A New Woman escrita por Tina


Capítulo 10
Deslize




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Edward sorriu. Com a feição sonhadora, os olhos fechados e os lábios entre abertos, ele vagarosamente aproximou seu rosto do de Bella. Ela apenas riu, enquanto com habilidade se soltava dos braços dele.

-Ok, eu estou bêbada, mas não é pra tanto, não é? – Pelo menos, não por enquanto, ela pensou para si mesma.

Deslize

Alice, Rosalie e Isabella dançavam animadas, juntas, a música contagiante e animada que tocava alto naquele lugar repleto de gente. Nenhuma delas parecia se importar com as coisas que haviam acontecido antes. Na verdade, naquele momento, sob o efeito do álcool e do ambiente, a última coisa que passara pela cabeça daquelas belas mulheres era o abandono dos Cullen ou a mudança de Bella. A única coisa que queriam era se divertir, e estavam conseguindo.

Bem perto dali, três homens incrivelmente lindos observavam atentamente aquelas mulheres, que, sem perceber, dançavam sensualmente como se os desafiasse a ir até elas e toma-las para si.

Não se contentando apenas com a simples visualização Jasper, Emmet e Edward logo se levantaram e foram ao encontro das moças que eles tanto amavam e desejavam. Cada um colocou-se na frente de sua respectiva amada e começou a acompanhar seus movimentos.

Elas sorriram, ao mesmo tempo. Dançavam de olhos fechados, mas sabiam exatamente quem era a pessoa a sua frente. Não só pelos seus sentidos aguçados, que, depois de tantos drinques, estava entorpecido, mas sim porque cada uma delas simplesmente reconhecia aquele toque, aquela mão, que agora estava passeando pelo seu corpo.

Logo uma batida ainda mais dançante dominou o local. Varias pessoas que descansavam sentadas, se levantaram animadas com a música conhecida, prontas para voltar à pista de dança. Rosalie se aproximou mais de Emmet, Jasper puxou Alice pela cintura.

Edward e Bella se olharam esperando o que o outro faria, depois de longos segundos, eles sorriram cumplices, como se lessem a mente um do outro. Ele agarrou sua cintura possessivamente, enquanto ela colava o corpo no dele.

Mesmo bêbados como estavam, nenhum dos dois conseguiu deixar de pensar em quando estavam juntos de verdade, quando namoravam. Quando tudo era tão mais simples.

Os dois sorriram com a ironia daquilo.

Na época, eles achavam que não tinha como ser mais perigoso ou mais complicado. Não imaginavam o quanto estavam errados.

Edward não conseguia entender o porquê, mas sabia que agora estava, sim, muito menos simples. Ele sabia que havia muito mais historia do que Bella tinha lhe contado. Diferente do homem em sua frente, Isabella entendia muito bem o quanto aquilo era complicado. Sabia de toda historia, sabia de todo o perigo. Porém, também havia muito mais do que isso.

Havia o seu orgulho ferido, o medo de se entregar e novamente cair de cara no chão.

Bella tentou, mas não conseguiu impedir as lágrimas traiçoeiras de descerem por seus olhos. Imediatamente parou de dançar, baixou a cabeça encarando o chão, para que ninguém percebesse seu estado. Afastou-se de Edward e seguiu para os fundos da boate.

No momento em que Isabella parou de dançar, Edward percebeu que algo estava errado. Na verdade, ele percebeu isso quando ouviu sua risada, sarcástica demais. Porém, não fez nada, ele não a conhecia mais, talvez estivesse tudo bem.

Quando Bella saiu ele viu o quanto estava errado. Olhou rápido para sua família, estavam concentrados demais neles mesmos, correu atrás de Isabella quase que desesperado. Queria saber o que tinha acontecido, e queria saber naquele momento.

