Accidentally In Love 1 escrita por Juh__Felton


Capítulo 16
Topo do mundo


Notas iniciais do capítulo

CAPÍTULO 15!!!!!! COMENTEM!



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~>TOPO DO MUNDO


Minerva McGonagall entrou esbaforida na sala comunal da Grifinória. Faltavam alguns minutos para as duas da manhã. Mas ela tinha que conversar seriamente com Hermione e Sophie. Entrou no dormitório feminino, onde Hermione, Sophie e Mina dormiam. Ela foi silenciosamente até Hermione e Sophie e as acordou.

-Diretora? – perguntou Hermione.

-Sshh... Eu gostaria de ter uma palavrinha com você e Sophie, pode ser? - Eu nunca negaria uma conversa às duas da manhã pedida em pessoa pela própria diretora, pensou Hermione, se esforçou e sorriu. Sophie acordou e disse:

-Claro. – cinco minutos depois as duas encontraram a diretora em frente à lareira com três xícaras de chá. Sentaram-se e pegaram as xícaras. McGonagall começou calmamente depois de beber um gole de chá.

-Eu não sei como não percebi isso antes... Mas agora eu percebi e quero que vocês me respondam com a maior sinceridade possível.

-Perdão, Minerva, mas... Responder o que? – perguntou Sophie.

-Vocês têm a ligação da Triangulação entre si, ou é um equívoco meu? – Hermione engasgou com o chá e Sophie derramou a metade da xícara no carpete. McGonagall acenou com a varinha e a mancha que começava a aparecer sumiu. – Pelas suas reações eu posso deduzir que...

-É verdade. – disse Hermione, baixando a cabeça. McGonagall sorriu.

-É eu devia ter percebido... Nunca mudam os sintomas.

-Sintomas?

-Eu tinha duas amigas muito estimadas. Na verdade eu já havia terminado a escola, mas elas ainda estudavam. Eu ajudava a professora de Transfiguração em alguns assuntos, por isso sempre estava aqui. Nós sempre sabíamos quando uma mentia, quando estava feliz, triste... Um dia descobrimos que não era só fruto da convivência: nós estávamos ligadas pela Triangulação. Nossa primeira decisão foi arrumar um jeito de nos comunicarmos sem ter de invadir a mente alheia. Até que depois de um tempo nós brigamos. Eu e Lily...

-Lily? Lílian, a mãe do Harry? – deixou escapar Hermione.

-Exato. Éramos três amigas inseparáveis. Lílian Evans, Minerva McGonagall e... – ela hesitou. – Narcisa Black.

-Tia Cissy?

-Ela mesma. Eu e Lílian continuamos amigas, mas Narcisa se separou de nós e... E de Sirius.

-Sirius também estava envolvido? Como?

-Narcisa e Sirius tinham uma ligação mais forte que a Triangulação, mais forte que a amizade... Eles se amavam profundamente. Narcisa passou a acreditar em sua irmã, Belatriz mais do que em nós. Então brigamos e passamos dez anos sem nos falar.

-Professora, só por curiosidade... – Hermione perguntou cautelosamente. – O que Belatriz fez?

-Ela inventou histórias sobre Sirius, falava que ele não sentia nada por Narcisa... Até que um dia ela acreditou. Nós defendemos o Sirius, mas ela acreditava piamente em Bela. Por causa disso, ela começou a andar mais com os sonserinos, companheiros de casa, até que se uniu ao Lúcio. Durante esses dez anos as histórias chegavam até mim pelo próprio Sirius, que se encarregava em contar a Lílian e vibramos quando soubemos por ela própria que os dois voltaram a se falar. – A diretora enxugou uma lágrima e continuou. – Mas eram situações difíceis para que eles se encontrassem, Narcisa estava noiva de Lúcio e todos os familiares (principalmente Bela) a pressionavam muito. Mais ou menos nessa época a irmã de Cissy, Andrômeda, casou-se com um trouxa e foi deserdada. Com isso, Cissy sentiu medo de acontecer o mesmo. Mesmo com eu, Lílian e Tiago (eles já estavam casados) incentivando, dizendo que a ajudaríamos em tudo o que fosse preciso ela se casou com Lúcio, o que nos levou a uma nova separação. Soubemos quase quatro anos depois que Abraxas Malfoy, pai de Lúcio havia morrido na festa de um ano de Draco Lúcio Malfoy. Lílian levou a dúvida até a morte alguns meses depois, deixando Sirius como padrinho do Harry preso em Azkaban. Mas eu me surpreendi no dia em que Narcisa entrou em minha sala contando que Sirius a chamara para fugir, que Sirius a visitou e Draco alguns meses antes, mas voltou para Azkaban. Ela retribuiu a visita, mas não levou Draco. E ela recusou. Aquela foi a última vez que eu e Narcisa Malfoy nos falamos como amigas. – Minerva pousou a xícara na mesa e enxugou as lágrimas.

-Minerva, eu sinto muito... – sussurrou Sophie chocada. – Mas por que você está... Contando-nos essa história?

-Eu gostaria de entregar a vocês duas coisas que Narcisa me deixou no testamento. Ela deixou uma cômoda para mim em seu antigo quarto, com lembranças da história dela com Sirius. Essa cômoda só poderia ser aberta por mim, ela me deixou entre outras coisas isso. – estendeu às garotas um livro antigo e uma caixa. Sophie abriu a caixa e encontrou um colar lindo, cada conta dele tinha um brilho único. – Esse colar está repleto de lembranças literalmente. Cada conta dele possui uma lembrança, as histórias mais marcantes entre Cissy e Sirius. Como podem ver, as vinte contas que ele contém estão numeradas. Cada número é a página do diário à qual a lembrança corresponde. Espero que o guardem com muito zelo.

-Cuidaremos bem deles. – afirmou Hermione.

-Assim espero. Bom, vocês agora têm tempo para se falarem... Por sinal, já sabem quem é a terceira pessoa? Imagino que seja a senhorita Weasley.

-Não... É o Draco. – Hermione olhou para Sophie. Como ela sabe?

-Pelo menos não é um inimigo... Vocês, assim como eu, tiveram sorte. Até mais, garotas. – disse a diretora se levantando.

