Surprise Of Winter. escrita por LeMalfoy


Capítulo 7
Elfos, Ervas e Beijos.




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Elfos, ervas e beijos.

Hermione entendia claramente o motivo de não ter sido escolhida para a casa dos sábios, apesar de ter as melhores notas do castelo ela não era nenhum pouco atenta à algumas coisas que aconteciam embaixo de seu nariz, arrebitado. Ou talvez ela estivesse simplesmente fingindo que não enxergava onde aquele relacionamento estranho que mantinha com a morena mais velha chegaria, ela não estava pronta para enfrentar alguns rótulos, de forma alguma. A ideia de ser gay a assustava mais que a morte, mas no momento em que passava algumas horas com a menina esquecia de qualquer coisa que não fossem as duas – e maldito fosse seu cérebro por só tomar nota do que a menina dizia e fazia, ele estava conspirando contra ela também, ela tinha certeza.

Não que ela tivesse sequer beijado a outra novamente. Claro que não, ela não faria isso, mas ficava animada por passar umas horas do dia com Phoebe – e tinha a impressão que a menina inventava novas matérias pra pedir ajuda a cada encontro, mas isso não a incomodava, afinal, a companhia da outra era mais que boa. Ela só não queria pensar naquele instante sobre o relacionamento delas, o que elas eram. Amigas, ela diria, afinal, conversavam e nada demais acontecia, então que mais poderiam ser? Mas não era como se a vontade de passar cada vez mais tempo com a outra não lhe fosse tentadora, ainda bem que existia o Tornei Tribuxo para manter sua cabeça ocupada e longe da maldita corvinal.

– Hey, Herms – a voz rouca da dita cuja a despertou de seus devaneios na biblioteca.

– Phoebe… ainda precisando de ajuda em Runas? – arqueou uma sobrancelha, divertida.

– Nah, já estou perfeitamente esclarecida quanto a essa matéria, estou prevendo meu grande O nos NOMs esse ano – ela lhe sorriu, sentando-se ao seu lado e olhando o livro aberto na mesa – que está fazendo?

– Harry – ela suspirou – ele precisa de algo para respirar embaixo d’água e eu não sei nada para ajuda-lo – disse frustrada cruzando os braços.

– Uh, Potter está no torneio, é verdade – murmurou para si lembrando-se da situação da escola – Que tal você… – ela começou sorrindo, fitando-a nos olhos e fechando seu livro – ir comigo para a cozinha fazer um lanche… – murmurou próxima a outra, acenando distraidamente com a varinha e fazendo o livro seguir para seu lugar na enorme biblioteca de Hogwarts – e depois pensar em como fazer seu amigo virar um peixe?

– Você é impossível, Carter – Hermione fingiu-se brava e bufou, a outra riu levantando e a puxando pela mão.

– Você quis dizer irresistível, não? – riu.

– Inacreditável – ela balançou a cabeça, como se o caso da outra fosse perdido.

Depois de muito andarem, e fazerem cocegas na pera, entraram na cozinha escondida de Hogwarts. Era enorme o local, como um segundo Grande Salão no subterrâneo, havia quatro longas mesas e havia grandes fornos antigos no local, uma ala grande cheia de prateleira que Hermione deduziu ser a dispensa e o local estava apinhado de elfos que trabalhavam avidamente, mas um bem conhecido fora atendê-la assim que ela e Phoebe puseram os pés no ambiente.

– Amiga de Harry Potter – saudou Dobby com seus enormes olhos verdes brilhando em expectativa – o que gostaria, amiga de Harry Potter? Dobby fará tudo o que a amiga de Harry Potter quiser – ele lhe assegurou.

Phoebe olhava a cena divertida, nunca tinha visto um elfo tão contente por ver algum bruxo antes. Hermione sorriu para a pequena criatura.

– Me chame de Hermione, Dobby, pelo amor de Mérlin, já lhe pedi. E essa é a minha amiga, Phoebe Carter.

– Sim, senhora, senhorita Hermione, Dobby a chamará pelo que deseja – ela riu – Amiga da senhorita Hermione, que é amiga de Harry Potter, é amiga de Dobby também – o elfo disse calorosamente e a morena de olhos azuis esverdeados riu – estão com fome! Aqui há muita comida, é só pedir a Dobby que Dobby busca o que desejam.

