Instinto escrita por miojo, popozita


Capítulo 8
Seus motivos


Notas iniciais do capítulo

Amores da minha vida!
Como estão?

Amei todos os reviews! São perfeitos, e me enchem de vontade de escrever mais e mais!

Tenho uma noticia meia chata amores... estou andando super cansada, afinal, estou escrevendo 5 caps por semana, ou seja, um por dia praticamente. Então, vou passar a postar a fic nas SEGUNDAS E QUINTAS. Espero que me entendam, eu realmente estou andando exausta.

Agora vamos agraceder a Popozita( que além de ser minha beta linda e maravilhosa ainda é fã da fic) e a Fer_black que deixaram suas recomendações linda de morrer para a fic! Obrigadas amores!

Espero que esse cap ajuda bastante a entender a personalidade da Clarissa, e no cap. que vêm (Caramelinho grita nessa hora) vai ter beijos! Sim eu confesso, demorei a fazer o beijo, mas esse cap de hoje explica o motivo.

O cap. estava muito triste, então tentei tirar esse clima totalmente deprê, espero que gostem!

não estou conseguindo postar a capa do cap, oputra vez. Então ai vai o link : http://oi51.tinypic.com/53prth.jpg



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Fiquei parado, encarando a porta por alguns minutos. Não conseguia ter outra reação a não ser esta. Minha cabeça estava um mar de confusão,  eu tentava firmemente entender a cena que acabou de se passar, era impossível.

Eu não queria assustá-la ou forçá-la, eu só segui o meu coração. Eu sentia como se fosse o certo a se fazer, como se eu necessitasse desse beijo, desse toque sutil em seus lábios... Mas depois de ver o tamanho do medo em seus olhos, quando me empurrou. Penso se não a perdi para sempre. A garota que caiu do céu, para estremecer e colocar no lugar toda a minha vida. A garota pela qual estou totalmente apaixonado e dependente.

Como se um faísca estivesse sido acesa, eu saltei pela porta. Eu não poderia perdê-la! Antes mesmo de tocar o chão o lobo já reinava sobre mim. Na medida em que avançava floresta adentro, meu coração se apertava. Dessa vez, não precisei sentir seu cheiro, sabia onde ela estaria. Minhas patas agrediam o chão, destroçando folhas e galhos. Na medida em que me aproximava, me dei conta de que minha roupa havia explodido. Minha vergonha se juntou ao respeito por Clarissa. Sentei atrás de algumas árvores e uivei, tentando avisá-la que eu estava ali.

Não demorou muito e ela apareceu. Chorando! Não sabia se ela me queria ali ou não, eu apenas me forcei a ficar parado. Ela se aproximou, sentando-se no chão e abraçando os joelhos. Meu coração cortou de tal forma, que o senti sangrar.

-Só me abrace. - Ela pediu. Minha vergonha se extinguiu me transformei ali mesmo. Correndo até ela e a tomando-a nos braços.

-Desculpe-me. - Eu a abracei fortemente,  acariciando seus cabelos. Eu não sabia o que tinha feito a ela, mas me sentia culpado e arrependido.

-Eu me lembrei. -Ela me apertava com tamanha força, que senti nossos corações se encontrarem e baterem no mesmo compasso.

-Shiii, não precisa falar agora. – Ela ergueu a cabeça, encarando-me com os olhos, ainda tomados pelo medo.

-Eu preciso. - Ela respirou fundo, afastando-se do meu peito e encarando-me. As lágrimas escorriam com voracidade por sua face, e ela encolhia-se.

-Eu... Eu... Bateram-me. – Disse entre soluços. Minha vontade era de agarrá-la e arrancar essas lembranças que só a traziam dor e sofrimento. Ela não merece isso!

-Nós sabíamos, ou melhor, nós deduzíamos. -Tentei me aproximar, mas ela impediu-me. - Não precisa me temer. -Falei calmamente.

-Eu não temo, só não acho que vai gostar de mim depois de ouvir o que tenho para falar. - Ela iniciou um choro ainda mais forte.

-Nada vai mudar. - Eu tentei novamente abraçá-la, e outra vez fui detido por sua mão em meu peito nu.

-Ele me bateu e depois... - Senti uma onda de raiva percorrer por meu corpo. Eu já conhecia o final da frase. - Ele me tocou, abusou de mim.

