Nunca Te Esquecerei escrita por Eleanor Devil


Capítulo 10
O poder do nosso amor


Notas iniciais do capítulo

capítulo 10 ^^ espero que gostem, a fic está quase a terminar, talvez mais uns dois ou três capítulos!



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Nunca te esquecerei

Capítulo 10 - O poder do nosso amor

PDV de Ichigo


Senti o meu corpo a flutuar...a flutuar num mar de escuridão...escuridão que me assustava...onde estava eu? Não gosto deste lugar...não gosto desta escuridão tão sombria...onde estavam todos...?

'Ichigo...' ouvi alguém a chamar-me, olhei em volta mas não encontrei ninguém...

'Ichigo...' ouvi de novo aquela voz, olhei mais uma vez à minha volta e mais uma vez não estava lá ninguém, quem estava a chamar-me?

"Quem está aí? Q-Quem me chama? Mostra-te!" exigi, estava a assustar-me, assustava-me tal como a escuridão que me rodeava. De repente um raio de luz iluminou-me, tive de tapar os meus olhos para não cegar, estive tanto tempo envolvida nesta escuridão que tal luz repentina era demais para mim.

"Ichigo..." veio de novo aquela voz, o lugar que antes tinha estado coberto de escuridão estava agora coberto de luz, ajustei os meus olhos ao brilho que me rodeava e abriu-os lentamente

"Ichigo, minha filha..." disse a voz, filha...? Espera...poderia ser...olhei para cima e vi uma mulher semelhante a mim a pairar sob a minha cabeça, ela tinha cabelo curto e vermelho, ligeiramente mais curto que o meio e era mais claro que a cor do meu cabelo, tinha olhos cor de avelã como os meus, estava vestida num longo vestido branco, um par de orelhas de gato pretas estavam no topo da sua cabeça e uma cauda da mesma cor saindo por debaixo do seu vestido tal como as minhas características animais! Os seus pés estavam descobertos e um par de asas brancas saiam das suas costas, devagar ela assentou os pés no chão, ficando à minha frente, um sorriso amável preenchia os seus lábios rosados enquanto olhava para mim.

"Minha filha...olha como cresceste...tornaste-te numa linda rapariga tal como eu sempre disse que irias ser" estava sem palavras...esta mulher que estava à minha frente era nada mais, nada menos do que a minha...

"Mãe?" finalmente consegui falar "Mãe...és mesmo tu...?" é verdade que eu sempre disse que sentia muito a falta dos meus pais mas não me recordava extremamente bem deles, tinha apenas três anos quando eles os dois morreram naquela batalha à doze anos atrás...mas eu recordava-me que a minha mãe era uma mulher muito gentil e uma óptima esposa e mãe, recordava-me agora como os meus pais eram graças às fotos que tinha comigo deles os dois...ela sorriu-me de novo e assentiu com a cabeça

"Sim, Ichigo sou eu, estou aqui" comecei a sentir os meus olhos molhados e quando dei por isso estava a abraçar a minha mãe, a chorar no seu peito, senti os seus braços quentes a envolverem-me e a segurarem-me perto de si, de uma maneira protectora, uma das suas mãos acariciava os meus cabelos ruivos...

"Oh mãe! Senti tanto a tua falta!" chorei, senti a minha mãe a sorrir-me de novo enquanto continuava a acariciar os meus cabelos

"Eu sei minha gatinha, eu sei que sim..." murmurou ela, finalmente parei de chorar e levantei a cabeça do peito da minha mãe para olhar para ela, estava ainda confusa e tinha várias perguntas a fazer.

"Mãe...onde estou? E..e o que é que me aconteceu? Como é que tu estás aqui? Estou...estou morta?" os olhos de avelã da minha mãe entristeceram perante isto, ela soltou-me dos seus braços mas os seus olhos continuaram a olhar para mim, ela suspirou antes de começar a falar

"Ichigo...tu não estás morta...ainda...estás numa espécie de coma profundo e precisas de acordar agora ou então não conseguirás...nunca mais..." os meus olhos arregalaram-se em surpresa e choque mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa a minha mãe continuou a falar "Foste gravemente ferida pelo líder dos demónios quando tentaste proteger o Kisshu, impedindo que ele fosse morto"

Quando a minha mãe mencionou o nome do meu amado, não pude evitar e comecei a sentir-me preocupada

