O sorriso deles não diminuiu, o que preocupou Julia, eles estavam felizes apenas por poder ajudar Bella de alguma forma.

Porém eles não sabiam de duas coisas: primeira, Bella não queria a ajuda deles de forma alguma, não por raiva, mas por preocupação. Segundo, o problema da meia vampira era um pouco maior do que um simples sumiço.

Desentendimentos

-Então – Emmet perguntou -, por onde nós começamos?

-Vocês poderiam vir comigo até a casa dos Swan, meu olfato não é tão bom quanto o de vocês – Julia disse hesitante, não tinha certeza era certo aceitar a ajuda deles.

-Você já tentou ligar para ela? – Alice perguntou.

-Oh meu Deus, Cullens obrigada, mas eu não preciso mais de vocês, a nanica aqui acabou de resolver todo o problema – Julia respondeu sorrindo falsamente. Emmet riu.

-Era só dizer que já tinha ligado – Alice disse revirando os olhos, puxando Jasper para a garagem – E não me chame de nanica – disse enquanto entrava em seu carro, sabendo que Julia ouviria.

Moriarty sorriu rapidamente, mas se sorriso sumiu no instante em que se lembrou do que estava fazendo: se juntando aos Cullen em uma busca a Bella.

O que ela estava pensando? Logo ela que tantas vezes viu a melhor amiga chorando por causa deles, ela que prometera faze-los pagar por todo o sofrimento dela. Ela deveria ter feito uma cena, chegado gritando e fazer com que eles se sentissem culpados pelo sumiço de Bella.

-Sabe, quando você está longe dela, eu consigo ler sua mente como qualquer outra – Edward disse.

Julia rapidamente olhou para ele, o semblante de ambos era triste. Ela suspirou, tentado pensar em outra coisa, virou-se de costas e sai da casa, entrando em seu carro.

Demoraram quase tanto tempo para chegar à casa de Bella, quanto Julia levou para chegar à dos Cullen. Moriarty estacionou ao lado do carro da melhor amiga, e viu os dois carros de luxo estacionarem do outro lado da rua.

Entraram na casa e um sentimento nostálgico se apoderou de quase todos, Julia pigarreou, chamando a atenção para si.

-Então? – ela perguntou

-Existem dois cheiros – Jasper foi o primeiro a falar – Um deles é de Bella – ele saiu da casa, todos o seguiram.

-Segue para leste – Carlisle disse.

-Eu não reconheço o outro – Rosalie disse.

-Definitivamente vampiro – Esme disse

-O segundo cheiro é mais recente, veio da floresta e seguiu para norte – Emmet afirmou, sério.

-Não – Alice discordou, sentiu o ar mais uma vez -, ele também segue para leste, mas em uma rota um pouco mais distante da de Bella.

-Ele não quer que ela o perceba – Carlisle concordou.

-Essa é minha garota – Jasper disse segurando a cintura de Alice e dando-lhe um beijo na bochecha.

-Leste? – Julia perguntou ignorando o casal – É para onde ficam as cidades. Port Angeles, Seattle… certo? – ela perguntou, nunca fora boa em localizar pessoas, tinha um péssimo senso de direção.

-Certo – Rosalie confirmou.

Jasper, Alice e Edward estavam há mais de meia hora dentro do Porsche amarelo da segunda, com a mesma dirigindo. O percurso inteiro foi feito com as janelas abertas, para que pudesse seguir o cheiro de Bella, que sempre estava no limite da floresta. Foram reduzindo a velocidade, até que estacionaram no encostamento, os dois carros que os seguiam fizeram o mesmo.

Todos saíram de seus carros.

-O cheiro de Bella segue para Seattle, para chegar temos que pegar uma balsa – Alice disse -, mas não temos tempo para isso.

-Vamos contornar o rio, iremos correndo pelo interior da floresta. Foi o que Bella fez – Jasper afirmou.

Todos assentiram, Julia bufou.

-O que? – ela perguntou quanto todos a olharam – Eu vou ter que ir descalça – disse apontando para os pés.

-Oh, não – Alice reclamou, olhando para os próprios pés – Eu também.

Ambas usavam elegantes sandálias de salto alto, bastante parecidas e se encararam por alguns instantes ao perceber que tinham o mesmo gosto para calçados… e para roupas… e para qualquer coisa que se relacionava à moda.

-Vocês não conseguem correr de salto? – Emmet perguntou.

-Claro que sim, e, às vezes, até da pra usa-los – Julia disse.