-Diretora! – disse Hermione. – E... Quando os alunos vão embora?

-Daqui a três dias... Já mandei coruja avisando a todos, menos aos que são maiores de idade e decidiram ficar. Ou seja, vocês, os Weasley afinal Artur e Molly deixaram a senhorita Weasley ficar... O Potter, bem... Ele escolheu ficar... Ah sim, o pai da senhorita Lovegood também permitiu, a filha do Ministro e a senhorita Beltanny também, elas são importantes... E o senhor Longbottom!

-Nossa! Mas e o castelo vai ser usado...

-Como hospedagem. Para os membros da Ordem.

-Como o Largo Grimmauld?

-Exatamente. Bom, tenho mesmo que ir... Qualquer coisa, vocês sabem onde me procurar.


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Draco abriu os olhos lentamente, a claridade da ala hospitalar o cegando. Olhou para baixo, e seu olhar foi parar em uma ruiva que estava atenta lendo um livro. Não conseguiu prender um gemido de dor, e Gina levantou a cabeça.

-Até que enfim acordou, sabe, não é muito legal passar a noite quase inteira ouvindo Madame Pomfrey falar sobre as lâmpadas da enfermaria ficarem acesas...

-Eh... Gina?

-O que foi Draco?

-Que horas são?

-Mais ou menos três da manhã.

-E... Você está aqui exatamente para...

-Bom, eu realmente não estava a fim de ficar com a... Senhorita Scrimgeour lá na torre, então como eu estava preocupada vim te ver!

-E Madame Pomfrey deixou você entrar aqui às três da manhã...

-Claro que não, idiota! – ela balançou a cabeça e bocejou. – Estou aqui desde as nove horas... E como McGonagall já trancou a enfermaria, bem... Eu vou ter que ficar aqui.

-Ah ta... E como foi tudo, todos chegaram bem?

-Todos estão bem, a Hermione está na Torre. – Draco olhou para ela interrogativamente. – Está com a Sophie.

-Tudo bem... – os dois ficaram em silêncio, e Gina voltou a ler seu livro. Draco tamborilava com os dedos na mesinha e exclamou: - Ah, já chega, não quero ficar aqui! – tentou se levantar. Quando se sentou Gina fechou o livro e disse:

-Quero ver Malfoy. – Draco levantou, deu dois passos e caiu. Tentou levantar de novo, mas não conseguiu nada. Olhou para Gina irritado.

-E então, Weasley, vai ficar aí me olhando?

-Não acho uma má idéia. E não adianta corar, Malfoy, você tem que pedir por favor se quiser que eu te ajude.

-Droga! O que ta acontecendo comigo?!

-É o amoooor... – cantarolou Gina.

-Dispenso suas explicações, Ginevra. Agora dá pra me levantar daqui? – Gina olhou para ele com indiferença e voltou a cantar. Draco suspirou e disse: - Por favor!

-Ok, já que você implorou de joelhos... – agilmente ela o levantou e deitou na cama. Draco estava vermelho de raiva, mas se acalmou. – Agora me diz Draco, você conversou com a Hermione?

-Claro! – respondeu ele ironicamente. – Em Azkaban nós sentamos com alguns prisioneiros e ela me contou como agora está com seu querido irmão! – Gina arregalou os olhos. – E não finja que você não sabe!

-Ficou abalado, foi? – disse Gina, parando do lado de Draco. Ele bufou e se virou. – Ah, tudo bem, mas... Só quero te lembrar que a culpa é única e exclusivamente sua.

-Minha? – disse Draco, se levantando rapidamente. Suas costas doeram e ele desabou nos travesseiros. Gina colocou mais um travesseiro em suas costas e ele continuou: - Você acha mesmo que eu empurraria a Hermione pro Jorge?

-Não fala assim dele! – disse Gina. Mas se comoveu com a expressão de Draco. – Ok, você só quer desabafar. Continue.

-Sério, eu sempre soube que ele tinha uma queda por ela, mas... Nossa, eu nunca imaginei que ele fosse capaz de... Cara!

-Nossa, e...

-Ainda não acabei! – exclamou ele. – Eu sempre achei que ele fosse meu amigo! E que ela me amasse!

-Ele era seu amigo, Draco. – explicou ela displicente. – E ela te ama.

-Bela forma de demonstrar isso.

-Sabe por que a Hermione não está aqui?

-Porque ela não está doente! Oras qual o motivo dela vir pra enfermaria? – Gina o fuzilou com o olhar.

-Você acha que a Hermione se jogou nos braços do Jorge por quê?

-Não sei!

-Ah, Malfoy, você age como criança... Tenho que te explicar tudo?

-E você tem outra opção, Weasley?

-Ok... Bom, você gostaria de perceber que ama alguém que só faz burrada contigo?

-Claro que... – ele foi interrompido pela ruiva. Ela andava por entre os leitos, visivelmente irritada.

-E se você soubesse que tem uma pessoa que você conhece há anos e essa pessoa te ama mais ou menos da mesma forma e você descubra que também gosta dessa pessoa, não daquela forma, mas que essa pessoa nunca viesse te fazer triste?

-Ginevra...

-E depois essa pessoa que você acabou de conhecer te machuca seriamente pra levar sua melhor amiga pro Lorde das Trevas?

-Gina...

-E essa pessoa te irrita tanto que você nem percebe quando sua amiga te apresenta um gato que baba literalmente por você? – Draco suspirou e murmurou “Abafiatto” apontando a varinha para a porta de Madame Pomfrey.

-Gina querida...

-E O PIOR É QUE VOCÊ JÁ RECUSOU O FATO DE CONVERSAR DUAS VEZES A SÓS COM ESSA PESSOA POR CAUSA DE UM IDIOTA!

-Gin... – disse Draco calmamente.

-O QUE É?! – o garoto se sobressaltou. – Ai, desculpa... Esse idiota ainda ta em minha mente... Ainda não acredito!

-Ele estava controlado pela Imperius, não era dono de seus atos...

-Sim, e o que eu tenho a ver com isso? Pra uma pessoa governada somente pela Imperius ele estava bem coradinho, até mais gordinho!

-Ele podia estar preso...

