5 DIAS ANTES

POV Jacob

  Bem cedo, antes de todos acordarem, me levantei, vesti minhas roupas e acordei Nessie.

  _Tenho que ir – eu disse a ela. – Não quero que seus pais me peguem aqui ou que seus vizinhos me vejam pulando a janela.

  Ela riu.

  _Tá bom – ela disse. – Te vejo mais tarde.

  Acariciei seu rosto, então beijei seus lábios, suavimente, sem pressa.

  _Deixa eu ir – eu disse -, senão não saio daqui nunca.

  Ela se levantou e me acompanhou até a janela. A abri e passei para o lado de fora, parando para dar um beijo de despedida nela.

  Fui para o carro e dirigi para casa. Era hoje meu interrogatório com Rebecca. Coloquei um CD para me distrair no caminho.

  Quando cheguei em casa, estava tudo calmo, ainda um pouco escuro. Todos deveriam estar dormindo. Claro, ainda eram 6:30h da manhã. Subi para o meu quarto em silêncio, fingindo que havia ficado em casa a noite toda. Mas assim que entrei no quarto, tive uma surpresa.

  _Já está acordada? – Perguntei, olhando fixamente para Rebecca.

  _Levantei mais cedo e vim te procurar – disse ela. – Sei que quer me interrogar, Jake. Mas aonde estava a noite toda?

  _Com a minha namorada, Renesmee – respondi.

  _Lindo nome – disse ela. Assenti.

  Ela andou até a minha cama e se sentou.

  _Pode começar – disse ela. – Preferi que fosse a essa hora para ninguém nos atrapalhar. Sei que tem muito a dizer. Pode começar a soltar os cachorros em mim. – Ela deu uma risadinha.

  Andei em silêncio até a cama e me sentei, deixando um bom espaço entre nós.

  _Por que voltou? – Perguntei. – Assim, de repente.

  Ela fechou os olhos e suspirou.

  _Estávamos passando por uma situação difícil – disse ela, lentamente.

  _O quê exatamente? – Perguntei.

  Ela se levantou e andou até a janela. Olhando lá para fora começou a falar:

  _James trabalhava em uma fábrica de pranchas de surf. Eu ficava em casa cuidando de Sophie, que ainda era um bebê. – Ela respirou fundo e continuou: - Tudo estava indo bem, até que por um motivo desconhecido ele foi demitido. As contas foram pendurando, até que já estávamos quase sem nada.

  _E por que não ligou dizendo que precisavam de ajuda? – Eu disse.

  Ela limpou os olhos e fungou. Já estava chorando.

  _Eu não queria incomodar vocês – disse ela. – Eram os meus problemas. Eu que tinha que cuidar de tudo.

  Ela se silenciou por um tempo.

  _Então... – a incentivei a continuar.

  _Então que resolvemos pedir dinheiro emprestado para um pessoal aí – ela continuou. – Grande erro! Se soubéssemos o que eles iriam fazer. – Ela limpou as lágrimas e veio se sentar ao meu lado novamente. – Depois de alguns meses, James ainda não havia conseguido outro emprego, só uns bicos concertando pranchas aqui, vendendo coisas ali. Então esse pessoal começou a nos cobrar o dinheiro emprestado, mas não tínhamos como pagar. Então eles mandaram umas pessoas para cuidarem do assunto, se é que você me entende. – Assenti. – Nossa sorte foi que um amigo de James descobriu e nos avisou. Arrumamos algumas coisas em duas mochilas e duas sacolas de mão, então fugimos. Por isso não liguei mais. Eu havia deixado a agenda telefônica em casa, e havíamos vendido os celulares alguns meses antes.

  _Mas se Sophie ainda era um bebê – eu disse -, já fazem alguns anos que vocês fugiram. Por que só voltaram agora?

  _Encontramos pessoas boas no caminho – disse ela. – Pessoas que nos deixaram ficar em suas casa por um tempo. Tínhamos comida e moradia até que precisassem de nossos trabalhos. Eles insistiam para que ficássemos o quanto precisássemos, mas sempre que não havia mais nada para fazer em uma casa, nos despedíamos e íamos embora. Passamos por muitos lugares nesses quatro anos. Não viemos direto para cá porque não tínhamos dinheiro suficiente, e eu não me lembrava direito do endereço. Mas o importante é que estamos aqui, e que vocês nos receberam. Agora, você me perdoa, Jake?

