Motorista Particular escrita por Anna


Capítulo 33
Ligações


Notas iniciais do capítulo

Oi gente... Estamos na reta final. Espero que gostem desse capítulo, boa leitura ♥



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POV. Edward

Jasper estava bem, isso me aliviava. Eu estava me sentindo confortável, aquele sentimento bom que se tem quando chega em casa depois de um dia duro de trabalho, na verdade eu nunca havia sentido isso antes, mas agora sabia como era. Apesar de todos os problemas e preocupações que me perseguiam era impossível não sentir uma pontinha de felicidade e ansiedade ao entrar na casa de Esme.

Tudo me fazia lembrar uma mãe, o cheiro de lavanda, as cores rosadas a organização. Cada pedaçinho daquele lugar me emocionava.

- Jasper querido, chegou mais cedo? – ouvi a voz feminina falar. Eu nunca esqueceria aquela voz.

- Aham... – ele murmurou – Tenho uma surpresa.

Depois de alguns segundos eu vi sua sombra pelo corredor, ela veio calmamente. Meu coração acelerou ao vê-la parada em minha frente. Estava exatamente a mesma depois de anos.

- Se lembra dele Esme? – Jasper disse e ela me examinou de cima a baixo, sorridente. – É Edward, mãe, o Edward que aquele crápula levou embora anos atrás.

- Edward... – ela murmurou e então abriu os olhos como que se lembrando de tudo em apenas um segundo – Oh meu Deus. – Esme deixou o pano de prato que estava em suas mãos cair no chão e veio em minha direção de braços abertos.

Eu a abracei e senti uma ou duas lágrimas escorrendo por seu rosto.

- Quanto tempo... – falei meio tímido depois que ela me soltou.

- Oh Edward, querido, pra onde aquele homem te levou? Eu juro que não queria, juro... – ela disse chorando.

- Eu sei, eu sei... – afirmei – Não se sinta culpada. Estou... bem.

- É, bem entre aspas... – Jasper falou sentando-se no sofá.

- Quero saber tudo, querido. – ela disse segurando minha mão e fazendo-me sentar ao seu lado no sofá.

POV. Bella

- Vamos Emmett, mais rápido. – Alice resmungou enquanto o pobre Emmett carregava as sacolas cheias.

- Vem aqui carregar tudo isso, andando rápido e depois me diz como é. – ele disse bravo.

- Alice pare. – Rose o defendeu.

- É Alice, pobre Emmett. – falei sorrindo.

Depois do que havia acontecido com Charlie os três tentavam me animar, mas a cada dia eu me sentia pior, não por causa do bebê, não, ele me reanimava. Toda vez que pensava nas coisas horríveis que estavam acontecendo me lembrava dele, entrava no quartinho improvisado que Emmett montara e sorria, eram meus poucos segundos de felicidade durante o dia.

Passei a mão pela barriga e ao me virar pra Alice tive um estranho mau presságio. Como se alguém estivesse nos seguindo. Olhei pros lados avaliando o lugar. O shopping estava lotado, seria impossível perceber alguma coisa, mas eu percebi.

- Bella? O que houve? – Alice me observava.

- Só um mau presságio... – murmurei – Você percebeu algo estranho?

- Não. Ai, para com isso Bella... Olha até me arrepiei. – Alice apontou pro braço esquerdo.

- Eu só achei que... – suspirei – Deixa pra lá, deve ser coisa de grávida.

- Eu espero. – Rosalie disse rindo.

O celular de Emmett começou a tocar e ele deixou que os pacotes escorregassem por seus braços e caíssem no chão.

- Emmett! – Alice gritou e, no mesmo instante começou a recolher alguns.

Sua expressão surpresa ao olhar para o visor do celular me assustou e ele atendeu rapidamente.

- Alô. – falou ansioso – Cara, eu não acredito... Isso é... Nossa. – ele sorria – Não, não. Estão todos bem. É, ela ta bem... Caramba, já disse que ela tá bem Edward!

- Edward? – quase gritei e pulei na direção dele.

- Bella... Sua doida, para! – Emmett colocara o braço como proteção do rosto, tentando não me deixar pegar o telefone – Espera ai Edward... – ele me entregou o celular com o rosto divertido.

- Edward? – falei sem fôlego.

- Bella, como você está? – sua voz baixa e chorosa fez com que um nó se formasse em minha garganta na mesma hora.

- Estou bem... E você Edward, onde está? Você está bem... eu não sei...

- Estou muito bem, não se preocupe comigo. Se preocupe com nosso filho e tome muito cuidado. – ele pareceu mais sério ao falar desta vez.

- Edward, - solucei e Alice me colocou sentada em um banco qualquer no meio do shopping – eu sei que é perigoso e egoísta, mas eu preciso te ver... Onde você está?

- Não estou em Nova York... – ele ficou alguns segundos em silêncio – Bella, eu encontrei Esme e Jasper, estou com eles agora mesmo. – sua voz parecia mais satisfeita.

- Oh, isso é tão bom, eu nem acredito! – solucei outra vez – Quero tanto conhecê-los...

- E você vai. Assim que for completamente seguro pra você e pro bebê... Nós estamos aqui planejando algumas coisas, talvez nos encontremos logo meu amor, mas não pode se descuidar, isso é muito importante...

- Eu sei. – afirmei enxugando as lágrimas.

- Promete que vai se cuidar? – ele perguntou.

- Sim Edward, prometo. Você também... Se cuide e mande um beijo pra Esme e Jasper, – sorri sozinha – sinto como se já os conhecesse.

- Claro que sim. – o imaginei sorrindo também – Te amo... E o nosso filho também.

- Eu amo você Edward... – o bebê começou a se mexer lentamente, quase como se pudesse ouvir a voz dele – Ele se mexeu aqui, acho que te ama também... – comecei a gargalhar.

