Foi estranho o jeito que ele me pediu para aprender a ser um coveiro.

-Cristopher,quero ser um coveiro.

-Como?

-Isso mesmo.Assim não terei que arranjar um emprego na cidade e correr o risco de ser descoberto.

E foi assim que me tornei ‘professor da morte’.

Ah!Este título ridículo foi dado por Elliot,digo,Stanley.

Stanley com seu corpo magrelo,foi sem duvida,a coisa mais ridícula de se ver com uma pá:ele não agüentava nem o seu peso.

-Você não está pronto para isso pivete!Hahaha...

-Não enche,seu velho!

-Velho?Ora...Eu não passei nem dos 30!

Sim leitor.Eu sou jovem.

Perdão se eu não pareço com o perfil de homem’velho,barrigudo e careca’ que você criou.Tudo bem,pode continuar com esta farsa.Eu não ligo.

Eu não revelarei o meu nome e nem a minha idade para você...Afinal,isso não lhe agrada,não é?

Você prefere ler sobre sangue e outras desgraças.

-Hey,professor!

-Garoto,se você continuar a me chamar assim,eu terei que te enterrar!

-Calma!Ensine-me como escrever em lápides.

-Você não teria força para isso.

Foram ao todo 3 meses de treinamento.O garoto era péssimo em cavar,mas ele recompensava nas lapides.

Foi necessário enterrar e desenterrar muitos corpos até que ele pudesse ser chamado de ‘coveiro’.

-Pronto.Agora podes ser chamado de coveiro.

-Sim.Agora só falta a graduação.

-Como?

-Quero enterrar um corpo de verdade.

Aquele garoto era frio e tinha uma linha de raciocínio que -talvez- poderia se igualar a minha.

“Será que criei um monstro?”

Talvez...

Aquele garoto tinha um certo prazer em enterrar cadáveres.

-Tudo bem.Mas nós não podemos matar ninguém.

-NÓS não.Eu.Já sei quem merece morrer.

“Ele queria sangue,ele queria órgãos,ele queria morte”

“Vingança”

Esta era a palavra que estava em sua boca,sussurrada em seu ouvido,gritando em seu peito.

“Ele queria sangue,ele queria órgãos,ele queria morte.Tudo ali espalhado pelo chão.”

Todos os dias,Elliot -digo,Stanley- ia até a cidade em busca de informações sobre o tal doutor.

“Quem procura acha”

Ele descobriu seu endereço.

Morava em uma bela casa do outro lado da cidade.

-Vou sair.

Talvez volte amanhã.

E lá foi ele atrás de vingança.

Eu o segui.”Se por um acaso ele for pego,eu mato o doutor”

Passei a mão na minha arma,naquela noite ela estava com um brilho diferente,perigoso.”Assassino”,esta é a palavra que se encaixava a descrição do brilho dela.

O garoto dava passos firmes,decididos.A mesma decisão o seguiu na hora de entrar na casa.

“Ele vai conseguir?”

Não,ele não vai.

O doutor foi mais rápido,imobilizou com uma faca no pescoço.O garoto se debatia,mas era inútil.A faca estava colada em seu pálido pescoço.

A cena se tornou mais perigosa quando a faca começou a deslizar e um filete de sangue escorreu por sua lâmina.

Em um movimento rápido,saquei a arma e disparei contra a mão que segurava aquela lâmina suja.

Ele cambaleou,e Elliot –digo,Stanley- cravou a faca em seu peito.Deslizando-a por todo o tronco.

Abrindo lhe o peito e o estômago,fazendo jorrar muito sangue.Muito sangue.

Elliot –digo,Stanley- virou seu rosto sem expressão,ainda sujo daquele liquido vermelho.

-Por que veio?

-Para te ajudar.

-Que seja.

Ele se virou,e começou a retirar os órgãos ensangüentados de dentro do corpo.

“Ele queria sangue,ele queria órgãos,ele queria morte.Tudo ali espalhado pelo chão.”

“E foi o que ele teve”