Capítulo 05 - Amizades, brigas e alguns ‘poucos’ gritos...

– AH MAIS QUE DROGA! -disse Bella jogando as baquetas para o ar, fazendo uma delas cair certeira na cabeça de Marlene.
– Ai sua louca! Será que dá pra se acalmar? -disse Lene massageando onde a baqueta acertara.
– É claro que não! Faltam duas semana para o concurso e nós estamos uma droga! A única coisa certa aqui é a voz de Lily e o violão da Manu!
– Gente... -Manu tentou falar, mas foi logo cortada por Marlene.
– Seria mais fácil se você parasse de fingir que sabe tocar essa coisa!
– Seria mais fácil se você parasse de tentar ser a Lily! -Bella cruzou os braços no peito e olhou desafiante para Marlene. O fato é que ela estava irritada que a castanha tentava a todo custo roubar o lugar de Lily como primeira voz, e a castanha estava cansada do jeito mandão da morena.
– Gente será que vocês... -tentou Manu mais uma vez, mas foi cortada por Lily que apareceu assim que ouvira seu nome.
– O quê vocês estão falando de mim?
– Pra mim já chega! Essa droga não vai dar certo! Nem sei por que topei ajudar esse bando de malucas! -Marlene se levantou com raiva e encarou Bella, que também se levantou e encarou a outra.
– Você está aqui porque está com o rabo preso a Lily! Por que se não fosse ela você estaria na merda!
– CALE A BOCA BLACK!
– CALE A BOCA VOCÊ MCCOW!
– SERÁ QUE VOCÊS PODEM PARAR?! -meteu-se Lily entre as duas que começaram a se estapear sem ligar para a ruiva no meio que levava uns tapas de graça.
Manuelle, cansada daquela cena, ligou uma guitarra na caixa de som e aumentou o volume no último, e tocou uma nota bem grave que ecoou pela garagem pequena, produzindo um som de estourar os tímpanos. As garotas pararam de brigar e cobriram os ouvidos.
– Mas que raios, Manu! O quê pensa que está fazendo? -perguntou Lily olhando espantada para a amiga.
– É pigmeu, ficou louca? -disse Bella se sentando no chão ao lado de Marlene que ficara tonta com o som.
– Estou tentando fazer vocês prestarem atenção em mim! -disse simplesmente, desligando a guitarra do amplificador. -Escuta, o pai do meu primo que emprestou isso tudo para nós é um professor de música. Não estou criticando os nossos esforços, mas temos que admitir que precisamos de ajuda.
– O pior é que ela está certa. - disse Marlene com pesar. Era a primeira vez que ela concordava com alguma coisa.
– E você sabe se seu tio pode nos ajudar? -perguntou Lily um pouco esperançosa.
– Poder ele pode, mas será muito pouco. Teremos que ensaiar muito mais. Ou podemos pedir ajuda aos...
– NÃO! -gritaram as outras três juntas. Elas nunca se rebaixariam a pedir ajuda dos marotos. Não depois do que eles disseram.

#flashback#
– Vocês querem que a gente desista? -disse uma Bella incrédula. Os quatro marotos haviam ido até o local em que as meninas ensaiavam para lhes dizer para desistirem de tudo aquilo.
– Vocês sabem que isso não vai dar certo! Desistam agora antes que paguem um mico! -disse Sirius num tom sério.
– E como você pode ter tanta certeza de que não vai dar certo? -perguntou Marlene desafiadora. Ela começava a frequentar demais aquele lugar, mas não podia negar que estava se divertindo. Embora nunca fosse dizer isso a ninguém. Estava se esforçando com aquela banda, Lily cumpriu sua promessa e ela estava indo bem melhor nas aulas de história, e agora seu Fofuxinho pedia que ela desistisse.
– Eu já vi vocês ensaiando. -respondeu ele maroto. Todas fizeram uma cara incrédula. Elas nunca desconfiaram. -E acreditem vocês não tem chance.
– Você não pode ter certeza. -disse Lily brava. Elas estavam se esforçando embora não parecesse ter tanto resultado.
– Lily querida. -disse James se metendo. -Pelo o quê o Padfoot nos contou vocês nem sequer conseguiram tocar uma música inteira! Como pretendem concorrer com isso?
Elas se entreolharam. Era fato que os ensaiam não estavam sendo tão produtivos quanto elas queriam, mas elas estavam tentando! Não iam desistir agora.
– Vocês estão é com medo de perder para a gente. -disse Bella convicta, mas com um tom brincalhão.
– Não tem nem como sentir uma fagulha de medo. Sabemos que não tem como você superarem a gente. Somos bem mais experientes. -disse Remus, para a surpresa de Bella. Então nem ele acreditava nela? Ela abaixou a cabeça sem saber o que dizer. Lily percebeu isso e ficou com raiva. Sabia que aquele concurso não era apenas algo para conseguir uma grana, era uma maneira sutil de Bella conquistar Remus.
– Escuta aqui, nós vamos vencer esse negócio e vamos ver quem é o melhor de verdade!
– E como vocês podem ter essa certeza? -perguntou James um pouco incrédulo.
– Nós apostamos com vocês! E quem ganhar terá que fazer o quê os outros quiserem!
– Não reclame quando ganharmos! -disse Sirius malicioso.
Peter encontrou o olhar de Manu. Ambos apenas assistiam a cena em silêncio. Eles sorriram um para o outro. Aquilo seria engraçado.
#fim do flashback#