Chacal! De alguma forma eu sábia que tinha sido ele. Todo o meu instinto de lobo gritava para que eu me transformasse e corresse, até encontrar esse desgraçado e fazê-lo pagar por tudo que fez a Clarissa. Ele a tocou! Forçou-a uma coisa que ela não queria! Não queria! Se eu estou explodindo de raiva, ela está explodindo de dor. Ser forçada a se entregar a alguém; ser cruelmente usada. Ela teve todos os motivos para fugir, e quem sabe para esquecer. Talvez ela quisesse esquecer tudo pelo que passou.

O choro dela estava se intensificando, e minha cabeça ainda tentava trabalhar em escolher entre o instinto humano ou o do lobo, por fim, avancei sobre ela, forçando-a a me abraçar. No principio, ela tentou me impedir, mas logo se rendeu se acomodando em meu peito, onde era e sempre seria o lugar dela.

-Não precisa fingir. -Ela falou tão ruidosamente que quase não compreendi. Se fosse a outra situação, eu iria me ressenti com ela, duvidando da minha honestidade. Mas na situação atual, não tenho como julgá-la.

-Não estou fingindo. -Falei serio, cheirando o seu cabelo.

-Você não pode gostar mais de mim. -Cada vez a voz dela ficava mais ruidosa e embolada. Eu tinha que decifrar as palavras.

-Por quê? Algo mudaria?-Fechei os olhos, prendendo as lágrimas. Ela estava cada vez mais aterrorizada, e eu não tinha como ajudá-la mais do que já estava ajudando.

-Eu estou suja, fui usada. Não vou me magoar se me mandar embora. -Senti suas unhas cravando em meus braços. Ela estava desesperada. Como ela ousou pensar que eu a expulsaria por algo no qual ela foi à injustiçada?

-Não, não, não!- falei enquanto erguia sua face na minha direção. Os olhos liquefeitos estavam contornados por imensas olheiras, devido ao choro continuo, mas a expressão no fundo deles, era de alivio. - Nada mudou! Eu estou apaixonado por você! Não será o seu passado que irá decidir o nosso futuro.

Embora a solidão sempre tenha sido minha amiga

Estou deixando minha vida em suas mãos

As pessoas dizem que eu sou louco e cego,

Arriscando tudo num piscar de olhos

Como você me cegou ainda é um mistério

Eu não consigo te tirar da cabeça

Não importa o que está escrito na sua história

Desde que você esteja aqui comigo

-Não pode se apaixonar pelo desconhecido. -Ela resmungou, enquanto eu secava suas lágrimas com meus dedos.

-Não me apaixonei pelo desconhecido, me apaixonei por você. Por tudo que passamos juntos, por cada pedacinho de você que fui descobrindo aos poucos.

Eu não me importo quem você é

De onde você é

O que você fez

Contanto que você me ame

Quem é você

De onde você é

Não importa o que você fez

Contanto que você me ame

-Sinto-me como se precisar-se mais de você do que do ar. Você foi meu alicerce. -Ela sorriu, acariciando minha face, enquanto deixava as doces palavras transpor a barreira dos lábios.

Cada pequena coisa que você tenha dito e feito

Parece ter ficado dentro de mim

Realmente não importa se você está só de passagem

Parece que isso era pra acontecer

-Por que parece que eu decifro seus olhos? - Perguntei sorrindo, enquanto ela acariciava minha face.

-Porque, talvez, você o faça.

Tentei esconder para que ninguém soubesse

Mas eu acho que da pra perceber

Quando você olha dentro dos meus olhos

O que você fez e de onde veio

Eu não me importo, contanto como você me ame.

O momento não poderia ser mais sublime. Nós estávamos abraçados enquanto o crepúsculo se extinguia. Todas as minhas dúvidas haviam sido enterradas, só esse sentimento - único - que nos unia, restava em meu peito.

Eu poderia ter ficado ali, abraçado com Clarissa por toda a eternidade, mas me lembrei que estava nu, e foi inevitável corar. Afastei Clarissa de mim, me virando de costas para ela. A risada dela foi tão gostosa.

-Do quê está rindo?-Perguntei já contagiado com o som da risada dela.

-Você já me viu assim, e eu não fiquei me escondendo. - Tinha algumas folhas no cabelo dela, o rosto ainda estava inchado e suas roupas estavam sujas, mas mesmo assim, ela ainda era a pessoa mais linda que já vi.

-Foi diferente, você estava desacordada ou semi-desacordada, eu estou bem e com vergonha. -Admiti, cobrindo-me.

