Este Amor Veio para Ficar... escrita por robsten_source


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Prontinho o ultimo capitulo pronto...

Terminando a fic agora, para postar...

Beijos e obrigada.



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Capitulo 12

Nessie tinha leucemia e sabia desde o Verão passado.

No momento que ela me disse que estava morrendo da doença, milhões de imagens passaram pela minha cabeça, corroendo-me. Era como se o tempo tivesse parado, e tivesse finalmente compreendido o tempo que passamos juntos.

Compreendi porque queria que fizesse parte na peça, porque Edward chorava todas vezes que estava feliz, porque parecia sempre tão cansado, e porque se preocupava com minhas idas a sua casa. Tudo havia se tornado absolutamente claro.

Por que quisera que o Natal no orfanato fosse tão especial...

Por que pensava que não iria para Faculdade...

Por que havia me dado sua bíblia...

Tudo fazia perfeito sentido, e ao mesmo tempo, nada era compreensível.

Renesmee Cullen tinha leucemia.

Nessie, querida Nessie, estava morrendo...

A minha Nessie.

Tinha de haver algum erro, mas sabia que não havia nada de errado, quando ela me falou novamente, meu mundo se esvaziou. Na rua, passavam-se cenas normais do dia-a-dia, fechei os olhos irritado, para que aquelas imagens desaparecerem.

-          Desculpa Jake – dizia ela continuamente, mas era eu que devia mil desculpas a ela, mas estava tão confuso naquele momento.

Sabia que ela iria desaparecer. Abracei Nessie novamente,não sabendo o que fazer, as lagrimas me enchiam os olhos, e não conseguia ser a rocha que ela precisava.

Choramos na rua durante muito tempo, a alguns metros da casa dela. Choramos quando Edward soube que já sabia do segredo havia sido revelado,choramos quando contamos a minha mãe, mais tarde naquele dia.

No domingo Edward anunciou na Igreja, mais tiveram que o ajudar a voltar ao seu lugar antes de ter terminado.

Todos estavam estáticos e surpresos, com as palavras que haviam acabado de escutar, como se aquilo fosse uma horripilante historia de tragédia, pois ninguém queria acreditar.

Lutando contra as lagrimas, não podia de deixar de pensar na peça.

Mais tarde me disse que haviam passado nove meses desde que fora diagnosticada com a doença.Os médicos haviam lhe dado alguns meses.

Hoje em dia poderia ter sido diferente.

Mas só um milagre a salvaria.

Porque não havia me dito?

Esta era a única pergunta que não havia feito, mas estava pensando. Não dormi naquela noite, meus olhos ainda estavam inchados. Durante a noite, passei por diversos estados de choque, negação, tristeza e raiva, desejando que tudo aquilo fosse um pesadelo.

No dia seguinte estava em sua casa, mas Nessie não aparentava o quão triste pensei que estaria. Ela e Edward eram os únicos que sabiam, e guardavam para si. Não haviam confiado em ninguém, nem a mim, isso me deu angustia, e medo também.

Ela havia me dito que seria melhor para as pessoas, sabia que as pessoas não a olhariam com os mesmos olhos, igualmente como olhavam na manha de domingo depois da missa. Mais isso não tornavam as coisas mais fáceis pra nenhum de nós.

O problema era que ninguém do meu circulo alguma vez já havia tido um caso desses. Nessie era uma criança, tinha dezessete anos, quase uma mulher, que estava morrendo, ela era ainda muito jovem. Estava com medo não apenas por ela, mas por mim também.

Vivia com o receio de fazer algo de errado, de fazer algo que a ofendesse. Seria coerente ficar zangado ao seu lado? Seria correto continuar a falar do futuro? O Meu medo tornava as coisas mais difíceis com Nessie, embora ela fosse paciente comigo.

O meu medo, porem fez-me perceber outro motivo, algo que tornava as coisas ainda piores. Percebi que nem sequer havia a conhecido quando ainda era saudável. Tinha conhecido ela algum tempo depois que tivera sido diagnosticada, e havia me apaixonado apenas em dezoito dias, e esses foram os mais felizes e longos da minha vida, mas agora olhando pra ela, perguntava-me quantos dias ainda teríamos.

