Edward p.d.v

  - Ai cadê a Bella que não aparece? – disse Cindy andando de um lado para o outro.

Eu ri mais de nervosismo por ela ter falado aquilo mais uma vez, do que de alegria. Respirei fundo e disse a ela que iria tentar encontrar Bella porque assim quem sabe ela parava de repetir a mesma coisa pela milésima vez? Segui devagar pelo salão cumprimentando as pessoas que eu encontrava, passei pelo bar e olhei outra vez na pista de dança... nada da Bella. Eu estava começando a ficar preocupado, ela disse que viria será que desistiu? Vontade estranha essa de querer que ela tenha vindo para poder encontrá-la. Quando já estava desistindo, a encontrei em um canto mais afastado do salão, porém não do jeito que eu imaginei. Ela beijava um cara e logo pude reconhecer o “amigo” dela: Jacob. Engoli em seco, aquela cena começava a me dar repugnância e eu mal sabia o porquê, então resolvi parar logo com aquilo:

  - Bella?

Ela virou rapidamente e ficou surpresa quando me viu, uma confusão de sentimentos ocorria dentro de mim, eu sentia raiva daquele cara, e por isso eu o fitava indiscretamente.

  - Edward, oi.

Ela disse arrumando o cabelo, desconfortável e com as bochechas rubras, o que a deixava mais bonita.

  - Desculpa, eu espero não ter atrapalhado nada... – eu disse cínico.

  - Magina, você realmente não atrapalhou nada. – Jacob respondeu com mais cinismo ainda.

  - Eu só estava te procurando porque Cindy está meio desesperada.

  - Ah claro! Cindy... eu já ia fazer isso.

Ela saiu rapidamente puxando Jacob pela mão, este ao passar por mim me encarou e se eu pudesse socaria essa cara dele, respirei fundo e segui os dois sem pensar, talvez com medo de que eles entrassem em um outro corredor. Credo, que estranho, estou assustado comigo mesmo! Assim que chegamos até Cindy, ela sorriu animada e Bella empurrou Jacob sutilmente para apresentá-lo. 

  - Oi Cindy.

  - Bella oi! Achei que você não viria mais. – ela disse olhando para ele.

  - Ah que isso, estou aqui não é? Bom, deixa eu te apresentar. Jacob essa é Cindy, Cindy esse é Jacob. – Bella disse rápida.

  - Oi Jacob, quer beber alguma coisa? – ela saiu puxando Jacob.

  - Uau você está dando seu ficante para uma outra garota? – eu disse com um sorriso sarcástico no rosto e cruzei os braços.

  - Ele não é meu ficante. – ela disse tentando soar convincente.

  - Então porque estavam se beijando?

  - Edward... isso é do seu interesse? – ela levantou uma sobrancelha e passou a me encarar com aqueles olhos marrons.

Fiquei um tempo pensando, é essa foi boa, na verdade nem eu sabia por que estava fazendo todo aquele interrogatório. Inventei qualquer coisa que consegui encontrar em minha mente:

  - É, é do meu interesse. Porque sabe, esse negócio de relacionamento aberto, ficar com um e depois esse ficar com outra, não faz bem pra você Bells.

  - Para com isso! Eu não to ficando com o Jacob ou coisa parecida... nós estávamos nos beijando porque... estávamos conferindo o hálito um do outro. É isso ai. – ela disse nervosa.

Assim que ela saiu em direção ao bar eu não pude deixar de rir. Essa era a desculpa mais idiota que a Bella já tinha inventado, ela era e parece que continua sendo uma péssima mentirosa. Porém eu não podia deixar de confirmar que isso estava ficando cada vez mais estranho. Primeiro as sensações eróticas que Bella me despertava, depois eu comecei a vê-la quando estava com Tanya, e a cada dia eu sentia uma atração anormal em querer beijá-la. E hoje quando o vi beijando aquele cara eu senti inveja... Porque eu queria estar lá, eu queria sentir o doce de seus lábios com os meus novamente. Olhei para o bar e a vi sentada olhando para o liquido retido no copo, resolvi ir até lá, para pedir desculpas.

  - Bella eu...

Tentei falar, mas quando isso iria acontecer as luzes se apagaram. Com certeza o gerador tinha estragado mais uma vez, preciso dar um jeito de arrumar isso. Dei meia volta para ver se encontrava alguém para solucionar esse problema, mas desisti e uma ideia idiota, porém brilhante veio até minha mente. Segurei a mão de Bella e comecei a levá-la para longe dali.

  - Ei me solta! Quem é você? – ela disse tentando soltar a sua mão da minha.

  - Fica quietinha, só vou te levar até ali. – disse entrelaçando meus dedos com os seus.

Forcei a voz para ficar um pouco diferente e saiu sedutora demais. Sorri sozinho e continuei a puxando, estava tudo muito escuro, mas eu conseguia ver meus passos e era isso o que importava.

  - Me larga agora, ou então eu vou gritar.

  - Não grite, por favor, se não eu vou ter que fazer algo que você não vai gostar muito. – falei mais leve.

  - AH...

