Mudando o Jeito de Viver escrita por Mayara Paes


Capítulo 15
14- Cruel realidade. (Edward)




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"As pessoas que mais me ignoram, são aquelas que eu mais sinto falta."

Nada do que estava acontecendo parecia real, tudo estava mais para um sonho aterrorizante e assustador, meu pior pesadelo. Ao qual, a qualquer instante eu poderia despertar e ver que tudo não passou de uma simples ilusão. Mas, por mais que eu abra os olhos, por mais que eu me belisque, nada muda. Não conseguia me desfazer da angustia e da dor que se apossou de mim no momento que eu ouvi de sua própria boca, a frase que poderia me machucar mais que qualquer ferida. Tudo real demais, nítido demais para ser apenas obra de minha imaginação.

“Eu estou morrendo Edward, nada pode reverter isso.”

Isabella Swan, minha Bell, a mulher de minha vida estava morrendo e eu não podia fazer absolutamente nada. Estava de mãos atadas. A única coisa que eu poderia fazer no momento era fugir.

Isso mesmo! Fugir.

Escapar da realidade, escapar do mundo, escapar de mim mesmo, queria apenas... Sofrer sozinho.

Era essa a minha intenção quando estacionei meu carro no acostamento e corri desesperadamente por entre as árvores, indo para o único lugar que eu acharia tranquilidade.

O penhasco. O nosso penhasco. Lá eu teria paz, conseguiria pôr meus sentimentos em ordem, conseguiria pensar com coerência.

Ah, doce engano!

No momento que eu pisei no solo arenoso, fui acometido por diversas lembranças dela. Nossos momentos. Momentos inesquecíveis, momentos especiais para mim.

Seu olhar chocolate doce e gentil.

Seu sorriso terno e encantador.

Seus lábios rosados e convidativos.

Sua pele alva algumas vezes tingida de um ingênuo vermelho.

Seu cabelo castanho brilhante e sedoso.

Seu perfeito e esbelto corpo.

Deus, isso era algum tipo de castigo? Porque se for, com toda certeza, isso já era o suficiente para me arrepender de qualquer coisa que eu venha a ter feito.

“-Isabella. Isabella Swan! - deu um breve sorriso e saiu de minhas vistas.”

O que faz aqui? – questionou-me de olhos arregalados e com as bochechas ruborizadas. Droga! Pego observando-a no estúdio de dança.”

“-Esse carro é seu? – perguntou Bell em um sussurro.”

“-Obrigada! – agradeceu já de pé. – Olha, me desculpa. Eu juro que não queria ficar olhando o que você estava fazendo, mas eu estava andando e escutei a linda música e não consegui me segurar. Eu sou uma pessoa muito impulsiva, sempre acabo fazendo coisas que não devia. Estava muito curiosa então resolvi ver quem estava cantando, então você me viu e eu não queria te atrapalhar, mas eu reconheci a composição e não consegui me mover. – tagarelava sem respirar. – Aproposito você tem uma bela voz e ....”

Segurei a cabeça entre as mãos, tentando inutilmente parar de pensar.

“-Edward você está lindo. – disse Bell ao chegar perto de mim.”

“-Não existe “mas” meu lindo, olhe para mim e veja se eu tenho coragem de deixar você, ainda por coisas sem fundamento algum. Não se culpe, não se preocupe!”

“-Hey, se acalme! Não precisa ficar assim. – tentou acalmar-me. - Coisas acontecem, é normal.”

“-Ah, ninguém sabe desse lugar a não ser minha mãe, achei o momento oportuno para te trazer aqui. – revelou-me. – Eu confio em você, sei que não contará á ninguém sobre esse lugar.”

“-Também gosto de estar ao seu lado. – declarou para logo depois seus lábios preencherem os meus.”

“-Se não abrir, nunca vai descobrir! – respondeu-me com sua melodiosa voz, lançando-me um de meus favoritos sorrisos.”

“-Edward, divirta-me. – pediu.”