Na segunda-feira Nessie não apareceu na escola, e me senti como se nunca mais fosse a ver naqueles corredores. Nunca mais a veria ler a Bíblia sozinha no almoço, nunca mais veria seu suéter castanho se deslocar entre a multidão, quando ela se dirigia a aula seguinte.

Não conseguia me concentrar naquele primeiro dia de volta as aulas, das férias depois das festas de fim de ano. As reações foram semelhantes as que ocorreram na Igreja no domingo. As meninas choravam, e os meninos abaixavam a cabeça.

As pessoas contavam historias como se ela já tivesse morrido,’’ Que podemos fazer’’, perguntavam-se em voz alta, e procuravam em mim as respostas.

-          Não sei – era tudo que podia responder.

Sai da escola cedo e fui ate a casa de Nessie, faltando nas aulas depois do almoço. Quando bati na porta, Nessie abriu como sempre, alegre e sorridente, parecia que não havia nenhuma preocupação.

-          Oi Jake – disse ela – mas que surpresa.

Quando ela se inclinou para me beijar, a beijei também, mas aquilo me deixava triste.

-          Meu pai não esta em casa nesse momento, mas podemos sentar-nos lá fora para conversarmos.

-          Como é que pode fazer isso? – perguntei de repente – como pode fingir que esta tudo bem?

-          Não estou fingindo nada Jake. Deixe-me pelo menos pegar o casaco, e vamos nos sentar na varanda,ok?

Sorriu para mim, a procura de uma resposta, e por fim, acenei com a cabeça, com os olhos comprimidos. Nessie me deu um beijo e acariciou meu rosto.

-          Volto já.

Dirigi-me a cadeira e me sentei. Nessie surgiu um momento depois, trazendo um casaco e um coberto para nos, para nos manter quentes. Não havia tanto vento, como alguns dias atrás, mas para ela era o suficiente.

-          Não foi a escola hoje.

-          Eu sei – ela disse olhando para baixo.

-          Nunca mais vai voltar? – apesar de já saber o resultado, queria ouvir de sua boca.

-          Não – respondeu baixinho - não vou.

-          Porque? Esta assim tão doente?

-          Não hoje me sinto bem. Só quero estar agora de manha em casa quando meu pai sai para ir trabalhar. Quero passar o Maximo de tempo que puder com ele.

-          Me disseram quando descobrimos, sobre a doença, que deveria tentar a vida mais normal que poderia ter, ser feliz, para obter mais forças ainda – disse ela.

-          Não há nada de normal nisso – disse amargamente.

-          Eu sei.

-          Não tem medo?

-          Claro que sim – disse ela me desapontando – estou sempre com medo.

-          Então porque age dessa maneira?

    -     Eu fico triste apenas sozinha.

-          Porque não confia em mim?

-      Porque sei que também esta com medo.


Comecei a rezar por um milagre.

Sempre lia sobre essas milagres repentinos nos jornais e na Tv. Naquela noite comecei a ler a Bíblia que Nessie havia me dado. Nunca havia lido de verdade, só sabia de algumas coisas pela Igreja quando ia nas missas. Como éramos cristãos, aprendíamos muito o Novo Testamento. Na primeira noite li o Gêneses todo, na noite seguinte o Êxodo. A cada noite lia uma parte dela. Mas mesmo lendo algumas partes mais devagar que outras, não conseguia mais parar de lê-lo.

Uma vez já era tarde da noite, quando percebi um verso sublinhado, e supus ter sido Nessie, pois significava algo importante para ela. Dizia assim:

''A Vos clamo, Senhor

O meu rochedo não sejais surdo a minha voz,

Não suceda que, não me ouvindo,

Eu fiquei semelhante aqueles que descem ao abismo.

Ouvi a voz da minha suplica,quando clamo por Vos,

Quando levanto minhas mãos para o Vosso santo templo.''