-Eu já te vi assim, nas fotos. - Ela gargalhou. Era tão bom vê-la sorrir depois de tudo pelo que ela passou.

-É diferente. -Falei me levantando, e caminhando meio torto até uma árvore.

-Mas ninguém pode ver minha cabeça. - Ela falou pensativa. Já estava prestes a me transformar quando me dei conta do que ela estava falando. Sai de trás da árvore com as mãos no ar, dando ênfase as palavras que sairiam da minha boca.

-Não! Eu não vou pensar nisso quando estiver transformado! E eu nem olhei, eu juro!- Ela começou a rir novamente, e eu a ficar ainda mais vermelho, quando me dei conta de que estava novamente parado em frente a ela, ainda em forma de homem e completamente nu. -Ai! – Reclamei, me transformando de uma vez.

“Seth!”- Leah gritou na minha cabeça, me assustando.

“Leah?”

“Onde vocês estão? Vocês querem me matar, é isso? Já estou sabendo de tudo!”- Ela estava realmente nervosa. Não deveria demorar nem um minuto, e ela já chegaria aqui.

“Estava esperando vocês em casa! Não pode sumir assim, principalmente depois da Clarissa ter um ataque.”- O lobo cinza apareceu na minha frente. Clarissa correu na minha direção.

“É a Leah.”-Meio que rosnei. Esqueci que ela não pode me ouvir.

-Seth. - Clarissa agarrou nos meus pêlos.

“Fecha os olhos.”-Leah mandou, ela ia se transformar. Eu sou o único do bando que nunca a viu nua, não que eu queira! Ela é minha irmã.

“Eu posso ouvir ainda!”-Ela rosnou.

-Leah?-Clarissa soltou meus pêlos.

-Isso mesmo. -Leah respondeu, e logo em seguida pude sentir ela como loba outra vez.

“Agora vamos? Estou com fome!”-Leah iniciou a corrida até em casa. Abaixei-me para Clarissa subir, ainda sem saber se ela teria coragem. Ela não hesitou, e ainda acariciou meus pêlos.

Depois de todos terem tomado banho, - dessa vez eu fiquei na porta do banheiro, enquanto Clarissa estava lá dentro - nós pedimos pizzas e comemos vendo um filme qualquer na TV. Leah resmungou a maior parte do filme, depois resolveu ir dormir. Clarissa estava sentada no mesmo lugar de sempre, onde eu a coloquei quando a encontrei, e eu, na ponta oposta do sofá.

Ainda não sabia se devia ou não me aproximar, afinal ela podia recordar mais alguma coisa, e eu não queria trazer dor para ela. Mas minha vontade de estar perto dela era tão forte, que não agüentei e comecei a me aproximar. Ela sorriu, abrindo espaço para eu me aconchegar em seu colo. Apoiei minha cabeça em suas pernas e ela começou a brincar com meu cabelo, enquanto o filme rodava sem receber atenção alguma.

-Seth, quantos anos você têm?- Os dedos dela enrolavam meus cachos.

-Dezessete, e você? Você se lembra?- Falei quase dormindo.

-Dezenove. -Ela falou rindo, e eu me sentei. Onde está a graça?

-Por que está rindo?-Perguntei, já rindo. Com Clarissa o riso vem fácil!

-Sou mais velha. -Ela deu os ombros.

-E?-Perguntei erguendo uma sobrancelha.

-Nada. - Ela sorriu enquanto eu a puxava para mim, fazendo-a me abraçar.

-Sou mais forte. -Brinquei ajeitando-a entre minhas pernas, ela ria enquanto deitava sobre meu peito, me fazendo deitar no sofá.

-Vamos cair. - Eu avisei, e ela me olhou, com um sorriso encantador. - Hora de dormir. -Falei pegando-a no colo, desliguei a TV e caminhei para o quarto, jogando-a na cama.  Ela ainda sorria enquanto ajeitava-se no canto da parede, apaguei a luz e me deitei ao seu lado. Ela logo colocou a cabeça em meu peito e as pernas envoltas das minhas. Ela nunca tinha se agarrado a mim dessa forma. Fiquei meio constrangido.

-Boa noite. -Beijei sua testa.

-Boa noite. -Ela beijou meu queixo, e todo meu corpo estremeceu. Ela abraçou-me ainda mais com as pernas, ajeitando-se. Comecei a alisar seus cabelos e fechei os olhos, temendo ter alguma reação constrangedora.


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Notas finais do capítulo

E então amores? Mereço reviews? Mereço recomendações?

beijos e obrigada !