Keys escrita por Charlotte


Capítulo 5
O Que é Desse Mundo Fica Nesse Mundo




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Eu abri a porta e encontrei Elliott sentado no sofá e Lewis sentado numa poltrona perto da janela.Os olhos dos dois brilhavam no escuro.


-Se quiser pode acender a luz. - Lewis disse percebendo que eu não gostava da escuridão.


Eu acendi as luzes, e quando olhei para Elliott, ele parecia estar meio desconfortado, mesmo assim com uma expressão séria. Lewis ainda estava com a bandeja, agora com um pouco de biscoitos.


-Bom, já podemos conversar. - ele começou – Sophie, aposto que você já deve ter escutado histórias sobre nós, normalmente aparecemos em pesadelos, mas antigamente conseguiamos aparecer no mundo dos seres humanos. Já hoje, só alguns têm esse privilégio. Esses são conhecidos como Keys, nossos olhos são diferentes de qualquer ser vivo.


-Mas o que eu tenho haver com isso? - perguntei grossa.


Ele sorriu e logo respondeu.


-Meus poderes aumentam quando eu faço um pacto com alguém. E isso também me mantem entretido por um tempo, brincar com os sentimentos de outros seres... que divertido. - ele riu.


-Lewis... - Elliott disse.


-Tá, já entendi. - ele disse pegando um biscoito – Tudo que é desse mundo fica nesse mundo.


-Como?


-O que eu quero dizer é, seu pai pertence a este mundo, mas sua mãe não.


Agora sim fazia mais sentido.


-Você quer dizer que eu sou filha de um homem daqui e minha mãe uma humana?


-Exato. - ele disse comendo o biscoito - Você sabia que o Elliott já foi no mundo dos seres humanos quando você...


Elliott se levantou rápido tapando a boca de Lewis, e puxando uma espada de sua bainha apontando para Lewis, ele parecia bem irritado. Eu sabia que Lewis queria provocar-lo, mas acho que ele estava falando a verdade, então eu já tinha visto o Elliott no meu mundo, mas onde?


-Elliott, o que você fez no meu mundo?


-Você pertence a este mundo. - Lewis me corrigiu retirando a mão de Elliott.


Elliott não queria responder, ele só ficava parado, soltando Lewis devagar indo em direção à porta.


-Eu não tenho que responder certas coisas. E se você não lembra de mim, é bem melhor. – ele saiu da sala sem dizer mais nada.


-Então Lewis, você vai me contar não é?


-Não, e você já pode sair.


Eu praticamente fui chutada para fora da sala. Ele sabe como irritar. Mas eu continuei lá, mesmo tendo um certo medo de Lewis.


-Não vai sair? - ele perguntou comendo o último biscoito.


-Não.


-Tudo bem eu já terminei os biscoitos mesmo. - ele abriu um largo sorriso – Aposto que já está na hora de brincar, certo?


É só se manter calma, certo?


-Como eu deveria começar a brincar?... - ele estava pensando – Talvez tocar em assuntos que eu não deveria, ou... – ele sorriu novamente – Brincar com seus sentimentos, parece divertido.


-O que?


-Fazer você se apaixonar de verdade, ou nem tanto assim... e depois dizer algo que te magoe, assim você ficaria triste, certo?


-Mas se você me dizer seu plano eu nunca vou me apaixonar... pensando bem nem se você não tivesse contado o seu plano...


-Isso é só um detalhe, já tive outras contratantes, nenhuma delas está viva para contar a história delas. - ele riu.


-Sabe, você me assusta. Como posso me apaixonar por alguém que tenho medo?


-É só uma questão de tempo... e eu não sou tão assustador.


Sim, Lewis é muito assustador e sempre diz coisas sem sentido, sempre mudando de assunto... A presença dele me deixa desconfortada.

Eu já estava me virando para sair, mas senti a respiração dele na minha orelha. Ele estava bem próximo e a qualquer momento eu poderia dar um soco nele, mas ele segurou minhas mãos e continuou.


-Isso é um presente...- ele disse o mais baixo possível.


Ele deu um beijo na minha bochecha, logo depois me soltou e quando eu virei ele ainda estava lá parado, me olhando com um sorriso doce, que deduzi que fosse falso. Me virei novamente para sair e dessa vez nada me interrompeu.

Fechei a porta e algo estava me seguindo enquanto eu andava em direção ao meu quarto que agora eu já lembrava, andei lentamente até lá e quando encostei na maçaneta, alguém tapava minha visão com as mãos, fazendo aquela perguntinha:


-Adivinha quem é...


Mas a voz não vinha atrás de mim e sim do meu lado esquerdo.Parecia a voz de uma garota um pouco mais velha que eu, talvez...

Senti um cheiro doce e a garota dizendo algo, mas logo eu não escutei mais nada, sentindo minhas pernas enfraquecerem até eu cair no chão e só acordando depois...


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