A New Woman escrita por Tina


Capítulo 7
Jantar?




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Ninguém respondeu, ela abriu os olhos e olhou para todos que estavam na sua frente, ninguém lhe devolveu o olhar, todos encaravam o chão. Ela passou por eles, ninguém ousou tentar a impedir, entrou na garagem e viu seu carro, seu bebê, completamente destruído.

Jantar?

Bella sentiu seu rosto queimar pela raiva, suas mãos se fecharam em punhos, ela mal enxergava em sua frente, estava cega pelo ódio que sentia naquele momento.

Virou-se de costas para o seu bebê, não suportava vê-lo daquela maneira, depois saiu dali. Quando alcançou o lado de fora da oficina, todos estavam praticamente nas mesma posições em que se encontravam quando Bella entrou. Os lobos já haviam explicado para Julia, Leah e Seth o que havia acontecido, e os mesmo acharam que seria melhor deixa-la ficar sozinho lá dentro um pouco, isso, ou também temiam a reação dela.

Isabella ignorou todos presentes, passou rapidamente os olhos pelos arredores, procurando apenas duas pessoas, apenas para constatar que as mesmas já havia saído dali.

-Onde estão Jacob e Paul? – perguntou, sua voz era fria e seria.

-Não sabemos – Leah deu de ombros.

-No momento em que você entrou os dois se transformaram e saíram correndo – Julia explicou.

Enquanto a loura falava, Bella já arquitetava em sua mente planos para acabar com a vida daqueles dois lobos, então lembrou-se que não poderia simplesmente sair correndo atrás deles, teria que arrumar uma maneira de persegui-los.

-Julia – ela chamou -, onde está a chave do seu carro? Vou precisar dele.

-Seth veio dirigindo – ela falou, gesticulando rapidamente para onde o namorado se encontrava.

-Seth, a chave do carro – Bella disse apenas, não era um pedido.

Seth fechou a mão em torno de algum objeto pequeno, que todos perceberam ser a chave, escondendo a mesma atrás do corpo. Sorriu, nervoso.

-E-Eu não sei onde ela está – ele disse – Com toda essa confusão… eu simplesmente me esqueci – sorriu amarelo.

-Seth, a chave do carro – ela disse, entredentes.

-Não está comigo, Bells – ele disse novamente, dessa vez com mais convicção.

-Seth, para a sua sorte, você não estava aqui quando essa… catástrofe aconteceu – Bella disse, respirando fundo, tentando se controlar -, você não está metido em tudo isso, mas se você não me entregar essa droga de chave agora… bem, eu já sei quem será o primeiro que descontarei minha raiva.

-Calma Bella – Tom pediu -, acho melhor você parar um pouco, sabe, respirar, esfriar a cabeça… depois você pensa nisso.

-É, vai, se acalma, senta um pouco – Ben apoiou o amigo.

Bella rapidamente se virou para eles, olhando-os com os olhos estreito de raiva.

-Vocês – ela falou, apontando para eles -, descubram agora antes os futuros cadáveres estão… e não ousem mandar eu me acalmar.

-M-Mas nós não sabemos onde eles estão – Ben disse.

-Eu sei que vocês não sabem, é por isso que eu disse para descobrirem – Bella falou, perdendo o pouco da paciência que lhe restava.

-E como nós iremos fazer isso? – Tom perguntou.

-Não sei – ela gritou -, se transformem em lobos, conversem pela porra da mente, farejem o ar. Sejam criativos.

Eles não esperaram ela falar mais nada, correram ainda em forma humana para a floresta, lá se despiram e transformaram-se.

-Ok – Julia disse, depois de alguns segundos -, agora vamos para a praia, logo Billy irá chegar da pescaria, o churrasco já deve ter começado.

-Podem ir na frente – Bella disse, suspirando pesadamente.

-Tem certeza? – Leah perguntou, rindo – Isso não é apenas um plano para nos afasta e sair matando todo mundo?

-Agora que você falou, me parece um boa ideia – Leah arregalou os olhos, Bella riu de lado – Brincadeira, eu só vou me acalmar um pouco, se eu encontrar com Jacob ou Paul agora… bom, não quero estragar o aniversario de Billy matando o filho dele – Bella disse, dando de ombros.

-É, acho que isso não iria ser legal – Seth comentou, rindo.

-Não demora, ok? – Julia disse, Bella assentiu.

Seth jogou a chave do carro da namorada para Bella, que o olhou confusa.

-Você não pretende ir para a praia andando, certo? – ele perguntou.

-Se eu não for, vocês irão, então… - ela disse, já planejando devolver a chave, quando Seth deu de ombros e disse para Julia:

-Que tal um passeio, amor?

-Que tipo de passeio? – ela perguntou, desconfiada.

Ele pediu que ela esperasse um pouco e correu floresta adentro, minutos depois, um grande lobo com o pelo levemente acinzentado saiu de lá, seu olhar era inteligente demais para um animal comum e sua expressão era um tanto estranha, como se ele sorrisse. Em uma de suas patas estavam as roupas que anteriormente Seth usava.

Julia soltou uma alta risada forçada, jogando dramaticamente a cabeça para trás e esfregando a barriga. Logo depois, ficou seria.

-Você não está sugerindo que eu faça o que eu acho, certo? – Julia perguntou, o lobo assentiu – Esqueça – ela disse apenas.

O semblante do lobo imediatamente mudou, passou de animado para triste em instantes. Julia o olhou, sentindo-se culpada.

-Não, Seth, não me olha assim – ela pediu – Por favor, amor, eu não posso simplesmente montar em você – ela tentava se explicar – Você não é meu cavalinho, é meu namorado.