"K-Kisshu! O-Onde é que ele está?! Ele está bem?!" perguntei, de certa maneira levantando o som da minha voz, estava muito preocupada com aquele que eu amava, tinha de ter a certeza que nada de mal lhe tinha acontecido após ter perdido a batalha contra o líder dos demónios e perder os meus sentidos

"Não te preocupes, Ichigo, ele está bem, tem algumas feridas ligeiras mas nada sério a comparar com as tuas. As tuas amigas chegaram a tempo e levaram-te para poderes ser assistida imediatamente. Dois dos teus amigos trataram da tua ferida e pararam a hemorragia mas agora cabe a ti, minha filha, tu tens de encontrar a tua força para despertar ou a escuridão virá de novo e levar-te-á, não poderás despertar se isso acontecer..." disse a minha mãe, eu olhei para baixo...

A minha força...eu tinha de encontrar a minha força para despertar...mas onde estava ela...? Onde estava a minha força...

'Ichigo...acorda por favor...' arquejei, esta voz...não pertencia à minha mãe desta vez! Eu...eu conhecia esta voz! 'Acorda meu amor, estou aqui, estou aqui e nunca te vou deixar…perdoa-me…perdoa-me gatinha se ao menos eu tivesse sido mais forte, se ao menos eu não fosse tão fraco, se ao menos eu não tivesse deixado aquele demónio derrotar-me tão facilmente nada disto estaria a acontecer…a culpa é minha mas por favor…por favor Ichigo acorda, abre os teus olhos, eu quero ver esses teus olhos castanhos a brilharem para mim e esse teu sorriso maravilhoso de novo…já te perdi uma vez…não quero perder-te de novo, não para sempre…eu amo-te, eu amo-te mais do que a minha própria vida…não me deixes Ichigo…és tudo para mim, és tudo o que me resta…os meus partiram e agora o meu avô…e nem sequer tive oportunidade de dizer que..que o adorava mas principalmente…que o perdoava…que o perdoava por todos os erros que ele cometeu no passado…não me deixes tu também minha gatinha…és tudo para mim…és tu que me alegras quando estou em baixo, és tu que me fazes sentir quente por dentro, és tu que fazes o meu coração bater com tanta força que parece que ele vai saltar do meu peito, és tu que me dás força para eu continuar a viver, para eu continuar a lutar, tu és a minha vida Ichigo, és a minha luz ao fundo do túnel…tu és a minha gatinha, és o meu anjo da guarda…não me deixes…não me deixes por favor, eu peço-te…imploro-te…eu não sei se vou conseguir continuar a viver sem ti…eu amo-te…amo-te mais do que tudo…' Kisshu...esta voz...pertencia ao meu amor! Estava a começar a sentir-me estranha...estava sentir-me diferente...sentia-me...quente...forte...era isto...a força que a minha mãe tinha-me dito que tinha de encontrar...? Olhei de novo para a minha mãe, estava sorrir amavelmente para mim e reparei que ela estava a tornar-se invisível

"M-Mãe...? O...O que está a acontecer?" ela continuou a sorrir para mim e colocou uma mão sobre a minha face mas agora apenas sentia ar, já não sentia o seu toque quente sobre a minha pele...

"Estás a despertar, minha gatinha...encontraste a tua força, Kisshu é a tua força" eu tinha razão então...o meu amor era a minha força...sim...ele era a razão pela qual eu despertava todas as manhãs, ele era a razão pela qual eu sorria, chorava, corava, ria, ela era tudo para mim..."Adeus minha filha, sê feliz e lembra-te...eu e o teu pai estava a ver-te todos os dias e vamos sempre amar-te" com essas palavras a minha mãe desapareceu por completo e tudo à minha volta voltou a brilhar...a coisa seguinte que me lembrei foi sentir algo...lábios sobre os meus e depois alguém a aconchegar-se ao meu lado, quentes e fortes braços envolvidos sobre o meu corpo fraco...

"Ki...sshu..." murmurei baixo e com fraqueza mas eu acho que ele me ouviu, senti ele a mexer-se e quando reparei estavam dois olhos dourados a olharem para mim...