-Limpo daquele jeito? Acho que não, Malfoy. – ele suspirou; sentia falta de Taylor, afinal. – Ele foi porque queria, ele queria se alistar... Assim como a Johnson!

-Não me fale daquela vaca, por favor. Já falei demais sobre ela. – Gina olhou-o com curiosidade e deitou-se em um leito próximo.

-Draco...

-O que é?

-O que a Angelina quis dizer com revê-lo? E o que o Taylor quis dizer quando te chamou de amigo? E por que o Jorge gritava sobre traição quando vocês brigaram?

-Eu e a Johnson... Fomos amigos há alguns meses. E o Taylor sempre foi meu amigo. E o Jorge falou isso por causa da Hermione. Satisfeita?

-Não... Se você não quer falar, a escolha é sua... Mas saiba que eu estarei aqui pra te levantar sempre que você cair, afinal você é meu amigo. – os dois ficaram em silêncio, até que Draco disse:

-Obrigado. – Gina olhou para ele e perguntou:

-Por quê?

-Por causa daquele dia no Departamento de Mistérios... Desde aquele dia eu não te agradeci.

-E não precisava Draco. Eu não fiz nada demais. Boa noite. – ela virou para o lado e dormiu. Draco sorriu consigo mesmo e dormiu.

Uma hora depois o céu já estava claro. Gina sentiu os raios de sol no rosto, a enfermaria estava sendo aberta naquele momento. Ela não sabia o motivo, mas os ecos de sua conversa com Draco estavam se repetindo em sua mente. “Por quê? Por causa daquele dia no Departamento de Mistérios... Departamento de Mistérios... Departamento... ”. Uma luz iluminou a mente de Gina. Madame Pomfrey dava as últimas recomendações a Draco antes que ele recebesse a alta. A ruiva levantou-se, pegou o livro e a mão do garoto e o arrastou. Deixaram Madame Pomfrey gritando, mas Gina não ligou, até que Draco a parou num corredor.

-Ok, Ginevra você me seqüestrou, mas eu estou realmente curioso pra saber por que...

-Draco, você lembra de que Você-Sabe-Quem tinha feito somente seis Horcruxes em objetos que ele realmente estimava...

-Não queria lembrar, mas lembro... E aí?

-E você lembra que diversas vezes o Ministério era invadido por Comensais quando ele não tinha corpo?

-Não, mas eu era muito pequeno. Ok, eu lembro. – ele disse quando viu o olhar da ruiva.

-E que no Departamento de Mistérios tem um objeto que poderia dar vida a ele?

-O que? – gritou o garoto. Um grupo de primeiranistas se afastou rapidamente. – Você está falando... Não, Ginevra, por favor! Você está me lembrando a Lovegood agora, é só uma lenda!

-Não é. – ela suspirou. – Eu vi o véu no quarto ano, quando a AD foi para o Ministério.

-Você está me dizendo que... O Véu da Ressurreição é de verdade?

-Exatamente.

-Você está doida...

-Ninguém sabe como aquele véu chegou lá, Malfoy! Ele chegou do nada! Agora me diga, onde mais uma Horcruxe poderia estar escondida e em segurança do que no Departamento de Mistérios?

-Por favor, Ginevra, seja razoável!

-Razoável? Você não viu como o Sirius morreu. Assim que ele morreu, foi meio que sugado pelo véu!

-“A morte será arrancada / A vida será devolvida”, mas e aí?

-Entenda. O Sirius morreu e foi sugado pelo véu. Vamos lá, você lembra o poema todo!

-“Fiz-lhe do nada / O criei com minha vida / A morte será arrancada / A vida será devolvida”. Gina, não vejo motivos pra... – calou-se de súbito. Uma idéia veio à sua mente. Isso é absurdo! Gina sorriu quando percebeu que ele tomou conhecimento de sua idéia.

-Entendeu então, sabe-tudo Malfoy?

-Entendi, mas... Isso é inaceitável!

-Inaceitável não é impossível.

-Ginevra, entenda... Isso é só uma lenda!

-Qual o melhor lugar para proteger uma lenda do que o Departamento de Mistérios? – disse ela, guiando-o. Chegaram até o quadro da Mulher Gorda.

-O que? Você não quer que eu entre na sala comunal da Grifinória, não é?

-Como você adivinhou? – disse ela, empurrando o quadro. – Agora entra aí. – entrou na frente do garoto, sendo recebida por Fred.

-Onde você estava? – exclamou ele. Viu Draco entrando lentamente na sala comunal. – Ah, oi Draco. – o loiro acenou com a cabeça. Jorge ficou observando os dois de longe.

-Depois a gente briga caro maninho... Cadê a Hermione, a Sophie, a Mina, a Vianne, o Harry, o Rony e o Rafael?

-Hã? A Hermione e a Sophie estão dormindo, a Mina, a Vianne, o Harry e o Rony saíram para o lago e quem é Rafael?

-Uma longa história. – disse ela da escada. – SOPHIE! HERMIONE! Ei levantem! Anda Fred, vai buscar o Harry e companhia limitada! – Fred saiu resmungando. Draco sentou-se em uma poltrona. Jorge estava muito entretido em um pergaminho qualquer. Pouco depois Hermione e Sophie desciam esbaforidas. Gina saiu minutos depois do dormitório masculino com um Rafael aturdido atrás dela.

-IMPOSSÍVEL! O Fred não é meu irmão, ele é muito lerdo!

-Gina, você sabe a distância daqui para o lago? – perguntou Jorge.

-Draco! Você tem que voltar para a enfermaria! – exclamou Sophie, tentando tirar a temperatura do garoto.

-Pára Sophie, eu to legal! – ela suspirou e sentou-se do lado dele. Hermione não falou uma única palavra, ficou de cabeça baixa até que Fred chegou com o rosto vermelho devido ao esforço. Harry veio acompanhado de Vianne, Rony e Luna. Fred apontou discretamente para Luna e Gina assentiu com a cabeça. Mina chegou um pouco atrás, passou direto por Gina e sentou-se ao lado de Rony.

-Ok, Ginevra, conta pra eles qual o motivo dessa correria. – disse Draco.

