Nunca sei como começar uma recomendação. Até porque, para início de conversa, quando se decide recomendar uma estória, é porque ela mexeu tanto com você que lhe fez perder as palavras.
Palavras... Algo que usamos tanto no cotidiano que nunca paramos para pensar na genialidade delas. Uma das maiores conquistas da humanidade. A capacidade de contar histórias e estórias. Mas há sempre um detalhe penoso nessa ação. Uma regra implícita, infiltrada em nossas mentes por nossos professores de redação, literatura, português. Algo inaceitável em uma prova, em um artigo, em qualquer lugar. Algo que a autora ignorou completamente e que caiu nessa narrativa como uma luva. Uma estória narrada completamente em segunda pessoa. Puxando-te para dentro do universo frio mas imersivo desse mistério que bagunça com o psicológico.
Conheci essa one por meio de uma postagem no grupo do Nyah. Não fazia parte do jogo recomendar, obviamente, mas, quando terminei, tive aquele sentimento que me atinge tão raras vezes... O sentimento de que o que li deveria ser aproveitado por mais pessoas. Devorado, degustado, apreciado. Por isso, estou escrevendo isto aqui. Talvez esteja um tanto vago, mas garanto que "Rosa Negra" é um conto que vale a pena ser lido e refletir sobre. Como disse no começo, as palavras perdidas pela emoção podem ser facilmente encontradas quando se experimenta a mesma emoção que as roubou de ti. Já lestes até aqui. O que são mais 1200 palavras? 1200 palavras bem arranjadas e que te emocionam.
Com toda a certeza, "Rosa Negra" é uma daquelas curtas narrativas que todos deveriam ler.