– Bem, eu queria um suco de abobora e um pedaço de pudim.

– Dobby poderia trazer dois sucos de abobora e dois pedaços de pudim? – Hermione perguntou ao que Dobby acenou com a cabeça e saiu rapidamente, dizendo que traria logo o que queriam – Que? – perguntou ao ver a outra com uma sobrancelha levantada a encarando.

– Nada, só o jeito que tratou o elfo…

– Ele pode ser um elfo mas não é por isso que devemos menosprezá-los – Hermione disse séria – ele é um ser vivo como outro qualquer e merece respeito, assim como é um absurdo os manterem escravos dos bruxos para fazerem atividades domesticas! É a coisa mais errada que há! Eles nem lembram a própria história – lamentou-se – e Dobby é nosso amigo, okay? Meu, do Ron e do Harry. Harry o libertou de servir aos Malfoy há uns anos. Ele é mais digno que muito bruxo – disse por fim, zangada pelo jeito que tratavam os elfos e as outras criaturas.

– Hey, calma aí, Herms, eu não disse nada sobre eles.

– Eu sei, é só… argh… todos agem como se eu fosse louca só porque odeio essa escravidão e desprezo com eles, mas eles são seres vivos e pensantes, como querem que eu aceite eles não terem a própria liberdade de escolha?! – sua voz saiu esganiçada no final e ela deixou a cabeça deitar na mesa, sentiu a mão da outra começar a lhe acariciar os cabelos e um arrepio subiu por sua espinha, eriçando seus pelos.

– Hermione Granger você é a bruxa mais exótica que eu conheço, e eu moro na casa de Luna Lovegood – a outra lhe confessou, a fazendo rir.

– É tão absurdo assim o que eu falo? – ela levantou a cabeça para fitar os olhos que estavam verdes da menina.

– Nah, é só diferente da ideia geral, sabe? Além do fato de você saber mais sobre as matérias do quinto ano que eu – as duas riram – mas é legal, sabe? Você ajudando seu amigo a não morrer nesse torneio estranho e ainda se preocupa com criaturas como os elfos, é meio nobre.

– E com o que você se preocupa, Phoe?

– Atualmente passar nos NOMs – a morena sussurrou como se confessasse um segredo sigiloso – mas eu não tenho nenhum amigo correndo risco de vida por um torneio estranho e não tenho esse espirito valente para lutar pelos direitos de outras criaturas… então só você mesmo.

Phoebe tinha os olhos colados nos da castanha quando terminou de falar, a mão ainda nos cabelos não tão revoltos da menina, mas para a sorte de Hermione, que olhava para a outra sem ideia do que falar, Dobby chegou trazendo o pedido das garotas e deixando na mesa. Hermione tratou logo de enfiar a colher com pudim dentro da boca para dar a si um momento para pensar no que falar e poder desviar os olhos para o prato de doce.

– Você não fala muito dos seus pais, uh? – ela perguntou por fim, depois de tomar um gole longo do suco.

– Não me dou muito com eles – a corvinal deu de ombros e enfiou outra colherada na boca.

– Mas não precisa se dar bem com eles para falar sobre eles – rebateu a encarando com os olhos divertidos.

– Termine logo seu pedaço de pudim, Granger – ordenou e rolou os olhos – o caminho daqui até a Torre de Astronomia deve bastar para lhe contar sobre eles.

Hermione sorriu e tratou logo de comer o ultimo pedaço de pudim e finalizar seu suco de abobora, saíram de lá rapidamente, não sem antes Hermione parar para agradecer Dobby, e passaram o caminho longo até a torre com Carter contando sobre seus pais, seu pai era um empresário bem sucedido e sua mãe trabalhava no Ministério Francês e que ela só fora parar ali porque a família do pai inteira havia cursado Hogwarts e ele queria manter a tradição, descobriu também que a morena não se dava com os pais principalmente porque eles queriam que ela fosse boa em tudo além de se comportar perfeitamente – coisa que a própria Hermione era e fazia, ela não deixou de notar – e Phoebe odiava isso.

– Você só pode estar brincando – Hermione quase gritou quando já estavam na torre, observando as estrelas, a outra lhe deu um sorriso zombeteiro.