Os soluços ficavam cada vez mais audíveis entre as lembranças.

“-Você é muito bobo! – disse olhando-me. – Só tenho olhos para você amorzinho! – repetiu fazendo-me rir.”

“-Eu te amo! – sussurrou olhando em meus olhos.”

“-Eu te amo Edward, amo como nunca amei ninguém antes. – sussurrou chorosa.”

–Me perdoa! – murmurou enquanto chorava.”

“– Desses anos para cá, veio se agravando. Não existe tratamento, não existe cura. Somente um milagre resolve meu problema.”

“-Não vá, me perdoa, eu devia ter contado desde o primeiro dia, me desculpa, eu não sabia o que fazer, não sabia como agir. – dizia roucamente. – Eu fui covarde, não conseguiria vê-lo distante de mim. Não aguentaria observá-lo me abandonando!”

Raiva. Era o sentimento que predominava. Raiva dela, raiva de mim, raiva do mundo.

Totalmente descontrolado, comecei a socar e chutar a árvore mais próxima até meus dedos sangrarem e a dor ficar insuportável. Mas, essa dor não se comparava a que meu coração sentia. Nem perto disso. Meu peito se espremia cada vez mais, meu folego indo para o espaço.

Não aguentando mais tanto sofrimento, meus joelhos cederam fazendo-me cair ao chão aos prantos. Um grito estridente e sôfrego escapou de meus lábios, fazendo-me por a cabeça entre os joelhos.

Ela estava morrendo! Como respirar sem meu ar? Sem ela aqui não consigo respirar.

O único barulho que se ouvia era meus soluços e o som da chuva pesada batendo no solo, mas um se diferenciou e me chamou a atenção.

Levantei minha cabeça na intenção de ouvir melhor.

Eram passos, passos distantes que quebravam pequenos galhos ao chão e amaçava folhas caídas das árvores próximas.

–Bell? – chamei roucamente, olhando em direção as árvores.

Nada.

Levante-me do chão lamacento, indo a passos lentos em direção à pequena floresta que me cercava.

–Bell é você? – nenhuma resposta.

Suspirei.

Talvez seja somente minha imaginação.

Mas, de repente, ouço o barulho de um carro sendo ligado.

Sem pensar duas vezes, corri até o acostamento á tempo de ver um New Bettle vermelho virar em uma curva, saindo de minhas vistas.

Era ela! Bell veio até aqui me procurar, ela sabia que eu estava aqui. Mas, porque ela não foi até mim? Porque voltou antes mesmo de eu perceber sua presença?

E novamente suas palavras retomaram em minha mente.

EU NÃO QUERIA QUE VOCÊ SOFRESSE!

Sentei-me no acostamento completamente desolado.

Como não sofrer quando a pessoa mais importante da sua vida esta morrendo?

X-X

Não sabia ao certo quanto tempo havia se passado, só sabia que já estava escuro quando finalmente entrei no carro e dirigi feito um louco pela estrada molhada. A chuva enfim havia cessado.

Cantando pneu, parei bruscamente no estacionamento e sai às pressas entrando no pequeno prédio que era denominado de hospital. O único da cidade.

Adentrei sem qualquer cerimonia, ignorando olhares curiosos e pegando o elevador.

Rapidamente cheguei a um pequeno hall e passei reto por uma mulher sentada atrás de uma mesa de magno.

–MENINO, você não pode entrar aí! – gritou assim que eu abri violentamente a porta do consultório de meu pai.

Carlisle sobressaltou-se quando me viu á sua frente.

–Faça alguma coisa! – exigi transtornado.

–Mas o que...? – questionou ele levantando-se de sua cadeira, confuso e surpreso.

–Faça alguma coisa! Salve-a! – exigi ofegante.

A mulher, que julguei ser a secretaria de meu pai, adentra a sala eufórica, alternando olhares entre mim e ele.

–Dr. Cullen quer que eu chame os seguranças? – questionou olhando-me amedrontada.

–Está tudo bem Emma, não se preocupe! – tranquilizou-a vindo em minha direção.