Fechei a Bíblia chorando.

Sabendo que havia sublinhado para mim.

-          Não sei o que fazer – disse entorpecido, olhando para a luz fraca, estávamos eu e minha mãe sentados no sofá. Estava se aproximando do fim de Janeiro, o mês mais difícil da minha vida. E sabia que Fevereiro iria ser pior ainda.

-          Sei que é difícil pra você meu filho – disse ela – mas não há nada que possa fazer.

-          Não me refiro a sua doença, sei que nada posso fazer em relação a isso. Refiro-me a Nessie e eu.

-          E difícil conversar com ela.Quando olho para ela só consigo pensar no dia que não poderia mais faze-lo. Passo o tempo todo a pensar nela, desejando poder vê-la naquele instante, mas quando chego a casa dela, não sei o que falar.

-          Não sei se há alguma coisa que possa fazer Jacob.

-          Então o que devo fazer?

-          Ama Nessie de verdade não amas? – peruntou.

-          Com todo meu coração

      -    Então deve se esforçar mais para ouvir – disse ela com ternura.

No dia seguinte me senti melhor na presença de Nessie,embora não tivesse melhorado muito. Antes de chegar a casa dela prometera a mim mesmo que não falaria nada que a pudesse aborrecer ou magoa-la, e tentaria conversar como fazíamos antes de tudo.

Conversei com ela sobre alguns de meus amigos e o que estavam fazendo, disse ainda não ter recebido noticias sobre a faculdade, mas que estava esperando por ela.

Disse que aguardava ansioso a festa de formatura. Falei como se ela fosse voltar a escola na semana seguinte e sabia que agia nervoso o tempo todo.

Nessie sorria e acenava com a cabeça nas horas apropriadas, fazendo me perguntas de vez em quando. Mas nos sabíamos que seria a ultima vez que faria aquilo.

Nenhum de nós nos sentíamos bem com essa conversa, estávamos atuando demais.

O meu coração dizia exatamente a mesma coisa.

Voltei minha atenção na bíblia na esperança de que me ajudasse.

-          Como se sente? – perguntei dois dias depois

Por essa altura Nessie já havia emagrecido mais. A pele já tinha um tom mais acinzentado e os ossos das mãos tornavam-se visíveis através da pele. Aparentava mais hematomas. Estávamos na sua sala de estar sentados no sofá, fora de casa estava muito frio para ela.

Apesar de tudo continuava linda.

-          Estou bem – disse ela sorrindo corajosamente – os médicos me deram um novo remédio para dor, parece que funcionam bem.

-          Precisa de alguma coisa?

-          Não obrigada estou bem.

-          Tenho andado a ler a bíblia – disse por fim.

-          Serio? – disse ela com seu rosto brilhando.

-          Sim, só queria que soubesse.

-          Fico contente por ter me dito.

Ela sorriu e inclinou-se para dar uma palmadinha no meu braço, a sua mão macia sobre a minha pele era tão bom.

Depois disso começamos a ler a Bíblia juntos, parecia o melhor a ser feito, mas o meu coração dizia-me que ainda tinha algo a ser feito.

Passei a noite a pensar no assunto.

A leitura da Bíblia nos proporcionava algo em que podíamos nos concentrar. De repente, tudo começou a correr melhor entre nós, talvez porque não estivesse com tanto medo de a deixar ofendida. O que podia ser mais correto do que ler a bíblia? Por vezes quando estávamos a ler ela simplesmente colocava a mão no peito sentia meus batimentos e escutava como minha voz enchia a sala.

Outras vezes quando sentávamos juntos no sofá a olhava quando, encontrava uma passagem ou um salmo e eu perguntava o que pensava sobre ele. Sempre tinha uma resposta para eles, fazia a pergunta para mim também às vezes, embora eu me esforçasse, sabia que estava fingia de vez em quando.

Você acha realmente isso?- perguntava me, pensava duas vezes antes de responder novamente, mas as vezes era culpa dela mesma por botar a mão em meu joelho.