– Não grite, criança – pediu –, não é a pior coisa do mundo.

– Você fumou maconha – ela sussurrou exasperada, olhando feio para a menina mais velha, e aparentemente sem juízo.

– Foi só uma vez, antes de começar o ano – a morena de cabelos curtos respondeu rolando os olhos.

– Você não está pensando em fazer isso outras vezes, está? – estreitou os olhos enquanto se aproximava da outra.

– Você não é minha mãe, sabia disso, Herms? – olhou zangada para a mais nova.

– Não importa! Eu me importo com você, okay? Então nem pense em fazer isso de novo, sua demente.

– Não é tão ruim ou viciante para fazer todo esse alarde, Hermione. Não é tão horrível como dizem por aí – murmurou voltando a olhar pros terrenos do castelo, que só tinham a luz da lua os banhando.

– Olhe para mim quando estou falando com você – Hermione disse brava, colocando-se ao lado da menina na janela, a outra virou lentamente o rosto e olhou para baixo já que era mais alta que a grifinoria.

– Hermione… – começou mas parou, apenas observando o rosto da castanha sob a luz do luar, ouviu a outra prender a respiração e não pode deixar de sorrir quanto a isso.

– O que está fazendo? – ela sussurrou fechando os olhos enquanto sentia a respiração da outra se fundir com a sua esperando o beijo que não veio, ao invés disso sentiu o nariz dela lhe tocar levemente na bochecha.

– Te observando – murmurou próximo a orelha dela, Hermione abriu os olhos confusa – você tem que querer… e quando você quiser – beijou a bochecha dela lentamente, os lábios umedecidos – venha até a mim. Decidida.

E a menina mais velha de cabelos curtos e morenos virou-se para sair da torre, mas a grifinoria sentiu toda coragem da casa lhe encher o peito – que estava anormalmente inquieto com o coração que batia descompassado – e segurou a mais velha pelo pulso e a puxou de volta ao lugar que estava antes, colada ao seu lado. Mordeu seu lábio, nervosa, e olhou para a garota que lhe olhava surpresa pela atitude, pressionando seus lábios nos da outra garota no instante seguinte deixando seus braços rodearem a cintura fina de Phoebe e a trazerem para mais perto. Passou de leve a língua pelos lábios dela, timidamente pedindo passagem para seu beijo desajeitado poder ser aprofundado, o que a outra prontamente entendeu e abriu, deixando a passagem livre para Hermione.

É, aquele era o segundo beijo de Hermione Granger em sua curta vida. E os dois haviam sido com aquela menina que parecia um pouco enigmática demais para a boa sanidade da castanha. Mas nessa pouca experiência, Hermione tinha que dar razão ao que Phoebe lhe disse antes de tudo acontecer: cada beijos era diferente, mas não deixava de ser gostoso. E embora ela nunca tivesse beijado outra pessoa além de Carter, podia julgar-se entendedora a ponto de falar que a menina beijava bem, muito bem. Deixava a cabeça da jovem Hermione nas alturas, totalmente fora de si e completamente desejosa por mais. Mas esse tinha um certo gosto especial talvez pelo fato de ela ter tomado a iniciativa ou ainda por ser ela quem quis ou ainda por ela ter se conformado e simplesmente ceder aos encantos da outra. O fato era que Hermione Granger estava gostando de beijar aquela menina mais velha, e mais experiente, durante a noite na Torre de Astronomia.

Elas se separaram em busca de ar, ambas arfando e com os lábios inchados, a morena não pode deixar de sorrir quando olhou para a mais nova, que simplesmente corou sob seu olhar.

– Eu já estava achando… que queria me matar… por falta de ar.

– Não seja idiota, Phoe – Hermione deu um tapa leve no braço da outra e lhe mostrou a língua, a mais velha riu.

– Você-

– Não fala nada – Hermione a cortou chegando mais perto novamente da outra – só me beija, está bem? – perguntou murmurando enquanto colocava as mãos no rosto de Phoebe delicadamente a trazendo para perto, a morena assentiu beijando os lábios macios de Hermione.




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Notas finais do capítulo

Esperam que tenham gostado e desculpe se demorei muito para postá-lo.



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