–Tem certeza? – questionou receosa.

–Absoluta, deixe-nos a sós, por favor! – pediu olhando-me preocupado.

Emma olhou-nos pela última vez antes de fechar a porta.

–O que houve com você meu filho? Hã? Olhe seus trajes, você está encharcado e imundo! – disse ele tirando o cabelo que caiam em meus olhos. – Sua mãe liga á cada cinco minutos dizendo que você não chegou em casa.

–Faça alguma coisa, pai! Salve-a! Arranje uma cura! Ela não pode morrer! – exigi sentindo novamente meus olhos marejarem.

–Sinto muito meu filho, não posso fazer nada! – sussurrou pegando minhas mãos. – Deus, o que houve com suas mãos? Estão completamente machucadas.

Puxei-as bruscamente, dando alguns passos para trás.

–Tem que haver alguma coisa que possamos fazer! Bell não pode morrer assim! Ela não pode me DEIXAR! – gritei desesperado.

–Edward, a solução agora é esperar, não existe tratamento para o caso de Bell, já está bastante avançado, não tem cura! – disse derrotando-me.

Deixei-me cair sentado na cadeira mais próxima aos prantos.

Carlisle agachou-se a minha frente, segurando meus ombros.

–Ninguém pode fazer nada Edward, deixe tudo nas mãos de Deus! Ele sabe o que faz! – disse abraçando-me, tentando me confortar.

–Eu a amo pai, dói, dói muito! – disse soluçando.

–Eu seu me filho, mas vai passar, tem de passar! – disse apertando-me mais em seus braços.

X-X

–Vamos Edward, sua mãe deve estar muito preocupada com você! – disse meu pai saindo de meu Volvo. Carlisle concluiu que eu não estava em condição de dirigir, então deixamos sua Mercedes no estacionamento do hospital para ele vir comigo, mesmo eu achando totalmente desnecessário.

Sai mecanicamente do carro, ignorando a dor latejante de minhas mãos agora enfaixadas. Carlisle passou seu braço sobre meus ombros e assim adentramos á casa.

Assim que passamos pela porta, Esme e Alice correram em minha direção abraçando-me.

–Está tudo bem, está tudo bem! – murmurei com a voz embargada.

Não, nada estava bem!

–Oh meu filho, o que houve com você? – perguntou minha mãe analisando-me. – O que á com suas mãos?

–Estavam cortadas, tive que dá alguns pontos. – explicou Carlisle. – Nada muito grave.

Esme alisou meu rosto, olhando-me com olhos marejados.

Sorri fracamente.

–Edward? Hã, a Bell ligou! – avisou Alice com a voz chorosa.

Analisei seu rosto, esse estava assustado e magoado.

Há algo errado!

–O que ela disse? – questionei repentinamente eufórico. – Diga Alice, o que ela disse?

–Ela desistiu Edward, de tudo! – disse chorando. – Acabou, não dá mais, foi o que ela disse.

Meu coração falhou uma batida.

–O quê? Não, não! – disse já pegando as chaves do carro. – Vou lá agora mesmo!

–Não, agora você não vai a lugar nenhum! – disse Carlisle. – Vá para seu quarto, amanhã vocês conversam.

–Mas...

–Sem “mas”, você precisa descansar, durma e amanhã cedo você fala com ela! – disse já me empurrando para as escadas.

Suspirei derrotado.

–Ok.

Subi para meu quarto, tomei um banho quente e demorado. Carlisle deu-me analgésicos e graças á eles, cai e dormi feito pedra á noite inteira.

X-X

Já fazia algum tempo que eu estava em frente à casa de Bell e nada da mesma atender a porta ou mesmo aparecer de onde quer que esteja.

Pela quinta vez em cinco segundos, apertei a campainha na esperança dela vir receber-me.

Esperei alguns minutos e nada.

Suspirei derrotado sentando-me nas escadas da pequena varanda na frente da casa.

