“A parte do meu coração que eu joguei fora porque não quis mais chorar, esta me perseguindo, e agora nem consigo mais respirar.”

13 – escuro demais para enxergar

Estavam sentados no chão. Cobertos por um edredom.

O barulho da chuva era abafado pelas janelas fechadas.

Ela não tinha seu sorriso e isso o entristecia.

O corpo dele lhe protegia.

Lail não estava em casa, tinha ido ver uma amiga.

O coração dele batia em ritmo acelerado, mas a respiração era fraca.

As lagrimas saiam dos olhos dela sem ritmo, sem barreiras.

A verdade doía e muito, agora sabia disso.

Ele apenas a abraçava queria apenas confortá-la, pois tê-la em seus braços já estaria sendo o suficiente.

Era bom ser mimada por ele.

Antes ela apenas sorria, pois vivia de olhos fechados e isto lhe permitia viver em seus sonhos.

Naquela noite viu Kill chorar, gritar que era a pessoa mais infeliz do mundo porque vivia uma mentira. Não se conteve:

- Porque sorria se não era feliz?

Bastou Mark fazer esta pergunta e ela caiu sentada no chão.

Chorava. Mais do que uma criança.

Mas apesar de ter mentido, fingindo esta felicidade, Kill era abraçada.

Aceita. Mesmo que fosse por apenas duas pessoas. Porque ser aceita já era o suficiente para saber que era necessária, e ser necessária já era o bastante.

Era aceita por ele e por sua nova mãe.

E isto já bastava.

-Eu sou alguém que não me conheço. - Kill sussurrou.