Lovestory escrita por Liane


Capítulo 3
III


Notas iniciais do capítulo

Ownti...
O cap ta bem fofinho... rsrsrsrsrsrrs



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Bella voltou para a cozinha meio tonta. Não podia acreditar que tivera uma conversa tão agradável com um rapaz tão lindo como Edward Cullen. E ainda mais que ele queria sua companhia em mais uma conversa no dia seguinte.

Já estava tentando imaginar o assunto da conversa quando voltou à cozinha e a realidade subitamente a acertou como um soco.

- Por que demorou? Ainda temos que limpar tudo e guardar as panelas. – Sua mãe falou. Bella suspirou e foi tirar o uniforme. Vestiu novamente seu vestido remendado em vários pontos e pegou o balde para esfregar o chão. Suas costas já não doíam. Quando começou a trabalhar ali elas doíam quase sempre, mas agora estava acostumada com isso.

Terminaram o trabalho de hoje e se juntaram ao Charlie, que como sempre as esperava nos fundos da casa. Quando a carroça avançou, com Bella chacoalhando atrás, ele contou novidades deprimentes.

- Vocês souberam o que houve com o velho Sr. Wilkins? – Ele perguntou pesaroso.

- Como poderíamos? Estávamos presas dentro da casa o dia inteiro. – Sua mãe respondeu.

- Ele foi morto ontem de madrugada, na estrada perto de casa. – Ele falou com a voz abafada. Rennée soltou um gritinho e Bella tapou a boca com as mãos, ambas chocadas com a notícia.

“Coitado do velho Sr. Wilkins!” Bella pensou. “E a pobre Sra. Wilkins?”

O casal morava no fim da rua da casa dos Swan. O Sr. Wilkins e a mulher nunca tiveram filhos, mas se amavam muito. A pobre senhora devia estar desolada a estas horas.

- Por que o mataram? - Rennée perguntou quando recuperou a voz.

- A polícia está investigando, mas estão dizendo que houve muitos assaltos naquela estrada. Lembra-se do velho Howard? – Charlie contou.

- Ah, lembro sim. Coitado. – O velho Howard havia perdido o dinheiro da semana inteira em um assalto naquela mesma estrada, mas pelo menos estava vivo. – Ainda não posso acreditar que o Sr. Wilkins esteja morto!

- Coitada da Sra. Wilkins. – Bella falou. – Essa cidade não tem lugar para viúvas como ela.

E não tinha mesmo. A Sra. Wilkins sempre fora dona de casa, nunca trabalhara na vida. A maioria das viúvas como ela acabava morando em pensões fedorentas. Se tivessem sorte, conseguiam algum emprego como empregadas ou lavadeiras, mas havia muito desemprego ultimamente. As mais jovens podiam apelar para a prostituição como ultimo caso, mas era um destino horrível.

Bella sentia muita pena da velha senhora, mas era assim que a vida era. E se não fosse dormir logo não teria disposição para o trabalho no dia seguinte.

Além do que, estava ansiosa pelo momento onde poderia conversar com o Sr. Edward Cullen novamente. Isso se conseguisse fugir da cozinha por uns minutinhos.

 

Mary havia acabado de servir o café e voltou para a cozinha rapidamente, contando para as outras que teria companhia esta noite. Bella nem quis ouvir aquelas indecências e, aproveitando que sua mãe estava entretida com as panelas, resmungou algo sobre o banheiro e correu ao corredor onde falara com Edward no dia anterior.

E ele já estava lá, esperando-a.

- Que bom que veio. – Ele sorriu.

- Mas é só por alguns minutos, tenho que voltar ao trabalho. – Ela falou sorrindo igualmente animada.

- Olhe, andei pensando e resolvi lhe emprestar isso. – Ele lhe estendeu um livro de capa belíssima, encadernado em couro. – É Romeu e Julieta, do Sr. William. A senhorita já o leu?

- Nunca, mas me disseram que é muito belo e muito trágico, senhor. – Ela falou tão animada que poderia ter saltitado no lugar.

- Sim é. Por que não lê e me diz o que acha? – Edward falou.

- Vou adorar. Só não consigo ler muito rápido, minha mãe não conseguiu pagar a minha educação por muito tempo... – Bella acrescentou constrangida.

Sua mãe havia se esforçado muito para que ela pelo menos soubesse ler, coisa que nenhum dos seus pais sabia, mas não teve dinheiro para muito mais.

- Pode levar o tempo que quiser. Amanhã a senhorita pode me contar até onde foi e o que achou. – Edward sorriu bondosamente.

- Claro, vou adorar, Sr. Cullen. – Bella respondeu emocionada.

- Até amanhã então, Srta. Bella. – Edward falou tomando-lhe a mão e beijando-a carinhosamente. Bella ofegou e voltou correndo para a cozinha. Enfiou o livro na cintura do vestido e pegou o balde para lavar o chão.

