Instinto escrita por miojo, popozita


Capítulo 4
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Amores! Ai estou tão feliz de estar conseguindo postar os cap. segunda, quarta e sexta, como prometido!
E mais ainda com os reviews que estão deixando!*-*
São tão lindos e animadores! Me fazem querer escrever cada vez mais!

Não posso me esquecer de agradecer a Popozita! Meu amore, que beta a fic.

Só lembrando que o trecho em Itálico, no início do cap, é uma parte da Música Ela vêm do céu, Jeito Moleque. Na música fala que é um anjo, mas não necessariamente a Clarissa será um anjo ok?

Espero que gostem!



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Foi um anjo que caiu na minha frente! Ninguém viu, mas sorriu

Não sei se sonhei ou se realmente aconteceu, mas o cheiro de Clarissa estava impregnado em cada fração de mim. Respirei mais uma vez, absorvendo o máximo de ar possível, procurei seu o corpo delicado ao meu lado, mas meus braços encontraram o vaco. Levantei-me às pressas, caindo sentado no chão, observando o vazio. Será que foi apenas um sonho?... Não!- Recusei-me a aceitar tal idéia.

O cheiro dela estava tão presente no travesseiro que não podia ser um sonho. Levantei meio cambaleante e caminhei até meu quarto, mas ela não estava lá. Meu coração começou a apertar sentindo uma angústia, um sentimento de perda. O que estava acontecendo? Ela tinha fugido? Me abandonado? Ela não pode partir! Não desse modo! Ainda temos que descobrir o que ela é.

Meu lado racional me mandava correr até o Jake, avisar sobre Clarissa, enquanto meu coração torturava-me com a possibilidade dela nunca mais voltar. Não conheço aquela pequena garota, não sei nada sobre ela, e mesmo assim, sinto como se fosse parte de mim.

Com passos trêmulos e sem vontade alguma, caminhei até a cozinha, a porta estava entreaberta, isso fora o bastante para que o meu eu interior explodisse. Despi-me e deixei que o lobo em mim aflorasse, corri o máximo possível tentando encontrá-la. Clarissa podia estar em perigo! Quem quer que seja que a tenha machucado, pode ter vindo buscá-la, e eu não fiz nada para impedir. Eu falhei!

Assim que deixei o lobo escapar, seu cheiro me atingiu como uma bomba era tão viciante e fascinante sentir esse aroma. Comecei a seguir seu doce cheiro, ele ainda estava fresco, não sentia cheiro nenhum além do dela, o que descartava a versão dela ter sido capturada. Com esse fato era para meu coração acalmar-se, mas não o fez, eu ainda estava atordoado com a possibilidade de nunca mais a vê-la.

Comecei a correr desesperado, o cheiro deixava uma trilha pelo meio da floresta. Novamente me via perseguindo o desconhecido em meio às árvores, porém, dessa vez, eu me importava com o que fosse encontrar. A lembrança da primeira vez que a vi, toda machucada e debilitada atingiu-me, me fazendo uivar de dor.

Na medida em que corria, percebi para onde que o cheiro estava me levando. Acelerei o máximo que consegui, rompendo a distância em poucos segundos. Meu corpo não estava disposto a esfriar, a deixar o lobo adormecer. Demorei um pouco para conseguir controlar o medo, respirei fundo enquanto vestia minha calça as pressas. O cheiro era tão intenso...

Venci a barreira das árvores, me deparando com Clarissa sentada a beira do penhasco, mirando o céu com um olhar doloroso. Minha felicidade por vê-la bem era tamanha, que me atirei até ela, tomando-a em um abraço desajeitado e apertado, ela apenas se deixou ser abraçada, mas já fora suficiente para acalmar meu coração. Percebi que ela estava chorando, então a apertei ainda mais em meu abraço. Depois de um tempo consolando-a me desencaixei de seu corpo e olhei em seus olhos.

-Vai ficar tudo bem. - Acariciei sua face úmida pelas lagrimas. Doía-me muito vê-la chorando.

-Eu estava fugindo. - A voz fina e delicada era composta de tanta tristeza.

-Fugindo de quê?- A curiosidade me atingia vagarosamente.

-Não sei... Lembrei-me de algumas coisas, mas está tudo tão confuso. - Ela apoiou a cabeça em meu peito e abraçou-me.

-Eu vou te proteger. - Falei docemente enquanto os meus braços davam a volta em sua cintura, retribuindo o abraço.

-Tinha algumas casas, muitas pessoas correndo. Eu estava correndo, fugindo. - Ela balança levemente a cabeça em negação. - Depois eu caí. - A memória que ela descrevia era pequena e fracionada, mas era um começo. Ela estava conseguindo lembrar!

-Está tudo bem agora, ninguém vai te machucar. - Acariciei suas costas, até recordar que já estava atrasado para o trabalho com o Quil.