  _É claro – eu disse, a abraçando.

  Ela chorou mais, agora soluçando.

  _Agora sei porque papai ligava e ninguém nunca atendia – eu disse. Ela riu. – Você acha que esse pessoal parou de procurar por vocês?

  Nos separamos.

  _Eu não sei – disse ela. – Mas espero que sim. Não precisamos de mais problemas.

  _Mas saiba – eu disse – que agora você tem a sua família do seu lado.

  _Eu sei – disse ela, erguendo a cabeça. – Obrigada, Jake. Agora vamos deixar de drama! Ounn... Meu irmãozinho já está namorando! – Ela apertou minhas bochechas enquanto dizia isso. – Me conta como é essa Renesmee, como se conheceram... Eu quero saber de tudo!

  Eu ri, e comecei a contar a história a partir do dia em que vi Nessie pela primeira vez em Forks.

  Depois de passar um tempo em casa, resolvi voltar para a casa de Renesmee.

  _Jake! – Disse ela, pulando em meus braços quando abriu a porta.

  _Oi, meu amor – falei em seu ouvido.

  Entrei e dei um abraço de Feliz Natal em todos os presentes – bem, só as mulheres, nos homens foi um aperto de mão. Nessie me apresentou aos seus tios e aos seus avós. Primeiro Charlie me olhou com uma cara durona, mas depois abriu um sorriso e me abraçou.

  Enquanto todos estavam entretidos em uma conversa, eu e Nessie subimos para o seu quarto. Quando entramos ela trancou a porta, e eu já fui logo atacando seus lábios. A pressionei contra a porta e comecei a subir minhas mãos por debaixo de seu vestido.

  _Jake! – Disse ela, tirando minha mãos. – É Natal.

  _Me desculpe – eu disse, e voltei a beijá-la.

  Mas parecia que minhas mãos tinham vida própria. Lá estavam elas novamente alisando as coxas de Renesmee. Ela riu.

  _Você não tem jeito mesmo – disse.

  _Não – falei.

  A levantei, colocando suas pernas ao redor da minha cintura e a levei até a cama. Eu já estava quase tirando o vestido dela todo, quando batem na porta.

  _É melhor vocês descerem – era Bella -, antes que mais alguém dê falta dos dois.

  Depois disso ouvimos seus passos descendo as escadas.

  _Acho melhor escutarmos ela – disse Nessie, se levantando da cama e ajeitando o vestido.

  _Mesmo? – falei.

  _Mesmo – disse ela. – Vem dormir comigo de novo essa noite. Eu te recompenso.

  Me levantei em um salto.

  _Proposta aceita – eu disse, lhe pegando pela cintura e lhe dando outro beijo.

  Descemos.

1 DIA ANTES

POV Bree

  Eu não posso deixar barato. Aquela garota tem que me pagar por ter tirado o Jake de mim. Eu só preciso de um plano. Se eu pelo menos pudesse contar com a ajuda do imprestável do Alec. Pelo jeito terei que fazer tudo sozinha. E tenho que agir rápido!

  Ouvi a porta de entrada se abrindo e notifiquei que meu pai tinha chegado. Chegado para ir de novo. Era horário de almoço. Desci para cumprimentá-lo. Estávamos tentando não lembrar do episódio do meu “quase casamento” com Jake. Se não fosse aquela maldita da Jessica. E eu achando que a vadia estava do meu lado. Quanta inocência!

  _Boa tarde, pai – eu disse.

  _Olá, querida – disse ele.

  _Mamãe deixou tudo pronto antes de sair – eu disse. – Só estava esperando pelo senhor.

  _Hmm... Obrigado – disse ele. Tirou a guarnição – aquele cinto de colocar algemas, armas, etc – e a colocou no cabideiro perto da porta.

  Fui até a cozinha e coloquei a mesa.

  _Então, como foi sua manhã? – Perguntei.

  _O mesmo de sempre – disse ele. – Está pior agora. Final de ano, você já viu... E como você passou sua manhã?

  _Em casa – eu disse. – Eu juro.

  Ele assentiu. O resto do almoço foi em silêncio. E eu não conseguia parar de pensar um segundo qualquer em uma maneira de acabar com a vida daquela vaca.