-Gente, eu não entendo como deixei passar isso, mas... Vocês conhecem o Véu da Ressurreição? – A maior parte conhecia, menos Vianne, Harry e Hermione. Gina suspirou. – Ok, na época que Hogwarts foi construída os fundadores deixaram sua marca por aqui...

-Gina, por favor, em primeiro lugar a gente não quer saber a história de Hogwarts... E, além disso, por que você chamou a gente aqui? E quem é ele? – perguntou Jorge.

-Ok, Rafael, galera, galera, Rafael. É um amigo meu que pode nos ajudar. E em segundo lugar vocês têm que ouvir isso pra se situar.

-Situar em que? – perguntou Harry irritado.

-Acabamos de descobrir onde está uma das Horcruxes. – disse Draco irritado. – Agora dá pra calar a boca e deixa a Ginevra falar?

-Gina, por favor. – disse Gina. – Ok, vocês devem saber. Slytherin deixou a minha amada Câmara Secreta onde eu quase morri se não se lembram, Gryffindor deixou o Chapéu Seletor, Hufflepuff deixou a Sala Precisa...

-A Sala Precisa é obra de Hufflepuff? – perguntou Rony.

-É, Ron. – respondeu Hermione – Se você lesse Hogwarts: Uma História saberia.

-Ok, continuando... E Ravenclaw deixou um véu. – Vianne fez menção de falar, mas Gina aumentou a voz. – Esse véu, segundo ela tinha o poder de ressuscitar os mortos. Sabemos, porém que isso não é possível.

-E... O que nós temos a ver com isso? – perguntou Mina.

-Você sabe senhorita Scrimgeour, que o véu foi roubado e devolvido dois anos depois com uma mínima alteração? E que foi o seu pai que foi o responsável pela recuperação do véu?

-Nossa Gina... Eu me lembro dessa época, e não era nada interessante... O Ministro da época decidiu destruir o véu. – disse Sophie.

-É. Mas ele não destruiu.

-O que? – exclamou Harry. – E onde está esse véu agora?

-Isso você já sabe, Harry. Todos os que estiveram no Ministério comigo há dois anos pensem um pouco.

-Departamento de Mistérios... Gina! – gritou Hermione pondo a mão na boca.

-Exatamente... E a Luna ataca novamente!

-De novo a Luna acertou... Caracas! – disse Vianne, seu cabelo mudando para um tom mais claro, voltando ao normal em seguida. Luna sorria vitoriosa.

-E os sussurros? – perguntou Harry.

-Ok, eu sei que sou relativamente novo aqui, mas dá pra explicar o que ta acontecendo? – disse Rafael.

-Depois te explico Rafa. Mas por que ele está aqui? – perguntou Hermione.

-Simples... Eu não dei muita importância quando o Rafael disse que era do Norte... Mas agora eu entendi. Os boatos nem sempre mentem! – Gina deu um pulinho alegre.

-Gina, eu estou entendendo... Dizem que o véu ficou em Durmstrang por um tempo.

-Há quanto tempo foi isso? – perguntou Fred.

-Três anos... No Torneio Tribruxo! Foi quando o véu foi devolvido! – disse Rafael, explicando-se melhor. – No mês anterior ao Torneio, uma exposição sobre Hogwarts para quem não poderia viajar foi para lá. O lugar do Véu estava vazio, mas lá tinha explicando várias coisas, inclusive como a lenda conta que ressuscita os mortos. Eu fiquei tão interessado que anotei isso, tenho no malão!

-Exato! Isso significa que ele estava a pleno vapor... – disse Gina animada.

-Quando o Sirius morreu! – exclamou Harry se levantando.

-Ou seja, a Horcruxe e o Sirius estão no Departamento de Mistérios... É isso que vocês querem dizer? – disse Jorge. Jogou o pergaminho na lareira e olhou para Gina, que afirmou com a cabeça.

-Agora entra o Draco... Ele conhece mais do que ninguém aquele lugar, e devo dizer que a nossa última visita não foi bem agradável. – Gina olhou para ele.

-Que irônico... O Salão da Morte no Ministério tem dentro dele o Véu da Ressurreição! – disse Rony. – Ok, e vocês já avisaram à McGonagall?

-Claro que sim, Ronald! – disse Draco irritado. – A gente chegou lá dizendo “Ah McGonagall, acabamos de descobrir que uma lenda não é uma lenda, e nós vamos invadir o Ministério de novo em dois anos para destruir um dos objetos que os fundadores deixaram”!

-Invadir o Ministério? E vocês não acham que seria melhor pedir permissão ao meu pai? – disse Mina.

-Não, Mina. Acho que o Ministro não deixaria a gente destruir o véu. – falou Sophie rapidamente não deixando Gina dar outra resposta grosseira.

-Ok, e então... Quem vai? – disse Gina. Todos olharam para ela abismados. – Qual é galera! Vamos lá!

-Gina, querida amiga... – disse Luna calmamente. – Eu posso viver no mundo da lua, mas não viajo tanto quanto você... Só o Draco aceitou essa sua história absurda.

-E quando Luna Lovegood chama uma história de absurda... Você tem que se preocupar. – acrescentou Rony.

-Por favor, entendam! Não custa nada!

-Custa sim, Gina. Uma passagem só de ida para a prisão.

-Ok, é arriscado... – tentou Gina.

-Dêem ouvidos a Ginevra. – disse Draco. Ano passado quem diria que eu estaria aqui, defendendo a Weasley? – Ela está falando sério.

-Sério pra você, que não tem escrúpulos, Malfoy. [[OBS.:. Óia!!! Escrúpulos! Palavra xiquee!!]]. – alfinetou Jorge. Draco abriu a boca para responder, mas Gina gritou:

-CALEM A BOCA!!! – todos a olharam, abismados, e dois primeiranistas que cochichavam num canto subiram para seu dormitório, ambos visivelmente irritados. – É difícil prestar atenção?

-Talvez... Mas o que ela diz faz sentido. – falou Sophie. Fred a olhou com desconfiança.

-E como faz! – exclamou Hermione. Levantou-se e foi para o lado de Gina. – Acho que todos nós queremos que essa guerra acabe. Inclusive você, Harry. Temos que checar isso. Eu fico com a Gina e com o Draco. – o loiro a olhou de forma diferente, e Hermione se arrepiou. Você ainda tem controle sobre mim, não é miserável? pensou consigo mesma, mas ouviu a voz de Sophie.