-Mas quando tem que correr com bastante velocidade como agora – Alice explicou –, os saltos não aguentam.

Edward revirou os olhos.

-São só sapatos, vamos logo – disse.

Todas as garotas o encararam, assustando-o.

-São Christian Louboutin – Alice e Julia disseram ao mesmo tempo, irritadas, depois se encararam, analisando-se.

-É melhor irmos logo – Carlisle disse. Todos assentiram.

Ele caminhava com o semblante serio, usava uma calça jeans escura e meio folgada e uma camisa preta, seus cabelos bagunçados pela corrida até ali. As poucas pessoas que estavam naquela rua escura e estreita, mal o notavam.

Entrou em um beco e se não fosse por sua visão vampiresca seria impossível ver a linda mulher encostada na parede calçando lindas sandálias de salto. Ela usava uma calça jeans colada ao corpo, uma blusa vermelha e decotada e brincos de argola de prata. Ele sorriu para a visão.

-Eles são lindo, mas não aguentam a corrida – ela disse apontando para os sapatos, quando percebeu a presença do homem.

-Isabella Swan – ele disse, sua voz estava rouca.

-Damon Salvatore – ela também sorriu.

Ela caminhou em sua direção, o barulho de seus saltos ecoando no pequeno beco, parou a centímetros dele. Respirou fundo e seus seios encostaram-se ao peito de Damon, ela umedeceu os lábios e ele entreabriu a boca.

Bella colou as mãos com suas unhas bem feitas sobre a camisa de Damon e lentamente a subiu, até que uma estava no cabelo dele e outra em sua nuca. Ele rapidamente segurou-a pela cintura. Ela acabou com a distância entre eles, beijando-o.

Não foi preciso pedir passagem, ambos abriram boca, suas línguas se encostaram, aprofundaram o beijo. A mão de Damon desceu apertando a bunda de Bella, ela sorriu contra a boca dele.

-É melhor continuarmos depois – ela disse com a respiração pesada, ele apenas assentiu, seus olhos estavam negros.

Bella se afastou dele, rebolando, foi para a entrada do beco, encostando-se à parede. Não demorou a ser notada por um dos homens que bebia no bar do outro lado da rua, ela sorriu, ele ficou quase hipnotizado, ela acenou e entrou novamente no beco.

Não demorou muitos segundos até o homem cutucar um amigo, dizer rapidamente que teria que ir e que sua noite seria boa. Bella riu com aquilo. Ele entrou no beco, tentando ver na escuridão a silhueta da linda mulher que há pouco o tinha chamado.

-Olá – ela disse atrás dele, ele sorriu virando-se para ela.

Ela o analisou rapidamente. Nada mal, ela pensou. Ele era alto e tinha um rosto bonito, porém não era muito forte, tinha uma “barriga de cerveja” e, pelo modo que ele cambaleou para se aproximar, ela percebeu que ele estava bêbado.

-Oi coisa linda – ele sorriu – Meu nome é…

-Isso não será importante em poucos minutos – Bella disse, ele sorriu interpretando errado.

Ele segurou sua cintura e a prendeu contra a parede mais próxima, sua mão rapidamente agarrou a coxa dela, ele se inclinou para beija-la. Ela segurou seu rosto longe. Ela se aproximou do pescoço dele, respirou fundo, sorriu sentindo o cheiro doce de sangue. Deu um rápido beijo.

-Você se importa se eu chamar uma companhia? – ela sussurrou em seu ouvido, ele sorriu.

-Eu iria adorar. Uma amiga sua? – ele disse olhando-a nos olhos.

-Eu não sou tão lindo quanto ela é, mas… - Damon disse sorrindo, alguns metros atrás dele.

O homem olhou para ele, confuso. Olhou rapidamente para Bella, ela sorria de forma sombria. Ele deu alguns passos atrapalhados em direção a Damon.

-Cara, que não sei o que você está pensando – ele disse -, mas o meu interesse aqui é só nela.

-Ah e eu lhe dou todo o apoio – Damon respondeu, se aproximando dele – Inclusive eu te dou um empurrãozinho – ele disse empurrando o homem que era vários centímetros mais alto.

O homem praticamente voltou para trás apenas parando porque Bella o segurou antes que batesse na parede.

-Sinto muito, querido – ela disse atrás dele, ainda segurando suas costas -, mas nossa relação será um pouco mais superficial do que você imaginou – ela sorriu, mordendo onde antes ela tinha beijado.

