Mrs. Potter

Capítulo 22

Acordei, algumas semanas depois, num sábado. Harry, James e eu iríamos visitar o pequeno Teddy.

Desci para preparar o café, enquanto escutava passos no corredor de cima.

-Bom dia – Harry cumprimentou alguns minutos depois, com James Sirius no colo.

-Bom dia – sorri, beijando-o rapidamente e dando um leve beijinho na bochecha de Jay.

-Hoje iremos ver o Teddy, então? – perguntou.

-Vamos – falei, colocando o bolo recém-assado de chocolate na mesa. Peguei a mamadeira de James e entreguei a Harry.

Depois do café da manhã e de todos estarem prontos, fomos para a casa de Andrômeda. Batemos na porta e esperamos um pouco. Uma bruxa velhinha, de cabelos brancos presos num coque, muito doce e adorável, abriu a porta.

-Harry, Gina, James! Entrem, entrem – ela se afastou da porta e nós três entramos.

-Teddy está brincando com Victorie ali na sala – disse Andrômeda, depois de pegar James no colo.

-Gui e Fleur estão aqui? – perguntei.

-Ah, estão. Victorie adora aqui, sabe, brincar com Teddy. Ah, aí estão eles.

Victorie e Teddy brincavam no tapete, em frente à lareira. Gui e Fleur estavam sentados no sofá, segurando, cada um, uma xícara de chá.

-Gina! Arry! – Fleur se levantou e nos cumprimentou, assim fez Gui também. – Como vann ocês?

-Bem, obrigada – respondi, sorrindo, enquanto ela pegava o pequeno e adormecido James Sirius. – E vocês?

-Bien – Fleur disse.

-Amor, repita comigo, "bem" – fez Gui.

-Bien – repetiu Fleur, mordendo o lábio.

-B-e-m.

-B-e-in.

-Quase lá – Gui sorriu e Fleur deu um sorriso digno de veela.

Nos sentamos no sofá enquanto Andrômeda entrava na sala com uma bandeja com vários biscoitos e duas xícaras fumegantes de chá.

-Sirvam-se – ela falou, enfeitiçando a bandeja para ficar flutuando por aí e se sentou na poltrona, sorrindo.

Harry bebericou a xícara de chá e a deixou na bandeja, se ajoelhando no tapete ao lado de Teddy e Victorie.

-Oi Teddy – cumprimentou. O garotinho (hoje com cabelos cor azul), ergueu a cabeça como se tivesse acabado de notar a nossa presença.

-Tio Harry! – sorriu o Teddy, abraçando-o. – Olhe o que eu ganhei do Tio Gui e da Tia Fleur.

E mostrou uma varinha de brinquedo.

-Vickie também tem uma – falou ele, apontando para a garotinha linda e loira que estava sentada ao seu lado.

-Oi Vickie – cumprimentou Harry e a pequenina deu um sorriso igualzinho ao da mãe.

-Olá Harry.

-Tio Harry! – chamou Teddy.

-Que foi, pequeno?

-Quer ver meu quarto? Quer? Quer?

-Ah, claro que quero.

Teddy se levantou, puxou Harry pelo dedo e saiu andando para o corredor que levava ao seu quarto. Victorie foi para o colo da mãe. Me levantei, acenei com a cabeça como quem já volta e fui atrás dos dois, deixando James com Gui.

O corredor era largo e cumprido, a luz do último quarto estava acesa e eu me encaminhei para lá, parando na soleira e dando uma leve batida.

-Oi Teddy – cumprimentei, sorrindo enquanto o garotinho de cabelo azul corria para me abraçar.

-Oi Tia Gina, vem aqui – e me puxou, mostrando seus brinquedos bruxos para Harry e para mim.

Meu marido parecia um pouco impressionado com tudo aquilo, já que ele nunca viu brinquedos bruxos, mas se contentou em brincar com Teddy um pouquinho.

-Temos uma coisa para você – disse Harry, com um sorriso.

-Sério? – Teddy perguntou, ansioso e animado.

-É, sim.

Ele me olhou e eu entendi. Lancei um feitiço de desilusão para o que nós tínhamos trazido e logo um embrulho de papel pardo estava em minhas mãos.

-Para você, Teddy.

Ele, mal se aguentando de felicidade, tirou o presente das minhas mãos e o rasgou. Era uma vassoura de brinquedo, que não saia mais de um metro do chão, mas os pés de Teddy ficavam suspensos.

-Uau! – exclamou ele – Obrigado!

Nos abraçou e logo Harry estava ajudando Teddy à montar na vassoura.

O menino voou pela casa, não muito rápido, mas o suficiente para ele se divertir. Passou pela sala, onde todos fizeram "uau", enquanto ele voava em volta do sofá e pousava com suavidade no tapete.

