Kaze escrita por Nayame


Capítulo 1
Capítulo único




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Aquela porcaria de controle tinha que ter caído no chão e apertado, coincidentemente, o botão de desligar de sua televisão. Seu anjo da sorte estava lhe castigando por não ter ajudado o pobre moribundo no dia anterior. Respirou fundo, mas seu corpo não estava bem e foi forçada a iniciar um feio ataque de tosse. Se soubesse que acordaria daquele jeito não teria dispensado seus empregados. Nunca os dava férias e logo quando resolvera isso acontecia.

 

O fato é que estava sozinha e doente. Bem doente, para falar a verdade. Sua cabeça parecia estar sendo atropelada por vários caminhões de lixo. Seu corpo doía como se tivesse feito exercícios físicos por três dias sem descanso. E seu nariz, bem, este competia com uma torneira. Era obvio quem estava ganhando, não?

 

E aquele maldito telefone não parava de tocar.

 

Com um pouco de sacrifício conseguiu se sentar na cama de solteiro. Não era casada, nunca fora, e em sua cabeça, nunca seria. Olhou o relógio de parede atrás de si; três e cinco da tarde. Apoiou o braço na escrivaninha do lado de sua cama e tentou colocar os pés no chão, mas seu senso de equilíbrio não estava dos melhores e acabou caindo de cara no piso com desenhos de serpentes. Ótimo.

 

Grunhiu alguma coisa sem importância e tentou levantar-se. Mas não antes de encontrar o controle e atira-lo com toda força em uma parede qualquer. Seu corpo estava bambo e sua visão turva, mas a vontade de ir até o telefone e dar-lhe o mesmo destino do objeto anterior era maior. Muito maior.

 

E em passos incertos a mulher saiu de seu quarto, dirigindo-se ao corredor. Sua casa tinha dois andares e seu quarto, banheiro e escritório ficavam no segundo. Passou devagar por cada coisa citada anteriormente e chegou a um obstáculo que sua mente enfraquecida pelo resfriado havia se esquecido; escadas.

 

Como desceria aquilo se nem ao menos conseguia andar direito? Sabia que não deveria ter feito dois andares, algo sempre lhe disse isso e infelizmente nunca havia escutado. Mas não iria desistir. Não mesmo. Aproximou-se de seu inimigo e se sentou no chão lentamente. As mãos seguravam firmemente no corrimão. Primeiro um pé, depois o outro e em seguida seu corpo sentava no degrau. E assim foi um por um. Levou bastante tempo para ser sincero, mas conseguiu em segurança.

E o aparelho ainda tocava.

 

Agora só precisaria ir até sua sala e atender, mandar o ser se ferrar, destruir o aparelho e então tentar dormir um pouco. Simples.

 

Usando os objetos da casa como apoio ela, enfim, chega até sua sala. Tudo atrás de si estava uma verdadeira bagunça, mas no dia seguinte não era ela mesmo que arrumaria. Não se importava, de verdade. Seu telefone estava sobre uma estante de madeira com uma televisão de plasma, e graças a isso pôde ver-se no reflexo do mesmo.

 

Os cabelos longos e brilhantes que sempre lhe deram orgulho estavam bagunçados e nem um pouco bonitos. Seu rosto estava levemente corado por culpa da provável febre. Seus exuberantes olhos perdiam seu posto para as grandes olheiras que pareciam muito mais chamativas naquele instante. Usava uma fina camisola de seda, e calçava pantufas de cobras. Algo estranho que ganhara de sua irmã mais nova. Mas apesar de tudo isso, estava bem atraente e bonita.

 

Bem, não era hora de ficar se admirando, não podia esquecer o motivo de seus esforços. Olhou ameaçadoramente para sua vitima e então, quando foi finalmente atender e mandar um de seus melhores palavrões para o idiota insistente. Parou.

 

Sim. O aparelho parou de tocar.

 

Contou até dez, respirou, pensou em coisas graciosas, mas nada, nada diminuiu sua raiva. Estava pronta para jogar aquela porcaria pela janela mais próxima, mas sua sanidade pareceu voltar e lhe dar uma grande idéia. Por que não ligava para alguém lhe fazer companhia? Com certeza amigos é o que não lhe faltava. Sua raiva sumiu de imediato.