  Espera aí. Acabar com a vida? Meu olhar foi instantaneamente guiado até a guarnição pendurada no cabideiro. Bom, mais precisamente um dos itens do cinto. A arma.

  Óbvio! Por que eu não pensei nisso antes?

  Terminamos o almoço.

  _Tenho que voltar – disse meu pai. – Te vejo mais tarde.

  Ele colocou o cinto e saiu.

  Bom, agora eu tenho que dar um jeito de pegar aquela arma.

  Já passada das duas da madrugada. Meus pais já deviam estar no décimo sono. Descalço, saí do meu quarto devagar e fui parar na porta do quarto deles. Respirei fundo antes de tentar girar a maçaneta. Felizmente eles estavam dormindo mesmo (me enojava imaginar pessoas da idade dos meus pais fazendo sexo).

  Sem fazer nenhum barulho, entrei vagar no quarto. Procurei pela guarnição. Estava em um cabideiro perto da cama, do lado do meu pai. Andei o mais silenciosa possível até lá. Prendi a respiração enquanto tirava a arma. Felizmente não fez nenhum barulho. Caramba, como esse negócio pesa! Segurei a arma com uma das mãos e com a outra tirei a munição da guarnição. Da mesma forma que entrei, saí e entrei em meu quarto.

  Plano sem falhas!

  Guardei a arma na gaveta do criado-mudo e fui me deitar. Teria um dia longo amanhã!

  Escondi a arma na roupa e fui para a casa da songamonga.  Eu só tinha uma coisa em mente: vingança. Ela ia pagar por tudo o que me fez.

  Bati na porta. Não demorou muito para ela abrir.

  _Olá, Renesmee – eu disse, com um sorrisinho no rosto.

MAIS TARDE

POV Jacob

  _Então, doutor – eu disse. – Como ela está?

  Ele nos olhou com uma cara séria, ajeitou o jaleco, então começou a falar.

  _Eu sinto muito informar, mas...

  Uma voz o interrompeu.

  _Doutor! – Disse a enfermeira, praticamente correndo até nós. – Ela voltou – disse apenas olhando para o médico.

  _Tem certeza? – Perguntou ele. Ela assentiu. – Bom – disse, agora olhando para nós -, ela está bem. Vou verificar agora o novo quadro dela.

  Bella, Edward e eu suspiramos aliviados. Renesmee estava bem, e era isso que importava.

  _Podemos vê-la? – Perguntou Bella.

  _Vamos transferi-la de quarto – disse o doutor. – Avisaremos quando puderem visitá-la.

  Assentimos.

  _Oh, Jacob! – Disse Bella, me abraçando. – Nossa menina está bem! Eu não acredito que quase a perdemos.

  _E você tem que nos explicar – disse Edward. – Quem atirou nela?

  _Eu vou contar tudo – eu disse. – Mas acho que Bella precisa de um pouco de água.

  Depois de contar para Bella e Edward quem havia atirado em Nessie e porquê, liguei para Jane, Claire e Leah. Elas mereciam saber o que houve com a amiga. Eu disse que já estava tudo bem, mas elas insistiram em vir para o hospital.

  Mais tarde Nessie pôde receber visitas. Bella e Edward foram os primeiros. Depois as garotas e Quil – tive que ligar para ele. Eu fui o último.

  Quando entrei no quarto, Nessie estava desacordada. Havia vários fios ligados à ela. Felizmente não precisava de nenhum aparelho para ajudá-la a respirar.

  Peguei uma cadeira de metal que tinha ali perto e me sentei ao seu lado.

  _Como é bom saber que ainda tenho você – eu disse, segurando uma de suas mãos. – Eu morreria se você fosse embora.

  Algumas lágrimas já começaram a cair dos meus olhos. Não me importava de chorar. Não nesse momento.

  Por um bom tempo, só fiquei ali segurando sua mão enquanto chorava.

  _Desculpe – disse uma enfermeira entrando no quarto -, o horário de visitas acabou.

  _Posso passar a noite com ela? – Pedi.

  _Claro – disse ela. – Vou avisar ao doutor.

  Assim que tive autorização, falei para Bella e Edward – que estavam na sala de espera – que eu ficaria ali. Assim eles foram embora tranquilos. Liguei para Rachel e pedi para que trouxesse algumas coisas minhas ao hospital.

