Peter, ainda com uma Manu adormecida nos braços, tocou a campainha da casa da menina com a maior dificuldade pra não deixá-la cair. Uma senhora, que não parecia ser muito velha, vestindo um roupão florido atendeu a porta. Peter logo a reconheceu por causa dos mesmos olhos que ambas possuíam, era a mãe de Manu, agora sua pseudo-namorada (tinha de parar de andar com Remus).
- Boa noite Sra. O’Connel. - disse sorrindo como se fosse comum visitar pessoas desconhecidas aquela hora da madrugada.
- Meu Deus! O que aconteceu com ela? - perguntou a senhora com uma expressão horrorizada apontando para Manu.
- Com ela? Ela quem? - perguntou Peter tentando desconversar. Não tinha pensado em nenhuma desculpa ainda.
- Oras, como ela quem? - quase gritou exasperada - Com a Manuelle que está em seus braços!
- Er, ela está...- ele tentou pensar em uma desculpa plausível, mas nada além de “manguaça” vinha a sua cabeça.
- Dormindo? - disse a senhora com uma sobrancelha erguida.
- Não! Quer dizer, sim! Isso, ela está dormindo! - disse rezando para que ela não tivesse ouvido a gafe que ele cometeu e completou com um sorriso amarelo - Só dormindo, como se nada tivesse acontecido!
- Nada aconteceu mesmo? - ela perguntou erguendo a sobrancelha novamente em descrença.
- Nada, nada! Ela está inteirinha, do mesmo jeito que saiu de casa! - e completou rapidamente antes que pudesse deter seu nervosismo. - Sem nenhuma gota de álcool a mais!
- Sem nenhuma o quê? - perguntou ela não escutando direito o que o nervoso garoto a sua frente dizia, ou pelo menos, não querer escutar.
- Hã? Ah, sem nenhuma... nenhuma diferença. Ela continua a mesma Manu de sempre! - completou com um sorriso culpado.
- Bom...- disse a mãe de Manu ignorando o garoto, pois estava tarde e a cabeça dos dois estava confusa. - Você poderia levá-la para o quarto dela? - disse se afastando da porta, dando passagem a Peter e Manu
- Ah sim, é claro! - disse ele adentrando a casa, murmurando um “Licença” e subindo as escadas atrás da senhora, que andava calmamente à sua frente.
- O quarto dela é aqui. - disse abrindo uma porta onde havia uma plaquinha pendurada escrito Manu’s Room e com uma menina tocando um violão pintado ao lado. - Pode deixá-la na cama, eu só vou avisar ao Sam que a Manu chegou.
Peter presumiu que ele fosse o pai dela, e agradeceu mentalmente que fora a mãe dela que atendera a porta. Imagina o que o pai dela iria dizer se visse a filha sendo carregada por um marmanjo daquele? Peter adentrou o quarto de Manu. Ele não se surpreendeu muito com o que viu, era tipicamente Manuelle. Era lilás e possuía alguns pôster de bandas como Avril Lavigne, Paramore, Evanescence, e até um de Taylor Swift. Ela era bem eclética! Tinha uma cama de solteiro no centro, acima dela havia uma estante com livros e alguns ursinhos. Do lado esquerdo havia uma cômoda, onde em cima havia vários bibelôs e porta retratos. A maioria de Manu pequena e com seus pais. Do outro lado havia uma grande janela, e abaixo dela havia uma imensidade de coisas destinadas a musica. Uma pilha de partituras, um teclado desativado e, colocado cuidadosamente sobre um suporte, estava o orgulho dela, seu violão. Colocou Manu delicadamente na cama no centro do quarto. Retirou delicadamente seus sapatos e os colocou no chão, ao lado da cama, puxou as cobertas e a cobriu, no que ela resmungou algo e virou de lado. Ele parou para analisá-la dormindo e sorriu com a expressão calma e meiga dela, até que uma voz o sobressaltou.
- Obrigado por trazê-la até em casa. - uma voz grave soou da porta do quarto. Quando Peter olhou viu um homem que aparentava ter a mesma idade que a Senhora O`Connel, devia ser Sam, o pai de Manu. - Ela é o nosso pequeno xodó, temos muito cuidado com ela. Tenho até medo de ser super protetor demais...
- E ela parece gostar muito de vocês também. - falou Peter sorrindo. - Sempre que ficamos conversando ela me fala de vocês, e dos momentos felizes que tem aqui.
- Então ela te contou? - perguntou Sam um pouco assustado, Peter somente acenou afirmativamente com a cabeça. - Isso é estranho, ela não gosta muito de falar da vida pessoal.
- É que nós acabamos nos tornado amigos bem próximos. Gostamos muito de ficar conversando com o outro.
- É bom saber que ela tem um grande amigo assim. - disse ele com um sorriso sincero no rosto.
Aquela conversa poderia durar a noite inteira, se não fosse Manu se remexendo na cama, despertando os dois de seus devaneios.
- Bom, acho melhor você ir. Já está ficando tarde e seus pais vão ficar preocupados. - Peter fez que sim com a cabeça e saiu do quarto de Manu. O Senhor O`Connel o acompanhou até a porta e eles se despediram com um sorriso.

- Pode vir nos visitar quando quiser! - disse a mãe de Manu aparecendo para se despedir também. Peter sorriu, disse que adoraria e despediu-se com um aceno.

 Pelo jeito ele teria sogros de mentira bem legais.