eu encontrei outro semideus, Luke. Nós ficamos amigos e começamos a fugir juntos. Era ótimo. Nós matávamos monstros maravilhosamente, e éramos ótimos lutadores, apesar de não termos treinamento.

                “Pouco tempo depois, encontramos uma semideusa. Ela tinha sete anos, e se chamava Annabeth. Fugíamos juntos. Até que um sátiro muito jovem chamado Grover nos encontrou, e nos trouxe ao Acampamento. Luke não gostava dessa idéia, mas nossa aura começava a ficar muito forte, e monstros demais nos perseguiam. Quando chegamos à base da Colina, havia monstros demais atrás de nós, e não haveria jeito de chegarmos ao topo a tempo. Então eu fiquei. Mandei Luke, Annabeth e Grover subirem a Colina e eu fiquei.

                “Papai sentiu pena de mim e me transformou num pinheiro. É por minha causa que a Colina recebe o nome de Colina Meio-Sangue. Então, há 116 anos, mais ou menos, Percy e Annabeth saíram numa busca pelo Velocino de Ouro, que poderia curar a minha árvore, que tinha sido envenenada. Era tudo um plano de Cronos, para que eu fosse expulsa do pinheiro. Então eu saí. Eu fui com Annabeth e Percy ajudar Grover com dois novos meio-sangues, Bianca e Nico di Angelo.

                “Annabeth foi capturada e nós encontramos as Caçadoras. Então duas Caçadoras, Zöe Doce-Amarga e Bianca, e três campistas, eu, Grover e Percy fomos recuperar Annabeth e Ártemis, que tinha sido seqüestrada. Então...

                Ele me interrompeu.

                - Conheço essa história, não precisa contar.

                - Está bem, então.

                - Conheço o resto da história. Vamos às perguntas. Eu começo. Medos?

                O que? Eu não ia falar pra ele.

                - Não vou te falar! É algo secreto, pessoal!

                - Ora, vamos, não pode ser ridículo assim, você saberá os meus depois.

                Suspirei, derrotada.

                - Altura. – falei.

                - Altura? – ele ergueu as sobrancelhas. – Uma filha do Senhor dos Céus tem medo de altura? Você desonra nossa raça, Thalia. – ele falou sarcástico.

                - Rá-rá. – dei uma risada falsa.

                - Ok. Sabor de sorvete preferido? – Dean perguntou.

                É, realmente, ele tem sérios problemas. Eu ri, e falei:

                - Chiclete.

                - Chiclete? Com tantos sabores bons de sorvete você prefere o de chiclete?

                Dei de ombros.

                - Comida favorita? – ele perguntou.

                - Cheeseburguer. – respondi, e ele riu.

                - Deus favorito? – ele perguntou.

                Eu corei. Não podia falar. Não iria.

                - Poseidon. – menti.

                - Uma filha de Zeus cujo deus preferido é seu arquiinimigo? Você realmente desonra nossa raça, Thalia. – ele riu. – Curiosidade, por que se juntou a Ártemis?

                - Porque não queria ser a dona da profecia. – eu corei – e porque...

                Ele me interrompeu dizendo:

                - Porque sofreu com as dores de um amor impossível.

                O olhei curiosa.

                - Como sabe? – perguntei.

                - A maior parte das Caçadoras compartilham desse motivo. Li sobre isso. – ele deu de ombros.

                Era verdade. A maior parte delas já havia sofrido com aquilo.

                - Defeito fatal? – ele continuou.

                - Desejo pelo poder. – falei. Ártemis havia me dito quando me juntei a ela. E eu não me envergonhava do meu defeito.

                - Interessante. Sua vez, Thalia. – ele comentou.

                - Defeito fatal? – copiei.

                - Não sei. Todos sabem. Ninguém nunca me disse. – ele falou meio envergonhado.

                - Comida?

                - Macarrão.

                - Medo?

                - Afrodite.

                Congelei. Afrodite? Ele tem medo de Afrodite?

                - Por quê? – perguntei.

                - Por que você pode fugir da morte, da água, dos céus, da guerra, do sol e da lua. Mas não pode fugir do amor. – ele respondeu.

                - Sábia resposta. – falei.

                - Obrigado. – ele deu de ombros.

                - Então... por quem está apaixonado? – perguntei.

                Ele me olhou com cara de ‘como você sabe disso?’.

                - Está na sua cara. Se você pusesse uma faixa não estaria mais óbvio. – expliquei.

                Era verdade. Além disso, Caçadoras são as melhores para reconhecer quando alguém está apaixonado. Só perdem, talvez, para os filhos de Afrodite e Eros. Dean suspirou.

                - Ela é a mais popular no Acampamento. Se chama Sophia di Angelo. Ela é impressionante. É tipo um pacote completo. Tem parentesco real com todos os deuses. Sem exceção. Ela é neta de Hades, filha de Nico di Angelo, deus da tortura, neta de Atena e Poseidon, neta de Percy e Annabeth, bisneta de Zeus, sobrinha-neta de Hermes, Apolo, Ártemis, Ares, Hebe, Perséfone, Dioniso e Hefesto, é parente direta de todos os Heróis do Olimpo, filha de Lucia Jackson, a deusa da paciência. Mas não é uma deusa.

                PUTZ! QUE GAROTA É ESSA? ELA É UMA MÁQUINA!

                - Ah, além disso, – Dean continuou – ela namorou Luke por um tempo, e ele a abençoou, portanto, ela pode ler pensamentos quando quer.

                Luke havia se tornado o deus dos pensamentos secretos há 60 anos. Os deuses resolveram tirá-lo do Mundo Inferior e torná-lo um deus. Nada mal, na minha opinião.

                - Bom... parece uma boa escolha. Qual o problema? – perguntei.

                - Ela é demais para mim. – ele respondeu desanimado.

                - Ela é loira, tem olhos castanhos e usa roupas bem curtas, e sua espada é branca? – perguntei, fazendo Dean me olhar surpreso.

                - É sim, por que? – perguntei.

                - Porque ela vem aí. – falei olhando a garota cuja espada era completamente branca vindo em nossa direção. 


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Notas finais do capítulo

beijos
deixem reviews
nao faz mal e me faz feliz