Nesse momento, o carro da família Swan adentra a garagem e sai de lá apenas Charlie, Renée e Marie, todos com rostos vermelhos e inchados de tanto chorar.

Meu peito se apertou.

Rapidamente levantei-me e fui até eles.

–O que houve? – perguntei olhando cada rosto. Marie virou a cara. – Bell está bem?

Renée suspirou.

Logo pensei o pior.

–Bell está bem querido, não se preocupe! – sorriu fracamente. – Venha, vamos entrar que eu te explico.

Entramos e cada um sentou-se em um sofá.

–Bom Edward, não sei por onde começar. – começo Renée sorrindo sem graça. – Bell foi embora.

Paralisei.

–O quê? Para onde? Por quê? – minha cabeça dava voltas, nada fazia sentido.

–Depois de ontem, ela viu o que estava te causando e decidiu ir morar com a minha mãe, fora do país. – explicou. – Acabamos de chegar do aeroporto, seu avião acabou de decolar.

–Oh, Deus não! – sussurrei. – Eu não entendo, eu só fiquei assustado ao saber que ela estava doente, mas... ela... ela não precisava tomar essa medida drástica. Ela não podia fazer isso comigo!

–Edward, tudo que ela mais temia aconteceu! Você estava sofrendo, a pessoa mais importante para ela sofria. – Renée segurou minhas mãos. - Bell tentou evitar, mas a situação acabou saindo do controle e tudo desmoronou.

–Minha culpa, tudo minha culpa! – sussurrei choroso. – Eu não devia ter dito aquelas coisas, não devia!

–Não se culpe Edward. – disse Charlie. – Era inevitável, você apenas soube da maneira errada.

–Quando ela volta? – questionei desesperado.

Charlie e Renée se entre olharam e suspiraram.

–Ela não voltará Edward, eu sinto muito! – respondeu Charlie.

Ofeguei.

–Não, ela não podia ter feito isso comigo! Ela não podia ter me deixado aqui sem ela! – sussurrei segurando a cabeça entre as mãos.

–Bell pediu para te entregar isso. – avisou Renée abrindo sua bolsa e tirando uma pequena caixa branca.

Peguei a caixa de suas mãos e assim que vi o que era, lagrimas escorreram por minha face.

Meu cordão de família.

Ela devolveu meu presente.

–Você está bem? Renée, pegue água com açúcar. – pediu Charlie agachando-se á minha frente.

–Não, estou bem obrigado! – agradeci levantando-me. Guardei a pequena caixa no bolso. – Agora eu vou, eu ainda preciso ir para a escola e...

–VOCÊ FEZ A MINHA IRMÃ IR EMBORA! – gritou Marie aos prantos.

–Eu sei. – concordei olhando meus pés.

–Marie! – repreendeu Charlie.

–ELE HAVIA ME PROMETIDO, DISSE QUE NUNCA MAGOARIA BELL, NUNCA ABANDONARIA ELA E DESCUMPRIU TUDO! – gritou cruzando os bracinhos.

–MARIE! – repreendeu Renée.

–Não se preocupe, ela está certa! A culpa é toda minha! – sussurrei indo em direção á porta. - Obrigada por tudo. – e sai.

Corri até o carro, apoiando-me nele.

Bell foi embora. Bell foi embora. Bell foi embora. Bell foi embora. Bell foi embora.

“Ela desistiu Edward, de tudo! Acabou, não dá mais, foi o que ela disse!”

Acabou e junto com ela, acabou minha vida.

Ela levou minha vida!

Sem aviso, sou agarrado pelas pernas. Olhei e vi Marie abraçando minha cintura.

–Desculpa! – sussurrou chorosa.

Agachei-me e a abracei.

–Tudo bem, não se preocupe! – acariciei seu pequenino rosto.

Deu-me um beijo na bochecha, sorriu e correu de volta á casa.

Entrei no carro chorando, meu olhos estavam embaçados, não enxergava um palmo á minha frente.

Tentei inutilmente por as chaves na ignição, em vão.

Irritado, desisti.

