Nico Di ângelo e a Primeira Profecia escrita por marinadomar


Capítulo 5
Vejo a verdade em um espelho


Notas iniciais do capítulo

Desculpa mesmo pela demora :x



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Bianca se desfez em fumaça antes mesmo de ouvir meu agradecimento, que se dispersou no ar. O dragão que guardava o Velocino de Ouro me olhou atravessado quando ouviu minha voz e voltou a seu cochilo. Parecia que ele não me via como uma grande ameaça. Hesitei antes de descer a colina. Não era meu lar, e alem disso não havia muitos campistas, pois só os integrais estavam lá, visto que as férias não haviam começado.

Lá embaixo estava a Casa Grande, talvez depois eu passasse ali para informar minha situação, pois o Chalé de Hades seria minha casa durante alguns dias se eu não quisesse dormir na rua. Passei pela água, mais a frente estaria o lago, e bem na margem, todos os chalés. Nesse verão haviam muitos, dês do desejo de Percy as coisas melhoraram bastante para os novos semi-deuses. O chalé de Hermes não era mais uma toca de coelho, só os filhos do deus dos mensageiros estavam ali.

Alguns campistas me cumprimentaram com a cabeça, ou falaram meu nome educadamente durante meu trajeto, mas todos tinham uma mistura de horror e compaixão nos olhos. Ah, sim reconheço esse sentimento: pena. Repeti o gesto para não fazer desfeita. Idiotas. Achava que eu havia ganhado certo respeito depois de ter ajudado na batalha.

Todos estavam se dirigindo para o Pavilhão do refeitório. O céu estava bem escuro, eles deviam estar indo jantar. Me dirigi distraidamente para os Chalés que agora se formavam em um W. Estava indo totalmente contra o fluxo de pessoas. O Chalé de Hades ficava bem ao lado chalé mais majestoso de todos, o de Zeus. Mas desde que Thalia se transformara em uma das garotas de Artemis, estava desocupado.

Subi os degraus e abri a porta. Estava como eu me lembrava. Paredes escuras, caveiras e todas aquelas coisas macabras que o rei do Submundo adora. Ah, como isso me lembrava de casa, que por ventura me lembrava que eu havia sido expulso de lá, tentei controlar a raiva me jogando na cama macia. Teria que arrumar um plano para reconquistar a confiança de Hades. Ele faria contato em pouco tempo, com os olhos queimando de raiva. A imagem que se formou na minha cabeça não era nada legal.

Me permiti relaxar na cama, mas não foi por muito tempo. Pois alguém bateu a porta assim que o sono havia me pegado. Argh, eu não podia ter nenhum minuto de descanso? Gritei para que pudesse entrar, não abri os olhos e muito menos levantei da cama, minhas mãos estavam descansando sobre o rosto, sentindo as minhas queimaduras e tentando estancar o pus saindo de uma delas. De longe já sabia que era Quíron o som daqueles cascos não enganavam nem uma velinha. Ele chegou perto de mim, obviamente com um sorriso estampado no rosto.

— Resolveu voltar, Nico? — Disse o centauro batendo os cascos no chão de tanta excitação.

— Eu fui expulso do Submundo — Eu proferi apertando as mãos no rosto. Vergonha era um sentimento horrível.

— Eu sei, seu pai me mandou uma mensagem de íris dizendo que não era para te receber aqui. — Quíron suspirou. — Ele parecia bem furioso.

— Você não vai me expulsar, vai? — Eu me levantei de repente. Onde eu iria ficar?

Quíron tentou engolir o susto, mas foi completamente sem sucesso, aquelas expressão durou menos de milésimos de segundos em seu rosto, mas ela esteve lá. Ele riu de minha preocupação, levando a mão até meu cabelo e bagunçando-o.

— O jantar vai até as 20h. Depois disso você vai passar fome. Tem roupas novas no guarda-roupa, te dou a lista de tarefas amanhã, se junte com a Chalé que melhor lhe convenha. — Ele piscou para mim trotando para a porta. Quando estava com o corpo para o lado de fora ele disse — E feliz aniversário, Filho de Hades. Cuidado, essa é a idade das profecias.

E ele se foi, deixando somente sua frase de efeito pairando no ar. Levantei da cama sem animo para ficar na frente daquelas pessoas com seus olhares impetuosos. Passei a mão sob minha bochecha para sentir o estrago novamente, ardia como o inferno. Encarei a palma das minhas mãos, pela minha medicina limitada eu via várias queimaduras de 2º grau e uma ou duas de 3º, levemente rodeadas pela vermelhidão de uma queimadura comum. Se minha mão estava assim, as pessoas tinham razão em olhar para o meu rosto daquela maneira. Minha cabeça fora enfiado primeiro, logo as queimaduras eram bem mais graves.

Me levantei da cama e tirei meus sapatos corroídos. Por incrível que pareça a única coisa inteira que restara em mim fora a jaqueta que ganhei de aniversário. A joguei em cima da cama e observei minha camiseta favorita com vários pontos queimados pelo Flegetonte, mostrando pequenos pedaços de meu corpo pálido. Fazia muito tempo que eu não via a luz do dia. Eu a tirei, assim como meu jeans rasgado pelo infortuno.

Fui até o guarda-roupa e abri a porta, e para meu horror tinha um espelho de corpo inteiro grudado a porta. Me reconheci no reflexo, só não queria acreditar que aquele era eu. Agora eu sabia por que todos olhavam daquele jeito para mim, pois era exatamente a mesma expressão que eu tinha em meu rosto. Horror, pena e surpresa. Alguns segundos depois, ódio.

 


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