E como Seria Se... escrita por C_L_Haselhoff


Capítulo 6
6 - O Começo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/89895/chapter/6

6 - O Começo. 

Harry ficou alguns minutos ainda em pé com a cabeça para fora da janela, perdido em pensamentos, de como as coisas estavam prestes a mudar. Ele se sentou sozinho em sua cabine, ainda pensando em Hogwarts, e em sua família. Enquanto ele estava se visualizando em uma batalha sangrenta com um dragão um estrondo gigantesco o trouxe de volta a terra.

                                                                        

Não levou nem um segundo para Harry se levantar e ir espiar o corredor, há umas cinco cabines da sua estava estirado no chão um garoto ruivo, esmagado por seu malão, o qual ele empurrava inutilmente. Harry se encaminhou até o garoto e o ajudou a empurrar o malão. Após umas cinco tentativas, os dois estavam com os rostos suados, e o garoto ruivo livre do malão.

-Você está legal? – perguntou Harry, se levantando e ajudando o outro garoto.

-Estou sim, obrigado – respondeu o menino – um bando de sonserinos me expulsou da cabine.

Harry seguiu com os olhos na direção que seu companheiro apontava, na cabine ao lado havia quatro garotos grandalhões mal encarados, rindo abertamente. Eles lembravam ao menino trasgos, talvez pelo ar de estupidez nítido neles, ou pelas risadas fanhas que se ouviam do corredor, mas talvez fosse mesmo pela atitude estúpida que eles haviam apresentado.

-Idiotas – acrescentou Harry pondo o malão do colega em pé, e estudando seu dono com mais atenção. O garoto era alto, magro e desengonçado, com sardas, mãos e pés grandes e um nariz comprido. – então você quer ficar na minha cabine? A não ser que você queira procurar seus amigos...

-Não, quero ficar na sua cabine sim! – apressou-se a dizer o garoto. – ãh, sou Rony Weasley, você?

-Harry Potter – apresentou-se feliz.

-Eu já ouvi falar da sua família, praticamente todos os homens Potters são aurores, sem falar que vocês são muito ricos – ao falar isso Rony corou. – e grande defensores dos nascidos trouxas, meu pai diz que é uma das poucas famílias puro-sangue que prestam.

-Uau... – exclamou Harry. Ele e Rony se equilibraram para colocar o malão no bagageiro. – Não sabia que éramos tão famosos! Mas eu também já ouvi falar da sua família, meu pai diz que vocês são os maiores defensores dos nascidos trouxas do Ministério, que o seu pai, você é filho de Arthur Weasley não é? – perguntou Harry, recebendo um aceno de confirmação – trabalha no Departamento de Mau Uso dos Artefatos Trouxas, algo assim, ele diz que seu pai é muita gente boa.

-Caramba... Não sabia que papai era tão conhecido de vocês – disse Rony com as orelhas muito vermelhas. – Para que casa você pretende ir?

-Gryffindor! – respondeu prontamente. – como meu pai, minha mãe, meu padrinho, meu tio Remo e minha tia Eliza, tradição de família.

-Acho que somos dois então!

A conversa continuou nesse ritmo, Harry descobriu que Rony tinha mesma idade que ele, o que o animou um pouco, eles seriam amigos, ele estava tão animado que quase esqueceu a seleção, que o estava aterrorizando desde a noite anterior.

Eles estavam em uma discussão sobre qual o melhor time de quadribol, pois os garotos torciam por times rivais. Harry, em grande parte por influência de Tiago torcia pelos Tornados. Já Rony torcia pelo Chudley Cannons, os dois estavam discutindo táticas e campeonatos quando a porta abriu.

-Vocês viram um sapo?

Os garotos viram parada no portal, uma menina de cabelos castanhos esvoaçantes e dentes da frente um tanto grande, mas acima de tudo o que se destacava na garota era o ar de mandona que ela emanava.

-Não, mas para que alguém ia querer achar um sapo? – respondeu Rony.

Atrás da garota mandona ouviu-se um guinchado, quando os meninos olharam mais atentamente, perceberam que havia um garoto de rosto redondo encolhido atrás da garota. O garoto torcia nervosamente o chapéu de bruxo em suas mãos.