-Pensou alto demais, amiga... – e piscou para ela. – A gente tem que tentar pelo menos. Eu vou pra lá, tomar conta dessa galerinha. – Hermione corou, e sentiu Draco invadir sua mente. Concordo com a Sophie, você pensou alto demais, Hermione... E obrigado pelo miserável. Olhou para o garoto e ele sorria satisfeito.

-Vocês são loucos! – guinchou Mina. – Sabem o que é invadir o Ministério da Magia?

-Por incrível que pareça a gente sabe Scrimgeour. – falou Gina secamente. – Rony, você vem conosco?

-Claro que ele não vai! – exclamou a loira. – Ron, meu amor, você não vai se envolver nessa história, não é? - O ruivo olhou para as duas. Por fim decidiu e disse:

-Gina, eu sinto muito... Você vai ter que me aturar de novo no Departamento de Mistérios.

-Mina, nós vamos precisar de você. – disse Draco.

-De mim?

-Claro... Aquele lugar vai estar cheio de gente, vamos precisar nos dividir pra passarmos despercebidos. Um grupo vai comigo, e o outro vai com você. Você é a única que conhece aquele lugar tão bem quanto eu. E sua mãe era uma Inominável. – disse Draco rapidamente.

-Ok, você me convenceu, Malfoy. Mas eu só vou com a condição de ficar longe da vaca ruiva.

-A Ginevra vai com o meu grupo, não se preocupe. – Draco disse. – E então, somos doze, cada grupo vai com seis.

-E quem disse que todos nós vamos? – disse Jorge.

-Precisaremos de toda a ajuda possível. – disse Sophie. – temos quatro que ainda não são maiores. A Aparatação Acompanhada agora é monitorada, por isso está fora de cogitação. Só nos restam três opções: vassouras, testrálios e Pó de Flu.

-Vassouras e testrálios fora de cogitação. – disse Hermione rapidamente.

-Pelo seu medo de altura, Hermione? – disse Luna.

-Também. – disse Rafael. – Mas acho que, mesmo estando na Grã-Bretanha, as pessoas trouxas achem um pouco diferente ver pessoas voando em vassouras e cavalos alados esqueléticos.

-Só nos resta o Pó de Flu. – disse Harry. – A minha função é destruir as Horcruxes. Não vou deixar que meu arqui-rival faça isso por mim. – Draco sorriu, e Harry continuou. – Então, vamos lá.

-Só um pequeno problema, Harry. – disse Jorge, levantando-se. – Eu e o Fred vamos, mas as passagens pra fora de Hogwarts estão lacradas, todas as lareiras estão sendo vigiadas pelo Ministério. Como a gente sai de Pó de Flu sem que ninguém saiba?

-Conheço uma lareira que não é vigiada. – disse Gina. – A da cara de sapo.

-Achei que a sala da Umbridge estava sendo reutilizada. – exclamou Rony.

-Nunca! – exclamou Draco. – Ela pôs o feitiço de Adesivo Permanente em todas as coisas... Nada pega fogo, não pode ser retirado. Não foram apenas vocês que deixaram um presentinho para a escola.

-Ok, nós temos tudo, menos um plano. – disse Fred.

-Isso fica por minha conta. – disse Hermione. – Por favor, isso vai exigir muito, principalmente do Draco, do Jorge, da Gina e da Mina.

-Qual é? Eu não vou ter que andar com... Com essa aí? – disse Gina, olhando incrédula para Hermione.

-É, cunhadinha... Eu também não faço a mínima questão de ir contigo.

-Mas vocês vão juntas. Gina, você e a Mina indo como amigas parece que vão visitar seus pais!

-Ok, e eu e o Malfoy? – perguntou Jorge.

-Vocês vão com o Rafael e o Harry. Os três sabem melhor do que ninguém a história do véu... Já o Harry vai porque isso é... Nossa, o Sirius é o padrinho dele!

-E nós? – disse Sophie. Depois ela percebeu o plano de Hermione. – Não mesmo, Hermione.

-O que houve? Parece que vocês lêem o pensamento uma da outra! – disse Rony.

-Não duvide disso, Ronald. – disse Draco. – O que a Hermione está pensando... – olhou para Sophie e piscou. - Ou melhor, o que ela quer dizer é que nós vamos ter que arrumar uma distração.

-Distração?

-Não acho que seja bom que em um lugar totalmente vigiado por Comensais o Harry Potter em carne e osso vá dar um passeio. Ou o tão procurado por assassinato Draco Malfoy. E não seria nada interessante encontrarem um estrangeiro. Só o Weasley sairia vivo dessa.

-Então ta, mas... – disse Vianne. – Que tipo de distração?

-Relaxem que eu conto tudo.


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Harry estava parado na sala que lhe trazia muitas lembranças. Sua mão esquerda formigou e ele pôde ver os contornos das palavras ali gravadas. Não devo contar mentiras. Sentiu uma mão os contornando.

-Essa mulher era uma louca. – disse Vianne baixinho enquanto esperavam notícias de Gina e Mina.

-Por Merlin, nem me lembre... – disse ela, beijando-a rapidamente.

-Mas você superou a todos, não foi?

-Acho que sim... – sorriu o moreno. Os olhos cor de mel de Vianne o fitaram.

-Eu me pergunto se um dia essa guerra acaba, sabia?

-E eu te respondo que estamos a caminho disso. E então poderemos viver normalmente, sem a ameaça de morte.

-Só espero... – disse ela, recostando-se no peito do garoto.


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Gina já estava cansada. Mina, andando ao seu lado, tinha um ar irritado, mas sorria para todos que passavam e a cumprimentavam. A ruiva ouvia os comentários de longe, cada vez que passavam por uma sala. Andou por muitos lugares sem encontrar alguém conhecido, até que ouviu uma voz que a fez sorrir:

-Gina?

-Oi papai! – ela deu um abraço apertado no pai. Sem que ele percebesse tirou um fio de cabelo dele. – Como vai o senhor?

-Estou bem, mas... O que você está fazendo aqui no Ministério? – ele baixou a voz. – E com a filha do Ministro?

