Motorista Particular escrita por Anna


Capítulo 35
Epílogo




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Quatro Anos Depois

POV. Edward

Eu percorria o corredor vazio e mal cheiroso escoltado por um policia alto, de cara fechada, Mart, era o nome dele. Por cada cela, cheia ou vazia que passava a luz que saia das pequenas janelas atacava meus olhos, fazendo-me acostumar com a claridade. Era quase impossível acreditar que em alguns minutos eu estaria fora daquele lugar. Depois de quatro anos. Quatro longos anos.

- Até que pra um presidiário a sua cara tá ótima... – Jasper estava encostado no carro e me olhou de cima a baixo.

- Ah... Obrigado? – ele riu e me abraçou – Raspei a barba e me arrumei um pouco.

- É bom te ver de novo. – ele disse e apontou para o carro, pra que eu entrasse.

Ao entrar no carro, olhei pra trás procurando outras pessoas, mas estava vazio. Suspirei.

- É, sou só eu mesmo, obrigado pela parte que me toca... – Jasper ligou o carro.

- Ah, para com isso vai... – falei e ele riu outra vez – Pra onde vamos?

- Vai saber quando chegar. – ele disse maroto.

- Certo. Não vai nem me falar sobre o que aconteceu nesses anos, quer dizer, as visitas não duravam nem uma hora direito... – ele respirou fundo e começou a falar.

- Bom, eu... – engoliu seco – Ah, eu estou namorando, e é sério...

- Verdade? – eu sorri sem querer – Isso é bom, e quem é ela?

- Você conhece. – disse meio envergonhado.

- Então... – pedi pra que continuasse.

- Alice. – falou rapidamente.

- O que? – perguntei de uma vez – Você e Alice? – comecei a rir – Isso é engraçado.

- Ah, cala a boca Edward... – ele também ria – Olha, quer saber não vou te dizer mais nada... – ele se virou um pouco e pegou um livro pesado, parecia mais um álbum de fotos – Pegue. – o jogou em meu colo – Foi idéia de Alice, mas todos tiveram que ajudar.

Abri o álbum meio desconfiado. Na primeira folha estava escrito “Os Quatro Anos Mais Longos de Nossas Vidas” em uma letra bonita e ao virar comecei a ver as fotos.

- Alice fez questão de fotografar tudo o que acontecia, quando ela não podia, Esme estava lá, com a câmera na mão... – ele pausou – Elas com certeza filmaram tudo também, mas isso você vai ter que ver quando chegar...

- Nossa... – sussurrei emocionado.

Havia fotos de todos os jeitos possíveis, tudo o que eu havia perdido durante quatro anos estava ali. Eu podia sentir o cheiro da comida de Esme em uma foto que ela estava abrindo o forno, podia ouvir a gargalhada de Emmett enquanto ele pintava a barriga de nove meses de Bella com tinta preta e podia sentir as pequenas mãos de Bella, que em quase todas as fotos acariciava a barriga...

- Acho que as próximas são as melhores... – Jasper disse sem tirar os olhos da estrada.

Ao virar a página, vi a foto de um bebê. Os olhos verdes e escuros, as mãos pequeninas, as bochechas rosadas, parecia estar ligeiramente sorrindo. Tinha bastante cabelo pra um recém nascido e um pouco desse cabelo dourado caia na pequena testa, a pele branca como a neve brilhava.

- Benjamin... – sussurrei e limpei uma lágrima que insistia em deslizar por meu rosto.

- É... Pena que ele não é mais tão fraco e inocente como nessa foto aí. O carinha é forte pra caramba. – ele riu.

Fechei o livro rapidamente, assustando Jasper que se virou pra mim.

- Não quer ver mais? – perguntou enquanto fazia uma curva.

- Prefiro a surpresa... – ele sorriu pra mim e continuou a dirigir em silêncio.

- Pra onde estamos indo? – perguntei percebendo que já estávamos fora de Nova York.

- Ué... – ele riu – Não gosta de suspresas?

Depois de algumas horas ouvindo a música country que Jasper colocara, virei-me para a estrada. A placa indicava Seattle. Abri a janela do carro senti o vento batendo em meus cabelos. Era bom estar livre.

“Estou do lado de fora,

E tenho esperado o sol com meus olhos abertos

Vi mundos que não se pertencem

Minha boca está seca

Com palavras que eu não posso verbalizar.”

 (We Are Broken)

- Chegamos! – Jasper parou o carro em frente a uma pequena casa.

Sai do carro rapidamente e Jasper me seguiu. Parou ao meu lado e entregou-me uma chave.

- Espero que seja muito feliz meu irmão. – disse sorrindo – Qualquer coisa que precisar, eu moro aqui ao lado... Assim como Emmett e Rose, Alice, a mamãe e o Carl... – apontou pra as casas ao lado.