-Oras! Se você não é capaz de entender sozinho, duvido que se alguém explicar você entenda! – retrucou a menina – Venha Neville! Vamos continuar procurando seu sapo...

Assim os dois saíram, o garoto cabisbaixo e tristonho, a menina de nariz empinado e enfurecida. Rony e Harry se entre olharam confusos, mas logo esqueceram a garota e garoto. Assim que os campos escureceram os dois garotos trocaram as roupas trouxas pelas vestes de Hogwarts.

A essa altura as conversas sobre quadribol, famílias, vizinhas e outros assuntos leves havia se esgotado, o que deixava um assunto inquietante na mente de Harry: a seleção. Aparentemente Rony também pensava nas mesmas coisas, pois assim como Harry estava calado, além do fato de sua pele estar meio esverdeada. O silêncio que se instalou na cabine parecia deixar aquilo ainda pior, porém nenhum dos garotos estava com muita vontade falar, Rony seria capaz de vomitar se abrisse a boca.

Harry estava imaginando o que aconteceria se simplesmente se negasse a enfrentar o dragão quando a porta da cabine se abriu, parados nela havia dois garotos ruivos idênticos.

-Rony! Ficamos sabendo que você apanhou de uns sonserinos – comentou o gêmeo mais próximo a Harry.

-Que vergonha! Que vergonha! Esperávamos tanto de você.. – comentou o outro.

-Ah! Calem a boca – retrucou Rony, enquanto suas orelhas ficavam vermelhas.

Os três continuaram a discutir por alguns minutos, enquanto Harry se deixou perder em pensamentos até que...

-E quem foi o pobre coitado que te salvo? – perguntou um dos gêmeos.

-Harry Potter – disse Harry. – prazer.

-Prazer, eu sou Fred, e esse é o Jorge – disse o gêmeo próximo – somos do terceiro ano, ouvimos falar que seu pai foi um grande apanhador, você também deve ser bom...

-Meu pai diz que sim, bom eu acho que jogo alguma coisa.

-Você também já voou? – perguntou Rony.

-Já, meu pai sempre quis que eu fosse apanhador, que ele não gostava muito que voasse era minha irmã... – disse pensando alto Harry.

-Mas por que? – perguntou Jorge.

-Ela tem a tendência a quebrar as coisas quando voa, ou se quebrar

.

-Ela voa tão mal assim? – perguntou Fred.

-Não acho que ela voe mal, mas ela costuma voar dentro de casa, acho que esse é o problema.

-Ela já está em Hogwarts? – perguntou Rony.

-Não, só vai entra daqui dois anos.  – respondeu Harry.

-Bom crianças – disse Fred, no que Rony revirou os olhos – vamos andando, Lino trouxe uma tarântula gigante, estamos pensando em coloca na cabine dos sonserinos...

Assim os gêmeos saíram, deixando Harry imaginando se eles realmente pretendiam colocar uma aranha gigante na cabine de alguém, pela cara de Rony aquele não era um comportamento muito fora do comum.

-Eles são realmente populares, Fred e Jorge, vivem aprontando, mamãe diz que ela recebeu mais cartas deles do que de todos os outros. – comentou Rony.

-Você tem mais irmãos? – perguntou Harry querendo se distrair da seleção.

-Eu sou o sexto filho, mas dois dos meus irmão já se formaram. – comentou Rony. – Gui trabalha em Gringotes desfazendo feitiços e Carlinhos cuida de Dragões na Romênia.

A palavra dragões trouxe a seleção novamente a cabeça de Harry, pelo menos ele poderia perguntar a Rony, se o irmão dele trabalhava com dragões ele provavelmente sabia alguma coisa sobre os mesmos, certo? Valia tentar.

-Rony... O quê você sabe da seleção? – perguntou Harry mantendo a voz mais controlada possível.

-Não muito, ninguém quis me dizer nada... Fred e Jorge disseram algo sobre enfrentar um trasgo... Mas eles estavam brincando, tenho certeza – Rony apressou-se a dizer, ao ver a súbita palidez de Harry.

-Meu pai falou sobre dragões... – comentou Harry, olhando de esguelha para Rony.

Rony pareceu considerar a idéia – que não parecia agradar ao garoto mais do que agradava a Harry – por alguns segundos antes de responder.