Damon correu na direção deles e antes mesmo do homem poder gritar, ele quebrou seu pescoço sem dificuldade.

Poucos minutos depois, Bella largou o corpo pálido e muito maior que ela de bruços no chão. Limpou os dentes discretamente e olhou para Damon.

-Tão melhor que animal – ela declarou quase que em um gemido, ele riu dela, ela piscou para ele.

Ele se aproximou dela e segurou o queixou dela com a mão, se inclinou, beijando o canto de sua boca e sugando levemente. Ele se afastou novamente.

-Você estava suja – ele se justificou, sorriu umedecendo os lábios.

-Vamos arrumar alguém para você – ela mordeu o lábio inferior – Quero logo partir para a nossa diversão pós-caçada.

Eles tinham acabado de chegar na cidade, correram o mais rápido que podiam, Edward foi o primeiro a chegar, seguido de Jasper e Alice, quase cinco minutos depois os outros chegaram.

-Os dois cheiros continuam – Esme declarou -, tanto o de Bella quando o do desconhecido.

-Eu conheço bem aquela área – Alice apontou -, mas os cheiros seguem para a direção contraria.

-Aquela é a área comercial – Julia disse apontando para o mesmo lugar que Alice tinha apontado -, é onde ficam os shopping e restaurantes. Eu também só conheço aquela área.

-Por que eu não estou surpreso? – Emmet perguntou rindo.

Eles continuaram a seguir os cheiros, porém não podiam mais correr, pois, apesar de já estar tarde da noite, estavam em uma área populosa demais, porém não demorou vinte minutos até chegarem a uma parte da cidade em que nenhum deles esteve antes.

Eles entraram em uma rua mal iluminada e meio suja, não havia praticamente ninguém, além de alguns homens bebendo em um bar no fim da rua.

-O cheiro da Bella continua por essa rua – Jasper disse, desconfiado -, mas o outro… - ele sentiu mais uma vez, confirmando – o outro cheiro segue por outro caminho, talvez vá para a parte mais movimentada da cidade.

Todos ficaram em silencio por um instante.

-Oh merda! – Julia exclamou, imaginando o que Bella poderia estar fazendo ali. Ela o perfeito lugar para uma caçada rápida.

-Você está errada – Edward disse sem olhar para ela.

-É, porque você a conhece tão melhor do que eu – ela disse com sarcasmo – Se você não percebeu ela está mudada.

-Do que vocês estão falando? – Alice perguntou.

-Eu sei que ela está diferente, mas ela não seria capaz de uma coisa assim – Edward afirmou.

-Se você diz – Julia disse dando de ombros, lembrando-se das varias vezes que ela viu Stefan brigar com Damon por leva-la por esse caminho.

Eles apuraram seus ouvidos e ouviram a risada divertida e maliciosa de Bella, não tiveram dificuldade de perceber que vinha do beco estreito em frente ao bar.

Damon soltou o corpo magro e sem sangue da mulher sobre o do homem em um canto escuro. Bella piscou e ele estava a sua frente. Ele a empurrou contra a parede e ela gemeu de dor. Ele se aproximou dela, prensando-a contra a pedra fria, ela levantou a perda ligeiramente para que suas intimidades se encontrassem.

Ela jogou a cabeça para trás, rindo. Divertida e maliciosa ao mesmo tempo.

-Parece que alguém já está bem animado – ela disse e sorriu.

Eles se beijavam de forma intensa. Era tão familiar, tão intimo e carinhoso, enquanto era malicioso, prazeroso e erótico. Era tão bom e espontâneo. Tão fácil. Os dois não conseguiram evitar suspirarem. Por que não podiam ser apaixonados um pelo outro? Mas ambos sabiam que seus corações pertenciam a outros.

Mas isso não impediu de continuarem, Damon roçou com mais força sua ereção em Bella e a mesma arranhou suas costas sob a camisa dele, ao mesmo tempo em que bagunçava seus cabelos. Ele apertava a coxa dela, começou a beijar seu pequeno pescoço e ia descendo um pouco mais, quando…

-Bella – algum chamou atrás deles.

Porém, não era exatamente um chamado, era algo surpreso, magoado e furioso ao mesmo tempo.

Isabella paralisou no mesmo instante quando reconheceu a voz de Edward. Separou-se de Damon, ambos começaram a ajeitar a roupa. Então encararam as oito pessoas à sua frente.

-O-O que vocês estão fazendo aqui? – Bella perguntou, sua voz saiu rouca.