- O que... – murmurei e ele saiu andando, sem olhar pra trás.

Segurei a chave firmemente e encaixei-a na fechadura do pequeno portão cinza. Depois de entrar no jardim da pequena casa, parei diante da porta, ouvindo uma risada. Eu a conhecia muito bem, só não a ouvia há algum tempo.

Entrei e uma sala aconchegante me esperava, havia uma lareira ligada, aquecendo o fim de tarde, a grande cortina verde musgo contrastava com a cor do sofá e eu suspirei me sentindo bem naquele lugar.

- Mamãe... – uma voz doce resmungou – você não sabe contar histórias... – a risada surgiu novamente. Não estava longe.

- Ben! Isso é tão injusto... – ela riu.

- Será que o papai sabe contar histórias? – meu coração bateu mais forte ao ouvir aquilo, e tentei seguir para onde as vozes vinham.

Entrei em um corredor estreito que hospedava três portas, apenas uma delas aberta. Eu podia ver o fim de uma cama, haviam dois pezinhos se balançando sobre ela. Segui até a porta e ao parar, encostando-me na parede, Bella levantou os olhos do menino ao seu lado pra me ver.

- Por que não pergunta a ele querido? – ela disse sem tirar os olhos de mim.

O garotinho se virou e sentando-se na cama fixou seus olhos em mim. Bella começara a chorar e talvez eu também. Ele bateu a mãozinha direita sobre a cama, chamando-me pra sentar ao seu lado.

Eu não agüentava mais. Puxei-o para meus braços levantando-o no alto. Ele ria deliciosamente e eu também ria, entre os soluços. Oabracei tão forte que senti pena de seus ossinhos frágeis, mas ele não reclamou, apenas ria alto. Coloquei-o sobre a cama e fui em direção a Bella que já estava de pé ao meu lado.

- Eu nem acredito que está aqui... – ela soluçou.

Puxei-a fortemente pela cintura, depois levei minhas mãos ao seu rosto segurando-o firmemente e beijei-a como nunca havia feito antes, eu precisava senti-la, sentir sua respiração, seu coração batendo cada vez mais alto.

- Ei, tem criança na casa... – ela disse sorrindo entre o beijo e eu comecei a gargalhar.

- Oh meu Deus, eu não acredito! – gritei – Eu amo vocês! – segurei Benjamin em meu colo outra vez e ele ainda ria sem parar.

- Nós amamos você... – Bella também riu, ela estava tão linda.

- Papai... – Benjamin disse, hesitando em brincar com meu cabelo.

- Sim meu filho... – falei quase em um sussurro por ouvi-lo me chamar de pai.

- Mamãe disse que a gente ia passear quando você chegasse... – ele disse com um sorriso maroto.

- Certo, então, mamãe, pra onde você quer ir? – abracei Bella pela cintura com a mão que não segurava Benjamin.

- Pra qualquer lugar desde que estejamos juntos... – ela sorriu – e que você seja nosso motorista particular.

- Pra sempre meu amor... – beijei-a docemente.

“As coisas estão melhorando, finalmente

Eu achei que eu nunca veria o dia que você ia sorrir pra mim.

Poderia ter desistido tão facilmente...

Eu estava a poucos tiros de distância do meu fim.”

(Looking Up)

FIM

Nota:

Quando as pessoas começam um relacionamento, tudo é perfeito. Até mesmo as brigas são encerradas com beijos apaixonados e a ilusão da perfeição persegue a mente das pessoas. Não apenas no amor, mas também na amizade. Em Motorista Particular, eu procurei mostrar que as pessoas nem sempre são o que aparentam ser e que o grande amor existe, mas isso não quer dizer que não haverá obstáculos a serem enfrentados.

Todos passamos por momentos ruins, mas a escolha de continuar no chão sendo pisoteado ou se levantar e voltar a andar, mesmo com dificuldade depende de cada um. Bella precisava de um choque de realidade, precisava acordar para o que realmente importava na vida. Edward precisava abrir os olhos e desistir de seus erros antes que fosse tarde demais, precisava de alguém pra se importar com ele. Edward e Bella sõa reais hoje em dia, dentro de cada um de nós.

Agradeço a minha mãe que me deu inspiração para essa história, sendo forte e guerreira mesmo depois de tantas situações difíceis, daquelas em que você pensa em desistir. Agradeço a cada pessoa que leu a fan fic, sem vocês não teria graça. Obrigada.


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Notas finais do capítulo

FIM... Bom, amei ter escrito essa história, obrigada pelos reviews, pelas sugestões. Agora continuo em Inglaterra (http://www.fanfiction.com.br/historia/98474/Inglaterra) e a fic nova vem aí... Obrigada. Beijos.
ALGUMA ÚLTIMA RECOMENDAÇÃO?