  Havia um sofá no quarto, perto da janela. Me acomodei ali, e fiquei observando Renesmee até que não resisti e dormi.

  Edward e Bella vieram ao hospital pela manhã. Me pediram para ficarem sozinhos com a filha e eu tive que sair do quarto. Aproveitei para ir à lanchonete do hospital comer alguma coisa.

  Enquanto eu estava comendo um sanduíche com Coca-Cola, Edward apareceu e se sentou na cadeira vazia à minha frente.

  _Deixei Bella sozinha com ela – disse ele. Assenti.

  Ele permaneceu o minuto seguinte em silêncio.

  _Eu sei que você gosta muito dela, Jacob – ele continuou. – Não quero que fique achando que foi culpa sua o que aquela garota fez.

  _Eu não acho – eu disse. – Bree é uma louca, psicopata. Mesmo sabendo como ela é, nunca pensei que ela fosse capaz disso.

  _Os policiais estiveram lá em casa ontem – disse Edward. – Levaram a arma, e querem o seu depoimento.

  _Tudo bem – eu disse.

  _Querem que vá à delegacia hoje às 14h. Eu sei que vai ser difícil, mas você tem que fazer o delegado acreditar em você. Eu sei que aquela garota é filha de um dos policiais.

  _Ele vai acreditar – eu disse -, ainda mais depois que verem as digitais da Bree na arma. Querendo ou não, o policial Tanner terá que prender a própria filha.

  _Espero que dê tudo certo – disse Edward.

  _Dará – eu disse. – Bree não vai sair livre dessa.

  Edward e Bella ficaram no hospital enquanto eu fui à delegacia dar meu depoimento. Este seria um longo último dia do ano.

  Dar o depoimento foi mais fácil do que eu imaginava. O delegado me perguntou se eu tinha certeza de que era Bree Tanner. Quando eu confirmei, ele expirou e disse que eu já poderia ir embora.

  Fui para casa. Meu pai estava muito preocupado com o estado de Renesmee. Rachel e Rebecca também.

  _Ela vai ficar bem – eu disse à elas.

  _Graças a Deus! – Disse Rachel.

  _Espero que ela se recupere logo – disse Rebecca. – A conheço há pouco, mas já gosto bastante dela.

  Eu abracei as duas, subi para o meu quarto e deitei na cama para descansar um pouco. Não poderia dormir muito, tinha que voltar ao hospital.

  Acho que estava muito cansado mesmo. O “pequeno” cochilo que eu ia dar se transformou em horas de sono. Quando acordei já eram 22:30h. Tomei um banho e corri de volta ao hospital.

  _Você sumiu – disse Edward quando o encontrei perto do bebedouro.

  _Passei em casa – eu disse -, e acho que minha cama gosta de me prender lá.

  Ele riu.

  Respeitamos o tempo que Bella queria passar sozinha com Nessie e ficamos conversando na porta do quarto. Depois de um tempo, Bella saiu.

  _Eu queria tanto que ela acordasse – disse ela, com lágrimas nos olhos. – Pelo menos ela está bem.

  Edward a abraçou.

  _Vai ficar tudo bem com a nossa garotinha – disse ele.

  Bella assentiu e tentou conter as lágrimas. Ela se virou para mim.

  _Adoraríamos ficar – disse ela -, mas sabemos que você gosta de ficar sozinho com ela. A não ser que você tenha outro lugar para...

  _Meu lugar é onde ela estiver – eu a interrompi. – Podem ir. Vai ficar tudo bem.

  _Voltamos amanhã – disse Bella.

  _Obrigado, Jacob – disse Edward.

  Assim que eles se foram, eu entrei no quarto.

http://www.youtube.com/watch?v=dGR65RWwzg8

  O quarto estava com todas as luzes apagadas, iluminado apenas pelas luzes dos postes lá fora. Como Bella havia dito, Nessie ainda estava desacordada. Doía meu coração vê-la assim.

  Fui até a janela e fiquei observando a rua. Não estava totalmente vazia, mas também não havia muitas pessoas. Continuei observando o movimento, então ouvi um arfar, baixo e lento. Me virei rapidamente para Renesmee.

  Sua boca mexia e seus olhos fechados se apertavam.