-Julia – Bella disse, com um sorriso malicioso -, é exatamente por isso que você tem que ir. Cavalgue nele, afinal, você é a namorada dele.

Bella e Leah – já transformada em lobo – começaram a rir alto. Seth arregalou os olhos e encarou o chão. Julia corou, mas não se deixou abater.

-Sinto muito – ela disse para Bella, com cara de inocente -, mas você poderia me explicar como se faz, sabe como é você sempre cavalga o Jake, então…

Dessa vez os dois lobos se riram, Julia apenas sorriu de lado para Bella, que mandou língua para a amiga.

-Muito engraçado – ela disse com ironia. Realmente, ela várias vezes já montara em Jacob, mas sem nenhuma malicia ou segundas intenções.

Julia suspirou.

-Ok – ela disse para Seth, cedendo -, eu vou com você – depois voltou-se para Bella – Não demora, ok? Não se preocupe com eles, provavelmente estão morrendo de medo em algum lugar por aí, deixe-os assim por enquanto, depois pense em uma vingança e… - ela olhou de relance para o lobo cinzento – me deseje sorte.

-Boa sorte – Bella disse, rindo da amiga, que subia nas costas do namorado. Bella foi até Leah – Amiga, diz para Tom e Ben que não precisam procurar ninguém e pede desculpas por mim, eu me descontrolei, mas já estou calma – a loba assentiu.

Os dois lobos correram, floresta adentro. Bella ainda ouvir Julia dar um pequeno grito assustado, mas em seguida a mesma soltou uma alta gargalhada de aprovação. Isabella sorriu pensando na amiga, enquanto entrava no carro da mesma.

Dirigia há quase quinze minutos pelas estradas, sem realmente prestar atenção no caminho que seguia. Estava muito silencio ali, subitamente sentiu vontade de conversar com alguém, porém com quem? Julia estava com Seth, provavelmente Leah estaria com Tom e Jacob estava fora de cogitação.

Pensou em ligar para Damon, porém achou que não seria apropriado, afinal, o mesmo deveria estar na cama com alguma garota desconhecida esse horário. Ela riu, como ela adorava aquele homem.

No banco do carona ela viu o celular de Julia. Estacionou no meio fio e procurar na lista de contatos do telefone, alguém que valesse a pena conversar. Ela conhecia muitas daquelas pessoas, porém ninguém que ela realmente queria conversar.

Suspirou pesadamente, deixando o celular no banco novamente. Então uma ideia um tanto louca surgiu em sua mente, pegou novamente o aparelho e discou o numero do próprio celular.

Tocou, , tocou mais uma vez, tocou novamente e…

-Alo – Bella ouviu uma você feminina falar rispidamente do outro lado da linha.

-Oi, Rosalie

-Sim – ela respondeu com a voz forçadamente calma.

-É a Bella, desculpe, eu interrompi algo? – perguntou, já se arrependendo de ter ligado.

-Sim, digo, não, não. Desculpe ter atendido daquela forma, eu… estava caçando.

-Oh, desculpe – Bella pediu novamente.

-Não se preocupe – Rosalie riu distraída, ao ver sua presar sair correndo – E então, por que ligou? Aconteceu alguma coisa?

-Não, não. É só que… - Bella não havia pensado em nada para falar -, bem eu vou a sair na sexta-feira, vou a uma boate… você não quer ir também?

-Claro – a resposta de Rosalie foi animada -, mas você não iria com os, er, seus amigos?

-É, eles estarão lá – Bella respondeu, sabendo que ela se reveria aos lobos -, mas eu meio que briguei com eles… bem, isso não importa, eu iria convidar você de qualquer forma – Bella deu de ombros, sendo sincera.

-Ok então – Rosalie sorriu do outro lado da linha.

-Eles destruíram o meu carro – Bella confessou, Rosalie arfou - Nos encontramos lá?

-Você não quer uma carona? – a loura perguntou gentilmente.

-Não precisa, irei com Damon.

-Ok, então até sexta

-Até

Bella desligou o telefone, olhando de relance o horário. Já estava mais do que na ora de ela ir para a praia, seu pai provavelmente já chegara e estaria bancando o preocupado, a sua procura.

Rosalie ouviu Bella se despedir também, desligou o telefone, guardou-o no bolso do short que usava e voltou correndo para a área da floresta onde o resto de sua família se encontrava.

Viu Alice e Esme sentadas em um grande tronco caído, conversando distraidamente, enquanto Edward e Carlisle ainda caçavam um pouco longe dali, assim como ela estava antes. Emmet e Jasper estavam ali, discutindo quem ficaria com o urso pardo que estava ali perto.

Antes que alguém pudesse notar sua presença, Rosalie correu em direção ao disputado animal e atacou-o de surpresa, antes que o mesmo pudesse sequer notar o que estava aconteceu, a loura já havia torcido seu pescoço e seus dentes estavam cravados em seu pescoço.

Logo, a vampira largou a carcaça flácida do animal, três vezes maior do que ela, no chão. Depois se voltou para sua família, Edward e Carlisle já haviam voltado. Todos a encaravam com expressões divertidas, exceto por Emmet e Jasper.

-O mundo é dos espertos – Rosalie disse, dando de ombros e sorrindo.

-Quem era no telefone, querida? – Esme perguntou, quando percebeu que ao dois filhos iriam começar a protestar.

-Uma amiga – Rosalie respondeu, sorrindo de lado – Vou sair com ela na sexta-feira, ok? Nós não íamos fazer nada juntos, certo?

-Nós íamos… - Jasper começou, mas Alice o cortou.