Peguei a pequena caixa em meu bolso e a abri.

–Porque foi embora? – sussurrei acariciando o cordão. – Ah Deus, dai-me forças, pois sei que não consigo!

Abri minha mochila e peguei meu celular. No movimento, derrubei a caixa, meu celular e as chaves do carro.

–Droga! – resmunguei pegando os objetos, mas, um pequeno papel caiu da caixinha.

Curioso, desdobrei e li.

Eu quero que você saiba, que não importa onde essa estrada vai parar alguém tem que ir . E eu quero que você saiba, que não poderia ter me amado mais, mas eu quero que você siga em frente. Então já fui embora.

Obrigada por tudo, eu te amo.

Bell.

A cruel realidade me acertou em cheio naquele momento: Ela havia partido!

X-X

1 mês depois...

O número que você ligou está fora de área de cobertura ou não existe. Verifique sua agenda e tente novamente.

Rediscar.

O número que você ligou está fora de área de cobertura ou não existe. Verifique sua agenda e tente novamente.

Um mês haviam se passado, um mês que ela havia partido e uma mês que minha vida não fazia sentido. Eu não fazia absolutamente nada, não comia, não dormia, não tocava música, não lia. Ficava praticamente o dia inteiro no quarto, só saindo para ir á escola e perambular pela casa de madrugada, quando ficava insuportável permanecer nesse quarto.

Rediscar.

O número que você ligou está fora de área de cobertura ou não existe. Verifique sua agenda e tente novamente.

Á oito semanas, tentava insensatamente falar com Bell, implorar para ela voltar, mas de nada adiantava. Ela não atendia o celular.

Rediscar.

O número que você ligou está fora de área de cobertura ou não existe. Verifique sua agenda e tente novamente.

Raivoso, joguei o celular longe atingindo o espelho e quebrando-o em milhões de pedaços.

Não me importando com os cacos de vidro espalhados pelo chão, sentei-me ali mesmo, olhando o enorme mural, agora virado para a parede.

Eu não conseguia olhar as fotos, na verdade, eu não conseguia fazer nada. Virei um inútil, virei literalmente um zumbi.

– PDV Esme Cullen.

As coisas se tornaram insuportáveis dentro desta casa. Todos sentiam saudades de Bell, mas Edward era o que mais sofria. Meu filho estava se afundando em sua própria tristeza, nada o alegra, nada o anima. Fica praticamente o dia inteiro dentro daquele quarto escuro sem comer, sem beber, sem falar. Só chora. Do meu quarto eu ouvia seus soluços angustiados. E nada eu podia fazer, a não ser assistir em primeira mão sua própria destruição emocional. Meu filho morria por dentro e eu estava de mãos atadas.

Não sai mais com os amigos, não toca nenhum instrumento, não lê. Vi seus livros no lixo e isso apertou meu coração. Pegou sua guitarra e colocou na sala de música, dentro do armário, pois não conseguia olha-la sem lembrar-se dela. Percebi que ele se desfazia de tudo para não se lembrar dela.

Eu não aguento vê-lo dessa forma. Rezo toda noite para dar lhe forças para seguir em frente, mas de nada adiantava.

Já imaginava o dia em que Edward iria cair doente e todos afundariam com ele.

Hoje era um dos piores dias, sábado. Edward fica trancafiado dentro daquele quarto o dia inteiro, tentando incansavelmente ligar para Bell.

Eu via uma profunda tristeza em seus olhos a cada chamada perdida.

Tentando amenizar um pouco as coisas e faze-lo comer, cozinhava uma comida especial, sabendo que ele adorava aquela especiaria que só eu sabia fazer.

Tomara que ele pelo menos se anime um pouco!

Cortava os temperos quando ouço um enorme estrondo e o barulho de algo se quebrando.

Edward!

Larguei a faca e corri escada acima adentrando bruscamente em seu quarto.

Como o esperado, o quarto inteiro estava um breu, o espelho espatifado no chão e o mural onde existia varias fotos de Bell virado para a parede.