-Eu acho pouco provável que sejam dragões, eles não são domesticáveis, então por que nos fariam enfrentá-los na seleção? Quer dizer acabamos de entrar. – o garoto parecia buscar o apoio de Harry para sua teoria.

-É, acho que você tem razão.

Os dois continuaram conversando até que viram vários alunos cruzando os corredores para encontrarem seus amigos, até que a porta se abriu e a menina mandona entrou se largando no banco mais próximo.

-Estão todos se comportando como crianças! Alguém ainda vai se machucar com essa correria. – disse ela meio chorosa.

-E você é muito adulta para falar dos outros, não é? – retrucou Rony, bufando com a volta da garota.

-Onde foi seu amigo? – perguntou Harry, antes que os dois pudessem começar brigar.

-Não sei, depois de um tempo nos separamos para procurar o sapo dele. – respondeu a menina. – Hermione Granger, e vocês?

-Harry Potter.

-Rony Weasley.

-Prazer, então vocês são de famílias bruxas? – perguntou ela parecendo, pela primeira vez, nervosa.

-Somos – disse Rony.

-É – depois pensando melhor Harry corrigiu – se bem que você pode pensar em mim, como mestiço.

Rony olhou significantemente, nesse momento Harry entendeu muito bem o que seu pai dizia sobre os Weasleys, Rony assim como Harry não parecia se importa se ele vinha de uma família puro-sangue ou de uma família trouxa, ou mesmo de uma família de patos.

-Bom... Então quer dizer que vocês também já sabem fazer alguns feitiços né? Quer dizer eu só tentei alguns fáceis sabem como é – disse a menina muito rápido, como se estivesse tentando provar algo. – mas ainda sim tenho certeza que posso fazer outros, não acho que eu vá encontrar dificuldade.

-Ok, senh... – começou Rony.

-Você é nascida-trouxa, não é? – disse Harry sorrindo.

A menina corou muito, mas mesmo assim não dispensou a atitude superior.

-Sou, você acha que é melhor que eu? – retrucou Hermione.

-Ta brincando? Minha mãe é nascida-trouxa, e meu nunca chegou perto dela em poções. – disse Harry – se era esse o motivo de você ficar tão...

-Convencida e mandona – completou Rony.

-Eu não estava sendo convencida e mandona! – retrucou ela. – Obrigada, Harry, espero que possa te chamar assim?

-Claro, sem problemas Hermione, mas você devia relaxa um pouco...

-Você acha que o Weasley tem razão? – perguntou ela esganiçada.

-Hmm... Um pouco – e vendo a crise que surgiria acrescentou – Mas não só por isso, você pode acabar pirando assim.

-Bom, vou pensar a respeito, tchau Harry, Weasley. – e foi-se depois disso.

-Notou como ela me tratou? – perguntou Rony se levantando, após o trem estacionar.

-Você foi grosso com ela.

-Mas ela estava sendo convencida e mandona! – exasperou-se Rony.

-Eu sei mas você podia ter sido mais sutil!

A discussão não se estendeu muito mais, pois o trem já estava estacionado na estação. Os meninos se apertaram no mar de estudantes e passaram alguns minutos entre empurrões e pisada de pés, até saírem na plataforma de Hogsmead.

Harry e Rony olharam para os lados procurando o caminho, sabiam que um professor viria buscar os primeiranista, porém não viam ninguém, alem dos demais alunos.

Antes que Harry pudessem começar a falar eles ouviram uma voz chamando-os. Ao se virarem em direção da voz, os garotos deram de cara com a maior pessoa que já tinham visto na vida.

-Alunos do primeiro ano! Por Aqui! Mais alguém do primeiro ano? – chamava o gigante.

Rony e Harry trocaram olhares e seguiram o gigante, ele caminharam com os demais estudantes. O caminho era íngreme e escorregadio, Harry tropeçou no mínimo umas quatro vezes, Rony devia ter tropeçado umas sete, o caminho era tão escuro que eles podiam estar dentro que um túnel se não fosse o vento e o cheiro de madeira úmida.

Depois, do que pareceu a Harry muito tempo o gigante falou algo que ele não prestou atenção, de repente, após a curva o caminho se abriu dando na margem de um lago enorme e escuro, distante na outra margem erguia-se o castelo de Hogwarts, imponente e aconchegante, o castelo tinha varias janelas com as luzes acesas, a sensação que visão proporcionou a Harry era tão forte e boa que não parecia real.