-Clarissa. - Hesitei - Temos que ir. - Fiquei com medo de ela protestar, entretanto, ela apenas me olhou e se levantou, secando as lágrimas. - Não pode sair assim, no meio da noite, sem me avisar. - Falei serio, não suportaria pensar que a tinha perdido novamente.

- Me desculpe. - Ela sussurrou. Senti-me culpado por está repreendendo-a em um momento tão complicado, mas não poderia deixar que ela saísse sozinha pela madrugada.

-Venha. - A peguei em meu colo, e como no dia anterior, corri até minha casa.

Diferentemente da outra vez, ela estava acordada agora, e enrolava seus braços em meu pescoço, seus olhos eram fixos nos meus, me deixando extasiado. Na medida em que acelerava os passos, ela sorria com o vento batendo no rosto. Essa cena só fazia com que meu coração acelerasse ainda mais, era como se eu fosse dependente da felicidade dela para alcançar a minha própria.

Os olhos, que ainda são um verdadeiro mistério para mim, estavam mais vividos; mais claros; mais liquefeitos. O sorriso tímido nos lábios pequenos me encantava. Assim que chegamos, ela saltou do meu colo ajeitando os cabelos.

-Eu tenho que trabalhar, e você têm que vir comigo. - Ela apenas acenou com a cabeça. Entramos em casa e encontrando uma Leah, já vestida com o uniforme do supermercado, fazendo panquecas. Ela nos olhou com o mesmo deboche de sempre.

-Sentem, fiz panquecas. - Ela apontou com a espumadeira para as cadeiras, Clarisse me esperou consenti com a cabeça antes de se sentar.

-Eu que pensava que você fosse bobo. - Leah riu, colocando os pratos e as panquecas na mesa.

-O que aconteceu com você?- Leah nunca faz café, o que dirá panquecas.

-Pensei que estaria cansando de mais. - Ela tinha a voz carregada de deboche. Sentou de frente para mim, os olhos brilhando com a diversão que eu ainda não tinha compreendido.

-Não estou entendendo. - Falei enquanto começava a comer, ela apenas riu.

Leah foi a primeira a terminar o café, estava atrasada, como sempre. Enquanto se levantava da mesa, ela lançou mais um de seus olhares repletos de deboche.

-Espera só eu me transformar, que todo o bando vai ver que meu irmãozinho não é mais tão inocente. - Leah piscou. Levantei-me assustado com suas insinuações. Ela não podia estar pensando que... Ela está louca! A segui até a sala, deixando uma Clarissa curiosa na cozinha.

-Você está louca Leah!- Ela me olhou e riu.

-Eu levantei para beber água, e olha só com o que me deparo: Meu irmãozinho estava agarrado com a interrogação!- Leah estava rindo, com as mãos no ar, dando ênfase as palavras.

-Eu acho que ela estava com medo, sei lá. Não aconteceu nada! - Como eu poderia? Clarisse está abalada, além de que eu nem a conheço.

-Eu sei seu bobo. - Leah riu, me abraçando. Meus olhos se arregalaram. - Você nunca nem beijou ninguém. - Debochou novamente.

-Cala a boca Leah!- Disse rindo, por mais que nós brigássemos, eu a amo acima de tudo. Não é fácil ser a Leah, ela carrega tanto sofrimento.

-Mas não pense que não vou deixar escapar essa memória. - Ela entrou no carro, me mandando um beijo. Assim que o Embry visse, eu seria o novo alvo de zoações do bando. Respirei fundo, e entrei em casa.

A louça já estava sendo lavada, Clarissa tinha essa vontade de ajudar. Sorri e fui me trocar. Assim que voltei,  sequei a louça e guardei. Clarissa me encarava com um olhar duvidoso.

-O que te levou a me ajudar?- Peguei em sua mão e a puxei, seguindo em direção a porta de saída.

-Sinceramente, não sei. - dei os ombros - Eu senti que tinha que fazer e fiz. Sem explicações.

-Obrigada. - Ela me agradeceu sorrindo, enquanto fechávamos a casa.

-Como se chama isso aqui?- Ela olhava as casas, provavelmente se referia à reserva.

-La Push. - Estava feliz em responder a suas perguntas, ela já estava falando e agindo quase que normalmente.

Assim que chegamos à casa que eu e Quil estávamos reformando para os pais de Claire, avistei Quil serrando algumas tabuas enquanto Claire brincava com uma boneca um pouco afastada.

-Quil!- Cumprimentei-o. Ele soltou a serra, vindo em nossa direção. Clarissa se escondeu nas minhas costas.

-Como vai Seth?- Quil olhou para minhas costas. - E você... - Ele esqueceu o nome dela.

-Clarissa. - Falei rindo.

-Isso, Clarissa. - Clarissa saiu de trás das minhas costas, ainda tímida e sorriu para o ele.

