Odin S Sons escrita por Amatsune


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Leiam e comentem, por favor.



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Capítulo 1

 

A noite se ostentava negra no céu. Um raro brilho de lua trespassava as poucas frestas das nuvens de tempestade, que assumiam o tom de um vermelho enegrecido e cruel. Os fachos que passavam agiam como um alerta dos deuses de que uma desgraça estava por vir, afugentando para suas casas os últimos aventureiros que ainda estavam nas ruas. Não só humanos como também ratos e insetos que se refugiavam em suas tocas.

No meio da metrópole andavam espalhados pelas ruas oito pessoas de aparência peculiar como que saídos de uma história da Idade Média. Sob sua batina, Abel caminhava ao encontro de seus colegas, tinha que chegar antes que começasse a chover, caso o contrário seria um tanto mais complicada e demorada sua missão, afinal de contas a água cria uma enorme vulnerabilidade a eletricidade. Ele arriscou um teletransporte.

O que para a ciência era a encarnação do impossível, para ele bastava fechar os olhos e se concentrar, eventualmente fora necessário juntar as mãos como que numa prece, mas a prática leva a perfeição, e tal já não era mais preciso. Certamente um pouco mais e nem mesmo fechar os olhos precisaria. Onde estava, um facho de luz tomou seu lugar, e ele desapareceu, ressurgindo diversas quadras a distancia, em frente a uma loja qualquer, com outro facho de luz.

Olhou a redor e concluiu que dali chegaria rapidamente a pé, bastava correr um pouco, o que não seria um problema. Rezou uma breve ladainha e saiu em disparada, numa velocidade digna de um maratonista, passando por becos e vielas, em direção ao ponto de encontro. As pichações nas construções deterioradas pelo tempo e pelo homem ficavam cada vez mais longe a cada passo dado, ficando para trás surpreendentemente rápido.

Quando enfim chegou ao local descobriu que apenas um de seus companheiros se encontrava lá. A cena atípica se erguia a sua frente: uma mulher alta e esguia, com seus longos cabelos azuis-esverdeados montada em um réptil enorme, que lembrava vagamente um dragão-de-komodo, era mais esguio, de musculatura mais rígida, bem mais alto e um tanto mais ereto. A mulher trajava uma grandiosa e imponente armadura medieval com um brilho sublime sob os fracos fios de luar. Seu olhar era sereno e suas feições delicadas, dando a ela um ar jovial e calmo, que passaria a imagem de uma princesa, não fosse pela armadura.

Ver que apenas ela estava ali não era surpresa, afinal de contas ela deveria estar ali já a horas planejando a missão com os mais ricos detalhes, cada passo a ser dado, a partir do momento que as coisas começassem. Além disso, significava que ele estava adiantado, como de costume. Como uma boa amiga ela desceu de sua montaria reptiliana e correu para abraçar o clérigo.

– Então Lex, como vão as coisas?

– O de sempre Abs, estudando muito

– Quando acabam as aulas?

– Só em junho, como todos os anos... – disse fazendo uma careta, como se ele fosse estúpido e não soubesse­. – Até lá estarei muito ocupada – fez um breve silencio, mas logo voltou a falar – E você, não está na escola?

– Na verdade, não! – Foi a vez dele de fazer uma careta – Lex, até parece que eu tenho tempo pra esse tipo de futilidade, o meu pouco tempo livre entre os assuntos de Odin eu estudo sozinho, e isso tem funcionado muito bem tem anos, como você bem sabe.

– Desculpe, eu só achei que... como é o primeiro colegial, você iria fazer as coisas de forma diferente, só pra variar. – disse ela com um sorriso – Só isso.

– Tou só esperando pra tentar o vestibular, mas não acho que vá ser um grande desafio. Os seguidores de Odin são abençoados com uma inteligência superior – disse ele com um sorriso humilde apesar de ter acabado de contar vantagem sobre os demais competidores.

– Hum, desde que se tornou bispo, você tem confiado demais nas bênçãos dos deuses.

– Sabe como é, na prova de conversão, você é medido pelos deuses, e tem que ficar três dias vivendo como servo deles, se eles te acharem digno, eles lhe concedem uma grandiosa benção, e eu confio muito nisso. Além do mais, os deuses estão aqui pra manter as coisas em ordem, e desde que os nórdicos sucumbiram, são poucos os seus seguidores, e menos ainda os que se dispõem a servirem a eles, logo eles nos dão dádivas como que no intuito de trazer a crença de volta.