-Só quatro por barco – avisou o guia, chamando assim a atenção de boa parte dos garotos para a flotilha de barcos atracada, na margem próxima.

-Vamos – disse Rony, puxando Harry para o barco logo a frente, só quando o gigante perguntou se já estavam todos acomodados Harry percebeu quem eram seus companheiros de barco: Neville e Hermione.

A flotilha largou toda ao mesmo tempo, navegando suavemente pela superfície do lago, o silencio era incrível, porém ninguém parecia notar, atenção dos garotos estava voltada a construção que se aproximava.

-Abaixem as cabeças! – gritou o gigante quando os barcos mais a frente se aproximaram da cortina de heras que desciam pelo penhasco, atrás da cortina uma larga abertura levava a um túnel escuro, pelo qual eles seguiram até um cais subterrâneo; cujo chão era feito de cascalhos, Hagrid passou por todos os barquinhos revistando-os para ter certeza que ninguém esqueceu nada.

-Ei! Você aí! É o seu sapo? – perguntou ele, com a mão fechada ocultando o sapo.

-Trevo! – gritou Neville, feliz com as mãos estendidas.

Então eles subiram por uma abertura, seguindo a lanterna de Hagrid, quando finalmente o chão nivelou, os garotos estavam em um gramado fofo e úmido, que se estendia ao longe como um gigantesco tapete verde escuro.

Quando os garotos e se aglomeraram nos degraus de pedra envolta da porta grande de carvalho Hagrid se virou para trás dizendo:

-Todos aí? Você ainda está com seu sapo?

E então diante da confirmação, ele bateu o gigantesco punho na porta, três batidas estrondosas seguidas.

A porta abriu-se com movimento só, atrás desta revelou-se a bruxa de aspecto mais severo que Harry vira na vida, tudo nela lhe avisa que era uma professora que não devia ser aborrecida.

-Alunos do primeiro ano, professora McGonagall – informou Hagrid.

-Obrigada, Hagrid. Eu cuido deles daqui em diante. – respondeu –lhe a professora, num tom eficiente. 

O saguão do castelo era gigantesco, Harry podia apostar que sua casa caberia com folga ali.O chão era feito de mármore, as paredes de pedras iluminadas por archotes flamejantes, a escada pela qual seguiram era feita de mármore também. Eles passaram por portas duplas de carvalho de aonde emanava um calor e cheiro tentadores, Harry se virou para entrar no salão, mas foi puxado por Rony, a professora os levava para uma sala menor, logo ao lado do salão.

Depois que todos os primeiranistas estavam reunidos na sala a professora começou a falar.

-Bem-vindos a Hogwarts. O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados por casas. A seleção é uma cerimônia muito importante porque, enquanto estiverem aqui, sua casa será uma espécie de família em Hogwarts. Vocês assistirão a aulas com o restante dos alunos de sua casa, dormirão no dormitório da casa e passarão o tempo livre na sala comunal.

“As quatro casas chamam-se Grifinória, Lufa-Lufa,Corvinal e Sonserina. Cada casa tem sua história honrosa e cada uma produziu bruxas e bruxos extraordinários. Enquanto estiverem em Hogwarts seus acertos renderão pontos para sua casa, enquanto seus erros a farão perder. No Final do ano, a casa com o maior numero de pontos receberá a taça da casa, uma grande honra. Espero que cada um de vocês seja motivo de orgulho para a casa a casa à qual vier a pertencer.

“A Cerimônia de Seleção vai se realizar dentro de alguns minutos na presença de toda a escola. Sugiro que vocês se arrumem o melhor que puderem enquanto esperam.”

O olhar dela se demorou por um instante na capa de Neville, que estava afivelada debaixo da orelha esquerda e no nariz sujo de Rony. Harry estava nervoso, seu estomago parecia tê-lo abandonado.

-Voltarei quando estivermos prontos para receber vocês – disse a Profa. McGonagall – por favor aguardem em  silêncio.

E se retirou.