Uma sexta-feira a noite a levei para jantar em minha casa. A minha mãe nos fez companhia na hora do prato principal, mas depois foi para o escritório nos deixando a sos.

Era bom estar ali, sentado com Nessie e sabia que ela sentia o mesmo. Agora que ela não saia muito de casa e aquilo era uma boa mudança pra ela.

Desde que me contou sobre a doença, parou de usar o cabelo preso, era ainda tão deslumbrante como da primeira vez, disse ela olhando para os moveis.

-          Obrigada por ter vindo essa noite – disse.

-          Obrigada a você por ter me convidado – disse ela voltando sua atenção a mim.

-          Como esta sei pai? – perguntei.

-          Não muito bem, esta se agüentando.

-          Ele te ama muito sabia?

-          Sei

-          E eu também sabia disso – disse eu, e quando fiz, desviou de mim, parecendo que estava com medo daquelas palavras.

      -     Vai continuar visitar minha casa? – mesmo mais tarde, sabes

quando...?

-          Enquanto que quiseres que eu vá, estarei lá – disse olhando seriamente pra ela.

-          Não precisa continua a ler a Bíblia se não quiseres.

-          Tudo bem, acho que precisamos dela.

-          Es um bom amigo Jake, não sei o que faria sem você.

-          Eu te amo Renesmee – disse declarando novamente, mas dessa vez não teve medo de minhas palavras. Beijei-lhe a mão e beijei sua testa.

-          Eu também – disse ela finalmente.

Eu havia rezado por estas palavras.

Não sei se Nessie havia contado o que sentia para Edward, duvido muitos pois a rotina não havia mudado nada. Sempre saia de casa quando chegava das aulas e isso continuo. Sempre que aparecia a porta Edward dizia que iria sair e retornar por volta de duas horas.

Depois de me deixar entrar, saia de fininho como se não estivesse mais ali, com seu sobretudo. Raramente falava diretamente comigo , mesmo depois de ver-nos lendo a Bíblia.

Embora ainda não o agradasse que ficasse dentro de casa sem sua presença, continuava a me deixar entrar. Sabia que parte do motivo era porque não queria que Nessie ficasse do lado de fora da casa. Mas penso que Edward precisava de um tempo sozinho também, era a verdadeira razão pela mudança.

Nessie se movimentava muito bem ainda, nos últimos dias de Janeiro, fazia muito frio, e fortes dias de chuvas se seguiram, ela não tinha nenhum interesse de sair de casa. Mas depois de Edward de casa, íamos a varanda para respirar o ar fresco do mar. Mas sempre que fazíamos isso me preocupava com ela.

Quando líamos a bliblia, havia gente que batia a porta uma três vezes por dia. As pessoas passavam para nos cumprimentar, ou trazer comida. Ate Seth e Leah apareceram, mesmo não sendo permitido por Edward a entrarem, sentamos na sala de estar, mas nenhum era capaz de a olhar nos olhos.

Estavam ambos nervosos, e demoraram alguns minutos para se acostumarem, para realmente nos contar o porque de sua visita inesperada. Seth havia vindo para lhe pedir desculpas por tudo que havia feito a ela. Não sabia dizer porque entre tantas pessoas, tinha de acontecer com ela, eu também me fazia essa afirmação todos os dias.

Havia lhe trazido também, um envelope que, colocou encima do aparador. Tinha a voz estrangulada, estava nervoso e sua mão tremia. Sentia que pela primeira vez havia emoção em suas palavras.

-          Nunca conheci ninguém com um coração tão grande quanto o teu – disse ele a Nessie, a voz perturbada – embora nunca tenha sido simpático contigo, queria que soubesse o que sinto por ti. Nunca me arrependi tanto de uma coisa na vida. Es a melhor pessoa que já conheci em toda minha vida.

Enquanto ele falava Leah lutava com suas lagrimas, não gostava de demonstrar muitas emoções, mas soluçava sentada no sofá,incapaz de falar. Quando Seth terminou, Nessie abriu os braços com sinal de perdão. Seth aproximou-se dela espontaneamente.