Edward estava sentado em cima dos cacos. Chorando, olhava o mural sem realmente ver.

Meu peito apertou-se e corri até ele abraçando-o.

–Mãe eu não aguento mais! – sussurrou contra meu colo chorando sem intervalos.

–REAJA Edward, reaja! – exigi apertando-o em torno de meus braços.

Deus, traga a felicidade de meu filho de volta. Traga Bell!

– Fim PDV Esme Cullen.

–PDV Alice Cullen.

2 dias depois...

Bell fazia falta para todos nós, até Emmett, o grande brincalhão, não fazia mais suas brincadeiras. Sem ela não era a mesma coisa. Mas, quem sofria mais, de todos nós, era Edward. Ele não se sentava mais conosco na hora do intervalo, sentava-se sozinho, na mesma mesa que Bell sentava antes. Ele não comia seu almoço, apenas sentava e ficava olhando pela janela até o sinal soar.

Meu irmão já estava praticamente depressivo. Nada o alegrava.

Hoje, segunda-feira, ainda sem nenhuma noticia dela, adentrava ao refeitório com minha bandeja e sentava-me no mesmo lugar de sempre. O mesmo silêncio de sempre reinou.

Meu namorado Jasper, sorriu encorajando-me e eu não pude deixar de retribuir.

Olhei para sua mesa e lá estava ele. De cabeça baixa, olhando para o nada.

Suspirei.

Até quando isso vai durar?

– Fim PDV Alice Cullen.

1 semana depois...

Minhas esperanças de seu retorno estavam se esgotando. Quarenta e cinco dias haviam se passado e... Nada. Nenhuma noticia, nenhum telefonema, nenhum sinal de vida.

É, talvez eu tenha sido esquecido!

Suspirei com esse pensamento.

Saia a passos lentos da escola, indo em direção ao meu carro.

Estava a poucos metros dele, quando ouço uma voz totalmente desagradável chamar meu nome.

–EDWARD! – Tânia corria na minha direção com um largo sorriso. Ainda estavam aparentes alguns hematomas que Alice e Rose haviam deixado em sua pele em meu aniversário.

Em outra ocasião eu teria gargalhado disso, mas não havia animo nem para sorrir. É, em outro momento que agora já parecia distante.

O que me lembrou que Tânia Denali ainda corria até mim.

Oh droga! O que essa garota queria agora?

–Edward, oi! – parou a minha frente. – Queria conversar com você!

–O que você quer? – questionei olhando-a entediado, não fazendo questão de ser educado.

–Bom, eu estive pensando, já que a esquisitona foi embora, não á nada agora que impeça que fiquemos juntos. – sugeriu passando os braços por meu pescoço.

Suspirei.

Olhei-a totalmente sem emoção e retirei delicadamente seus braços de meu pescoço.

–Olha Tânia, não querendo ser grosso, mas nem que você fosse a última garota de mundo eu ficaria com você! – sussurrei mecanicamente. – Agora se me der licença, vou falar com pessoas que realmente valem à pena.

Dito isso, afastei-me dela e entrei em meu carro, dirigindo para minha casa.

Chegando lá, estacionei na garagem e sai.

Adentrei em casa e assim que passei pela cozinha, minha mãe me chama.

–Edward, que bom que chegou! – sorriu acompanhado de Carlisle e Alice. – Venha, jante conosco, fiz seu prato favorito.

–Desculpe mãe, estou sem fome. - sorri fracamente negando.

Sorriu tristemente assentindo.

Subi lentamente as escadas e entrei em meu quarto, meu refúgio. Joguei a mochila em qualquer canto e tirei meu tênis.

Deitei-me na cama e olhei o porta retrato sobre a mesa de cabeceira. Como qualquer foto neste quarto, ele estava virado para baixo.

Suspirei pegando-o.

Era minha foto preferida dela. Seus olhos brilhavam e seu sorriso era encantador.

Acariciei seu rosto, sentindo as tão conhecidas lágrimas escorrerem por meu rosto.