Andava sem destino por New York já fazia algumas horas, eu não quis voltar para casa, pois saberia que Tanya estaria me esperando e se sem realizar nada concretamente com a Bella eu já estava vendo-a na minha mulher, ficaria pior agora... Se é que isso pode ficar pior. Parei em um bar sossegado e pedi um pouco de whisky. Bebi um pequeno gole e fiquei observando as pessoas naquele recinto, até que meus olhos direcionaram até um casal. Ambos eram adolescentes e não paravam de sorrir ou rir em nenhum minuto, e não demorou muito para que as minhas lembranças voltassem à tona:

“ – E ai Bells.

Eu disse entrando em seu quarto, ela deu um grito abafado de susto e sentou em sua cama tentando esconder as roupas de sua mãe.

  - Eddie, quase me mata de susto, não pode ir entrando assim. – ela disse visivelmente nervosa.

Eu ri, adorava quando ela ficava nervosa, seus olhos piscavam de um jeito engraçado e suas bochechas coravam intensamente.

  - O que está fazendo? Acho que já está um pouco grande pra brincar com as roupas da sua mãe Bells.

  - Cala a boca Eddie! Não estou brincando... Eu só estou vendo.

  - AAAH EU JÁ SEI.

Ela deu um pulo de susto e colocou as mãos no coração, eu apenas ri.

  - O que foi? Para de fazer essas coisas, está me matando de susto.

- Você está procurando uma roupa para seu encontro com o Newton.

  - Como é que é? Que encontro?

  - Não se faz de boba Bells, eu sei que o Newton te chamou para ir ao cinema e você aceitou.

Ela ficou um tempo parada me olhando, depois sentou na cama e passou a olhar seus pés.

  - É... Mas eu acho que não vou mais. Não tenho uma roupa decente e...

  - E...?

  - Ah deixa pra lá. – ela disse levantando e guardando algumas roupas no armário.

  - Qual é Bells. Sou seu melhor amigo, sabe que pode me contar o que quiser.

  - Você vai rir da minha cara Eddie.

  - Claro que não, se for algo sério você sabe que eu não faço isso.

  - Eu sei que você faz sim. Você e Emmet vão zoar com a minha cara pelo resto dos dias da minha existência!

Uau Bella sabia ser dramática quando queria. Sentei ao seu lado na cama e sorri com aquele sorriso que eu sabia que ela gostava, segurei sua mão e esperei que ela falasse alguma coisa.

  - Promete que não vai rir ou contar para o Emmet? Pra ninguém quer dizer.

  - Prometo Bells, pode confiar em mim.

  - Eu acho que não quero ir por que... sei o que vai acontecer. E mesmo com 15 anos eu... nunca... beijei... ninguém.

Fiquei calado e não sei por que ela pensou que eu riria disso, não seria justo, ainda mais com a minha melhor amiga.

  - Você não precisa deixar de sair com o Newton por causa disso Bells.

  - Claro que sim! Eu tenho medo e vou ficar muito nervosa e fico realmente preocupada com o que eu posso fazer quando fico extremamente nervosa. Ele já deve ter beijado alguém e se perceber que nunca fiz isso e contar para todo mundo? Vai ser um massacre, uma humilhação geral Eddie!

  - Ta bom, ta bom... calma. Eu tenho uma ideia.

Falei isso sem pensar e fiquei refletindo por um tempo se a ideia louca que eu tinha tido seria mesmo uma boa. Mas não teria nada a ver, somos apenas amigos.

  - Que ideia você teve?

  - Vou te ensinar a beijar!

Eu disse animado e ela levantou da cama assustada.

  - Que loucura é essa? Somos amigos, e não pode sair por ai ensinando seus amigos a beijar.

  - Você é minha melhor amiga Bella e isso não vai ter nada a ver, só pra te ajudar.

  - Não sei se é uma boa.

Levantei e comecei a me aproximar dela, hesitou, mas quando eu toquei sua mão ela paralisou. Deslizei meus dedos pelo seu braço de forma carinhosa e levei minhas mãos até sua cintura.

  - Agora envolva seus braços ao redor do meu pescoço. E não pare de olhar para mim. – eu disse levantando seu rosto com o dedo.

Suas bochechas estavam muito vermelhas e eu tinha um sorriso involuntário e leve no rosto. Seus braços envolveram meu pescoço e devagar eu a puxei para perto de mim, eu podia sentir seus lábios próximos, sua respiração ofegante e o cheiro do seu brilho labial de morango.

  - Agora espere que eu a beije e de espaço, se quiser, para minha língua.

Ela pareceu um pouco receosa, mas eu precisava dizer como tudo funcionava, se era pra fazer então eu devia fazer direito. Então nos beijamos, no começo ela simplesmente encostou seus lábios nos meus e aos poucos os abriu dando espaço para mim. Nossas línguas brincavam harmoniosamente e mesmo sendo uma iniciante o beijo dela era maravilhoso. São os lábios mais doces que eu beijei e eu não pretendia parar, mas isso aconteceu quando ambos ficamos sem fôlego. Ela sentou na cama e passou as mãos pelo cabelo, sem graça, beijei o topo da sua cabeça e sai do quarto em direção a minha casa. Tudo estava tão confuso, mas a única coisa que eu tinha certeza era que eu tinha gostado, e muito.”

Sorri com a lembrança e dirigi para casa.