-… ficar em casa – ela sorriu – Certo, Ed?

-Sim, vamos fazer um torneio de xadrez… faz tempo que eu e Alice não jogamos – Edward concordou, sem reclamar do apelido que tanto detestava.

Todos, exceto por Rosalie e Emmet, encaravam, confusos, os dois irmãos poderosos da família, mas nada disseram. Quando ao casal, apenas sorriam um para o outro, completamente alienados aos outros vampiros presentes.

-Aposto que pego o próximo carnívoro antes de você – Emmet desafio a esposa.

-Apostado – ela falou rapidamente, correndo mata à dentro, antes que o marido pudesse assimilar o que ela havia dito, logo ele correu atrás dela, com um sorriso maroto no rosto.

Quando não se podia mais ouvir os passos rápidos de Rosalie ou as gargalhadas de Emmet, Jasper disse:

-Se não me falha a memoria, sexta-feira iriamos à boate, ver como Bella age fora do colégio – ele afirmou.

-Iriamos não – Edward disse -, nós ainda iremos.

-Então por que falaram para Rosalie que ficaríamos em casa? – Carlisle perguntou, desconfiado.

-Eu e Rose podemos estar bem uma com a outra, mas isso não muda o fato de que ela está escondendo algo – Alice disse – E, com certeza, é algo relacionado a Bella.

-Ah, e vocês querem descobrir o que é – Esme afirmou com um sorriso, compreendendo tudo.

-Exato – Alice e Edward disseram, juntos.

-Não contem comigo – ela disse, seria – Carl?

-Se você não concorda, eu também não concordo – ele disse, sorrindo – Estou sempre com você, meu amor – ele a segurava pela cintura, puxou-a por ali e beijou-a.

-Own, vocês são uns fofos – Alice disse – Ok, já chega, podem parar.

Eles pararam e a olharam confusos, mas divertidos.

-Vocês são meus pais, não quero ver ou ouvir vocês namorando – ela explicou.

-De acordo – Jasper e Edward disseram, juntos.

Esme e Carlisle riram e continuaram abraçados, porém não se beijaram mais.

-E então, por que vocês estão fora? – Alice perguntou.

-Porque logo Rosalie irá descobrir vocês, ficará chateada por mentirem e, como todo filho, irá dizer que eu e Carlisle ficamos contra ela – Esme sorriu, como se estivesse mesmo falando com adolescentes – E eu não estou contra ela.

-Então você está contra nós? – Alice perguntou, indignada, colocando as mãos, dramaticamente, sobre o busto.

-Não – Carlisle disse -, nós somos como a Suíça, não estamos contra ninguém.

Alice e Edward reviraram os olhos.

-Além do mais – Esme continuou, abraçada ao marido -, eu já planejei nosso final de semana, amor – ela falava com Carlisle, no rosto de ambos, um sorriso malicioso.

-Arg, que horror – Alice, Edward e Jasper disseram juntos. Alice teve a visão, Edward leu a mente deles e Jasper sentiu o que eles sentiram.

-Como se vocês não fizessem o mesmo – Carlisle disse, sorrindo, apertando a cintura da esposa.

-Ah, credo – Alice gritou, tento outra visão dos pais – Informação demais, informação demais. Obrigada – ela disse, sarcasticamente -, vai demorar décadas para eu conseguir tirar essa desagradável imagem da cabeça.

O casal mais velho apenas riu.

-Continuando – Edward disse -, Rosalie também está mentindo para nós, então seria bastante hipocrisia ela ficar chateada com a gente.

-Errado – Esme argumentou -, ela disse claramente que não poderia falar a verdade, mas ela também não mentiu.

-Ok, ok – Alice disse -, defenda ela.

Esme sorriu para a atitude da filha, e negou com a cabeça, ainda rindo. Sabia que não adiantava ela explicar novamente que ela não iria escolher um lado.

-Você também está fora, Jasper? – ela perguntou com a cara fechada.

O louro sorriu, correu para o lado da esposa e abraçou sua cintura, ficando em sua frente.

-Sempre estarei com você, minha fadinha – ele disse, fazendo-a sorrir. – Nunca duvide disso.

-É melhor mesmo – ela disse, mas ainda sorria.

Antes que Edward pudesse ficar incomodado pela atitude apaixonada dos dois casais, todos ouviram os passos de Emmet e Rosalie se aproximando. Aquele assunto estava encerrado.

-E então, o que perdemos? – Rosalie perguntou, com um sorriso vitorioso.

-Nada – Edward, Alice e Jasper responderam, rápido demais.

Ela os olhos, desconfiada, porém logo esqueceu quando Esme perguntou quem havia ganhado.

-Eu deixo vocês tentarem adivinhar – ela disse, apontando para si mesma com os polearam e sorrindo.

-É injusto – Emmet disse, como uma criança -, ela roubou.

-Eu não roubei… a culpa não é minha se você se distrai com facilidade – ela disse, sorrindo maliciosamente.

Só então o resto da família notou que Rosalie usava a camisa do marido, que cobria praticamente todo o seu curto short. Emmet estava com a cara fechada e a esposa com cara de inocente.

-O que você fez, filha? – Carlisle perguntou, com um sorriso.

-Eu não fiz absolutamente nada… porém, sabe como é, tinha um urso, com garra afiada e patas fortes – ela deu de ombros, como se realmente lamentasse -, infelizmente, eu me descuidei, e ele acabou rasgando minha blusa… fazer o que? É a vida – ela riu.

-Ela o deixou rasgar de proposito – Emmet falou, batendo um pé no chão.