Ninguém teve tempo de responder, pois a próxima coisa que todos notaram foi Edward pulando sobre Damon, que, pego de surpresa, não teve tempo de desviar. Os dois caíram no chão. Edward o socando, até que Bella gritou assustada, isso o distraiu, e Damon virou o jogo, começando a levar vantagem.

Edward era naturalmente mais forte por ser inteiramente vampiro e ainda mais rápido do que qualquer outro, não demorou para voltar a ganhar, mas o mesmo não estava acostumado a não poder ler pensamentos e Damon tinha muito mais experiência em luta. Ambos estavam apanhando.

Emmet, Jasper e Carlisle correram para separa-los e todos puderam ver os estragos. Varias partes do rosto e dos braços de Edward estavam rachadas, mas estavam se unindo, enquanto Damon estava horrível, sua boca estava cortada, sua bochecha estava inchada, seu olho estava roxo e tinha um pequeno corte em cima as sobrancelha por onde saia um pouco de sangue.

-Oh meu Deus – Bella e Julia gritaram ao mesmo tempo e correram ao encontro dele.

-Me sota – ele pediu, mas o apertou não cedeu.

-Jasper, larga ele – Bella ordenou séria, ele obedeceu.

Bella correu e o abraçou forte, ele gemeu de dor. Ela o largou rapidamente.

-Oh, desculpe, desculpe – ela pediu. Com cuidado, segurou o rosto dele entre aos mãos, analisando. Rapidamente limpou uma lagrima em seu próprio rosto, não suportava vê-lo machucado.

-Eu estou bem, Bells – ele sorriu pela preocupação dela – Não fiquem assim – disse para as duas que seguravam o choro – Até parece que eu já não fiquei pior – disse piscando para elas.

Nenhuma delas riu.

-Por que sempre que você se machuca a culpa é minha? – Bella perguntou mais para si mesma.

-A culpa não é sua pequena – Damon disse - Você sabe que isso me acontecia mesmo antes de te conhecer – ele riu.

O sangue de Bella ferveu, a raiva explodiu dentro de si. Ela virou-se de costas para Damon, encarando os Cullen.

-O que vocês estão fazendo aqui? – ela gritou, não esperou ninguém respondeu, voltou-se para Edward – Qual o seu problema? Por que fez isso? – as pessoas no bar começaram a ouvir os gritos.

-Ele estava te beijando Bella – ele também gritou, apontando para Damon – Ele estava passando a mão em você.

-E o que você tem com isso? – ela perguntou entredentes

-E-Eu…

-Exatamente, Edward – ela não estava mais gritando, mas sua raiva estava explicita em sua voz – Você não tem nada haver com isso. Ou com a minha vida. Ou com qualquer coisa relacionada comigo.

-Bella, eu te amo – ele gritou – Tudo relacionado com você tem haver comigo. Tudo.

-Não, Edward. Você é meu ex-namorado, você tem a sua vida e eu tenho a minha. E…

-Mas Bella – ele a interrompeu -, o que você disse na boate…

-Esquece o que eu disse na boate – ela voltou a gritar -, se ainda tinha alguma pequena chance de nós sermos sequer amigos, ela acabou no instante em que você partiu para cima do Damon.

Todos se calaram, Bella respirava pesadamente e quando se acalmou se voltou para os outros Cullen.

-O que vocês estão fazendo aqui?

-N-Nós ficamos preocupados com você – Esme disse.

-Julia disse que…

-Julia? – Bella e Damon perguntaram interrompendo Emmet.

Julia que estava abraçada a Damon o soltou, se afastando um pouco. Sorriu amarelo para Bella, que fechou os olhos respirando profundamente várias vezes, controlando a raiva.

-Suponho que você tenha uma ótima desculpa para isso, certo? – Damon perguntou.

-Eu tenho – Julia disse, acenando com a cabeça rapidamente -, mas tenho a impressão que quando dita em voz alta ela vá parecer idiota.

Bella bufou, Julia olhou para ela hesitante e começou a falar rápido e gesticulando com as mãos.