Depois foi a vez de Leah, elas haviam feito a mesma coisa.

Quando estavam prontos a ir embora, olharam mais uma vez para Nessie, para se lembrar como ela estava e como sempre a recordariam.

Era começo de Fevereiro, o numero de remédios para amenizar as dores de Nessie haviam aumentado. As doses reforçadas provocavam-lhe tonturas e, por duas vezes, caiu quando estava a ir ao banheiro, uma vez havia batido a cabeça contra pia. Depois disso, ela pediu para que os médicos diminuíssem as doses, mas com muita relutância que haviam cedido.

Embora ainda conseguisse andar normalmente, as dores que sentia aumentavam a cada dia, e mesmo o simples gesto de levantar o braço, conseguia inúmeras dores e hematomas.

A Leucemia e uma doença do sangue, uma doença que segue seu curso através do corpo todo de uma pessoa. O coração dela continua a bater, ate que a doença o domine completamente.

Mas a doença enfraquecia o resto do corpo também, consumindo suas energia e músculos, as atividades mais fáceis se tornarão extremamente difíceis. Na primeira semana de Fevereiro, perdeu quase três quilos, e pouco depois tornou-se difícil a andar, a não ser que fosse por uma curta distancia. Mas as dores já eram insuportáveis.

Regressou com os remédios, tomou as tonturas ao lugar das dores.

Sempre que ia visitar Nessie a encontrava no sofá, junto com a Bíblia aberta, e sabia que ela já tinha de ser carregada por Edward se quisesse continuar ali.

O tempo que dispunha era pouco, meu coração ainda falava mais alto, dizendo que tinha ainda algo a ser feito.

No dia 12 de Fevereiro, dia do Valentine’s Day, ou se preferir, dia dos namorados, Nessie escolheu uma passagem que tinha grande significado a ela. Disse-me se alguma vez tivesse oportunidade, queria que fosse essa passagem a ser lida no seu casamento. Era isso que dizia.

‘’ O amor e paciente, o amor e begnio, nunca invejoso; o amor não se ufana, não se ensorbece,não e inconveniente,não procura o seu interesse, não se irrita, não suspeita o mal, não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.’’

Nessie era a verdadeira essência dessa discrição.

- Se arrepende de algo? – perguntei a Nessie, que estava deitada sob as cobertas, um tubo aplicado em um dos braços providenciava o medicamento que precisava. Tinha o rosto pálido, o corpo leve como ma pena, mal conseguia andar e quando o fazia tinha que se apoiar em outra pessoa.

- Todos nós nos arrependemos de alguma coisa em nossas vidas Jake – mas minha vida foi maravilhosa.

- Como pode dizer isso? – reclamei não escondendo a angustia – com tudo que esta te acontecendo?

Ela apertou minha mão, muito levemente, sorrindo-me com ternura.

- Isto – admitiu olhando em volta do quarto – podia ser melhor.

Apesar da lagrimas, ri, sentindo-me logo culpado pela conversa. Devia apóia-la não contrariá-la,Nessie continuou.

- Mas alem disso, tenho sido feliz Jake. Tenho mesmo. Tive um pai especial que me ensinou tudo. Posso olhar para trás e saber que não podia ter ajudado mais as outras pessoas que ajudei. – Fez uma pausa me analisando – Ate me apaixonei e fui correspondida.

Beijei-lhe a mão, quando ela disse aquilo, depois encostei-a a minha face.

- Não é justo – disse

Ela não respondeu.

-          Ainda esta com medo? – perguntei.

-          Estou.

-          Também estou – eu disse.

-          Eu sei, sinto muito.

-          O que é que posso fazer? – perguntei desesperado-  já não sei o que fazer.

-          Lê para mim?

Aceitei prontamente, mesmo não sabendo como aquilo poderia ajuda-la, e sem que conseguisse virar a próxima página e não desatar a chorar.

Por favor, me digam o que fazer?