-Cada um luta com as armas que possui – Rosalie disse, ainda sorrindo.

Emmet cruzou os braços no peito e, inconscientemente, fez um biquinho teimoso. Rosalie sorriu carinhosamente, se aproximou dele e tocou em seus braços, fazendo relaxar um pouco

-Vamos lá, ursão, saiba perder – ela sorriu mais ainda quando ele sussurrou um eu não perdi – Perdeu sim, mas isso não importa relmente, afinal – ela disse baixo, em seu ouvido -, ainda tem o premio de consolação.

-Eu não quero premio de consolação – ele disse, fingindo ignorar a malicia na voz dela.

-Você… tem certeza? – ela perguntou, enquanto passava a mal em seu peitoral, depois se afastou – É realmente uma pena, eu estava pensando em coisas bem legais.

Ele respirou fundo, olhando-a, depois sorriu.

-É, eu realmente estou muito triste por ter perdido. Vou precisar de um premio muito bom – ele disse.

-Você terá o melhor – ela garantiu, se inclinando para beija-lo, porém antes disse Alice exclamou, animada:

-Eu atendo – em seguida correu em de volta para a casa.

O local onde ele estavam era longe demais para qualquer um deles ouvir o telefone tocar, então todos constataram que ela havia tido uma visão, e logo correram atrás dela.

Ela chegou a tempo de atender no terceiro toque:

-Residência dos Cullen – ela disse, com falsa indiferença – Ah, olá, há quanto tempo, como você está? – ela disse, agora demonstrando seu entusiasmo, mas tomando cuidado para não falar nomes e manter o suspense para a família – E sua filha?… ainda bem… claro, iriamos adorar… com certeza, obrigada pelo convite… ok, tchau – então desligou.

Todos a encaravam, curiosos, ela os ignorou, sentou-se no sofá, ao lado de Jasper, fingindo que nada havia acontecido.

-Alice… - Edward disse.

-Sim? – ela perguntou, inocentemente.

-Ah, vamos lá, mana – Emmet pediu, Alice sorriu.

-Era Charlie Swan.

Todos arfaram.

-E…? – Esme incentivou.

-Ele nos convidou para jantar – ela disse – Amanhã à noite, às nove. E nós iremos

-É claro que iremos – Edward disse, depois suspirou pesadamente – Vamos Alice, conte-nos oque você sabe – Alice sorriu, estava cada vez melhor em esconder os pensamentos dele.

-Eu não sei de nada – deu de ombros – Ok, ok, ele está querendo perguntar a nós algo sobre… nossa espécie.

-O que exatamente ele irá perguntar? – Carlisle perguntou.

-Não sei – Alice disse.

-Ele sabe o que somos? – Jasper perguntou, para ninguém em especial.

-Isso ou ele está organizando uma caça à vampiros e quer nos convidar para participar – Emmet disse.

-Não fazer graça com isso – Jasper ralhou, depois se voltou para a esposa, em um tom bastante calmo – Como assim você não sabe?

-Não sabendo – ela deu de ombros – Eu sei que o assunto será esse, porém não consigo ver nada exato e claro, que alguém esteja bloqueando minha visão, talvez um lobo esteja presente.

-Ele nos convidou para jantar juntamente com algum vira-lata? – Rosalie perguntou.

-Até eu sei que isso não vai prestar – Emmet disse.

-Bem, parece que só vamos descobrir na hora – Esme disse – Rose, você irá sair com sua amiga amanhã, certo?

-Sim.

-Você poderia ir após o jantar? Será melhor que a família inteira esteja presente.

-C-Claro, mãe.

-Algum problema Rose? – Alice perguntou, desconfiada – Você está gaguejando.

-Problema nenhum – ela disse.

-Essa sua amiga… - Edward disse – você encontrou com ela esses dias?

-Sim – Rosalie se concentrou para não gaguejar novamente.

-E ela tem algum… poder?

-Poder? Como ler mentes e ver o futuro? – Rosalie quase riu – Não, com certeza não.

-Seus pensamentos estão um pouco confusos… nebulosos – ele disse.

-Como assim? Você não consegue ler minha mente? – Rosalie sorriu, feliz demais com sua sorte.

-Não exatamente, não consigo ler tudo, pego meias frases, algumas palavras.

-Talvez ela esteja desenvolvendo um poder – Carlisle disse, intrigado.

-Depois de tanto tempo? – Jasper perguntou, se aproximando – Acho que não. Talvez a amiga dela tenha um poder e Rosalie não saiba.

-Parece um pouco com a mente de Bella – Edward disse, se unindo ao debate – Às vezes, parece que ela sequer está lá… mas então depois os pensamentos voltam… só pego coisas sem importância.

E assim os três ficaram durante um bom tempo. Rosalie tentava ignorara aquilo, porém também estava confusa. O que será que estava acontecendo? Ela com certeza não era quem estava fazendo isso, saberia se estivesse, porém Bella não poderia ter aquele poder, era apenas uma humana. Será que mais alguém estava metido nessa historia?

-Quem diria – Emmet disse, em um tom brincalhão -: Carlisle, Edward e Jasper. Debatendo sobre os pensamentos de Rosalie, quem te viu, quem te vê, meu amor – Alice e Esme seguraram o riso, enquanto Emmet ria abertamente.

Rosalie lhe deu um tapa no braço

-Ai amor, doeu – Emmet reclamou.

-Era mesmo para doer – ela disse -, mas uma gracinha dessa e pode esquecer o seu premio de consolação – ela disse cruzando os braços, sentada no braço da poltrona de Emmet, que a puxou, fazendo-a cair por cima dele e depois lhe dando um selinho.