Depois daquele incidente, as meninas ensaiaram como nunca, mas os avanços eram poucos. Daquele jeito elas nunca ganhariam. Tinham que admitir, precisavam de ajuda, mas não pediriam para aqueles...aqueles...aqueles marotos!
– Eu sei que nenhuma de vocês quer pedir ajuda para os marotos, mas temos que encontrar outro jeito, é nossa única opção no momento! -disse Manu sorrindo em incentivo. Elas se entreolharam e concordaram com a cabeça. Qualquer coisa para ganhar.

~*~*~

– Isso é o que eu chamo de banda! -exclamou Sirius depois do último acorde da música que ensaiavam.
– Não tem pra ninguém! Vamos ganhar esse concurso! -disse James fazendo uma dancinha ridícula com Sirius.
– Parem com isso, pelo amor! Parecem duas lombrigas! -disse Remus rindo da performance dos dois.
– Vamos ganhar aquele prêmio! Eu to sentindo! -Sirius sentou-se atrás da bateria e bateu algumas vezes nos prantos, até que Remus tomou as baquetas da mão dele.
– Também depois de todos esses equipamentos novos que o Wormtail conseguiu arrumar para nós! Não vai ter pra ninguém mesmo! -disse James dedilhando um violão novinho em folha.
– E você não tem nenhum receio de que alguém possa nos oferecer um potencial perigo? - perguntou Peter enquanto comia um pacote de salgadinhos.
– Se você está se referindo as garotas pode esquecer! -respondeu Sirius com uma cara desdenhosa. -Você as ouviu aquele dia!
Era verdade, eles haviam seguido Sirius para saber como estava sendo o ensaio delas e constataram que não teriam chances.
– É, mas isso não significa que não possam melhorar! -respondeu Peter misterioso e dirigiu-se a porta da garagem. -Vou comprar mais salgadinhos, já volto. -E saiu.
Estava a caminho da padaria quando encontrou uma pequena garota de cabelos castanhos sentada no balanço que havia por ali. Ele se aproximou e, assim que a garota o avistou, lançou-lhe um grande sorriso tímido.
– Não devia estar ensaiando? -perguntou ele sentando-se no balanço ao lado.
– As meninas resolveram dar uma pausa por hoje. Eu falei pra elas da idéia do professor de música. Elas aceitaram.
Peter sorriu. Ele e Manu haviam conversado depois do incidente que culminou em uma aposta. Eles combinaram de se ajudar mutuamente, pelo bem de suas bandas. Manu pediu instrumentos para os marotos para aquele seu mesmo primo, e Peter arrumou um professor de música que ajudaria as meninas a melhorarem.
– Elas nem desconfiaram?
– Não, eu disse que era um tio meu! Se dissesse que foi você, acho que me expulsavam da banda. - eles riram juntos. Uma brisa os perpassou, Manu fechou os olhos sentindo seus cabelos acompanharem o vento e Peter a observou. Ela era uma menina bonita, não se podia negar. Tímida, mas engraçada. Era impressionante no quanto ele se sentia a vontade ao lado dela, como nunca se sentira perto de ninguém. Talvez só dos marotos.
– Não quer ir até a padaria comigo? -ele perguntou subitamente. Ela sorriu, e ele retribuiu. O sorriso dela era contagiante, pena que ela sorria pouco por ser tímida.
– Claro, porque não! -Ela o acompanhou até a padaria em silêncio apenas pensando. Não se sentia envergonhada ao lado de Peter. Pelo contrario, se sentia bem e a vontade, como se ele fosse um amigo de longa data. Ela mesma se surpreendia em como não tinha vergonha em sorrir ao lado dele, ou de ficar em silêncio como estavam. Tudo sem o menor constrangimento.
Era simplesmente uma bela amizade...
Assim que chegaram a padaria, Peter quase a comprou inteira. Disse que levaria tudo para casa e ainda comprou um grande picolé pra chupar pelo caminho.
– Toma! -disse lhe oferecendo um picolé de limão. Eles voltaram para a praça e se sentaram novamente no balanço, enquanto chupavam o picolé (Peter já estava no segundo).
– Como você consegue comer tanto? -perguntou Manu rindo, enquanto o via tirar um pão e um rolo de salame da sacola da padaria.
– Oras, eu só sinto fome e como! -disse enquanto fazia o sanduíche. -Quer um pedaço? -ela riu quando ele lhe ofereceu o sanduíche de salame (onde ele havia colocado o rolo de salame inteiro no pão.) e fez que não com a cabeça.
– Posso te fazer uma pergunta? -disse Peter timidamente. Era algo que quisera saber desde que a conhecera e que não saia da cabeça dele.
– Claro!
– Você gosta do Sirius não é? -Manuelle arregalou os olhos e ruborizou. Peter sorriu ao vê-la vermelha e pensou em como ela ficava mais bonitinha. “Pare com isso!”, se repreendeu.
Manu desviou o olhar para o chão. Era a primeira vez que realmente se sentia envergonhada perto dele. Porque ele estava perguntando aquilo?
– Porque você está me perguntou isso? -ela disse voltando a encará-lo. Ele corou um pouco diante do olhar dela.