– Tudo bem, Senhor Padre Abel – Disse ela com sarcasmo, que o clérigo fingiu não notar, retribuindo com um sorriso.

– Senhorita Alexis ­– o padre arcebispo fez uma reverencia extremamente exagerada.

Ela montou novamente o que parecia um dragão, de escamas escuras, com um tom prateado.

– Ó, lá vem eles!

– Até que enfim! – Disse a mulher saudando a distancia mais sete que chegavam ao longe. Mesmo na pouca luz que havia ali, eles foram rapidamente reconhecidos, da esquerda para a direita, o mago Peter de cabelos longos e negros que vestia uma túnica escura com um olho arcano pintado profissionalmente no meio, a sacerdotisa Terence, em suas vestes similares aos de seu marido Abel, no entanto mais curtas e deslumbrantes do que o jovem marido, com suas curtas madeixas prateadas como a lua de primavera. Ao seu lado vinha Irene, trajando uma túnica atípica, que ela dizia ser a ideal para uma alquimista do porte dela, em suas costas corriam seus longos fios loiros. Mais a direita vinha Gabriel, um ferreiro, e Seph, um músico, os gêmeos vinham trajando roupas claras que chamavam atenção naquela noite escura. O mais alto, o mestre das armas, vinha carregando um imenso machado nas costas que, bagunçava seus desalinhados fios claros, assim como o violão nas costas do mais velho. Ao lado vinham Lara e Alice, ambas de cabelos pretos e curtos, sendo que Alice trajava uma Armadura negra e sombria, que absorvia toda a luz e a tornava quase invisível naquele ambiente. À direita, Lara vinha trazendo uma adaga sinistra em um dos lados da cintura, enquanto no outro trazia um enorme chicote, mesmo naquela noite fria do outono, não vinha com muita roupa, apenas uns poucos panos, que lhe davam uma beleza leve e estonteante.

Aos poucos o grande grupo se aproximava, trocando cumprimentos com os colegas que haviam chegado mais cedo. Abel logo que viu sua esposa saiu correndo para abraçá-la. Terence correu de encontro ao jovem, mesmo tendo apenas 15 anos cada um, se casaram, afinal de contas se conheciam há muito mais tempo, os corpos podiam sucumbir, mas suas almas sempre voltavam. Sempre se encontravam e voltavam a se apaixonar e se casar. Dessa vez eles só aceleraram o processo, já que uma vez casados, seu vinculo os tornava mais fortes. Deram um abraço longo e despreocupado, como se nada mais importasse, o braço foi seguido de um caloroso beijo, pelo qual cada um transmitiu o que havia ocorrido nos últimos meses, toda a saudade que sentiram.

Mesmo estando casados os dois não ficavam juntos o tempo todo. Como sacerdotes, tinham suas próprias missões à serviço de Odin, o que os impedia de se ver frequentemente. Tinham uma casa própria, uma vez que seus pais já não eram mais vivos, tinham total liberdade, mas pouco se viam, e os reencontros eram calorosos como o dia em que se conheceram. Olharam nos olhos um do outro e se perderam nas respectivas mentes, vasculhando cada memória do parceiro. Suspiraram pelo tempo e pela distancia, e sussurraram em uníssono:

– Eu te amo!

Enquanto isso os outros trocavam as devidas informações, colocando o assunto em dia. Alexis repassou a todos as informações necessárias para a missão daquela noite e retirou-se um momento para meditar, mais uma vez, sobre o que estavam para fazer. Seria uma jornada difícil, e um movimento em falso poderia significar a ruína dos membros do grupo. Sim, eles contavam com dois poderosíssimos sacerdotes de Odin, mas nem mesmo eles seriam sucesso garantido. Se um único participante fosse fraco, seria o fim. Todos eles voltariam mortos para casa. Quer dizer, nem voltariam.

 


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Notas finais do capítulo

Se acharem algum erro, por favor reportem. Além disso quero informar que a história vai seguir o curso que os leitores desejarem, ou seja, os comentários que vocês fizerem é que vão determinar o destino das personagens.



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