-A Mina é uma grande amiga minha, papai. Estudamos juntas em Hogwarts, e ela é a namorada do Rony.

-Olá, senhor Weasley. Muito prazer em conhecê-lo.

-O prazer é todo meu, senhorita... Mas o que traz as duas em um dia de aula comum?

-A diretora McGonagall nos mandou aqui. É sigiloso, papai, o senhor na verdade não deveria nem ter-nos visto... É que temos um recado a dar ao Ministro. – sussurrou Gina.

-Oh, desculpem-me, mas... Vocês não querem que eu as acompanhe? – disse ele, quando o seu ex-colega de departamento apareceu.

-Arthur! – ele sorriu timidamente para Gina e Mina. Virou as costas para as duas e não percebeu quando Mina tirou um fio de cabelo branco de sua cabeça. – Há quanto tempo não o vejo... E nem a sua filha.

-Olá, Perkins. – disse o senhor Weasley. Gina acenou alegremente.

-E então, Arthur, depois você não teria um tempinho para conversar? – perguntou Perkins. O senhor Weasley ia responder, mas Gina se adiantou.

-Vamos conosco, então. Vocês podem conversar à vontade. – A garota e Mina deixaram-se ficar para trás, e enviaram uma mensagem para Hermione. Arthur Weasley e Perkins.


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Hermione recebeu a mensagem e dirigiu-se ao grupo que estava com ela na antiga sala de Umbridge.

-Escutem... Essa parte é extremamente importante. Nós temos que chamar a atenção de todo o Ministério. Não importa o que façam, vocês podem tentar me matar se for preciso, mas os garotos estarão lá embaixo e precisam desse tempo.


Vianne olhou para Harry depois de ouvir as ordens de Hermione. Nunca o garoto lhe parecera tão destemido e, talvez, apreensivo.

-Você está bem, Harry?

-Claro... – respondeu ele. – Só um pouco nervoso. Afinal, dois coelhos com uma cajadada só.

-Cajadada?

-Expressões trouxas... – ele sorriu e a beijou. Vianne disse:

-Escuta... Não importa o que aconteça lá embaixo, se tudo falhar... Você ainda continuará sendo a pessoa mais importante pra mim.


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Gina estava muito nervosa. Sabia as conseqüências do que estava fazendo, mas ainda assim... Seu pai poderia perder o emprego, ela e seus amigos poderiam estar sentenciados a viver na nova prisão bruxa que estava sendo construída... Terminou de executar os feitiços para lacrar a porta, e era a vez de Mina. Pensava se estava fazendo o que era certo. Mina percebeu sua expressão e disse:

-Olha aqui, garota... Você trouxe todo o mundo aqui, e você não vai desistir agora, eu não vou deixar. – Gina olhou firmemente para ela.

-Conseguiu?

-Claro! Eles só têm duas maneiras de sair dali: ou nós morremos ou executamos um feitiço à distância. Eu realmente prefiro que seja a segunda opção, a primeira não é lá muito atraente. Agora, Gina, corre muito porque a Luna deve estar querendo nos destruir.


Luna torcia as mãos em nervosismo. Estava na porta do elevador mais escondido do Ministério, no andar do Departamento de Mistérios. A porta se abriu e Gina e Mina saíram ofegantes.

-Bela escolha de elevador... Você não tem idéia do que a gente teve que fazer pra não ser vista.

-Ótimo, mas... Passa logo!

-Ok, ok! – Mina entregou os dois fios de cabelo e as roupas. – Pertencem ao senhor Weasley e ao colega dele, Perkins.

-Mas, Gi... Você sabe que o senhor Weasley pode...

-Sei, sim. – cortou Gina. - Mas é necessário.


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Luna chegou ao mesmo tempo em que os garotos no Departamento de Mistérios.

-Harry... Draco. – entregou aos dois as roupas e os fios de cabelo. Ambos pegaram frascos, depositaram os fios de cabelo nos frascos e beberam. Alguns segundos depois Luna viu-se em frente ao senhor Weasley e a um bruxo baixinho, encurvado e com uma expressão tímida. Sorriu e disse:

-Boa sorte.


Jorge, Draco, Harry e Rafael chegaram ao Salão da Morte rapidamente. Rafael tirou uma adaga encantada e, com a varinha, começou a cortar os laços que prendiam o véu ao arco. Jorge observava o garoto com a varinha empunhada, quando ouviu uma exclamação, virando-se tarde demais. Draco estava preso pelo pescoço pelo lobisomem Fenrir Greyback, Harry era empurrado e encurralado por Belatriz. Viu que Dolohov prendia Rafael e, olhando para o lado reconheceu Taylor, os olhos desfocados devido ao uso constante da Maldição Imperius. O garoto retirou mecanicamente a varinha da mão de Jorge.

-Belatriz... Fracassando novamente? – perguntou Harry.

-Devia perceber... Para se vestir de salvador dos trouxas, só poderia ser o Potter... – debochou a mulher. – E aquele ali deve ser meu amado sobrinho, não é?

-Tudo bem, titia? – disse Draco. – Ainda não foi morta? Ah, claro... Agora a única mulher entre os Comensais mais íntimos deve ter alguma...

-CALE-SE! – gritou Belatriz, o rosto vermelho de ódio. Fez um movimento cortante com a varinha e um corte enorme abriu-se no rosto de Draco. Harry viu que o risco não era instantâneo e continuou ganhando tempo:

-É, Belatriz... A coragem nunca foi o seu forte, já que ataca adolescentes de dezessete anos. – disse Harry. – Vai ver que você não tem muita utilidade... Será que Voldemort não lhe enviou pra cá pra ver se você não é derrotada? Pode ser que ele espere que acabemos com você aqui agora. – Belatriz urrou:

-Mestiço insolente, veja o que eu faço com você! Crucio! – o moreno caiu no chão, berrando de dor. Draco virou o rosto, enojado, o sangue escorrendo-lhe pelo rosto. Jorge gritou algo que o loiro não pôde ouvir. Ouviu uma voz conhecida, mas ficou incrédulo demais. Um homem, seus cabelos caídos na altura dos ombros e com a varinha em punho deixou Angelina desacordada. Belatriz parou de torturar Harry e começou a tremer.