-Olha o que eu ganhei, vovó! – Teddy apontou para a vassoura.

-Que lindo, querido. Você agradeceu?

-Agradeci!

Ele se sentou novamente no tapete e ficou apreciando a vassoura. Victorie se juntou a ele logo depois.

-Acho que está na hora de irmos emborra – Fleur falou, se levantando – Vamos Vickie?

A garota loira se levantou, deu dois beijos estalados nas bochechas de Teddy (que corou e os cabelos ficaram ligeiramente vermelhos), com um tchau, e foi até a mãe graciosamente. Peguei James Sirius no colo e os três foram embora.

-Acho que também vamos, não é Harry? – perguntei.

-Vamos, sim. Hum, Teddy, o que acha de ir tomar sorvete?

Os olhinhos do garoto brilharam.

-Posso, posso, posso, vó Andrômeda? Posso? – pediu, com as mãos juntas e um olhar tentador.

-Claro que sim, só me deixe pegar o dinheiro... – ela falou, se levantando.

-Ah não, Sra. Tonks, Harry e eu pagamos – falei, sorrindo. – Afinal, estamos convidando Teddy, e ele é nosso afilhado.

-Oh, então... Cuide-se, mocinho. – a avó sorriu e o abraçou.

Harry colocou as mãos no ombro de Teddy e foi encaminhando-o para porta. Nos despedimos e aparatamos para o Beco Diagonal.

Harry comprou os sorvetes e nos sentamos em uma mesa com algumas cadeiras. James adormecera.

-Humm. Gosta de morango, Teddy? – perguntou Harry, enquanto se deliciava com o sorvete.

-Eu amo morango! – respondeu ele – Olha só.

Fechou os olhos, comprimindo-os, e os cabelos ficaram vermelhos, como os meus. E, como um morango.

-Muito bom – sorri para ele e logo em seguida ouvimos gritinhos histéricos do outro lado da sorveteria.

Ergui os olhos enquanto duas garotas, de uns 20 anos, virem sorrindo até nós.

-Olá – murmuraram juntas, com vozes enjoativas.

-Oi – falei, secamente enquanto elas comiam Harry com os olhos.

-Você é Harry Potter? – perguntou uma.

-Ele é. – respondi rispidamente, mas elas ignoraram.

-Podemos tocar em você? – perguntou a outra.

-Mas é claro que não! – murmurei rápida e furiosa.

-Não, desculpem. – Harry respondeu e piscou para mim – Tenho dona.

-Então um autógrafo? – pediram.

-Ele disse NÃO! – rugi, furiosa.

As duas me olharam de cima.

-E quem é vocêpara decidir o que ele quer ou não?

-Desculpe, querida – respondi, com a voz enjoada, me levantando – Mas eu só sou a mulher dele. Esposa, sabe? Ele é MEU HARRY POTTER!

-Gina – murmurou Harry.

Ele estava me segurando, com uma cara preocupada e eu quase atacava as garotas, que gritaram e saíram correndo. Teddy estava com os olhos arregalados, segurando James Sirius.

-Desculpe – falei, ajeitando os cabelos e olhando furiosamente para as garotas que correram porta a fora. – Me descontrolei.

-Boa, tia Gina! Dá um soco de direita! – Teddy falou, sorrindo.

-Tudo bem – Harry sorriu. – Vamos levar Teddy de volta.

Peguei James no colo e nós aparatamos de novo. Deixamos Teddy na casa de Andrômeda e fomos para a nossa. Deitei James no berço, adormecido.

-Impressão minha ou aquilo na sorveteria foi ciúmes? – perguntou Harry, divertido.

-Elas queriam tocar em você. Como se você fosse um bicho de zoológico!

-Ciumenta – riu-se Harry.

-Posso ser, mas eu devo não é? Com toda essa gente, nem sei mais o que é meu.

-Como assim? – perguntou, sem sorrir.

-Todas as garotas dando em cima de você... Será que elas ao menos sabem que você é um homem casado?

-Gina – ele pôs as mãos sobre as minhas. – Você é a única mulher em minha vida. Deveria saber disso. Não deixei claro ainda?

-Deixou. Mas... Mas você nem nota que as garotas ficam dando em cima de você e...

-Eu noto – interrompeu – Mas eu só tenho olhos para você, meu amor.

Sorri e enlacei seu pescoço com os braços.

-Desculpe ser ingênua.

-Eu amo você. E fica linda toda ciumenta.

Fechei a cara.

-Porque você não sabe como é.

-Ah, sei sim. Mas não vamos discutir isso agora.

E antes que eu pudesse retrucar, ele havia me beijado.