- Mesmo? – Edward não conteve o riso – Nos veremos em breve...

- Adeus... – ele desligou.

Desliguei o telefone e depois de um longo suspiro, olhei para os três ao meu lado. Emmett abraçava Rose e sorriam pra mim enquanto Alice começava a chorar.

- Oh, por favor não façam isso... – falei me levantando mais disposta.

- Nem acredito que Ed encontrou a família. – Alice sorriu e começamos a andar.

- E vamos lá, carregar as sacolas das madames outra vez... – Emmett  reclamou.

- É... – parei de repente – Esperem!

- O que foi Bella? Outro mau presságio? – Alice se assustou.

- Não... – me virei pra ela – Eu preciso comer um pretzel. Agora.

- Oh meu Deus! O primeiro desejo de grávida! – ela deu um pulo – Vá comprar um pretzel pra ela Emmett...

- Claro... – ele bufou – Vou começar a cobrar por meus serviços, primeiro o berço, depois as compras agora pretzels... – nós três começamos a rir.

POV. Edward

- Desde criança eu e o Ed sonhávamos em ir viver em Seattle... – Jasper disse enquanto se balançava na rede – Você se lembra?

- Sim... – murmurei com os olhos fixos no céu nublado.

Estávamos os três no quintal da casa de Esme, esperávamos o marido de Esme, Carl, chegar do trabalho. Ela havia ficado chocada com a história toda que contei e me fizera ligar pra Bella assim que acabei o desabafo.

- Seattle? Por que? – ela perguntou enquanto bordava em uma toalha branca.

- Sabe que eu não faço idéia? – falei e nós rimos – Talvez porque tenha um nome engraçado...

- É. – Jasper disse – Quem sabe não é pra lá que devemos ir quer dizer, depois que conseguir trazer Bella pra cá... Será que ela vem?

Jasper e Esme haviam sugerido a mudança, não só de Bella, mas também de Alice se ela quisesse, pra Forks, e até de Emmett e Rosalie, mas talvez eles preferissem permanecer em Nova York, afinal tinham uma vida lá. Eu afirmei que seria perigoso, pois o próprio Carlisle havia me dado o endereço e, mesmo eles tendo se mudado não seria um sacrifício pra ele nos achar.

- Seattle seria bom, quem sabe... – murmurei e ouvimos o barulho de chaves na porta.

- Carl chegou. – disse Esme sorridente, deixando a toalha de lado e espetando a agulha nela.

Jasper e eu permanecemos ali. Tive receio de me levantar e conhecer o marido dela. Talvez ele se sentisse incomodado por minha presença, tudo o que eu não queria era incomodar.

- Então esse é o famoso Edward. – uma voz estrondosa veio pela porta e eu me virei.

O homem meio barrigudo tinha uma feição amigável, alegre. Possuía uma barba quase ruiva e um sorriso grande, ele abriu os braços me chamando e mesmo receoso, fui de encontro a seu abraço. O homem quase me esmagou e riu da minha expressão ao me soltar.

- Desculpe-me rapaz... – ele riu – É como se eu já o conhecesse. – Esme o abraçou de lado – Vai ficar conosco não é mesmo? – perguntou.

- Eu, pensei em um hotel qualquer, não que...

- Nada disso Edward, demorei muito tempo pra te reencontrar e agora não vai fugir. – Esme disse séria.

- Ah, Ed, esquece, esses dois gostam de mimar os outros, ou fica aqui, ou fica aqui. Não tem saída... – Jasper disse levantando-se.

Aceitei afirmando com a cabeça e coloquei a mão nos bolsos. A cada momento me sentia mais em casa e senti vontade de chorar como um idiota por tanto tempo perdido, tanto tempo roubado por Carlisle... Mas não valia a pena pensar nisso agora.

"Se você soubesse como minha vida tem sido solitária

E há quanto tempo estou tão sozinho

Se você soubesse o quanto eu queria que alguem viessee mudasse minha vida do jeito que você fez.

E eu me sinto em casa, eu me sinto em casa. Parece que eu voltei todo o caminho de onde eu vim."

(Feels Like Home)

POV. Bella

Alice tomava banho enquanto eu devorava o quinto pretzel. Emmett e Rose haviam nos deixado em casa há alguns minutos.

O telefone tocou de repente me fazendo largar o doce em cima do sofá e procurá-lo rapidamente, poderia ser Edward.

- Alo. – falei, já sorrindo.

- Bella... Filha, - ouvi a voz cansada de Charlie. Ele com certeza falava de um telefone público, pois o barulho dos carros era perfeitamente reconhecível – Tenha muito cuidado... Eu, eu fiz algo ruim, muito ruim... Carlisle é imprevisível, ele, ele pode lhe fazer mal... Oh meu Deus, eu, eu não sei o que eu fiz. Me perdoe. – ele chorava.

- Pai, acalme-se. O que foi que Carlisle fez?

- Ele sabe de tudo... Eu, olha se algo me acontecer, eu, eu te amo, me perdoe, me perdoe... – ele desligou.

- Quem era Bella? – Alice apareceu ao meu lado, com os cabelos molhados.

- Meu pai... Ele está em perigo. Carlisle pode matá-lo! – joguei o telefone na mesa – Vamos atrás dele...

- não! Bella, olhe, agora não certo? – ela me levou até o sofá – Eu prometo que amanhã nós falamos com Emmett, e...

- Amanhã pode ser tarde demais...

- Não Bella, pense no bebê. Agora não! – Alice disse séria e eu respirei fundo.

- Será que tudo isso nunca vai terminar? – ela me abraçou.


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Notas finais do capítulo

Hum... e agora. Em breve tem mais. Os últimos capítulos de Motorista Particular.



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