-É verdade... – disse a mulher, o resto da frase abafado pelo grito de Harry.

-SIRIUS! – o moreno esqueceu-se da dor e correu em direção ao padrinho. Sirius sorria, abraçou o garoto e disse:

-Escute, leve o Draco daqui, vocês dois precisam de cuidados... Eu, o Jorge e esse outro garoto damos conta deles...

-Não... Eu não vou deixar você aqui.

-Vai sim, Harry. Leve o Draco, teremos bastante tempo para conversar depois. Vá, ele precisa de tratamento, está perdendo muito sangue, pode desmaiar a qualquer hora. – Harry assentiu e apoiou um Draco vacilante em seus ombros, mas Dolohov os interrompeu:

-Bela, vamos, faça alguma coisa! – Belatriz sacudiu a cabeça e gritou:

-NÃO OS DEIXEM SAIR! Eu cuido do meu priminho como da última vez.

-Não vai ser tão fácil, Bela. – disse Sirius. - Accio Varinhas! – quatro varinhas voaram até sua mão, e ele as entregou aos donos. – Agora sim, Bela. De igual pra igual.

-Estupefaça! – gritou Jorge. Taylor caiu no chão. – Anda Harry, corre! – Harry correu subindo os degraus da Sala da Morte. Olhava ocasionalmente para Draco, o garoto parecia prestes a desmaiar. Ouviu o som de pedra quebrando, e viu que uma estátua próxima a ele tinha sido atingida por Belatriz. Sirius apontou a varinha em um gesto de fúria para a mulher e gritou:

-SECTUSEMPRA! – Harry olhou para trás em tempo de ver Belatriz largar a varinha e cair no chão, em uma poça do seu próprio sangue. – Harry, corra! – gritou Sirius, indo ajudar Rafael em um duelo contra Dolohov. Em pouco tempo ele levava Draco, já muito pálido correndo pelo Átrio. Não ligou para os comentários, e encontrou um pequeno posto médico. Deixou Draco lá e enviou a notícia a Gina pelos galeões.


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-Merda... – disse ela. Estava acompanhada de Rony, Mina, Luna e Vianne em um galpão atrás do Ministério. Conseguiram chegar lá a muito custo, enquanto Hermione, Sophie e Fred tiveram que ficar no primeiro andar do Ministério. Rony precipitou-se:

-O que houve? – Gina se preparava para sair correndo dali.

-Más notícias na equipe do véu. – gritou ela do lado de fora. Luna a seguiu mais de perto, logo atrás vinham Rony e Mina. Gina chegou ao posto médico rapidamente. – Como ele está? – Harry sacudiu a cabeça, sua camisa manchada com o sangue de Draco.

-Não sei ainda. Do que eu pude ouvir... – a ruiva percebeu que o garoto segurava uma das Orelhas Extensíveis. – Eles não estão conseguindo fazer com que cicatrize.

-Merlin... – murmurou Vianne baixinho. – E... E os outros?

-Já pedi à Hermione para avisar ao resto da Ordem... Os meninos estão lá embaixo com o Sirius...

-O QUE? – gritou Gina. Olhou para Harry indignada. – E meu irmão e meus amigos lá embaixo lutando e você não diz nada? Eu vou lá embaixo agora mesmo!

-Não precisa, Gina. – disse Jorge ofegante.

-Jorge! – ela abraçou o irmão. – Mas você está bem, cadê o Rafa e o Sirius?

-Lá embaixo ainda... Estão prendendo os Comensais. Dolohov tentou chamar os outros, mas foi estuporado antes. Só vim ver como o Draco está.

-Ele perdeu muito sangue. – informou Harry. – A ferida não quer cicatrizar, parece que foi uma Maldição.

-E você, está bem? – perguntou o ruivo, olhando fixamente para Harry.

-A Belatriz não conseguiu me derrubar há dois anos, cara... Não é hoje que ela vai conseguir. – sorriu. Seu sorriso se abriu ainda mais quando viu que Sirius e Rafael chegavam. Mas só Rafael entrou, Sirius foi conversar com alguns Aurores.

-É... O Sirius está de volta à ativa... – disse Jorge. Foi interrompido pelo grito de Hermione:

-AAAAH!!! Vocês estão bem? Ah, foi tudo culpa minha... Eu nunca deveria ter dito aquilo... Foi uma burrice, o véu ficou lá não foi? Idiotice nossa vir até aqui, o Sirius não foi salvo, não valeu a pena, e agora vocês estão feridos, ah, vamos ser expulsos, a Minerva vai fazer picadinho da gente... – abraçou Harry, Jorge e Rafael. Sophie corria atrás dela junto com Fred.

-Calma, Mione, assim você nos mata do coração... – disse Harry sorrindo.

-Mas foi uma idiotice, eu devia saber que os Comensais estariam lá dentro...

-É, mas eu, o Harry, o Rafael, o Draco e o...

-Quem? Só foram vocês quatro... – perguntou ela. Rafael tirou o véu do bolso interno e disse:

-Só fomos nós quatro... Voltamos cinco... E uma parte em seis de alguém.

-O que? – perguntou Hermione. Sophie conversava com os medibruxos, Fred ao seu lado, e Sirius entrava no posto médico. – AAAAH!!!

-Demorou tanto assim pra perceber, Mione? – disse Sirius, sorrindo enquanto a garota o abraçava, as lágrimas manchando-lhe o rosto.

-Sirius... Mas... Como...

-Sssh... Daqui a pouco conversamos... Agora tenho que levar vocês a Hogwarts.

-Mas como você sabe...

-Os membros da Ordem da Fênix têm uma maneira de se comunicar. – disse ele. – Vamos, lá com uma xícara de chá podemos conversar bem melhor.

-Mas... – disse Hermione, olhando para a porta fechada onde estava Draco. Tentou contatá-lo em vão, a mente do garoto tinha uma verdadeira muralha da China. Sophie percebeu o olhar da garota e disse:

-Você pode ir, eu fico por aqui.