No momento seguinte o burburinho de conversas encheu a sala, embora ele não entende-se Harry tinha certeza que sabia qual o assunto das conversas: a Seleção. Ele mesmo estava extremamente curioso, por que eles tinham que esperar naquela sala? Por que não podia ir logo para o salão?

Embora Harry quisesse dividir suas preocupações com Rony, acho que o amigo não estava em condições de falar nada que fosse, seu rosto pálido agora estava um tanto quanto esverdeado. Harry notou também seu amigo não era o único nervoso, por toda sala murmúrios eram ouvidos, pescoço eram esticados e corpos balançavam-se para frente e para trás, perto deles Hermione recitava os encantamentos que havia decorado em uma velocidade fantástica, com se estivesse disposta a colocar tudo na cabeça na ultima hora.

Harry se concentrava tentando achar algo que fosse razoável para selecioná-los e não envolvesse dragões ou trasgos, porém nada tirava a imagem do dragão de sua mente. Ele estava tão concentrado em mudar os rumos de seus pensamentos que só notou a presença da professora quando a mesma se dirigiu aos alunos.

-Vamos andando agora – disse com uma voz energética. –A Cerimônia de Seleção já vai começar. Façam fila e me sigam.

Harry sentia suas pernas pesada, como se fossem de chumbo, eles caminharam em fila atravessando o saguão e as portas duplas que levavam ao Salão Principal.

Em seus sonhos mais loucos sobre Hogwarts, ele jamais fez jus o local, em várias das histórias de escola dos seus pais, Sirius citara esse salão, porém o mais próximo que ele imaginara disso era o teto do quarto de sua irmã estendido por todo o salão.

O ambiente era iluminado por velas que flutuavam, de ambos os lados de Harry se estendiam as mesas das casa, duas de cada lado, e a sua frente se encontrava a mesa dos professores, as mesas estavam postas com talheres, taças e copos dourados. Os estudantes do primeiro ano só parara quando chegaram a mesa dos professores, que ficara as costas dos garotos.

Então para evitar os rostos que agora o encaravam, Harry dirigiu sua atenção para o teto, aveludado e negro, salpicado de estrelas, tornava muito difícil de acreditar que havia um teto ali e que o Salão Principal simplesmente não se abria para o infinito.

-É enfeitiçado para parecer o céu lá fora, li em Hogwarts, uma história – era Hermione quem cochichava.

Quando Harry abaixou os olhos para comentar com a colega, viu a Profa. McGonagall silenciosamente colocar um banquinho de quatro pernas diante dos alunos. Em cima do banquinho ela pôs um chapéu pontudo de bruxo. O chapéu era remendado, esfiapado e sujíssimo.

Harry estava divagando se um dragão sairia do chapéu para enfrentá-lo ou se ele deveria tirar um coelho de dentro do chapéu, porque decididamente algo sairia do chapéu pois todos estavam postos nele. Enquanto Harry, assim como os demais, encarava o chapéu, um rasgo junto à aba se abriu como uma boca – e o chapéu começou a cantar:

Ah, vocês podem me achar pouco atraente,
mas não me julguem pela aparência
Engulo a mim mesmo se puderem encontrar
Um chapéu mais inteligente do que o papai aqui.
Podem guardar seus chapéus-coco bem pretos,
suas cartolas altas de cetim brilhoso
porque eu sou o Chapéu Seletor de Hogwarts
E dou de dez a zero em qualquer outro chapéu.
Não há nada escondido em sua cabeça
que o Chapéu Seletor não consiga ver,
por isso é só me porem na cabeça que vou dizer
em que casa de Hogwarts deverão ficar.
Quem sabe sua morada é a Grifinórnia,
casa onde habitam os corações indômitos.
Ousadia e sangue frio e nobreza
destacam os alunos da Grifinórnia dos demais;
quem sabe é na Lufa-Lufa que você vai morar,
onde seus moradores são justos e leais
pacientes, sinceros, sem medo da dor;
ou será a velha e sábia Corvinal,
a casa dos que tem a mente sempre alerta,
onde os homens de grande espírito e saber
sempre encontrarão companheiros seus iguais;
ou quem sabe a Sonserina será a sua casa
e ali fará seus verdadeiros amigos,
homens de astúcia que usam quaisquer meios
para atingir os fins que antes colimaram.
Vamos, me experimentem! Não deverão temer!
Nem se atrapalhar! Estarão em boas mãos!
(Mesmo que os chapéus não tenham pés nem mãos)
porque sou o único, sou um Chapéu Pensador! 