"I-Ichigo...? Tu...tu estás acordada..." murmurou ele, dei o meu melhor para sorrir, vi os seus olhos âmbar a ficarem cobertos de lágrimas e estas caíram dos seus olhos e sob a minha face. Ergui uma mão e limpei-lhe os olhos mas antes que conseguisse acabar de o fazer, ele puxou-me para os seus braços e segurou-me perto dele, apertadamente e de maneira protectora...

"Kisshu..." sussurrei, uma das suas mãos estava na parte de trás da minha cabeça, acariciando-me os cabelos e a outra descansava sob as minhas costas

"Graças a Deus estás acordada! Eu...eu pensei que te tinha perdido para sempre!" senti o meu ombro a ficar molhado e eu sabia que ele estava a chorar de novo, não sabia exactamente o que lhe dizer por isso tudo o que eu podia fazer era usar uma das minhas mãos para lhe acariciar o cabelo verde "Ichigo..." ouvi-o a falar de novo "Nunca mas nunca mais te atrevas a fazer uma coisa semelhante...eu não...eu não consigo suportar esta dor de novo..."

"Desculpa-me Kisshu...não te quis preocupar...eu só não consegui ficar ali e vê-lo a magoar-te...ou pior...matar-te...eu sabia que podia fazer algo para o impedir por isso fi-lo..." senti ele a apertar mais o abraço mas consegui retirar a minha face do seu ombro para assim poder olhá-lo nos olhos, nenhuma palavra saiu nem dos meus lábios, nem dos dele, simplesmente movemos as nossas caras para a frente e enlaçámos os nossos lábios um no outro, primeiro de maneira calma e ligeira e depois com mais intensidade e paixão, senti algo a rodear-me o corpo e conseguia aperceber-me que não se tratavam das mãos de Kisshu, não…era como se fosse uma espécie de energia…alguma espécie de força…ainda a beijar o meu amor, abri ligeiramente os meus olhos e o que vi surpreendeu-me por completo, ambos eu e o Kisshu estávamos envolvidos numa luz azul-celeste. Quebrei o beijo entre nós e ele também abriu os seus olhos, surpresa preencheu-os quando ele viu a mesma luz.

“Mas o que é que…” sussurrou ele ainda tão surpreso quanto eu mas depressa essa luz desapareceu, deixando-nos ambos confusos

“O que foi aquilo…” murmurei, olhei em volta e depois de novo para Kisshu e foi aí que vi algo de diferente nele “K-Kisshu! O-Os teus arranhões! Desapareceram!” Kisshu olhou para mim confuso mas então deu uma olhadela pelos seus braços e pernas, confirmando o que eu lhe havia dito, ele estava completamente curado, os arranhões que estavam no seu corpo já lá não estavam, nem um sequer.

“W-Wow…as minhas feridas sararam não muito tempo depois de tu…teres sido atacada pelo líder dos demónios, eu…eu perdi o controlo de mim mesmo e um poder diferente despertou dentro de mim, as minhas feridas graves sararam mas quando voltei a lutar contra ele, apesar de não lhe ter dado muita oportunidade de me atacar, fiquei com alguns arranhões…como…como é possível estarem saradas de novo…?” eu não lhe podia responder porque nem eu mesma sabia a resposta a tal pergunta, estava a perguntar-me o mesmo…ainda assim eu atrevi-me a olhar para o meu próprio corpo, olhei para os meus braços, nenhuma ferida, olhei para as minhas pernas, nenhuma ferida de novo…finalmente olhei para o lugar onde a pior ferida era suposto estar…mas…a ligadura envolta desde a minha cintura até ao meu peito não tinha sangue algum. Com cuidado comecei a retirar a ligadura do meu corpo.

“O que é que estás a fazer?! Não podes tirar essa ligadura ainda!” disse Kisshu mas desta vez ignorei o que ele disse e continuei a retirar a ligadura, reparei que a cara de Kisshu estava de certa forma a ficar vermelha, tão vermelha como a cor do meu cabelo, e ele desviou o olhar, perguntei-me porquê mas depressa me apercebi que o meu peito estava completamente descoberto devido a eu ter retirado toda a ligadura do meu corpo. Um braço rapidamente colocou-se sobre ele mas os meus olhos não tiravam de vista a minha barriga, uma ferida era suposta estar ali mas nada foi encontrado, a minha pele estava completamente limpa, nem sangue, nem cicatriz…Kisshu viu isto pelo canto do seu olho e eles arregalaram-se em choque.

