Anata no Gawa De escrita por Puella


Capítulo 9
Cap. 9 – Verdades que ninguém quer vê – parte 2


Notas iniciais do capítulo

Oii!
To com mais um capítulo.



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A verdade ás vezes é tão nua e crua, que muitos chegam ao ponto de não aceitá-la ou vê-la”.

Exatamente hoje fazem quase um mês que eu e o Dausike – já não o chamo mais de “sempai” - estamos juntos, estou muito ansiosa pelo momento em que ele irá me pedir em namoro oficial. Só espero que ele não demore muito.

 - E então? Quando é que você vai ser pedida em namoro?

- Logo, logo – eu respondi a Mineko-chan – é uma questão de tempo.

- É impressão minha, ou esse cara tá te enrolando....

- Mineko-chan! Que saco! Da pra parar!

- Ah Sakura! Eu só digo isso por que me preocupo com você, afinal se ele gosta tanto de você como pensas ele já teria te pedido há mais tempo.

- Pode deixar que da minha vida eu cuido – eu falei um pouco atravessada.

Acho que Mineko-chan finalmente entendeu, e então ficamos em silencio.

 - Tudo bem Sakura – ela falou por fim – não vou falar mais nada tá?

- Mineko-chan...

- Mas, se acontecer algo, eu estarei por perto – ela falou segurando minhas mãos entre as dela – Não se esqueça disso.

- Tá bom.

Não entendi direito o que aconteceu, mas mesmo assim, imagino que seja coisa entre amigas. Mas ela não tinha o que se preocupar, tudo ficaria bem.

-

Eu estava concentrado em meu livro de química, engraçado, eu apenas estava estudando nessas últimas semanas, nada mais, tudo isso para me esquecer dela. Às vezes o truque funcionava, mas tinha momentos em que eram torturantes, como quando eu a via pelos corredores sorrindo – ah e eu sabia o dito cujo que estava causando isso - ou quando ela aparecia no reforço de matemática, agia meio indiferente comigo, formal mas ainda sim distante de mim.

Se amar a alguém é sinônimo de sofrimento, então eu quero que Deus arranque esse sentimento sufocante de dentro do meu peito.

 - Li-kun? Tá tudo bem?

- H-harada -san – eu respondi saindo de meus devaneios – eu estou bem – sorri para ela.

- Que bom! É que ultimamente você parece um pouco abatido. Aconteceu alguma coisa?

- Não é nada importante, mas obrigado por se importar.

Foi então que eu parei um pouco e a fitei mais detalhadamente, Harada-san era uma bela garota, era meiga e inteligente, até cogitei: por que não? Mas como sempre, o meu coração se intrometia no meio e estragava tudo, ou melhor a Sakura.

Droga! Novamente eu me lembrei dela. Eu já não sei mais o que fazer, estou prestes a desistir disso. Era bem melhor quando eu não gostava de ninguém. A Madison me mandou uma carta há alguns dias, ela mesma admitiu que nesses casos, a situação é um pouco mais difícil. Mas continuou me incentivando e me disse para continuar tentando, para que ela me notasse como rapaz e – quem sabe – começasse a se interessar por mim.

Isso provavelmente estava longe de acontecer.

Ainda mais agora que ela está junto daquele cara. Ontem mesmo enquanto passava pelo corredor, eu ouvi alguma coisa entre ela a a amiga dela, a Mineko. As duas conversavam sobre quando o “sempai” pediria namoro oficialmente. Pelo jeito ele ainda não disse, e ela deve esta imaginando que ainda não é a hora certa, mas eu tenho certeza de que isso não vai acabar bem.

Mas o que me deixa mais grilado é que eu sinto dentro de mim que eu não posso deixar que essa situação fique simplesmente assim.

-

Estranhamente eu naquele dia, não havia conseguido encontrar – me com Daisuke, nem mesmo no intervalo, já que não somos da mesma sala. “Será que ele está atarefado com alguma coisa?” Me perguntei em silencio, enquanto andava inerte pelo corredor, a aula já havia acabado , estava tão inerte em meus devaneios que nem prestei atenção quando trombei com uma pessoa a minha frente.