– É que... eu vi o jeito que você olha pra ele. Já vi muito desses olhares... -era verdade, quantas garotas que ficavam caídas por Sirius ele não vira fazer a mesma expressão? Contudo ele nunca dera tanta bola para nenhuma delas. -Padfoot não é do tipo que se prende a uma só. Se você gosta mesmo dele, tem que fisgá-lo direito, para ele não soltar mais.
Manu pensou naquele comentário. É certo que já ouvira falar muito da reputação de galinha de Sirius, mas porque ele ainda estava com Marlene?
– Mas, ele está faz um tempão com a Marlene!
– Aaaah, isso porque ela é popular e muuuuuuuito grudenta! Aquela menina é pior que chiclete! -ambos riram desse fato. - Mas acredite, se algo melhor aparecer, eu não tenho tanta certeza de que ele continuará com ela.
– Como pode ter tanta certeza? -perguntou ela intrigada.
– O pessoal diz que eu sou lerdo, mas eu conheço muito bem os amigos que tenho. -ele desviou o olhar para o céu, que estava bem claro e azul. Manu sentiu certo afeto por Peter. Provavelmente ele tinha sido muito solitário até conhecer os marotos, assim como ela. Mas aquela era uma história para outro momento.
– Então... você acha que...-ela ruborizou, mas sabia que podia falar aquilo para Peter, ele não iria rir. -Você poderia me ajudar a... conquistá-lo?
Peter voltou seu olhar para a garota. Ela estava mais vermelha que nunca, ele não pode deixar de rir, o que a fez corar mais e assumir uma expressão de raiva.
– Sim, e porque não? -disse após se recuperar do acesso de riso. -Quem melhor que eu para te ajudar a conquistar o cachorro do Sirius e sossegar o facho dele?
– Talvez o James, mas eu tenho vergonha de pedir a ele! -disse Manu rindo. Peter ameaçou pegá-la e ela correu pela pracinha. Eles ficaram no pega-pega até que o celular de ambos tocou.
– É, acho que temos que voltar para as nossas bandas! -disse Manu ofegando um pouco depois de tanto correr.
– Pois é! Depois nós conversamos sobre o seu cachorrão - ela ficara vermelha quando ele deu ênfase no ‘seu’. - Boa sorte com as meninas! - gritou Peter enquanto corria para a casa de James. Manu acenou e logo se dirigiu para a casa de Bella se sentindo melhor do que antes.