“C-Como é que isto é possível…?” murmurei, ambos eu e o Kisshu estávamos confusos

“Não faço ideia…” murmurou Kisshu, esquecendo-me sobre o desaparecimento repentino das nossas feridas voltei a olhar para Kisshu antes de lhe perguntar:

“Onde estão os outros, Kisshu?”

“Lá fora, têm estado a rezar para que acordasses o mais depressa possível” um pequeno sorriso apareceu nos meus lábios, retirei o cobertor que tapava as minhas pernas e coloquei-o em volta do meu corpo

“Onde é que vais?” perguntou ele

“Lá para fora, quero ver os meus amigos, Kish” entendendo o meu pedido, ele assentiu e ajudou-me a levantar, ambos caminhámos para fora da tenda onde nos encontrávamos, pouco tempo depois de Kisshu ter caminhado para fora da tenda ouvi a voz preocupada de Ryou

“Alguma reacção da parte…” ele não terminou a frase naquele momento pois os seus olhos azuis olharam para mim assim que eu saí para fora da tenda e coloquei-me ao lado de Kisshu “…dela…”

“Ichigo!!” gritaram as minhas amigas quando me viram, em poucos segundos tinha um grupo de seis raparigas a abraçarem-me todas ao mesmo tempo

“Meninas!” disse eu feliz enquanto colocava os meus braços em volta delas e abraçava-as também, algumas estavam a chorar, outras apenas sorriam.

“Oh mana, preocupaste-nos!” disse Berry, não disse nada, apenas a abracei e ela retribuiu-o, vi Masaya, Ryou e Keiichiro a caminharem até mim, virei-me para olhar para eles

“Apesar de teres acordado, devias ainda estar deitada para recuperares ó moranguito” disse Ryou, odiava quando ele me chamava isso “Essa ferida podia ter sido fatal e pode abrir de novo”

Suspirei e olhei directamente para ele “Não vai abrir Ryou…” vi ele a arquear uma sobrancelha confuso, devagar destapei apenas a parte do manto que cobria a minha cintura, mostrando a todos que não tinha ali ferida nenhum, nem ferida, nem cicatriz, nada, todos olharam para o sítio onde a ferida era suposto estar com os olhos arregalados

“M-Mas como isso é possível..? N-Nós vimos com os nossos próprios olhos, estava aí uma ferida bastante profunda! Atravessava-te de um lado ao outro, como é que não está aí nada?!” disse Berry

“Não sabemos mas algo de estranho aconteceu quando eu e o Kisshu nos beijámos…uma luz azul celeste envolveu-nos aos dois e quando desapareceu todas as nossas feridas tinham desaparecido como por magia, nem sangue havia” expliquei, todos estavam ainda confusos assim como eu e Kisshu, o único que não parecia confuso era Keiichiro, ele parecia mais intrigado do que outra coisa…

“Humm…dizes que uma luz celestial voz envolveu e curou as vossas feridas como por magia…?” murmurou, eu pisquei os olhos confusa mas assenti, ele colocou uma mão sobre o seu queixo e o olhar intrigado continuava nos seus olhos castanhos, até que…”Não…não pode ser…será que…é possível…?” murmurou

“O que é que é possível, Keiichiro?” perguntou Ryou, agora estávamos todos curiosos sobre o que estaria ele a pensar, será que tinha descoberto a verdade por detrás deste mistério todo?

“Eu recordo-me…e tenho a certeza que tu também te recordas, Ryou, de os nossos pais falarem sobre uma lenda antiga que ninguém sabe se é verdadeira ou não mas que até aos dias de hoje não se realizou…a lenda sobre o amor entre uma humana e um alien, a lenda dizia que um alien e uma humana um dia iriam apaixonar-se perdidamente um pelo outro e que juntos derrotariam os demónios e trariam paz a este mundo, a guerra iria acabar e todos viveríamos em paz” disse ele enquanto pousava o olhar sobre mim e Kisshu, ambos estávamos confusos mas ao mesmo tempo espantados, olhámos um para o outro e depois de novo para Keiichiro

“Tu queres dizer…” comecei mas não consegui acabar pois Keiichiro completou-a por mim

“Que vocês os dois podem muito bem ser as pessoas da lenda e mais…aquela luz celestial que vos curou quando se beijaram, era apenas parte do poder do vosso amor que está para despertar”

TBC…


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Notas finais do capítulo

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