 

Naquela mesma noite Bella esperou os seus pais dormirem e pegou o livro. Admirou a capa lustrosa e, ao aproximar o rosto, sentiu o cheiro maravilhoso de Edward nele. Puxou a vela para mais perto e começou a ler. Lia embevecida cada página do livro. Já havia se apaixonado por Romeu e mal percebeu o tempo passando, apenas os seus olhos a avisaram da hora, comichando incomodamente. Ela marcou a página cuidadosamente com seu lenço, assustada por já estar quase na metade. Acabara de ler a cena dois do segundo ato e adormeceu parecendo ouvir as palavras de Romeu em sua cabeça, mas a voz era muito sua conhecida, de um senhor que jamais seria seu Romeu.

“Julieta: Dize-me como entraste e porque vieste. Muito alto é o muro do jardim, difícil de escalar, sendo o ponto a própria morte - se quem és atendermos - caso fosses encontrado por um dos meus parentes.

Romeu: Do amor as lestes asas me fizeram transvoar o muro, pois barreira alguma conseguirá deter do amor o curso, tentando o amor tudo o que o amor realiza. Teus parentes, assim, não poderiam desviar-me do propósito.

JULIETA - No caso de seres visto, poderão matar-te.

ROMEU - Ai! Em teus olhos há maior perigo do que em vinte punhais de teus parentes. Olha-me com doçura, e é quanto basta para deixar-me à prova do ódio deles.

JULIETA - Por nada deste mundo desejaria que fosses visto aqui.

ROMEU - A capa tenho da noite para deles ocultar-me. Basta que me ames, e eles que me vejam! Prefiro ter cerceada logo a vida pelo ódio deles, a ter morte longa, faltando o teu amor.

JULIETA - Com quem tomaste informações para até aqui chegares?

ROMEU - Com o amor, que a inquirir me deu coragem; deu-me conselhos e eu lhe emprestei olhos. Não sou piloto; mas se te encontrasses tão longe quanto a praia mais extensa que o mar longínquo banha, aventurara-me para obter tão preciosa mercancia.”

W. Shakespeare, Romeu e Julieta, Cena II, Ato II

“Queria que ele me amasse assim tão intensamente para ignorar quem sou.” Bella pensou em meio ao torpor do sono que a envolvia tão rapidamente. “Edward.” Ela resmungou antes de adormecer profundamente.

 

O tempo se arrastou até que chegasse a hora de falar-lhe outra vez. Bella mal podia esperar para contar-lhe as impressões que tivera da peça. Fugiu da cozinha mais uma vez, apressada. Encontrou-o do mesmo modo, esperando-a pacientemente.

- Que bom que pôde vir hoje. – Edward exclamou contente. Ele a olhou com tanta intensidade que Bella corou.

- E novamente é por pouco tempo. Tenho que voltar às minhas obrigações. – Ela falou olhando para o chão. Em seguida ergueu os olhos, que estavam tão brilhantes e tão lindos que por um segundo Edward perdeu o fôlego. – Eu mal pude parar de ler ontem, apenas o cansaço me obrigou. É uma história de amor tão linda, apesar de os dois serem tão jovens.

- Sim, realmente são jovens. Que idade tem senhorita? – Edward subitamente se sentiu curioso para saber tudo da vida de Bella.

- Tenho dezessete, senhor. – Ela respondeu surpresa com a súbita mudança de assunto.

- Me parece madura demais para a idade. – Ele falou impressionado.

- Quando se é pobre e se lida com as tristezas da vida a tendência é amadurecer Sr. Cullen. – Ela respondeu constrangida.

- Por que não me chama de Edward? – Ele concedeu.

- Eu não me atreveria à tamanha ousadia senhor. – Os olhos da garota de abriram muito com a proposta.

- Ora, pois peço que assim me chame senhorita. – Edward contestou. Bella sorriu.

- Pois então peço que me chame de Bella, Edward. – Ela ficou emocionada por poder pronunciar seu nome em voz alta.

- É claro Bella. – Ele sorriu largamente.

- Agora tenho de ir. – Bella olhou por cima do ombro. Ouvira a voz de sua mãe a chamá-la.

- Volte amanhã, por favor. Vou embora à manhã do dia seguinte, então... – Edward pediu.

- Claro, farei o que puder. – Bella prometeu.

- Então até amanhã Bella. – Edward beijou-lhe a mão como sempre fazia e Bella correu de volta ao trabalho.

Naquela noite Bella estava tão exausta por ter dormido tarde no dia anterior que, por mais que quisesse, não pôde ler mais nada. Pediria perdão ao Edward no dia seguinte. Além disso, era um bom meio de adiar a devolução do livro e continuar a cheirar o aroma de Edward nele.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? *-*