-Então, o que vamos fazer?- Clarissa olhou na direção de Claire enquanto eu falava.

-É se não se importar, você podia ficar de olho nela para mim? Ela é bem danadinha. - Quil pediu a Clarissa. Espantei-me, todos a temiam, e Quil entregava a ela seu imprinting? Clarissa concordou sorrindo e caminhou na direção da Claire.

-Não acha que têm algum problema, acha?- Quil perguntou, me olhando um pouco duvidoso.

-Não, ela só está abalada. - Voltamos a serrar as madeiras.

Já estava anoitecendo quando terminamos, Clarissa tinha ido ao mercado, com Claire, e comprado sanduíches ao meu pedido. Quil só permitiu porque dava para ver o mercado daqui, e Claire, estava encantada com a nova amiga. Passamos o dia bem. Agora, já estávamos voltando para casa.

-Gostou da Claire?- Perguntei enquanto andávamos.

-Sim. - Clarissa sorriu. Conversamos sobre a reforma, e sobre as bonecas da Claire até chegarmos a casa. O cheiro me fez lembrar que Edward e Carlisle iriam voltar lá. Billy e Jake também já estavam lá.

-O médico que te examinou ontem, ele voltou hoje, mas fique tranqüila, ele só quer ajudar. - Disse, preparando-a. Ela assentiu e entramos. Leah, Jake e Billy estavam sentados, enquanto Carlisle e Edward estavam de pé, ao longe.

-Seth.- Jake me cumprimentou.

-Tudo bem?- Cumprimentei a todos.

-Podemos?- Billy pediu.

-Claro. - Clarissa se mantinha nas minhas costas. Ainda tinha medo de todos.

-Como foi seu dia Clarissa?- Carlisle perguntou se aproximando dela, mas ela não respondeu. - Eu fiz as analises no sangue dela e constatei  que ela possui 24 pares de cromossomos.

-E daí?- Leah perguntou.

-Os humanos possuem 23, nós, vampiros, 25 e vocês, 24.

-Ela é como nós?- Perguntei sem entender.

-Não necessariamente, ela apenas possuiu o mesmo número, não quer dizer que sejam os mesmo pares. - Carlisle explicou.

-E?- Leah era a menos paciente.

-O resto é normal. Eu gostaria de medir sua temperatura. - Carlisle me olhou, pedindo permissão.

-Clarissa- Pedi, e ela saiu de trás de mim, abrindo a boca para Carlisle colocar o termômetro.

-Ela disse que se lembrou de algumas coisas. - comecei a falar. - Ela falou alguma coisa sobre umas casas, pessoas correndo e ela fugindo de alguém. - Dei os ombros. - Fora a queda que vocês já sabem. - Edward olhava fascinado para ela, o que me fez lembrar-se de uma coisa.

-Vocês não sentem atração pelo nosso sangue, certo? E pelo dela?- Perguntei e Carlisle me olhou.

-Não. O cheiro dela não é agradável. - Carlisle explicou. - E a temperatura dela, realmente é mais alta do que o normal.

-Clarissa. - Edward deu um passo a frente. -Do que exatamente você se lembra?- Clarissa não respondeu, mas eu sabia que estava se lembrando, repassando as imagens em seus pensamentos.

-Leah... - Billy ordenou e Leah revirou os olhos.

-Venha Clarissa, vamos pegar umas roupas limpas e te por para tomar banho. - Clarissa me olhou duvidosamente enquanto saia da sala, seguindo Leah.

-O que você viu?- Jake perguntou ao Edward,

-Algumas casas simples pareciam aldeia, pessoas correndo. Ela estava desesperada, correndo pela floresta, até que uma dor a atingiu. Depois disso, ela caiu, literalmente, ela vê o chão se aproximando, as árvores sendo cortadas por ela, e atinge o chão.

-Então ela está realmente dizendo a verdade. - Eu sorri.

-Sim.

-Ainda não sabemos o que ela é. -Jake falou curioso.

-Só o tempo poderá dizer. - Billy sorriu. - Creio que ela não tenha para onde ir, vamos esperar ela recordar toda a memória para sabermos o que fazer.

-Ela parece se recuperar bem. - Carlisle sorriu.

Eu não estava prestando muito atenção no que eles falavam o fato de saber que ela ficaria comigo por mais tempo, me deixava extasiado.


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Notas finais do capítulo

E ai amores? Gostaram?
O mistério está grande ainda, eu sei...
Mas já dá para ter uma ideia bem razoavel do que a Clarissa é.
Além é claro, de notar que o Nosso fofinho do Seth está se encantando por ela...

Gente, só para saber, estão conseguindo ver as capas dos caps?

Vou ficar esperando os reviews! Até segunda, e bom Fim-de-semana para todas!

beijos :*