Ela riu.

-Uau – ele disse estranhando a facilidade -, estamos de bom humor, não?

-É, vencer me faz bem – ela disse, sorrindo.

Emmet fechou a cara, mas depois sorriu novamente.

-Eu ainda quero o meu premio.

Ela sorriu, puxou-o pela camisa e ambos correram para o quarto deles…

Após falar com Rosalie no celular, Bella acho que já deveria ir para a praia. Charlie já estava lá, e Bella não sabia o que ele podia fazer sem ela para vigia-lo.

Quando chegou o cheiro que carne era forte, lembrando-a de que quase não havia comido nada aquela manhã. Assim que saiu do carro muitas pessoa a cumprimentaram, alguns amigos e outros intrometidos, perguntando como havia ficado as coisas entre ela e o pai.

Resolveu não falar nada, afinal poderia chegar aos ouvidos do próprio Charlie e ela não precisa que ele ficasse ainda mais rígido com relação ao castigo. Ela ainda tinha que pensar em como sair escondida na noite seguinte.

Não muito longe dali ela viu Charlie falando ao telefone, parecia ligeiramente nervoso, mais logo sorriu, animado. Ela iria falar com ele quando foi novamente parada por alguém.

-Bella - Sue chamou assim que a viu -, ainda bem que você chegou, Charlie disse que você ficou doente ontem, com você está? – ela perguntou, ligeiramente preocupada.

-Estou bem, Sue, obrigada.

-Viu, mãe, eu disse que não precisa se preocupara – Leah disse, aparecendo ali apenas de biquíni.

-Finalmente – Julia disse, também apenas de biquíni -, os meninos já estão na agua há tempos, estávamos tomando sol enquanto esperando por você. Vamos?

-Claro – Bella disse, dando de ombros e sorrindo.

-Filha – Charlie chamou, antes que elas pudessem sair dali.

-Er, sim?

-Lembra que… você está de castigo? Que eu te proibi de sair com Jacob e com as meninas – ele disse, lançando um olhar reprovador para elas.

-Como eu poderia esquecer, isso faz uma semana – ela disse.

-Não me olhe com essa cara, eu tenho razão e você sabe disse.

-Na verdade, não sei, eu sou maior de idade, deveria poder fazer o que eu quiser – Charlie respirou fundo, não querendo brigar.

-Eu sei que isso faz apenas uma semana, porém eu estou disposto a fazer um acordo com você… eu liberto você do castigo…

-Serio? – ela perguntou animada – Obrigada Charlie, digo, pai – as três garotas começaram a comemorar quando Charlie as cortou.

-… mas – ele continuou.

-Sempre tem um mas – Julia resmungou.

-Sim, sempre, o negocio é algumas pessoas irão jantar lá em casa amanhã, e eu gostaria que você comparecesse a esse jantar.

-Que horas? – Bella perguntou, desconfiada, aquela era uma condição razoável até demais.

-Às nove.

-Posso sair às onze? – ele assentiu, ignorando o fato de ela já ter até coisas marcadas – Então adoraria comparecer a esse jantar – ela disse, sorrindo.

As três amigas saíram dali, felizes, e foram direto para a praia, parando apenas ao lado de três cadeiras de sol, para deixar a bolsa e a roupa de Bella, que agora estava apenas de biquíni.

Depois de um bom tempo se divertindo na praia, Leah, Julia e Bella resolveram sair um pouco da agua, voltando para as cadeiras de sol, onde ficaram por alguns minutos relaxando, estavam de olhos fechados, apreciando o sol que raramente se fazia presente.

Até Charlie ir falar com elas, interrompendo o relaxante momento.

-Bells, eu já estou indo, você… quer uma carona? – ele perguntou, hesitante.

-Você já está sabendo, não é? – ela perguntou retoricamente, sem sequer abrir os olhos.

-Já, sinto muito pelo seu carro, sei que Jacob e Paul não tiveram a intenção, amanhã cedo um guincho virá pega-lo.

-Eu aceito a carona – ela disse, tentando ignorar a raiva, ela pegou seu bolsa, se despediu das amigas e seguiu o pai.

No caminho de volta para sua casa, Bella não pode conter a risada – atraindo olhares questionadores de Charlie -, pensando que iria ver os Quileutes, Julia e Leah na noite seguindo, juntamente com Damon e Rosalie.

Com Charlie dirigindo o caminho foi dolorosamente mais longo e constrangedoramente mais silencioso, quando Bella finalmente seu viu protegida pelas paredes de seu quarto, o crepúsculo já começava.

Pegou o seu diário e uma caneta, lembrando o que aquele momento do dia significava para um vampiro. E se socando internamente por aquele caderno estar mesmo ajudando.

Crepúsculo, ela escreveu, esse momento lindo, magico e melancólico deveria me fazer lembrar muitas coisas: alguns momentos dolorosamente felizes, outros tortuosamente tristes, lembrar pessoas amigas e inimigas, ou até mesmo lembrar de mim mesma.

Porém quando eu olho ou penso nesse lindo pôr-do-sol apenas um grupo de pessoas me vem em mente.

Os Cullen.

Mesmo depois de tudo o que aconteceu nos últimos oito meses, eu ainda me torturo pensando neles. Ainda me torturo perguntando o porquê de tudo aquilo que ela passara com eles.

Edward poderia ter qualquer uma, todas as garotas de Forks – se não do país – fariam de tudo para ter uma chance com ele. Porém ele me escolheu: a garota recém-chegada que nada sabia sobre ele ou sua família.

Eu deveria ter desconfiado.