Estávamos sentados no sofá do escritório, o fogo ardendo na lareira diante de nós. Naquela tarde Nessie adormecera enquanto lia, sabendo que precisava descansar, coloquei a em sua cama e saí de fininho, beijando com ternura em sua face. Fora um beijo inofensivo ,mas Edward entrará no quarto neste mesmo instante, senti emoções conflituosas passando por nós naquele momento, seus olhos queimavam. Olhou para mim, sabendo que amava sua filha mas também eu quebrara uma de suas regras dentro de sua casa, mesmo ainda que não foram verbalizadas. Se ela estivesse bem saberia, que nunca mas entraria em sua casa novamente.

Descobri que o tempo que passava com Nessie gastava toda minha energia para que tivesse que me sentir magoado com seu comportamento. Nessie me ensinou algo naqueles meses, foi que através dos atos , não de pensamentos reprimidos, sabia que Edward me deixaria entrar em sua casa no dia seguinte. Estava pensando em tudo isso ao lado de minha mãe sentado no sofá de casa.

-          Mãe? – disse mais tarde naquela noite.

-          Sim.

-          Acha que todos temos um objetivo na vida? – perguntei.

Fora a primeira vez que verbalizava algo desse gênero com minha mãe ou qualquer outra pessoa que um dia tivesse tido conhecimento, mas aqueles tempos eram extraordinários.

-          Não tenho certeza do que estas a perguntar – disse ela, franzindo as sobrancelhas para mim.

-          Quer dizer , como é que saber o que deve fazer?

-          Estas a perguntar, quando esta com Nessie?

Acenei que sim, embora ainda estivesse confuso com aquela conversa.

-          Mais ou menos, sei que estou me saindo bem mas... falta alguma coisa.Passo o tempo com ela, leio a Bíblia mais ainda...

Fiz uma pausa e minha mãe completou com o pensamento.

-          Acha que deveria fazer mais por ela? – acenei que sim.

-          Não acho que algo que possa fazer ainda mais por ela meu filho – disse ela delicadamente.

-          Então por que é que me sinto tão impotente? – disse angustiado.

-          Penso porque esta com medo e se sente desta maneira, embora estejas tentando, as coisas tendem a se tornar cada vez mais difíceis para os dois. E quanto mais tentam se tornam mais inúteis.

-          Há algum modo de fazer eu deixar de me sentir assim.

Me abraçou, começando a soluçar.

-          Não – respondeu baixinho – não há.

*******************************************

No dia seguinte, Nessie não conseguia se levantar da cama. Como estava agora tão fraca, mesmo para se apoiar, lemos a Bíblia em seu quarto.

Adormeceu alguns minutos mais tarde.

Passou-se outra semana e Renesmee estava cada vez pior, o seu corpo mais enfraquecido. Presa a sua cama, parecia menor, quase uma criança novamente.

-          Nessie – implorei – o que posso fazer por você?

       Renesmee,minha queria Nessie, dormia horas a fio agora, mesmo enquanto falava com ela. Não se mexia ao som da minha voz, a respiração era ofegante e fraca, muitas vezes cheguei a pensar que havia a perdido.

Sentei ao lado de sua cama, e fiquei a observando durante muito tempo,pensando em como a amava. Segurei a mão dela junto ao coração,sentindo a magreza de seus dedos, parte de mim quis chorar ali mesmo, em vez disso, repousei sua mão ao leito e voltei minha atenção a janela.

Por que razão meu mundo havia se despedaçado daquela maneira? Porque tinha tudo acontecido com uma pessoa como ela? Perguntei-me se tinha uma lição maior a tirar do que estava acontecendo. Seria tudo, como dizia Nessie, parte dos Desígnios de Deus? Quis Deus que me apaixonasse por ela? Ou foi isso resultado da minha livre vontade? Quanto mais tempo Nessie dormia, mais sentia sua presença ao meu lado, e no entanto, as respostas para aquelas perguntas não eram mais claras que antes.