-Rosalie me ligou dizendo que você tinha recebido um telefonema estranho e depois praticamente expulsou elas de sua casa, que ela achava que tinha acontecido alguma coisa e que achava melhor eu ir na sua casa, ver se você estava bem – ela se aproximou-se um pouco de Bella, falando cada vez mais rápido devido ao nervosismo – Eu sai correndo de casa de Seth, que ficou bastante confuso, coitadinho, deve estar tão preocupado. Então eu dirigi pra sua casa, mas tinha um maldito engarrafamento. Me diz por que logo quando eu estou com pressa aparece a droga de um engarrafamento, tipo tinha carro por toda parte, em Forks, o que nunca acontece, mas tinha que acontecer enquanto eu…

-Julia, nós entendemos, engarrafamento, pode pular essa parte – Damon a interrompeu, rindo. Bella apenas revirou os olhos. Julia assentiu, ainda nervosa, voltou a falar rápido.

-Quando eu cheguei a sua casa, você não estava lá, então eu liguei pro seu celular, foi a primeira coisa que eu fiz, liguei umas duas vezes, não sei, não lembro– Alice bufou – Aí eu vi seu celular na sala, então eu meio que me desesperei, comecei a imaginar um monte de coisas.

-Então você teve a brilhante ideia de pedir ajuda aos Cullen – Bella falou pela primeira vez desde que Julia começara a falar.

-Não exatamente – ela disse -, primeiro eu fui a casa deles pra saber se você tinha falado alguma coisa para Rosalie, e não foi difícil chegar lá, porque, você sabe, eu já tinha ido lá algumas vezes para… - ela parou de falar, olhando rapidamente para os Cullen -, enfim, eu cheguei lá e tive uma calorosa recepção de Alice, mas depois eu entrei e falei com Rosalie e ela disse que não sabia nada, então foi quando eu realmente fiquei preocupada com você e eles queriam ajudar a te procurar, mas eu disse que não precisava deles, que iria pedir ajuda de Damon, e Stefan, e Elena, e eles disseram que eles seriam muito mais uteis porque era vampiros completos, e eu disse que poderia chamar os lobos, mas eles insistiram, e eu não queria alarmar mais ninguém, porque não poderia ser nada. Então nós fomos para sua casa novamente e, bem, na verdade, eles se mostraram ótimos localizadores, e eu não acredito que eu estou elogiando eles, mas tudo bem. Então…

-Cá estamos – Bella a interrompeu, suspirou pesadamente. Julia respirava pesadamente, recuperando o folego – Você não pode ver que eu estava bem? – ela se voltou para Alice, quase em um tom acusatório.

-Eu não consigo ver através de vocês – ela disse séria.

-Desculpe mesmo, Bells – Julia pediu, aproximando-se novamente – A última coisa que eu queria era te chatear ou – ela olhou para Damon -, eu nunca imaginei que Edward iria enlouquecer e agir como um verdadeiro retardado – ela olhou com raiva para ele – e atacar Damon. Desculpe, mesmo. Damon, Bella, eu… eu… - ela parou de falar, segurando o choro.

Bella suspirou.

-Está tudo bem – Damon disse – Bella está bem, eu estou bem. Todo mundo tá bem, certo? – ele falou rindo.

-Às vezes esse seu bom humor me irrita – Bella disse – E eu deixei um bilhete em casa, para quando Charlie chegasse.

-Ok, Bells – Julia disse irritada -, mil perdões se eu estava preocupada demais com você para ver se você tinha escrito a porra de um bilhete, ok? – ela disse, assustando a todos com sua rápida mudança de humor – Você não tem ideia da quantidade de coisas que passou pela minha cabeça quando Rosalie me disse que você tinha recebido uma ligação estranha e que você ficou assustada e irritada e, e…

-Desculpe – Bella pediu interrompendo-a, ela abraçou a loura.

-E-Eu só conseguia pensar naqueles meses, Bells – sua voz estava abafada contra o pescoço da amiga – Aqueles meses que nós vivíamos em alerta, sempre com medo de que algo acontecesse. Sempre fugindo. Oh Bella, eu fiquei com tanto medo de você fazer aquilo de novo. Você sabe, se afastar de nós, tentando nos proteger, e correndo direto para sua morte e… só prometa que seja o que for nós vamos enfrentar isso juntos, todos nós.

Ambas choravam.

-Eu prometo – Bella sussurrou, mas todos ouviram.

Damon as abraçou, os três começaram a rir. Até que Damon gemeu, reclamando de elas estarem apertando muito e ele ainda estar machucado.

-Nós ainda precisamos conversar sobre esse telefonema Bells – ele disse, ela assentiu.

Alguém pigarreou, chamando a atenção deles.

-Nós pedimos desculpas pela atitude de Edward – Carlisle disse.

-E nós gostaríamos de ajudar também – Esme sorriu.