Depois brincou com meus sentimentos, me fez acreditar que ele realmente me amava como eu o amava. Eu faria tudo por ele. Tudo. Eu entregaria minha vida, meu corpo e minha alma para ele, literalmente. E eu realmente acreditei que ele era capaz de fazer o mesmo por mim.

Eu deveria ter desconfiado.

E o pior era que no meio de toda aquela mentira o meu amor por ele era verdade.

O sentimento de traição invadiu Bella por completo, fazendo com que lagrimas de revolta e raiva tomassem conta de seus olhos, antes mesmo que as de mágoa e desilusão pudessem fazê-lo.

Todos mentiram para mim, todos me enganaram.

Alice, quem eu acreditava ser amiga mais incrível, que eu, com certeza, não merecia. Alguém que eu achava que poderia contar em todas as horas, nos bons e maus momentos, alguém que me fazia de Barbie frequentemente, conseguindo mesmo assim que eu nunca ficasse com raiva disse.

Alguém que eu via como irmã.

Contudo, nos piores momentos de sua vida, tanto no abandono de Edward como nos que vieram depois, Alice não estava comigo, ela já havia ido, não olhara para trás ou perdendo tempo inventando um desculpa para aquele ato.

Emmet, brincalhão e divertido como ninguém mais poderia ser, era literalmente como um irmão mais velho que eu nunca tive. Fazia graça com tudo, o momento sendo ou não apropriado, ele sempre sabia como alivia a tensão… ou me deixar constrangida.

Jasper, que sempre mantinha distancia, não era assim um traidor tão grande, na verdade, eu sabia que ele sempre só fora a favor da minha presença por pedido da esposa, mas eu amava o seu jeito tímido de ser.

Carlisle, o vampiro mais humano que poderia algum dia existir, mais ainda do que Edward. Era uma das pessoas mais gentis, bondosas e compreensivas que eu já conhecera, sendo ultrapassado apenas pela doce e maternal Esme. Eu considerava e amava ambos como se fossem meus pais.

Nunca achei que pudessem fazer mal a alguém, porém aparecias enganam e eu sou a prova viva disso.

E ainda tinha Rosalie, aquela que nunca fingiu gostar de mim, nunca aceitou meu relacionamento com Edward, talvez ela realmente soubesse o que a família estava fazendo comigo e não fosse a favor.

Ou talvez o que Edward dissera sobre ela, antes de partir, fosse verdade.

Seja como for, ela nunca fingiu ou mentiu para mim, nunca brincou comigo ou com meus sentimentos, como a família fez. Mas qual seria sua intenção agora? Será que ela queria se divertir assim como os outros se divertiram? Ou ela realmente falara a verdade?

Bella parou um pouco de escrever para pensar naquele assunto, depois suspirou pesadamente, voltando-se para o caderno.

Mas pensando melhor, eu não me importo realmente com a verdadeira intenção dela. Aquela nova Rosalie, sendo ou não real, conseguiu me conquistar e eu a quero por perto, quero conhece-la, quero ser amiga dela e, acima de tudo, quero confiar nela. Eu preciso confiar nela.

Depois que os Cullen se foram eu simplesmente não consegui confiar em mais ninguém. E todos sabem disso, sabem que eu não os acho merecedores da minha confiança, sabem que, a meus olhos, ninguém é.

E eu vejo como isso os machuca, mas eu não consigo evitar, simplesmente não consigo confiar cegamente em ninguém, nem sequer nos mais próximos de mim como Julia, Jake ou Leah.

Sim, eu tinha vivido muitas coisas com eles, coisas que nenhum dos Cullen sequer imaginam, coisas que haviam marcado minha vida, e de algumas outras pessoas, de maneira indescritivelmente forte. Mesmo assim, não consegui confiar nos que mais me apoiaram e ajudaram.

E era isso que eu queria com Rosalie, não importava se eu iria ou não fracassar, se eu iria ou não quebrar a cara, o que eu queria era aceitar o que eu já sabia: que, mesmo não querendo, as pessoas sempre irão nos machucar em algum momento, e não será me isolando psicologicamente que eu irei impedir que isso acontecesse.

Bella suspirou pesadamente. Não queria pensar nisso, queria apenas esquecer tudo, por um momento. Não queria pensar nos Cullen, nos Quileutes, nem em ninguém, porém, é claro, que não conseguiria isso.

Ainda tinha uma coisa que a incomodava: o jantar de sexta á noite. Charlie morou praticamente a vida inteira em Forks, e amava essa cidade, assim como todos os seus amigos, que também moravam aqui. Mas quem viria na noite seguinte não era ninguém de Forks ou La Push, caso contrario, Charlie teria tido o nome da pessoa.

Então quem iria jantar com eles?

Bella passou metade da noite em claro, rolando na cama, pensando nessa misteriosa pergunta. Era estranho, mas ela tinha um sensação nada boa sobre isso.

Acordou no dia seguinte, assustado, com o barulho do despertador tocando alto no criado mudo ao lado de sua cama. Tentou de todas as maneiras ignorar, como ela mesmo pensou, aquele barulho dos infernos, porém alguns minutos depois ela se levantou, resistindo a insistência do aparelho.

Foi direto para o banheiro, encarando no espelho o resultado de sua noite mal dormida. Ela sabia que não necessitava de oito horas de sono, mas umas quatro ou cinco seria bom para sua aparência.

Tomou um longo e relaxante banho, porém nem isso ajudou a melhorar seu humor. Vestiu-se rapidamente para o colégio. Desceu e, surpreendentemente, encontrou Charlie sentado à mesa do café, lia o jornal despreocupadamente e às vezes bebericava um pouco do café quente em uma caneca.