–Porque você não volta? – sussurrei roucamente. – Sinto tanto sua falta.

Abracei o mesmo fechando os olhos e assim adormeci.

– PDV Carlisle Cullen.

E mais uma vez, Edward se negou a comer. Meu filho estava cada vez mais magro e com a feição mais abatida. Já não sorria mais, seus olhos perderam totalmente o brilho. Não existia vida ali.

Suspirei.

O silêncio reinava na mesa, ninguém sabia o que falar, ninguém sabia mais o que fazer.

–Eu... – Esme começou.

–Deixe, eu falo com ele. – disse retirando-me da mesa e subindo as escadas.

Estava prestes a bater na porta de seu quarto quando ouço sua voz:

–Porque você não volta? – sussurrou Edward. – Sinto tanto sua falta!

Edward já estava doente, totalmente depressivo.

Abri lentamente a porta e o vi, deitado de olhos fechados em sua cama com lagrimas escorrendo por sua rosto, abraçava a foto de Bell com uma força inexistente em seu corpo carente de proteínas.

Oh Deus, devolva a vida de meu filho, é tudo que peço.

– Fim PDV Carlisle Cullen.

Abri meus olhos em um lugar que eu reconheceria de longe. O penhasco. O vento batia forte contra mim, enquanto eu andava até a borda, olhando de perto o enorme precipício aos meus pés.

–Edward! – sua voz me chamou.

Virei rapidamente só para constatar o que eu já sabia. Era ela! Bell, a minha Bell.

–Bell você voltou! – sussurrei sorrindo tentando alcançar seu rosto.

–Não! – negou virando a face. – Não me toque!

Olhei-a atordoado.

–O quê? Mas, por quê?

–Você me abandonou no momento que eu mais precisava! – disse olhando-me com ódio. – Eu te amava, eu precisava de você e o que você fez? Simplesmente fugiu. Abandonou-me, deixou-me sozinha!

Deu passos na minha direção e eu, conseqüentemente, dei passos para trás até não existir mais chão.

Gritei enquanto caia no precipício de pedra, mas antes de finalmente morrer, ouvi sua voz pela última vez.

–Eu te odeio!”

–NÃO! – gritei sentando-me na cama.

–Edward, o que houve? Porque está gritando?– questionou minha mãe entrando em meu quarto enquanto eu me encolhia chorando.

–Ela me odeia, ela me odeia! – sussurrei.

–Ninguém te odeia Edward! – disse Esme puxando-me para seu colo. – Todos te amam meu bem, todos!

–Bell não, eu a abandonei no momento que ela mais precisava!

–Shiii, querido! Não se culpe! Foi apenas um sonho. – disse-me acariciando meus cabelos.

Nesse momento, Carlisle adentra em meu quarto eufórico.

–Esme eu... – parou olhando-me.

–O que houve? Porque está assim? – questionou Esme preocupada.

–Não, eu...

–Diga pai! – pedi sentando-me.

–Renée acabou de me ligar desesperada, a mãe dela não sabe o que fazer com Bell. – explicou. - Ela está queimando de febre, mas a mesma se recusa a ir a um hospital ou mesmo voltar para cá.

Rapidamente me levantei.

–Eu tenho que... Tenho que... – disse desesperado. – Não tenho nada! – disse derrotado, sentando-me novamente na cama.

–Não tem jeito, vou para o Canadá tentar reverter o quadro. – avisou. – Querida, pode ligar para a companhia aérea?

–Tudo bem, pode deixar.

–Eu vou com você! – avisei levantando novamente. – Bell precisa de mim.

–Edward, acho melhor não e... – tentou intervir.

–Eu tenho que ir, não posso ficar aqui sem fazer nada! – disse.

–Filho, eu sinto muito, mas você não vai. – disse Carlisle. – Bell concordou em me deixar vê-la, mas ela não quer que você vá.

–Ela... não quer? – minha voz não passou de um sussurro.