 

Pegou sua agenda que sempre deixava ao lado do telefone e procurou alguém que pudesse fazer esta tarefa. Folheou a letra inicial do alfabeto. Nada. Buscou pela B, C, D, E (...) O, P, Q... Nada!  Ninguém daquelas letras parecia apropriado. Certo, estava sendo exigente, mas um bom exemplo eram as pessoas da letra M; um louco por morcegos e outro doente por lâminas. Pensando bem não estava sendo nada exigente.

 

Passou para a próxima letra nervosa. R. As opções inicialmente já estavam péssimas. Um homem com pomba na cabeça, um velho de óculos que conserta navios. Precisava urgentemente reformar sua agenda, ou colocar uma página apenas com pessoas importantes. Suspirou novamente pronta para tentar outra letra, mas viu um nome bem útil e interessante.

 

Robin.

 

Nico Robin era sua prima e também melhor amiga. Uma mulher calma, doce e responsável. Por que não pensou nela primeiro? Discou o número e colocou o aparelho na orelha. Seu corpo doía bastante e sua febre parecia aumentar, precisava se apressar.

 

E após vários toques alguém atendeu.

 

- Alô? – A voz calma e madura da mulher no outro lado da linha causou um grande alivio à morena – Hancock?

 

- Como sabia Robin? – Forçou sua garganta para sua voz soar o mais normal possível, mas teve efeito contrário.

 

- Intuição – Robin riu agradavelmente – Sua voz está horrível. Doente?

 

- Sim... Preciso te pedir um favor.

 

- Ir aí cuidar de você, certo?

 

- Como...? – Estava chocada com aquilo, e meio assustada também.

 

- Tenho uma ótima intuição. Vá pra cama, logo estou aí – Ordenou autoritária, mas sem modificar seu tom gentil – Até logo – E desligou.

 

Uma conversa rápida e objetiva, típica de Nico Robin. Colocou o aparelho no gancho e decidiu obedecer a sua babá temporária. Deu um meio sorriso ao pensar que as coisas estariam melhorando aos poucos, mas desfez assim que olhou para traz na intenção de voltar à sua cama.

 

Malditas escadas.

 

Se para descer havia sido difícil, subir fora muito mais. Estava engatinhando de degrau a degrau, suas pernas perderam as forças e este foi o único jeito. Demorou vários minutos até chegar à sua aconchegante cama, e agradeceu aos deuses por isto. Relaxou o corpo naquele colchão macio que comprara em Paris, o único mimo verdadeiro que teve em anos. Agora era só ligar a TV e esperar.

 

A TV...

 

O controle...

 

O objeto esmigalhado no chão parecia rir de sua cara naquele momento. Maldito!

 

Mas o pior foi descobrir minutos depois que a porta ficava obviamente no primeiro andar, e Robin não tinha a chave de sua casa.


xxx

 

A campainha soava tão insistentemente que até mesmo os vizinhos estavam incomodados. A casa não era uma mansão gigantesca e luxuosa, mas mostrava que quem morava ali tinha um ótimo salário mensal. Não que fosse dê sua conta, mas aquela observação parecia inevitável a todos que visitavam aquela residência.

 

Mas a demora para aquela porta ser aberta era irritante. Todos olhavam de forma estranha a pessoa que não tirava o dedo do botão melodioso, e isso incomodava. Será que errara de casa? Ou não tinha ninguém? Estava esperando há dez minutos.

 

E demorou mais cinco para ser aberta.

 

Mas assim que sua passagem para dentro foi permitida a pessoa entendeu o motivo da demora, e se sentiu mal pela sua impaciência. Ela estava péssima, não, aquilo ainda era um elogio ao estado em que a mulher se encontrava. Os joelhos, braços e rosto estavam machucados e sangrando. A face pálida fazia inveja a qualquer fantasma do mundo.

 

E não sabia se era pela febre ou pelos ferimentos, mas ela desmaiou em seus braços segundos depois de abrir a porta.

