Salve-me escrita por HannahHell


Capítulo 2
Entenda-me




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Idiota, ele é um tremendo idiota. Saia por aí neste frio, doente desse jeito. Ah! Aproveite e morra de uma vez, eu não ligo.

 

Katara seguia o dobrador de fogo, aquele que, bem lá no fundo ela acreditava, entendia e suportava, mesmo dando tantos motivos para ela não o fazer. Ela particularmente gostava de ter mais alguém maduro no grupo, para variar um pouco. Claro que ele era sério demais, o que era bom, pois assim ela parecia muito mais engraçada do que o normal.

 

Se ele é o mais maduro, não quero nem pensar nos outros. Ela respirou fundo e tentou limpar os pensamentos da sua irritação.Já era ruim o suficiente estar andando em meio àquele vento frio sem nem mesmo ter pego uma manta, só para ajudar aquele príncipe teimoso. Por que ainda me importo?

 

Ela chegou finalmente no litoral, sua mente estava numa discussão acirrada tentando responder àquela pergunta. Ela não tinha motivos, razões ou qualquer argumento lógico para explicar por que estava seguindo-o para impedir que ele fique com uma pneumonia ou algo pior.

 

O vento estava mais forte, tornando difícil ficar com os olhos completamente abertos, mas pode ver com clareza Zuko parado na borda, olhando para o mar agitado.

 

-Zuko – ela começou receosa caminhando na direção dele – o que você está fazendo?

 

Ele se virou rapidamente, seus olhos estavam deesfocados e, mesmo olhando na direção dela, não parecia vê-la.

 

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Me virei para ver aquele que falara, mesmo que eu já soubesse de cor quem era, à meses enfrentava essa pessoa – o que você quer? – era estranho falar tão friamente comigo mesmo. Mais estranho ainda era me ver com um olhar tão enojado em minha direção.

 

-Ah! Zuko... Zuko... Zuko... – ele começou a se aproximar – você é tão idiota. Perdeu tudo que eu sempre quis, fez isso por causa desses pirralhos. E agora está preocupado se aquela garotinha idiota se importa ou não com você? Será que dá para ser mais patético? – riu com escárnio.

 

-Ela não é idiota – murmurei encarando o chão.

 

-Desculpe, eu não ouvi direito...

 

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-A Katara não é idiota – Zuko berrou para alguém.

 

A garota parou com o susto que o berro repentino a causou, mas então foi como se a ficha tivesse finalmente caído, ele estava tendo uma alucinação e, de alguma maneira, o assunto era ela. Perturbador...

 

-Zuko! – ela o chamou tentando o fazer acordar, correu até ele e segurou seus ombros – Zuko, acorda, por favor – pediu enquanto chacoalhava ele gentilmente.

 

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-Patético – ele riu novamente e se aproximou, colocando as mãos nos meus ombros – você é um imbecil! Covarde, um completo tolo! Desistiu de tudo para não ter nada! E ME deixou sem nada – me sacudiu extravasando sua raiva mal contida – Mas não tem problema, vou acabar com você, controlar seu corpo, acabar com seus amiguinhos e de quebra consigo o perdão do papai – riu sadicamente.

 

-Tire as mãos de mim – o empurrei, mas não tinha forças para fazê-lo dar mais de um passo.

 

-Idiota – murmurou irritado e me empurrou com força, não precisou que eu fosse muito para trás para cair do paredão.

 

Por que eu tinha de estar tão perto da borda?

 

__//__

 

-Tire suas mãos de mim – ele murmurou e a empurrou.

 

-Zuko! – ela não queria se irritar com alguém alucinando, mas ela estava tentando o ajudar! Não era justo ser tratada desse jeito. Voltou a se aproximar, mas mal encostou nele ele andou para trás. Não tinha muito espaço para tal façanha e acabou pisando em falso e caiu.

 

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Senti o conhecido frio na barriga. A viva e interessante sensação que provava que a teoria da inércia estava certa e que me fazia sentir estranha e assustadoramente vivo, mas essa sensação passou e em seu lugar veio uma estranha dor no meu ombro.

 

Olhei para cima, alguém segurava meu pulso, era ela, agarrada à beirada do paredão com uma mão segurando meu pulso tentando me puxar.  Seus cabelos caíam e cobriam parcialmente seu rosto, mas ainda sim podia ver um brilho preocupado e aliviado em seus olhos.

 

-Katara.

 

-Você... é... pesado – ele murmurou enquanto usava todas suas forças para me puxar. Usei a parede como apoio e ela me ajudou a subir.

 

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Se eu desloquei alguma coisa, ele vai se ver comigo. Ela o puxou para a borda e os dois engatinharam para ficar longe do paredão e se sentaram. Recuperando-se do que acabara de acontecer.

 

Katara observou o garoto ao seu lado, estava mais pálido que o normal, nem mesmo seus lábios tinham cor, seu corpo estava coberto de suor e ele tremia inconscientemente. Não conseguiu se conter e encostou a mão na testa dele, levando um grande susto; se antes dava para fritar um ovo na testa dele, agora dava para cozinhar o jantar inteiro, de tão quente que ele estava.

 

-Zuko, você poderia se deitar? – ela perguntou, ele estava alucinando novamente, ela sabia disso, pois seu olhar voltou a encarar o nada. Mesmo assim ele deitou-se no chão e apoiou sua cabeça na perna dela.

 

A garota não pode deixar de sentir suas bochechas corarem com a atitude dele, sou uma grande idiota, respirou fundo, colocou a água nas mãos e começou a tentar curá-lo.

 

-Você não vai traí-los! – ele murmurou – eu não sou mais você!

 

Ela parou. Isso era mais que uma alucinação era um conflito interno, ele precisava mais de uma cura, precisava de ajuda, mas como poderia ajudá-lo?

 

Por que eu quero ajudá-lo? E por que eu estou curando? E por que eu me importo? AAAARGH!

 


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Notas finais do capítulo

espero que gostem
e não se esqueçam das reviews



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