- Desculpe-me, eu não estava prestando atenção... - levantei o rosto para olhar a pessoa que havia me amparado evitando que eu caísse de vez – Hã? Li-kun...

- Que bom que eu te segurei a tempo – ele falou sorrindo – Sabia que é perigoso andar inerte assim?

- Obrigada pela ajuda mas eu já posso me manter de pé – eu falei desconfiada, me afastando dele. Foi então que eu reparei que ele estava segurando uma pilha de papeis com a outra mão – Mas pelo visto é você que precisa de ajuda.

- Eu acabei de vir do reforço, só estou guardando as atividades dos outros alunos. Gostaria de me acompanhar? A não ser que você... não queira...

- Eu te acompanho .

- Obrigado.

Eu segui até a sala de Matemática onde ele foi até o armário depositar aquele montante de papeis.

- Esse lance de ser monitor de reforço é pra valer mesmo? – perguntei curiosa.

- Sim – ele falou virando-se para mim – confesso que é até divertido.

- Ah, sei – eu respondi de volta. Formou-se um silencio sepulcral dentro da sala, foi quando eu reparei que Li-kun estava olhando fixamente para mim, eu olhei para ele que mesmo assim não desviou olhar.

- O que foi? - eu perguntei.

- Nada – ele falou calmamente – só estava olhando você.

Aquilo me deixou um pouco envergonhada, e nem sei por quê, e também um pouco irritada.

- O que aconteceu com você afinal de contas? - acabei deixando a pergunta escapulir de meus lábios acidentalmente.

- Como?

- O que aconteceu? Você nem parece o mesmo – não sei dizer mas esse jeito do Li-kun começou a me incomodar de repente – você nunca foi educado ou tão prestativo antes?

- Espera aí – ele disse sério – quem é você pra me dizer isso?

- Eu... - ele me interrompeu.

- Você acha simplesmente que as pessoas não mudam, é eu estou diferente sim, Sakura, eu mudei. Por acaso acha que eu não mereço uma segunda chance? - a última parte da frase me deixou confusa.

- Não foi isso que eu quis dizer, é que você nem parece mais a mesma pessoa.

- Mas eu sou o mesmo, só amadureci um pouco – ele falou ainda sério, mas logo depois sorriu – Anda sentindo falta dos velhos tempos?

- Ás favas com os velhos tempos – respondi emburrada – realmente você não mudou nada.

Ele sou uma risada divertida, mas sem aquele jeito debochado.

- É engraçado a forma como me vê Sakura, acha mesmo que eu era preguiçoso e inútil, , realmente você não sabe nem um pouco sobre mim, eu do contrário, sei o suficiente para conhecê-la melhor de que o você acha que conhece sobre mim.

- Acha mesmo que me conhece? Prove – eu falei intrigada e desconfiada.

- Simples, você se chama Kinomoto Sakura, mora com seus pais, tem dois irmãos , é minha vizinha, sua melhor amiga se chama Tokigawa Mineko, estuda no 2º ano B do Colégio Tsubasa, adora Educação física, detesta Matemática, embora tenha melhorado significadamente, é a melhor aluna nos cem metros rasos, adora panquecas, desteta comida picante, gosta de lilás e fica alegre ao ver as cerejeiras na primavera. Além de ser meiga, um pouco temperamental, mas, uma ótima garota.

Fiquei boquiaberta, ele parecia um computador processando aquelas palavras, não imaginava que Li-kun conhecesse tanto sobre mim.

- Como você … - eu balbuciei ainda assustada.

- Eu sei. Afinal, era de você que eu  estava falando. - ele falou olhando para o lado – você está feliz com ele?

- O quê? - eu falei incrédula.

- Ele gosta de você?

- Como você...

- Todos sabem. Então, ele gosta de você?

- Claro, mas isso não tem...