 

Amparou-a com delicadeza para não machucar ainda mais a mulher de cabelos negros. O pessoal da rua agora mais do que nunca olhavam para ele de modo suspeito, então decidiu levá-la para dentro e fechar de vez a porta. O corpo dela não pesava nada, então foi fácil subir as escadas e depositá-la na cama. Estava queimando em febre, o que deveria fazer?

 

Revirou toda aquela casa atrás de remédio. Fez uma bagunça duas, três vezes maior do que estava, mas enfim achou um. Leu a bula para ter certeza que não a mataria acidentalmente, e então levou até ela com um copo d’água.

 

Hancock ainda se encontrava desmaiada. Caminhou silenciosamente até a mulher e com delicadeza a levantou um pouco para que pudesse tomar o comprimido. Bem, ele só não sabia como a faria tomar. Com um pouco de dificuldade pegou a cartela e retirou um dos remédios. Tentou abrir a boca da morena em seus braços, mas não conseguiu. Fez cócegas, caretas, nada a fazia acordar ou ter qualquer reação, então se lembrou de algo que viu no filme de seu irmão.


xxx

 

Estava sentado no sofá de sua sala tentando encontrar o botão de ejete no DVD. Odiava aparelhos eletrônicos, nunca se deu bem com eles, mas tinha vontade de assistir um filme que havia pegado emprestado. Apertou todos os botões do negocio para que o disco já existente saísse, mas acabou ligando e fazendo o vídeo iniciar em sua televisão.

 

Cansado de fuçar em vão o garoto decidi assistir este mesmo até que seu irmão chegue e o ajude. Jogou o controle bem longe antes que se estressasse e o destruísse, colocou os pés sobre a mesinha de centro e fez a única coisa que sabia naquele DVD irritante; assistir.

 

O filme começou normalmente; Uma jovem que foi apresentada como Makoto era uma representante de classe rígida e feminista. Humilhado e repreendido muitas vezes o garoto mais encrenqueiro da classe decidi se vingar da garota. Makoto estava sendo seguida no caminho de volta para a casa, e em um plano maligno foi arrastada até um beco escuro da cidade. Bem, aí o filme começou a ficar estranho. O tal garoto aparentemente queria tocar nas bolas de ouro da menina, pois tentava colocar as mãos lá a qualquer custo. O estranho era que a menina estava vermelha, muito provavelmente com febre, e gemia estranho. Cansado de tanta resistência o rapaz tira um vidro do bolso e bebe o liquido, logo após ele junta seus lábios com o da menina e faz com que ela também beba. Isso lembrou um documentário que o moreno viu sobre aves há um tempo.

 

Estavam brincando de imitação?

 

- Cheguei Luf... O QUE VOCÊ TÁ ASSISTINDO?! – O irmão do moreno derruba todas as suas compras no chão e corre até o aparelho para desligá-lo. Sabia bem a próxima cena e agradeceu aos céus por chegar a tempo de preservar seu irmãozinho – Luffy...

 

- Eu tava vendo Ace – Fez um bico de frustração.

 

- Esse é o problema... – Sentou no sofá aliviado. Luffy continuava com sua cara brava – Por que tava vendo isso?

 

- Eu queria assistir um filme que o Zoro me emprestou, mas não consegui e fui ver esse seu mesmo. Ne, o que eles estavam fazendo? Por que ele deu aquilo daquele jeito? O que tinha as bolas de ouro dela?! – Rapidamente o bombardeou de perguntas.

 

E agora? Como explicaria sem corromper seu irmãozinho?

 

xxx

 

Pensando com calma agora notou que a explicação de seu irmão não teve sentido algum. Foi facilmente dobrado e comprado com sorvete de morango. Suspirou irritado. Ace pensa que podia enganá-lo daquele modo? Quando chegasse em sua casa o encheria de perguntas mais uma vez.

 

Mas agora precisava se concentrar e fazer a morena ingerir a pastilha com sucesso. Olhou mais uma vez para o remédio em sua mão e decidiu fazer isto de uma vez, depois explicaria a situação e pediria desculpas.