-Bom dia, filha, dormiu bem? – ele perguntou, dando uma rápida olhada por sobre o jornal.

-Ah, pai, não consigo sequer expressar em palavras o quão ótima foi minha noite, o que me fez levantar da cama maravilhosamente bem.

-E incrivelmente sarcástica – ele disse, sem tirar os olhos do jornal.

Bella bufou, passou requeijão em um lado de pão, colocou um pouco de suco e sentou-se à mesa também.

-Sabe, eu notei que você não tem comigo muito nos últimos meses – Charlie falou dobrando o jornal e encarando a filha – Devo me preocupar?

-Não, pai, eu estou me alimentando tanto quanto eu preciso.

-E falando em se alimentar… você irá ficar para o jantar, certo? – Bella assentiu – Só para confirmar.

-Depois das onze posso sair, certo? – ele assentiu – Só para confirmar – ela disse, ironicamente.

Depois de alguns minutos Bella já havia acabado de comer, mas continuava sentada.

-Você parece calma sobre a minha saída. Você sabe que eu irei sair com as meninas, não é? – ele assentiu, sem se importar -… sem falar dos lobos – Bella disse, percebendo capturar a atenção do pai -… e de Damon, é claro – ela provocou, dando de ombros.

-Damon? – ele perguntou – Quem é Damon?

-Ah, ninguém pai. É só um cara qualquer – Bella mentiu -, um que eu saiu quando as coisas estão ficando monótonas ou tediosas. Acredite, Damon sabe acabar com o tedio de uma mulher – Bella disse, sorrindo, sem acreditar que estava falando tão maliciosamente na frente de seu pai.

-E você vai se encontrar com ele essa noite? – Charlie perguntou, Bella fez que sim, ele respirou fundo, se controlando – Ok, se você, er, tomar os devidos cuidados, não vejo problema… depois de você cumprir com a sua parte do trato, é claro.

Bella ficou de queixo caído, literalmente. Ela praticamente havia esfregado na cara do pai que iria fazer sexo sem compromisso com uma cara que ele sequer conhecia e ele só pensava no maldito jantar.

-Quem mesmo irá jantar conosco? – ela perguntou, tentando, em vão, fingir indiferença.

-Uns amigos – Charlie disse, se levantando.

-Eu conheço?

-Sim – ele disse, sorrindo de lado -, acho que, apesar de tudo, você irá gostar de encontra-los… talvez bem lá no fundo.

-Quem são? – ela perguntou, não contendo o interesse.

-Estou atrasado – ele ignorou a ultima pergunta – Boa aula, não se preocupe em fazer o jantar, eu vou comprar coisa pronta.

Bella bufou ao ver o pai sair pela porta.

Ela mal havia chego do colégio e Julia já estava pulando de ansiedade em sua frente.

-Amiga – ela disse, animada -, só para avisar, eu irei passar na sua casa hoje, acho que vou me arrumar lá, então iremos juntas para a The First Level.

The First Level era a boate que eles iriam naquela noite, o dono, Max O’Connel, era amiga de Jacob desde que ambos eram crianças, apesar de Max ser quinze anos mais velho que o lobo. O lugar era bem frequentado, uma das melhores boates de todo o país, as pessoas ficavam horas na fila. Porém isso nunca fora problema pra Bella, que sempre tinha seu nome na lista.

-Não sei, Juh, hoje tem aquele jantar com os amigos de Charlie

-Ah, qual é Bells, eu preciso fazer um trabalho idiota para a aula de filosofia, algo sobre as nossas melhores férias – a loura rolou os olhos – A professora acha que nós temos dez anos ou o que? Enfim, eu irei fazer sobre a nossa viagem para Los Angeles, com Jacob, Leah e Seth. Lembra que teve aquela batalha de bandas e nós nos inscrevemos só para fazer graça e acabamos ganhando?

-Claro que eu lembro – Bella riu -, como eu esqueceria?

-As fotos sobre a viagem estão todas na sua casa, sem falar que, é claro, eu irei querer a letra da música que você escreveu para a nossa apresentação final. E depois, nós não cantamos juntas desde essa viagem, nós podemos fazer isso um antes de nos arrumarmos para o jantar.

-Nossa – Bella exclamou -, você já até se convidou para o jantar?

-Claro – Julia riu -, eu sou de casa e Charlie me ama, então sim, eu já me convidei.

-Ok, então leve logo a roupa para sair, porque Damon irá nos levar – Bella disse, quando o sinal bateu.

As aulas se arrastaram como se para torturar propositalmente os alunos, era sexta-feira, e todos estavam animados com a expectativa do final de semana. No intervalo, Bella percebeu que o tempo estava bom e que os Cullen não tinha ido para o colégio. Ou seja nada de Rosalie e nada de celular.

No ultimo horário, Bella estava quase inventado um desculpa para sair mais cedo, não aguentava mais o professor falando todas aquelas coisas que ela já sabia e que, de alguma forma que ela não entendia, aqueles alunos medíocres não conseguiam aprender.

Então, senhorita Cooper pediu licença e entrou na sala, falou algo rápido com o professor, que se virou para a turma e chamou:

-Senhorita Swan? – Bella levantou a mão – Vá um instante com a senhorita Cooper, por favor.

Bella olhou a moça, desconfiada, se perguntando se havia feito alguma coisa errada nos últimos dias.

Eu nem sequer vim nos últimos dias, pensou.

-Sim, senhorita Cooper? – ela disse. Já fora de sala.

-Olá, a senhorita faltou nos últimos dias, aconteceu algo?