  _Nessie – eu sussurrei e fui até a maca, pegando sua mão.

  Devagar, ela abriu os olhos. Foi como se de primeira ela não tivesse conseguido me ver, mas depois seus olhos se fixaram nos meus.

  _Jake – ela murmurou, sua voz um pouco fraca.

  _Sou eu – eu disse, já começando a chorar.

  _Por que está chorando? – Ela perguntou.

  _Você acordou – eu disse. – Você está aqui comigo.

  Me inclinei e beijei sua mão. Peguei a cadeira e me sentei ao seu lado.

  _Há quanto tempo estou aqui? – Ela perguntou.

  _Um dia – eu disse. – O ano nem virou ainda.

  Ela deu um meio sorriso, que mais parecia uma careta, mas mesmo assim me fez sorrir também.

  _Não sabe o quanto eu fiquei com medo de perder você – eu disse.

  _Eu estou aqui – disse ela. – Estou com você.

  _Sim, você está – eu disse. – Eu não quero perder você nunca.

  _E não vai – disse ela. – A não ser quando ficarmos velhinhos e tivermos que seguir para outro lugar.

  Eu ri. Estiquei meu braço e toquei seu rosto. Ela fechou os olhos.

  _Eu amo você – falei.

  _Eu também amo você – ela falou.

  Lá fora, os fogos de artifício estouraram e a gritaria começou, anunciando que já era meia-noite.

  _Feliz Ano Novo – eu falei para ela.

  _Feliz Ano Novo, meu amor – ela falou.

  Me inclinei para ela e a beijei. Era como se não a beijasse fizesse muito tempo. Era como se fosse nosso primeiro beijo. Eu senti as faíscas, e mais uma vez tive a certeza de que Nessie era a mulher da minha vida. Tive a certeza de que eu nunca amaria ninguém como eu a amo.

POV Resnemee

  Era como se eu estivesse caindo em um abismo escuro e frio, mas eu nunca chegava ao fundo. Depois de tanta escuridão – poderiam ter se passado horas, dias, meses, anos -, eu enxerguei uma luz, branca e forte, vindo da minha direção.

  Eu inspirei o máximo de ar que eu pude, e soltei tudo em um arfar. Meus olhos se apertaram e alguns músculos começaram a doer.

  _Nessie – alguém sussurrou. Aquela voz eu conhecia bem.

  Ele pegou minha mão.

  Abri os olhos. No princípio tudo estava fora de foco, mas depois seu rosto ficou perfeitamente visível, mesmo com a escuridão do local.

  _Jake – eu murmurei. Minha voz estava fraca, e meu peito doía um pouco enquanto eu tentava respirar.

  _Sou eu – disse ele. Ele... chorava.

  _Por que está chorando? – Perguntei.

  _Você acordou – disse ele. – Você está aqui comigo.

  Ele se inclinou e beijou minha mão.

  Eu voltei! Tenho mais uma chance para viver ao lado da pessoa que eu amo.

  Depois de dois dias eu recebi alta. Bom, eu não poderia sair por aí correndo e pulando, mas já poderia ia para casa. Alguns policiais e o delegado foram até lá para pegarem meu depoimento. Incrível que mesmo com o depoimento de Jacob eles ainda não tenham ido atrás de Bree. Agora com o meu, eles teriam que fazer alguma coisa, e rápido. Não quero aquela psicopata solta por aí.

  Duas semanas se passaram e nada da vadia ser presa. Acho que eles estavam tentando adiar ao máximo ter que prender a filha de um dos policiais, ainda mais que ela terá que ficar em uma prisão para menores. Pelo menos ela não estava nos importunando, e sabíamos que mais cedo ou mais tarde ela seria presa.

  Nesse tempo sem aulas eu me recuperei muito bem, por isso eu pude ir normalmente no primeiro dia de aula depois dos feriados.

  Todos queriam saber como eu estava. A maioria dos alunos não sabiam que fora Bree quem atirara em mim.

  E ela estava lá, como se nada tivesse acontecido. Meu corpo tremeu quando nossos olhares se encontraram. Jacob percebeu e abraçou meu corpo, me fazendo olhar para ele.

  _Não é justo que ela fique livre – eu disse.

  _Vai dar tudo certo – disse ele. – Ela vai ter o que merece. – Ele beijou o topo da minha cabeça. – Vem, vamos sair daqui.