 

Colocou o comprimido na boca e depois um pouco de água. Olhou para a mulher desacordada em seus braços e se aproximou dos lindos lábios da mesma. Eram perfeitos. Tá que não reparava em todas as bocas do mundo, mas os delas foram os únicos que ele realmente quis tocar, e agora teria a oportunidade. Pediu desculpas mentalmente e enfim juntou seus lábios com os dela. Passou o liquido aos poucos para que ela não engasgasse, mas estava sendo difícil fazer uma tarefa tão fácil como esta enquanto sentia tamanha maciez. O cheiro adocicado que exalava dela o encantava... Repreendeu-se por aquilo. Não estava sendo justo com ela. Terminou logo aquele beijo, ou seja lá como poderia chamar. Deitou-a novamente na cama enquanto se afastava.

 

Sentou-se na beirada da cama e ali ficou esperando. Não sabia se tinha algo mais a fazer então decidiu ficar ao seu lado. Hancock sempre fora uma garota estranha, mas muito doce e prestativa, sempre o protegia das crianças maiores na infância. Seu irmão Ace trabalhava para sustentá-lo e ela como era mais velha cuidava dele como um irmão. Mas, mesmo em todos estes anos, nunca conseguiu vê-la como um parente, não era isso que gostaria. Ela era diferente de seu verdadeiro e de seus amigos que via como parte da família. Especial por assim dizer.

 

Tocou a mão delicada da garota. Não sabia o que sentia, nem o porquê gostaria de protegê-la, mas obedeceria a seus sentimentos e estaria ao lado dela sempre. Foi por isso que quando fora visitar Robin se ofereceu para ir ao lugar da morena. Não sairia daquela casa até ela estar bem outra vez.

 

E em pouco tempo Hancock abriu os olhos.

 

Sua visão aos poucos ficava nítida, mas mesmo sem ver sabia que estava em seu quarto e com alguém, apesar de disso não conseguiu conter o susto ao ver o garoto de sorriso apaixonante ao em vez de sua prima. Tentou se levantar, mas foi impedida gentilmente pelo moreno. Ele havia a visto daquela forma; feia, fraca e inútil. Levou as mãos ao rosto de maneira envergonhada. Era o pior dia de todos.

 

- O que faz aqui, Luffy-san? – Indagou ainda cobrindo o próprio rosto – Não me diga que era você na porta quando eu atendi...

 

- Sim! Robin não pôde vir e eu me ofereci – Respondeu alegre e descontraído.

 

Robin iria pagar.

 

- Mas... Desculpa! Eu o incomodei, não é?

 

- Eu que me ofereci, lembra? Foi divertido, não se preocupe, mas eu baguncei um pouco sua casa ao procurar algum remédio. Ah, depois eu limpo! – Não sabia se deveria contar ou não, e como faria isto? – Está melhor?

 

- Não muito... Não precisa arrumar nada – Retirou as mãos do rosto, mas ainda não conseguiu encará-lo.

 

- Mas logo você melhora, eu te dei um remédio...

 

Corou ainda mais. Ele tinha cuidado dela por todo este tempo em que esteve desacordada, como gostaria de ter visto isto. Sua imaginação criava milhares de simulações e seu corpo não conseguia conter as caras que a morena fazia ao pensar nas situações. Só podia estar sonhando.

 

- Tá tudo bem? – Perguntou ao ver as faces da garota.

 

- Ah, sim! – Voltou à realidade de imediato – Foi difícil me dar o remédio?

 

- ...

 

- Luffy-san...?

 

- Tá com fome? Eu to morrendo... Yosh! Vou ligar para o Sanji trazer algo para nós – Mudou de assunto de forma desesperada. Estava claramente nervoso – Se eu falar sobre você ele não vai cobrar nada... – Retirou-se do quarto sem responder nada. Hancock apenas observou o garoto sair apressado.

 

- Luffy... – Murmurou cabisbaixa.

 

xxx

 

Estava muito assustado. Amedrontado! Desde que a morena acordou seu coração parecia querer sair pela boca, e aquela pergunta piorou tudo. Beijos faziam isto? Estava vermelho igual à Makoto... HANCOCK TENTARIA PEGAR EM SUAS BOLAS DE OURO?!

 

Correu para todos os cantos daquela residência em busca de um telefone. Precisava de ajuda. Sanji poderia ajudá-lo, o loiro sempre agarrava garotas nos fundos do restaurante, deveria saber. Tropeçou e quebrou tudo que ainda faltava quebrar e depois de muita desordem achou o que queria. Discou e re-discou os números várias vezes até acertar a combinação.