-Eu estava meio doente – Bella disse, educadamente – Se é só isso, eu irei vol…

-Há mais uma coisa – o moça a interrompeu – Deixaram isso na secretaria, é para você – ela sorriu, entregando uma pequena caixa e saindo.

Bella esperou a mulher sumir de sua vista, para então abrir o pacote. Havia um bilhete e seu BlackBerry.

Sinto muito, estava escrito com um caligrafia elegante, Alice viu que iria fazer sol e teremos que caçar novamente, de qualquer forma. Não dá para explicar tudo agora, pois minha querida irmã está me vigiando, porém você descobrirá tudo essa noite.

P.S. ainda bem que você sempre está perto de um lobo, então ela não consegue te ver direito.

Rosalie C.

Bella quase riu alto, mal Rosalie sabia que a razão de Alice não vê-la com facilidade, nada tinha haver com os pobres, e injustamente culpados, lobos.

Ela não sabia com o que deveria se preocupar, mas não gostou de saber que iria descobrir alguma coisa naquela noite. Já não bastava aquele jantar misterioso?

Ignorou aquela sensação estranha e voltou para a aula.

-Alguém ainda não entendeu? – o professor perguntou, Bella bufou, aquilo era matéria de primeiro ano, todos já deveriam saber, porém muitos levantaram a mão – Senhor Newton, você entendeu? – o professor chamou o garoto que dormia - Senhor Newton – ele chamou mais alto.

-A resposta é 1477 – Mike respondeu, acordando assustado, fazendo todos na sala rirem, exceto o professor.

-Fico feliz em ver o seu interesse em minha aula – ele disse, com sarcasmo.

-Desculpa profis., acho que me perdi um pouco na matéria – se virou para Angela, que sentava atrás dele – Que aula é essa mesmo?

-É Geografia – o professor respondeu, estressado – E nós estamos estudando a origem e o desenvolvimento da mesma. Agora, tendo como base a Idade Media, me explique, resumidamente, o desenvolvimento do pensamento geográfico.

-Agora? - Newton perguntou, o professor assentiu – Ok, er, bom, acho que… eles estavam precisando medir as rodas? É, é isso, medir as rodas dos carros, por isso inventaram a geografia, certo?

-Um ponto a menos na sua nota. Acho que você está se referindo a geometria e, tenho certeza, que se fosse essa aula, ainda sim a resposta estaria errada – o professor disse, com um sorriso vitorioso.

Bella riu alto, ela não sabia quem era mais idiota: Newton, que era um imbecil por si só, ou o professor, se trocando com o garoto.

-Senhorita Swan – o professor chamou -, já que riu com tanto desprezo, suponho que saiba a resposta.

Isabella ficou pasma, aquele professor medíocre estava a desafiando?

-Então, Swan, não sabe? – ele perguntou, ela limpou a garganta, pensando na resposta, sorriu e disse:

-Sim, eu sei. Graças aos gregos, durante um bom tempo a Europa esteve à frente da Geografia, porém durante o período da Idade Média, as resposta às duvidas do mundo eram dadas pela Igreja, obrigando a população a parar de pensar por si só. Isso fez com que o continente europeu afundasse na vida rural e seu horizonte geográfico ficasse limitado. Contudo nessa mesma época, os árabes estavam formando o império Turco-Otomano, os mesmos pegaram todo o conhecimento grego, aprimorando-o, contribuindo para a própria expansão territorial.

A sala ficou muda, assim como o professor.

-Er, muito bem senhorita – ele disse depois de um tempo. Otario, Bella pensou.

O resto da aula passou rápido e logo ela já estava do lado de fora, conversando com uma animada Julia. Mexendo em seu celular, ela notou que Jacob havia ligado muitas vezes, mas ela não estava com paciência para retornar.

Não adiantaria fazer as pazes agora, à noite ele veria Rosalie e eles ficariam quites. Estava pensando nisso, quando novamente seu celular tocou, interrompendo algo que Julia falava, ela atendeu estressada.

-Escuta aqui Jacob, não adianta ficar me ligando, se não percebeu eu estou com raiva de você. Você matou meu filho e não quero falar com você, ok? Ótimo, agora para de me ligar.

-Uou – uma voz rouca disse do outra lado da linha, porém não era a voz rouca que Bella esperava -, nunca fui muito amigo de Jacob, mas estou com pena do cara.

-Damon?

-Quem é seu filho? – ele perguntou, rindo.

-Meu carro

-Ah, entendo, sua raiva – ele riu novamente – Liguei para avisar que vou passar mais cedo

-Mais cedo?

-Algum problema?

-Na verdade, sim. Eu prometi jantar com meus pais e uns amigos deles, só vou poder sair de casa às onze.

-Hum, então acho que vou ter que arrumar alguma coisa para fazer até lá

-A não ser que você queira jantar com a gente – Bella disse, sorrindo – Vamos, vai ser provavelmente um tedio, você e Julia terão que enfrentara essa comigo.

-Seu pai não se importará?

-Não – Bella sorriu ao lembrar o que sobre Damon para o pai dela, naquele mesma manhã – Bem, talvez um pouco, mas ele sobrevive.

-Que horas eu passo, então?

-O jantar começa às nove.

-Ok, chegarei um pouco depois – ele disse – Até hoje à noite, Bella.

-Até hoje à noite, Damon – ela disse, desligando.

Isabella acabara de fechar o pacote para uma noite dos sonhos, o pacote que seu próprio pai havia começado a preparar. Ela não sabia, porém ela iria participar de um jantar onde estaria seu pai, ela própria, Julia, Damon e os Cullen.

É, seria uma longa noite para Isabella Swan.


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