-Claro que tem, gostar não só aquela coisa de beijar bem ou dizer coisas bonitas, é bem mais que isso.

- Ora – eu ri irônica - e você sabe alguma coisa sobre isso?

- Sei – ele respondeu me olhando profundamente – aquele sempai não sente nem um terço do que eu sinto por você. Ele apenas te usa como uma mera distração.

- Como se atreve a dizer isso – eu falei realmente irritada – quem você pensa que é para dizer isso?!

- Alguém muito melhor do que ele. Alguém que te ama de verdade.

- - não consegui dizer nada.

- Por acaso esqueceu daquele dia em que um garoto se declarou pra você. E mesmo assim você o destratou e o deixou em pedacinhos. Mas aquele mesmo garoto não desistiu, ele está bem aqui na sua frente, dizendo tudo o que sente, Sakura.

- Você ainda está com isso na cabeça? - eu tentei parecer indiferente embora fosse difícil.

- Fala isso como se fosse nada, faz tão pouco caso dos meus sentimentos por você Sakura? - ele falou agora um pouco alterado, me segurando pelos ombros.

- Me solta...

- Não. Me escute você! Acha mesmo que aquele idiota vai mesmo namorar com você? Se ele gostasse mesmo de você ele já teria te pedido em namoro. Ou você acha que é única garota para quem ele tem olhos – Li-kun me olhou de forma sombria – Acorda garota.

- Você não tem o direito de dizer isso – eu falei com as lagrimas que teimavam cair – você não sabe nada sobre ele!

- Sei o suficiente para ver que é não passa de um conquistador de quinta.

- Você não sabe nada! Eu te odeio!

- Ah, você me odeia – ele disse aproximando o rosto dele do meu, suas mãos me prendiam com força, aquela aproximação me deixou apavorada, até sentia a sua respiração acelerada – Será que me odeia mesmo?

- Sim! Eu te odeio! Eu nunca me apaixonaria por você!

- Eu duvido – ele falou olhando intensamente em meus olhos – duvido muito - e em seguida encostou seus lábios bruscamente sobre os meus.

Meus olhos ficaram arregalados e as lágrimas ainda desciam. Ele começou de forma tímida e logo depois foi se intensificando, meus olhos se fecharam e automaticamente correspondi ao beijo. Droga, eu estava gostando daquele beijo. Ele me trouxe pra mais perto dele, me enlaçando pela cintura. Aquele beijo era diferente, estava longe de parecer com o beijo do...

- Não! - eu me afastei dele . Agora nós dois respirávamos ofegantes – Nunca mais faça isso de novo...

- Do que tem medo Sakura... - ele falou ainda perto de mim – de ter gostado do beijo, ou de admitir que sente algo por mim...

- Eu já disse que eu não sinto nada por você!

- Ah, quer dizer que você ainda prefere aquele cara. É uma pena, não vai demorar muito pra você sair por aí choramingando pelos cantos por causa dele... 

Sem pensar duas vezes eu lhe desferi um tapa no rosto. Ele foi um pouco pra trás e passou uma das mãos no rosto, e olhou pra mim, seus olhos se inflamaram de ódio.

- Então é assim... pois bem, não vou mais perder tempo com você, você não merece nem um pouco do amor que sinto – uma lágrima solitária caiu de seus olhos – eu não a odeio por isso, mas vou me esforçar ao máximo para esquecer que amei você um dia.

E sem dizer mais nada ele saiu da sala. E eu fiquei ali sozinha, deixei-me cair no chão de joelhos, minha vista estava turva, e meu peito doía muito, as coisas pareciam girar a minha volta. Uma parte de mim ouviu a tudo que o   Li-kun me disse, e essa mesma parte se sentiu completamente perdida quando viu ele sair da sala.


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Notas finais do capítulo

Só avisando a todos que infelizmente as obras estão paradas, simplem s, trabalho, faculdade, em fim, quem sabe depois de um tempão eu poste de novo.

Sorry!