-Não é necessário, mas obrigada – Bella agradeceu.

-Mas nós…

-Eu já disse que não é necessário, Alice.

Todos ficaram calados e um clima ainda mais tenso se instalou no ar.

-Então – Emmet falou -, o que você veio fazer aqui? Quer dizer, Bellinha em uma rua suja e mal frequentada?

-Sinto o cheiro no ar – ela disse, sorrindo sombriamente – Dou uma chance de vocês adivinharem – ela apontou para o canto mais distante deles, onde haviam dois cadáveres.

Alice e Rosalie arfaram, Esme colocou a mão sobre a boca   , chocada com a visão. Carlisle estava com um semblante decepcionado. Emmet e Jasper encaravam os cadáveres, controlando a sede. Edward estava com a feição neutra, seu pensamento longe.

-Mas e o outro cheiro? – Jasper perguntou, finalmente desviando o olhara para Bella.

-Outro cheiro?

-Sim, seguimos seu cheiro para poder te encontrar – Julia explicou -, mas sempre tinha outro cheiro atrás, estava muito fraco para mim, por isso não posso dizer exatamente se eu conhecia, mas não acho que me seja familiar.

-O vampiro ou vampira veio até o inicio da rua e depois seguiu por outro caminho – Rosalie falou.

-Não percebi ninguém me seguindo – Bella disse -, e eu sou boa em saber essas coisas.

-Eu também não encontrei com ninguém e eu vim por outro caminho, então não encontrei com cheiro algum – Damon disse.

-Se o vampiro não chegou perto de vocês e estava te seguindo de bem longe, então onde ele está agora? – Emmet perguntou. Ninguém soube responder.

Alice arfou e declarou.

-Uma mulher, loira, na frente da casa de Bella. Em alguns minutos.

Ela não teve dificuldade em entrar, a porta estava apenas encostada e não havia ninguém em casa, ela levantou um pouco a cabeça, discreta e elegantemente sentindo o cheiro dentro da casa. Seu olfato era perfeito e pode identificar com facilidade: oito vampiros, dois híbridos.

Quatro dos cheiros lhe eram familiares. As hibridas: Isabella Swan e Julia Moriarty. Ela sorriu, fazia o que? Três, quase quatro meses que não via suas queridas amigas. E o terceiro cheiro: um dos vampiros, obviamente, era sua subordinada.

Ficou confusa, sentiu o cheiro mais uma vez, tinha que confirmar, seria possível que estivesse certa sobre o quarto cheiro? Não, ela não poderia ser tão sortuda à ponto de esbarrar com alguém que não via há décadas.

Não pode evitar jogar cabeça para trás, soltando uma alta gargalhada perversa. Tinha certeza. Mary Alice Brandon tinha estado ali. Seus planos teriam que mudar um pouco, as coisas ficariam ainda mais interessantes.

Seu celular tocou.

-Alo.

-Oi chefinha – ela revirou os olhos – eu fiz o que você pediu: segui a meia vampira, de longe para que ela não me notasse, ela se encontrou com um homem. Bastante bonito, cabelos escuros, sorriso sarcástico.

-Damon Salvatore.

-Enfim, eles se encontraram, mas não me aproximei muito. Sai logo de lá, subi em um dos prédios, para que eu pudesse vê-los de longe. Alguns minutos depois um grupo de vampiros chegou, junto com um hibrida loura. Ouve uma rápida briga, discussão, gritos, depois todos ficaram tensos e saíram de lá.

-Isso faz quanto tempo?

-Uns três minutos, talvez.

-Ok, muito bem, onde você está agora?

-No shopping.

-Te encontro aí em meia hora – disse revirando os olhos.

Desligou e voltou a andar pela casa, passando a mão na parede e nos moveis, entrando nos aposentos e mexendo nas gavetas, queria ter certeza que seu cheiro ficaria na casa. Quando voltou para a sala, sentou-se no sofá, ligou a televisão e passou os canais rapidamente. Nada interessante. Suspirou entediada.

Já do lado de fora, olhou uma última vez para a casa.

-Ah, little B, você não imagina o que a espera – ela sorriu – Já deveria ter aprendido que não se pode fugir de mim.

N/A:

Não sei se esse capitulo ficou bom, mas hoje essa fanfic faz um ano e eu queria postar alguma coisa para comemorar (nem acredito que conseguir terminar antes da meia noite). Então escrevi esse aqui, espero que tenham gostado. Acho que deve ter ficado meio confuso em algumas partes, mas enfim…