*Era noite, uma linda noite. O céu estrelado, lua estava perfeitamente cheia. As luzes brilhavam no castelo da família Okahoma, podia-se ouvir o som das valsas dançadas no baile de máscaras. Todos bem vestidos, homens e mulheres das grandes famílias da Inglaterra. Yamashinara Okahoma, a herdeira da família que teve a honra de fazer tal baile, era uma mulher de personalidade forte. Todos os homens a cortejava e sempre eram rejeitados. Com seus 20 anos, Yamashinara, conhecida como Shina, era a mulher dos sonhos de qualquer homem. Cabelos negros, compridos e cacheados mais naquela noite, presos por um coque perfeito. Lábios rosados, perfeitamente desenhados e olhos vermelhos tão intensos que podiam seduzir qualquer um. Corpo definido, seios fartos, pela branca e macia. Usava um vestido vermelho sem nenhum brilho. Odiava chamar a atenção. Um pequeno decote, misterioso, deixando os homens do baile loucos. Um pequeno colar com uma pequena pedra pendurada e encostada a pele nua de seu peito. Nos olhos, uma pequena máscara branca escondia, deixando seus lábios totalmente a mostra.

Para ela a noite estava sendo terrivelmente chata. Tediosa melhor dizendo. Todos os homens que a cortejava ou a chamava para dançar ou tremiam ou gaguejavam ou simplesmente era um homem já casado. Como estava odiando aquela noite...*

-Bela jovem, me daria à honra desta dança?

*O rapaz havia sussurrado misteriosamente no ouvido direito da mulher fazendo-a se arrepiar.  Gilbert Nightray, homem de 22 anos era o filho caçula da família Nightray. Cabelos curtos negros, mais tendo bastante para estar preso por uma pequena fita azul marinho e deixando algumas mechas caírem perto de seus olhos tapados por uma máscara muito parecida com a que Yamashinara usava só que negra. Seus olhos eram dourados e tinha um olhar tipicamente sádico o que deixava qualquer uma curiosa. Trajava uma camisa de botões branca e de manga comprida. Uma calça formal negra combinando com os sapatos negros. Vestia-se como se estivesse ido para a festa para dançar as músicas mais belas que existiam. Bolero e Tango.

Quando ela virou-se para trás, olhando-o e indo respondê-lo, mas, foi pega rapidamente sendo girada e guiada até o meio do salão. Ela não tinha nem um pingo de timidez, sua audácia é o que, talvez, fazia ter vários pretendentes. Formou um belo sorriso nos lábios, gentil mais dava para sentir a maldade e a ironia em suas palavras.*

-Senhor, desculpe mais não me lembro de ter aceitado tal pedido.

*Ele riu baixo parando no meio do salão novamente girando-a e agora a pegando de forma que se estive em posição de dança. Todos aqueles que viram tal casal parar bem no meio do salão, saíram deixando apenas os dois. Logo a música começou a tocar, era incrível como aquele pensamento de noite tedioso mudara em poucos momentos. O tango começou a ser tocado pela orquestra. Os corpos começaram a se movimentar de forma sensual e calma. Parecia uma guerra de sensualidade e luxuria onde ganharia aquele que tivesse o poder de sedução maior. A cada passo, cada olhar, cada gesto...*

“No frenesi deste tango...

Vão nossos corpos acompanhando...”

*A sensualidade estava junto daquele casal. Quando ela girava e soltava-se do corpo daquele homem tão misterioso, fazia a menção de provocá-lo o chamando de forma sensual e sádica. As mãos do homem quando deslizava por seu corpo, fazia ela sentir-se extasiada, completamente perdida naquela dança.*

“Entregam- se a cada voltear sensual...

Neste dramático ritual”.

*Ele a girava deitando o corpo dela, levando os lábios sobre o peito até perto de seus seios aproveitando que ela prendia a perna em seu corpo para arranhá-la provocando mais e mais. Ela o provocava demais mordiscando o canto do lábio inferior enquanto dançavam, fingindo ir beijá-lo mais não fazia... Tudo era composto de passos frenéticos e perfeitos.*

“ A musica sugerindo cada passo...

Ditando cada compasso...

Nossas almas flutuam e perpetuam...”

*O olhar dele deixava ela cada vez mais louca, estava presa a ele e não conseguia se soltar. “Eu o desejo” - Foi à única coisa que pensou, sua mente era a mais cruel nessas horas. Não a deixava pensar.

Ele a girou e voltou a segura-la só que agora por trás prendendo-a pela cintura movimentando-se tão sensualmente que quem via aquela dança poderia achar que estavam tendo um ato sexual. Ele desceu os lábios até o pescoço dela passando a ponta da língua e subindo até a orelha lhe mordiscando o lóbulo. Ela ficou com os lábios entreabertos soltando um pequeno gemido que, graças ao som, não fora escutado.*

“O êxtase...

O amor...

Eu dançaria

Eterna menina...

Nos cabelos linda flor...

Rosa rubra de paixão

Que machuca o coração!”

*Aquela musica parou e eles junto com a mesma ela com o corpo colado ao dele, a perna presa em sua cintura e ele a apertando a coxa chegando perto de seus lábios como se fosse a beijar. “Oh, beije-me homem misterioso dos passos penetrantes” – Ela pensou abrindo um pouco os lábios o olhando ofegante e cheia de desejo . Palmas foram ouvidas fazendo ambos voltarem a realidade. Ele a soltou e com a mão direita segurando-a, guiou ela até fora da pista enquanto começava uma valsa e vários casais começaram a dançar.*

“Olhos nos olhos...

Respiração ofegante...

Ondas que vem Oscilantes...

No crescente deste som

Que propaga em vários tons”

*Ele parou de frente a ela e após uma bela reverência, beijou a mão da mulher que acabara de dançar. Levantou o corpo olhando os lábios da garota e sorriu malicioso lhe falando sem soltar sua mão. *

- Obrigado por me conceder esta dança senhorita. Admito que nunca dancei com alguém tão... perfeita, como vós. Espero poder dançar novamente com a senhorita, agora se me der licença...

*E ele soltou a mão dela saindo em direção a todas aquelas pessoas que os olhavam fofocando e sobre como dançaram e fazendo comentários maldosos sobre os dois. Ela não respondeu nada para o ele, apenas o fitava de forma maliciosa olhando para os lábios dele como se estivesse em um transe. Quando ele sumiu de sua vista, ela voltou a si. Foi para o pátio sentar-se em um dos bancos escondidos no meio de tantas rosas. Ficou lá até o fim da festa, sem ver mais seu tão belo mascarado mais em seu pensamento, a excitação que teve ao estar em nos braços daquele homem... ficará em sua memória tal momento*

“ Mágico momento cristalino

Frenético tango"

*Em sua mente sabia que não poderia ter em sua cama aquele homem. Nem sentir seu corpo quente juntou ao seu, mas sabia que a partir daquela noite, os bailes seriam diferentes, seria no compasso daquele tango que não seria o último que teria com aquele homem...*

"Espírito enlevado!

Amor perpetuado

Tango envolvendo o coração

Fazendo renascer a adormecida paixão!"