–Desculpe, mas não. – negou. – Ela ameaçou dizendo que se você aparecesse, não me deixaria examiná-la.

Desolado, deitei na cama, de costas para ambos.

–Me deixem sozinho! – pedi agarrando um travesseiro.

–Edward não... – começou minha mãe.

–ME DEIXEM SOZINHO!



X-X

5 dias depois...

Boys Like Girls (feat. Taylor Swift) Two Is Better Than One

I remember what you wore on the first day
You came into my life
And I thought I would know
Is good for something
Cause everything you do
And words you say
You know that it all takes my breath away
And I am left with nothing

So maybe its true
That I can't live without you
Maybe two is better than one
There's so much time
To figure out the rest of my life
And you've already got me coming under
I'm thinking two is better than one

I remember every look upon your face
The way you roll your eyes
The way you taste
You make it hard for breathing
Cause when I close my eyes and drift away
I think of you and everything's okay
I find you now your leaving

Then maybe its true
That I can't live without you
Maybe two is better than one
There's so much time
To figure out the rest of my life
And you've already got me coming under
I'm thinking two is better than one


I remember what you wore on the first day
You came into my life
And I thought I..

Maybe it's true
That I cant live without you
Maybe two is better than one
There's so much time
To figure out the rest of my life
And you've already got me coming under
And I'm thinking

That I... I can't live without you
Cause maybe two is better than one
There's so much time
To figure out the rest of my life
But I've figured out
When all is said and done
Two is better than one
Two is better than one.

Dois é melhor do que um (Tradução).

Eu me lembro do que você usou no primeiro dia
Você entrou em minha vida
E eu pensei:
“Hey, sabe, isso pode ser alguma coisa"
Porque tudo o que você faz
E palavras que diz
Você sabe que tudo isso leva o meu fôlego
E eu sou deixado com nada

Então, talvez seja verdade
Que eu não posso viver sem você
Talvez dois é melhor do que um
Há muito tempo
Para descobrir o resto da minha vida
E você já me pegou abrangido
Estou pensando dois é melhor do que um

Lembro-me de cada olhar, o seu rosto
O seu jeito de revirar os olhos
O jeito, o sabor
Você torna difícil respirar
Porque quando eu fecho os olhos eu vou longe
Penso em você e tudo fica bem
Percebo agora que você está indo

Então, talvez seja verdade
Que eu não posso viver sem você
Talvez dois é melhor do que um
Há muito tempo
Para descobrir o resto da minha vida
E você já me pegou abrangido
Estou pensando dois é melhor do que um

Eu me lembro que você usou no primeiro dia
Você entrou em minha vida
E eu pensei ... 'Hey'...

Talvez seja verdade
Que eu não posso viver sem você
Talvez dois seja melhor do que um
Há muito tempo
Para descobrir o resto da minha vida
E você já me pegou abrangido
E eu estou pensando

Que eu... Eu não posso viver sem você
Porque talvez dois seja melhor do que um
Há muito tempo
Para descobrir o resto da minha vida
Mas eu descobri
Quando tudo estiver dito e feito
Dois é melhor do que um
Dois é melhor que um.



Apoiei o violão na árvore ao lado do banco onde eu estava sentado.

Suspirei.

Já se passaram cinco dias desde que meu pai pegou o voou rumo ao Canadá. Durante esse tempo nos manteve informado sobre o estado de Bell, que aparentemente estava melhor, melhor do que eu pelo menos. Todos os dias ele perguntava sobre mim, querendo saber como eu estava. COMO SE PRECISASSE DISSO!

Arrg!

Nada me fazia melhorar. A dor continuava a mesma. Nada mudou.

Talvez algum dia a ela se torne suportável, quem sabe.

Fui retirado bruscamente de meus devaneios por um grito:

–EDWARD, EDWARD! – gritava Alice correndo na minha direção.

–O que foi? – perguntei sem qualquer animo.

–Ela está voltando, Bell está voltando! – dizia pulando á minha frente.

Poderia um coração morto á dois meses voltar á bater? Parecia que sim.


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