Isabella passou com facilidade entre as pessoas, logo chegou a uma simples porta dos fundos que mal era notada. Estava trancada, mas usando um pouco de sua força inumana, ela discretamente forçou a porta que abriu sem protestar. Passou por ali e a fechou novamente, para que ninguém pudesse vê-la.

Em silencio, Edward atravessou a mesma porta em que ele viu, há poucos minutos, sua amada desaparecer. Quando a fechou, o som tão alto no aposento anterior sumiu quase por completo. Ele olhou ao redor e percebeu que se encontrava em um beco escuro e extremamente limpo. Em um canto, sentada, abraçando as próprias pernas, estava a pessoa que ele procurava.

Isabella desejou mais do que tudo ter aceitado a oferta de Damon de ficar em casa, desejou que os Cullen não tivessem voltado, ou, no mínimo, que não tivesse bebido tanto. Talvez, se uma dessas coisas tivesse acontecido, ela não estaria ali, chorando como uma menina assustada.

Ela não sabia o que tinha acontecido, mas quando viu já havia bebido mais do que normalmente, suspeitava que o nervosismo de ter ele tão perto a tenha feito extrapolar. Ela se conhecia o suficiente para saber que, depois de tantos copos, nada a impediria de fazer besteira, nem ela mesma. E, alguns minutos depois, lá estava ela, dançando com Alice e Rosalie, e em seguida com o homem que a fez derramar tantas lagrimas, que a fez sofrer mais do que todos.

Estava tão distraída, repassando o que havia feito naquela noite, que não notou quem se aproximava, até que a pessoa estivesse totalmente parada a sua frente. Ela, então, não precisou levantar o olhar para saber quem era. Já estava um pouco mais sã, podia sentir o cheiro.

-Sabe, às vezes, até essa nova e melhorada versão de mim precisa de um tempo.

-O que você está fazendo, Bella?

-Estou sentada no chão, chorando por quem não merece, e você, Edward, o que está fazendo? – ela perguntou ironicamente.

-E-Eu não quis dizer o que você está fazendo agora, quis dizer com… sua vida.

-Hum, acho que isso não lhe diz respeito, certo? – ela não conseguia evitar o sarcasmo em sua voz

-Acho que não.

Os dois encaravam o mesmo ponto fixo no chão, sem saber o que dizer ou fazer. Até que, finalmente, Bella levantou-se, pronta para sair dali.

-Acho melhor voltar, vão notar que sumimos.

Edward segurou seu pulso, impedindo-a de continuar, então, puxou-a para si.

-Tenho certeza que eles podem esperar mais um pouco – ele falou com a voz rouca.

Segurou-a contra a parede, uma mão em sua cintura, a outra, na parede, ao lado de seu corpo, impedindo-a de sair dali.

Isabella não podia ficar ali, não podia, mas queria mais do que tudo. Sentira tanta falta de Edward, e, naquele momento, poderia matar toda a saudade sentida nos últimos meses. Porém o lado racional de Bella gritava para que ela o empurrasse e voltasse para a boate.

-Eu senti tanto sua falta – ela se ouviu confessar.

-Eu quase morri sem você ao meu lado – ele disse aproximando seus rostos, feliz com a rápida aceitação da amada.

Então seus lábios finalmente se encontraram. Nos primeiros instantes se beijaram vagarosamente, como se não tivessem certeza se aquilo era real ou se, mais uma vez, estavam imaginando aquele momento, mas em seguida, o beijo foi se tornando cada vez rápido, quase que desesperado, os dois tentando passar tudo o que sentiam: saudade, amor, magoa.

A porta, por onde eles haviam saído, foi aberta com força. Fazendo-os interromper o beijo.

-Eu não disse, meninas, que não estava trancada? – um homem com cerca de trinta anos estava com os braços nas cinturas de duas garotas com maquiagem forte e roupa vulgar, saiu dali.

Junto com a música alta, o cheiro de álcool e de alguma erva forte, chegou à Bella a sanidade, e ela tinha sido como um soco na cara.