Lá fora, as últimas gotas de chuva da manha tinham caído. Parecia que iria ser um dia escuro, mas naquele momento o sol do fim da tarde estava a se romper por entre as nuvens. No fresco ar da primavera, vi os primeiros ares da Natureza regressando a vida. As árvores estavam a brotar, as folhas esperando o momento certo para de desabrocharem.

Na mesa da cabeceira ao lado da cama, vi a coleção de objetos que Nessie conservava mais perto do coração. Havia fotografias do pai, no seu primeiro dia do jardim da infância.

Havia uma coleção de cartões que as crianças do orfanato haviam lhe dado. Suspirando, peguei o que estava no alto da pilha e o li.

''Por favor melhore depressa, sinto saudades.

Tony. ‘’

O segundo cartão expressava os mesmos sentimentos, mas o que realmente me chamou a atenção fora o desenho do garoto feito, um pássaro, voando sobre o arcoíris.

Contendo as lágrimas, fechei o cartão.Não suportava olhar mais, e quando coloquei de novo sobre a pilha na mesa, reparei num recorte de jornal, ao lado do copo de água. Peguei o artigo e via que era sobre a peça de Natal, publicado no jornal de domingo logo após a segunda apresentação.

Aproximei o artigo diante de mim, parecia que havia sido a tanto tempo. Enquanto observava, me recordava como me senti naquela noite. Olhando de perto sua imagem, procurei algum sinal de que ela suspeitasse do que estava para acontecer. Sabia que sim, mas sua expressão nada revelava. Em vez disso, via apenas uma alegria resplandecente.

A Bíblia ainda estava aberta na página onde eu interrompera a leitura e , apesar de Nessie estar dormindo, senti necessidade de ler mais um pouco. Acabei de descobrir outra passagem, dizia o seguinte.

‘’ Não digo isto como quem manda, mas para provar, comparando-a à dos outros, a sinceridade do nosso amor.’’

As palavras me fizeram chorar e, no momento que ia começar a chorar, o seu significado tornou-se subitamente claro.

Deus tinha, finalmente respondido a minha pergunta de meses atrás, e soube o que fazer

**************************************************

Não podia ter chegado mais cedo a Igreja, mesmo de carro. Cortei por todos atalhos que tinha conhecimento, atravessando a correr por quintais de casas,saltando cercas e atravessando garagens. Tudo que aprendera quando menino foi aproveitado, e apesar de nunca ter sido grande atleta, naquele dia estava impedido de não conseguir o que queria.

Não me preocupei com o aspecto que chegaria lá, quando estivesse Edward me observando com aqueles olhos verdes fulminantes. Quando entrei, por fim na Igreja, reduzi o passo, tentando recuperar o fôlego enquanto me dirigia para seu gabinete.

Edward olhou para cima quando me viu e percebi porque é que estava ali. Não me convidou a entrar, desviou simplesmente o olhar, mais uma vez em direção a janela. Em casa, lidava com a filha doente fazendo limpezas e arrumando sempre obsessivamente. Porém, ali todos os papéis estavam espalhados pela secretária, livros dispersos pelo gabinete. Percebi que aquele lugar era onde ele pensava em Nessie. Aquele era o lugar que Edward vinha chorar.

-          Reverendo? – chamei baixinho.

Não respondeu, mas entrei de qualquer modo.

-          Gostaria de ficar sozinho – resmungou.

Estava com aspecto de mais velho e exausto. Tinha o rosto caído, e o cabelo tornara-se mais bagunçado, desde Dezembro. Mais perto de Nessie tinha que manter a sua aparência normal, a tensão que estava o esgotando.

Fui direto a sua direção, e ele me olhou de relance antes de voltar sua atenção a janela.

-          Por favor – disse-me num tom derrotado, como se nem tivesse forças para me confrontar.

-          Gostaria de falar contigo – insisti – não o incomodaria se não fosse muito importante.

Edward suspirou, e seu sentei-me na cadeira onde tinha me sentado antes, quando lhe perguntara se ele me deixaria levar Nessie para jantar no Ano Novo.

