"das frases que mais idealizei nesses anos de escrita desassossegada, segue dedilhando meu peito ainda aquela “sussurra o que te faz sorrir”. dia desses reli o rascunho que trouxe esse alento e me vi mais cética sobre os dedos trêmulos que teimariam em secar lágrimas que liberto quando sou mais eu e menos força. meu maxilar segue travado ao menor sinal de fraqueza como quem não pode se permitir tanto desatino, quando a verdade é que o que mais quis até hoje foi um colo pra chorar a dor do sentir desavisado - aquela raiz que brota no peito quando estou ocupada demais pensando em causar alívio em corpos alheios. eu quis adivinhar anseios para resolver problemas insolúveis e remendar peitos bonitos para florirem, como se o meu não se tornasse dia a dia um campo minado em meio aos girassóis que teimo em plantar. me vejo cada dia mais ciente sobre cicatrizes e ao mesmo tempo mais apta a ignorá-las, porque sentir é em essência belo demais para me negar afetos. talvez eu seja apenas uma suicida na linha de chegada ou talvez esteja finalmente aprendendo a sentir sem todas as esperas egoístas - gosto de pensar que é altruísmo e não desilusão.

eu ainda me vejo só, no silêncio do sol que se põe, numa varanda de madeira n’alguma cidade interiorana da Itália. isso ainda me faz sorrir."