 

- Atende... Atende...

 

- Restaurante Baratie! Posso ajudá-lo?

 

- Nami! – Disse aliviado assim que ouviu a voz da ruiva – Oe, o que faz aí? NÃO ME DIGA QUE TÁ TRAINDO O ZORO!

 

- Aho! Eu trabalho aqui, assim como o Zoro – Relembrou-o irritada – E você também, Luffy... Olha se estiver querendo comida eu...

 

- Não! Nami escuta; desde que eu beijei a Hancock tudo tá estranho! – Contou com lágrimas nos olhos – Meu coração quer sair, meu corpo não pára de tremer, eu devo estar com febre e acho que ela quer me levar em um beco!

 

Nami riu como nunca.

 

- Idiota! Você não tá doente, e eu não entendi essa do beco, mas me escuta... Você tá apaixonado!  - Voltou a rir ainda mais ao ver o silêncio do outro lado da linha – Você ama a Hancock, simples! Agora vá até ela e conte o que você tá sentindo. E pare de ocupar a linha do restaurante, tempo é dinheiro... Boa sorte! – E desligou.

 

Colocou no gancho em choque. Então era isso? Estava sentindo aquilo daqueles filmes melosos que tanto evitava? Estava amando?

 

Isso era algo bom?

xxx

 

O garoto de cabelos negros voltou ao quarto pensativo e isso assustou a garota. Ficou observando-o até o mesmo se sentar e a encarar de forma séria. Sentiu seu coração falhar uma batida ao ver aqueles olhos negros em sua direção. Ia perguntar algo, mas ele foi mais rápido.

 

- Hancock... – O tom de voz estava diferente do habitual – Precisamos conversar...

 

- Algo errado...?

 

- Sim... Não... Bem, não sei... – Hesitou um pouco. Os olhos azuis da morena o olhavam de forma preocupada. Tinha que falar logo! – Eu... Eu me sinto mal quando estou com você...

 

Seus ouvidos não acreditavam no que acabou de escutar. Sentiu um grande aperto no peito e não pôde conter as lágrimas que rapidamente encharcaram seu rosto. Ele a odiava. Não! Pior do que isso. Tampou o rosto com as mãos, mas dessa vez era para tentar conter o liquido que escorria de seus olhos.

 

- Hancock...?

 

- Desculpa! Eu prometo não ficar em seu caminho, assim não precisa mais me ver, certo?  - Olhou para ele secando os olhos e sorrindo, mas as lágrimas continuavam.

 

Luffy não entendia porque ela chorava, e nem o motivo de suas palavras. Abriu a boca para questionar, mas logo percebeu; ela entendeu errado. Bateu na própria cabeça. Como disse aquilo? Qualquer um entenderia errado.

 

Mudou seu semblante para parecer serio. Pegou gentilmente o pulso da morena com a mão direita, e com a esquerda tocou o rosto molhado dela, fazendo-a encará-lo.

 

- Você entendeu errado... – Murmurou baixinho, mas sabia que ela o escutaria – Eu estou... Apaixonado... Por você...

 

Os olhos chorosos agora se arregalaram. Uma hora ele diz não a querer e outra que estava apaixonado. Seu cérebro tentava absorver as informações, mas não pode conter o sorriso. O rosto sério dele mostrava não ser uma mentira. O abraçou firmemente, escondendo o rosto no corpo do rapaz.

 

- Eu também! – O moreno sorriu ao ouvir – Eu também amo você Luffy-san... Eu... Eu...

 

Esperou a garota terminar a frase, mas isto não aconteceu. Na verdade o corpo todo dela perdeu a força. A afastou com cuidado e a viu desmaiada com o rosto azul... E isso não é bom sinal, certo?

 

- Hancock! – Sacudiu-a desesperado.

 

Bem, ela não iria se curar tão rápido.

 

Mas isso não importava, estaria ali quando ela acordasse. E para todo o sempre também...

 

 

Fim.


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Notas finais do capítulo

Ok, vou lá terminar minhas fic ç_ç