Escutou-me enquanto eu lhe disse o que tinha em mente.

Quando terminei, Edward virou-se para mim. Não sei o que estava a pensar, mas felizmente não disse que não. Em vez disso, limpou as lágrimas que escorriam, e voltou-se para janela.

Penso que ate ele tinha ficado chocado demais para verbalizar.

Corri novamente, sem me cansar dessa vez. O meu objetivo dava-me força para o que tivesse que continuar. Quando cheguei a casa de Nessie, entrei de rompante pela porta sem bater, e a enfermeira que estava no quarto dela, veio ver o barulho que tinha causado. Antes de ela falar, eu a interrompi.

-          Ela esta acordada? – perguntei , eufórico e apavorado ao mesmo tempo.

-          Está – respondeu a enfermeira cautelosamente – quando acordou, quis saber onde o você estava.

Pedi desculpa pelo meu aspecto e agradeci-lhe. Depois perguntei-lhe de não podia nos deixar a sós. Entrei no quarto dela, encostando a porta atrás de mim. Ela estava pálida, mas seu sorriso estampava seu rosto, dizendo que ainda estava lutando.

-          Olá Jake – disse ela, com a voz fraca – obrigada por ter voltado.

Peguei uma cadeia e me sentei ao seu lado,tomando sua mão a minha. Vê-la ali, deitada, fez me sentir doer algo no fundo do meu estômago.

-          Estive aqui mais cedo, mas estava dormindo.

-          Eu sei, me desculpe... Mas não consigo mais evita-lo

-          Não faz mal, de verdade.

Ergui sua mão de cima da cama, e eu a beijei, depois inclinei-me para frente e beijei-lhe a face.

-          Você me ama? – perguntei-lhe.

-          Sim – ela sorriu.

-          Quer que eu seja feliz? – Enquanto lhe fazia estas perguntas, sentia seu coração disparar.

-          Claro que quero.

-          Faz um favor então?

-          Não sei se ainda consigo – ela desviou o olhar, com a tristeza estampada em seu rosto.

-          Mas se puder, faria?

Não consegui descrever exatamente o que sentia, mas a intensidade satisfatória daquele momento era inesquecível. Amor, raiva, tristeza, esperança e medo, todas emoções juntas em conflito,aguçados pelo nervosismo que sentia. Nessie olhou curiosa para mim, e a minha respiração se tornou mais fraca e acelerada.

De repente, sabia que nunca havia sentido algo por alguém, assim como sentia por ela. Enquanto a olhava nos olhos, a simples compreensão desse fato fez-me desejar pela milionésima vez fazer com que tudo aquilo cessasse. Se pudesse ter sido possível, teria dado a minha vida pela dela.

Queria falar-lhe sobre meus pensamentos, mas o som da sua voz, silenciou subitamente as emoções dentro de mim.

-          Sim – respondeu por fim, a voz fraca, mas ainda cheia de emoção –faria.

Controlando-me por fim, beijei-a de novo, depois levei minha mão ao seu rosto, passando os dedos ternamente sobre sua face. Maravilhei-me pela suavidade de sua pele, a doçura de seus olhos, mesmo naquele estado ela era pefeita.

Comecei a sentir um nó na garganta novamente, mas como disse, sabia o que tinha que fazer. Já que não estava em meu alcance poder cura-la, o que queria lhe dar era algo que sempre desejara.

Era o que meu coração me dissera para fazer a muito tempo.

Nessie, compreendi então, já havia me dado a resposta que procurava a tempos, o que meu coração precisava encontrar. Dera-me a resposta quando estávamos sentados a porta do escritório do Sr. Aro, quando fomos falar sobre a peça para os órfãos.

Sorri ternamente, e ela retribuiu meu afeto apertando-me levemente a mão, como se confiasse a mim e no que estava prestes a fazer. Encorajado, inclinei-me para mais perto dela e respirei fundo. Foram então estas palavras que saíram de dentro de mim.

-          Quer se casar comigo?




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