-Opa, acho que já está ocupado - ele riu malicioso, as garotas o acompanharam com risadas finas e forçadas.

-Vamos procurar outro lugar, amor – uma delas falou.

-É, vamos sim – a outra disse, com a voz grogue.

-N-Não precisa, eu já estou saindo – Bella disse, se soltando de Edward, passou rapidamente pelos três e entrou de volta na boate, a procura de Julia, Elena e dos Salvatore.

Edward mal percebeu o que tinha acontecido até ouvir um “Foi mal, cara” do homem a sua frente, enquanto o mesmo olhava por cima do ombro observando com atenção o corpo de Bella.

Fazendo o máximo para não matar aquele humano, seguiu pelo mesmo caminho que viu Isabella fazer.

Quando chegou de volta a mesa onde estava a sua família, logo percebeu que ela não havia passado por ali, pois seus irmãos estavam novamente sentados, rindo com copos na mão. Alice foi a primeira a vê-lo.

-O que aconteceu, mano? – ela perguntou alegremente, notando o semblante do irmão.

-Nada, Ali, nada – falou sabendo que, naquele estado, ela não iria entendê-lo, mesmo que quisesse – Acho melhor irmos para casa.

Após muita reclamação, Edward conseguiu rebocar todos de volta para o seu carro, deixando o de Alice estacionado ali mesmo. Enquanto dirigia para casa, começou a se perguntar como sua sanidade voltou tão rapidamente, pois, antes de ir atrás de Bella, ele se encontrava no mesmo estado que seus irmãos estavam agora. Depois de longos minutos, chegou em casa, desistindo de achar a resposta para sua pergunta.

Estacionou o carro na garagem e entrou na casa. Na sala de estar, sentados no sofá, Edward encontrou seus pais. Carlisle com o braço sobre o ombro de Esme, assistindo a um filme em preto e braço. Os dois sorriram para ele, mas sua expressão se tornou confusa quando viram seus outros filhos entrando aos tropeços.

-O-O que aconteceu? – Esme perguntou preocupada, se levantando para segurar Rosalie que havia tropeçado.

-Descobrimos que o álcool no afeta, e, bom, eles exageraram um pouco.

-Um pouco? – Carlisle disse se levantando também – Ok, venham aqui, vocês vão tomar um banho e depois irão se deitar, até isso passar.

Então, com ajuda de Edward, eles levaram seus filhos para diferentes banheiros espalhados pela casa, e, em seguida, os colocaram em suas devidas camas.

Edward também se deitou, após um banho. Não sabia o que pensar daquela noite, havia sido tão reveladora, tão… imprevisível. Bella é uma hibrida, que conhece vários vampiros, que também são amigos de lobos. Definitivamente, as coisas haviam mudado desde sua partida, e a única coisa que ele desejava era ter estado ali quando isso aconteceu.

Mas, apesar de tudo, havia um momento da noite que não deixava sua cabeça por um segundo sequer: o beijo com Bella.

Havia sido maravilhoso ter ela nos braços novamente, e, dessa vez, não precisara se controlar, pois sabia que ela não era mais quebradiça como antes, um momento de descuido não iria ocasionar em sua morte, porque ela era igual a ele, ou quase igual.

Porém ainda havia tantas coisas que ele não sabia. Como ela se tornou o que é? Como conheceu os Salvatore? Os Volturi sabem dessa nova espécie? E se não sabem, como reagirão ao descobrirem? O que aconteceu enquanto ele estava fora? Bella ainda o ama?

Eu senti tanto sua falta, ela havia dito. Ele também sentira falta dela, mas do que tudo, tantas vezes desejara a morte, apenas por estar tão longe de sua amada, e, agora pensando nisso, não sabia dizer como havia aguentado tanto tempo.

Ele havia partido, mas estava ali agora. E iria fazer de tudo para merecer novamente Bella. Iria fazer de tudo para que ela fosse dele novamente.



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