  Chamamos as garotas e Quil, e entramos na escola.

  No refeitório seria muito mais fácil se Bree não estivesse ali. Também seria mais fácil se ela parasse de nos olhar o tempo todo.

  _Ela enlouqueceu de vez – comentou Claire. – Olhe só para a cara dela. Tá louquinha de pedra. Não sei como ninguém percebeu ainda.

  _Ela é uma psicopata – disse Leah.

  _E tentou levar meu irmão para o mesmo lado – completou Jane.

  _Podemos parar de falar nela? – Pedi.

  _Vamos ouvir a Nessie – disse Quil. – Vai que ela escuta? Já pensou se ela tiver trago outro arma para a escola?

  Estremeci.

  _Quil! – Jacob o adverti.

  _Desculpe, Nessie – disse ele.

  _Tudo bem – murmurei.

  Jacob me abraçou mais forte.

  _Oi – disse alguém se aproximando da mesa. – Posso me sentar com vocês?

  Era Jessica.

  _Claro – eu disse.

  Ela puxou uma cadeira e sentou.

  _Não sou mais bem-vinda na mesa dela – disse Jessica -, e nem quero. Não depois de tudo o que ela fez. Prefiro vocês.

  _Saiba que você é muito bem-vinda aqui, Jess – disse Quil, já flertando. Jane e Claire reviraram os olhos.

  Então, enquanto todos estávamos tentando agir normalmente, a direto entra no refeitório com mais três policiais. Um deles era o pai de Bree.

  _Papai?! – Disse ela quando o viu. Se levantou e foi até ele. O refeitório inteiro ficou em silêncio. – Veio me visitar? Por que está fardado e trouxe esses dois?

  O policial Tanner expirou, e como se estivesse fazendo a coisa mais difícil de sua vida, disse:

  _Bree Denise Tanner, você está presa por porte ilegal de arma e por tentativa de assassinato contra Renesmee Cullen. – Um dos outros policiais começou a prender com algemas suas mãos às costas. – Você tem o direito de permanecer calada. Qualquer coisa que você diga pode ser usada contra você.

  _Você não pode fazer isso comigo, pai! – Ela gritou.

  O policial Tanner cerrou os dentes.

  _Você não é a minha filha – disse ele. – Vamos, pessoal!

  Eles saíram, deixando a diretora sozinha ali.

  _Voltem ao que estavam fazendo – disse ela, e saiu apressada.

  _Eu não acredito – murmurei.

  _Pode acreditar – disse Jacob, e me abraçou. Eu chorei em seus braços.

  Finalmente estávamos livres daquela louca. Finalmente poderíamos viver em paz.

http://www.youtube.com/watch?v=XPBwXKgDTdE

  Jacob pegou uma dúzia de tulipas vermelhas e me entregou, como um buquê.

  _São lindas – eu disse.

  _Não como você – disse ele.

  Eu sorri e ele me beijou.

  Estávamos sentados no gramado rodeado de flores de seu jardim secreto. Nosso jardim secreto, como ele diz.

  Nos deitamos e olhamos para o céu. Era uma noite estrelada, perfeita para nós dois.

  _Diante deste céu – disse ele -, desta lua e das ondas do mar, eu prometo amar você, Renesmee Cullen, pelo resto da minha vida.

  Nos olhamos no mesmo momento. Olhei para o céu novamente.

  _Diante deste céu - eu disse -, das estrelas, da lua, das ondas do mar e também deste lindo jardim que é a alma de sua mãe, eu prometo amar você, Jacob Black, pelo resto da minha vida. Meu primeiro e único amor verdadeiro.

  Quando eu dei por mim, ele já estava em cima de mim.

  _É?! – Disse ele, sorrindo.

  _É – eu falei.

  Jacob abaixou seu rosto, roçando seu nariz no meu e depois em minha bochecha. Devagar, ele me beijou.

  Foi calmo, romântico. Não foi como se ele quisesse arrancar a minha roupa na primeira oportunidade. Foi como se ele, assim como eu, quisesse aproveitar o beijo, só o beijo. Como se nada mais importasse.

  Eu me agarrei a esse pensamento. Assim como em nosso juramento, eu queria acreditar que nos amaríamos eternamente.