-Não se preocupe Mione. – disse Jorge. – Qualquer notícia do Draco eu te aviso. Vou ter muito tempo pra ouvir do Sirius essa história. – sentou-se, e Hermione o beijou na testa. Saíram pela cabine telefônica, a luz os trazendo à realidade. Sirius explicou:

-Não podemos aparatar, temos a Gina, que é menor de idade... E parece que não é só o Ministério que monitora as redes de Pó de Flu.

-Sirius? – disse Harry. – Essa é a Vianne. – Sirius sorriu para o garoto.

-Você tem bom gosto, Harry. – percorreram o caminho até a estação de metrô silenciosamente, até que Rony perguntou?

-Er... Não é por nada, mas quem de vocês tem dinheiro trouxa?

-Eu tenho! – exclamou Hermione. Foi andando comprar as passagens, mas parou e disse:

-Sirius, eles nunca me venderiam passagens para nove pessoas... Você pode vir comigo?

-Cl-claro, Hermione. – gaguejou o homem. Quando chegaram à bilheteria Hermione disse:

-Ok, Sirius. Eu sei que não tenho nada a ver com a sua vida, mesmo que ela tenha começado há pouco mais de uma hora. Mas me diga o que está acontecendo.

-Você é muito inteligente. – ela sorriu, mas seu olhar continuou firme. – Ok, é que eu fico pensando se foi a escolha certa.

-Escolha?

-É... Depois de dois anos e alguns meses você pode decidir se volta para a Terra, fica no véu ou... Bem, vai dessa pra melhor ou pra pior literalmente. Se você ficar no véu, vai viver como um fantasma. Eu via o que acontecia do lado de fora, mas não podia interagir com vocês. Então, quando faltavam apenas mais alguns minutos pra eu poder escolher... Se eu não escolhesse eu teria de viver naquela semi-vida.

-E, quando você estava se decidindo... Viu o Harry sendo torturado.

-Eu tinha morrido com a varinha... Sem pensar duas vezes saí de lá... Mas agora fico pensando se não teria sido melhor eu ter ficado... Não sei se vou poder dar uma boa vida ao Harry, afinal quero o melhor para ele.

-Acredite Sirius. – disse Hermione, pegando os bilhetes na mão da mulher. – O Harry está bem melhor. Não precisa ficar evitando-o, ele vai se sentir mal.

-Eu já te disse que você é a bruxa mais inteligente da sua idade que eu conheço? – disse ele sorrindo. Distribuíram as passagens e sentaram-se, esperando o trem. Rony e Mina ainda exibiam restos de irritação. Harry e Vianne conversavam alegremente com Sirius. Gina e Rafael conversavam sobre algo que ninguém pôde ouvir, e Hermione acabara cochilando no ombro de Fred. Seu sonho era cheio de sereianos e, por incrível que pareça, sangue. Estremeceu e acordou pouco antes da estação em que deveriam descer. Fred sorriu:

-Então você teve uns momentos de descanso, não é Hermione?

-E o pior, Fred... Eu precisava deles... – o garoto olhou fixamente para ela.

-Hermione, eu não queria me envolver na sua vida, mas já me envolvendo... Você e o Jorge... O que ta rolando?

-Na verdade eu não sei bem. Tipo...

-Enrolados. – ele fez uma pausa. – Mas e...

-Eu e o Draco terminamos pouco antes de eu ir para Azkaban.

-Mas você está preocupada com ele, não é?

-Você também está e nem por isso tem chances de namorar ele. – ela sorriu. – Além disso, você e a Sophie estão muito bem.

-É... Ela tem muitos planos. Já falou uma vez sobre casamento...

-Ela é rápida! – disse Hermione, rindo. – E você, como reagiu?

-Bem, eu... – foi interrompido pela voz de Sirius.

-Fred! Venha aqui! – ele se desculpou e deixou Hermione sozinha no banco. A garota, antes de se afundar nos pensamentos ainda ouviu que eles falavam sobre o Mapa do Maroto.
Draco. Não era de longe o único que amara, mas com certeza o mais intenso. A garota viveu nessas últimas semanas o que uma pessoa normal vive em uma vida inteira. E a maior parte dessas coisas envolve Draco.

Sinto o peso do mundo
Como Deus tivesse me dado às costas
Não se prenda a mim, eu juro que não posso te consertar.
Ainda no escuro, você pode me consertar?

E cada vez mais sua vida era mudada... Antes era Draco, agora Jorge. Não admitira para Fred, mas o sonserino ainda mexe muito com sua cabeça. E esse pensamento faz Hermione querer gritar de ódio. Que droga! Sempre que eu construo qualquer coisa, qualquer resquício de felicidade... Vem o Draco, sempre o Draco pra acabar comigo...

Queda livre, queda livre, por toda a vida.

Lembrava-se de sua tarde com Jorge. O garoto a fizera sentir-se bem de novo, como nunca desde que tivera a primeira conversa civilizada com Draco. Achava que ele lhe trouxera muitos problemas, e estava certa. Estava sempre certa.

Se você me ama, então me deixe em paz.
Eu não ficarei presa ao que eu costumava ser
[Ela não é nada para mim].

Draco estava mais uma vez “naquele” estado. Um estado catatônico, onde só podia ouvir seus pensamentos. Só pôde ouvir algumas palavras soltas do que Sophie conversava com os medibruxos. “Sangramento forte... Perda alta... Bem a tempo... Cicatrizes... Maldição...” pela terceira vez na vida sentiu-se seguro. A primeira vez quando estava com sua mãe e Sirius. A segunda quando estava em Hogwarts. E, por incrível que pareça, a terceira era quando estava com Hermione. Gritou, mas ninguém o ouviu. Realmente estava no topo do mundo, de onde nada poderia sair. Mas chegava. Ouviu Sophie falando com Jorge.

Sinto o peso do mundo
Como se todos os meus gritos não fossem ouvidos
E oh! Eu sei que você não acredita em mim
Seguro no escuro, como você consegue ver?
Queda livre, queda livre, por toda a vida.

E, percebeu que ouvira com todas as letras o pensamento de Hermione. Só uma frase. Vinte e uma palavras que mudaram sua vida para sempre. Hermione se queixava dele. Ela preferira Jorge. E acabara de pensar nas palavras das quais tanto se arrependeria.

Se você me ama, então me deixe em paz.
Eu não ficarei presa ao que eu era.


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