O salão inteiro prorrompeu em aplausos quando o chapéu acabou de cantar. Ele fez uma reverência para cada uma das quatro mesas e em seguida ficou muito quieto outra vez.

-Então só precisamos experimentar a chapéu! – cochichou Rony a Harry – Vou matar o Fred, ele não parou de falar numa luta contra um trasgo.

Harry deu um sorriso sem graça. ,É experimentar um chapéu era bem melhor do que precisar enfrentar um dragão, mas desejou que pudessem ter experimentado o chapéu sem toda aquela gente olhando. O chapéu parecia estar pedindo muito; Harry não estava se sentia inteligente nem muito menos corajoso, ou qualquer outra coisa naquele momento, como ele poderia ir parar na Grifinória, como tanto queria se nem ao menos sabia o que sentia? Não, ele sabia o que sentia, estava nervoso, mas o chapéu não mencionara nenhuma casa para que estava meio nervoso, mencionara?

A Profa. McGonagall então se adiantou segurando um longo rolo de pergaminho.

-Quando eu chamar seus nomes, vocês porão o chapéu e se sentarão no banquinho para a seleção. Abbott, Ana.

Ordem alfabética, isso era bom teria um bom tempo para achar coragem, e qual era mesmo a outra coisa? Ah, determinação, ele poderia assim ir para Grifinória, pensou Harry, correndo os olhos para a mesa a extrema esquerda, logo reconheceu as duas cabeças vermelhas idênticas dos gêmeos Weasley, que sorriam para ele, o máximo que pode fazer foi dar um meio sorriso. Assim mele decidiu que faria melhor prestar atenção na seleção, o que aconteceria se a professora chamasse seu nome e ele estivesse perdido em seus pensamentos com cara de bobo? Nada bom, com certeza.

-Nott, Ted.

Nott? Mas já o que acontecera com todas as letras que vinha antes do “N”, será que o tempo passou tão rápido assim? – pensou Harry desesperado.

Então viram duas gêmeas Patil e Patil, outra garota, Perks alguma coisa e então...

-Potter, Harry. – chamou a professora no seu tom enérgico.

Ele viu pouco antes do chapéu cobrir seus olhos algumas pessoas se endireitando para ouvir a decisão do chapéu.

-Difícil. Muito Difícil. Bastante coragem, vejo. Uma mente nada má. Há talento, ah, nossa, uma sede razoável de se provar, ora isso é interessante... Então, onde vou colocá-lo? – disse uma voz vida do chapéu.

Harry apertou as bordas do banquinho e pensou “Grifinória, por favor, você disse bastante coragem, então Grifinória!”

-Tem certeza? Você poderia ser grande, sabe, está tudo aqui na sua cabeça e a Sonserina lhe ajudaria a alcançar essa grandeza, sem dúvida nenhuma, tem certeza?

Harry pensou de novo, agora desesperado. “Sonserina, não, por favor, sonserina não. “

-Se você tem certeza, então ficará melhor mesmo na GRIFINÓRIA!

Então ouvindo a ultima palavra ser anunciada para todo o salão, Harry tirou o chapéu e se encaminhou trêmulo, porém muito feliz, para a mesa de Grifinória. Os gêmeos Weasley o parabenizaram da forma mais barulhenta que puderam, Harry suspeitava que isso fosse para envergonhá-lo, o garoto estava sentado defronte para um fantasma com gola de rufos, o fantasma o cumprimentou com um aceno de cabeça.

Logo chegou a vez de Rony, que a essa altura já estava com o rosto esverdeado, Harry fez figa por baixo da mesa enquanto o amigo se encaminhava para o banquinho, o chapéu mal tocara sua cabeça e já anunciou “Grifinória”. Rony, agora com sua cor normal se sentou do lado de Harry, defronte para o menino de rosto redondo, Neville.

Logo os pratos se encheram de comida, e todos atacaram, embora a comida de Milly fosse ótima, nada poderia ser comparado aquele banquete, logo quando ninguém mais agüentava comer os pratos foram esvaziados, Dumbledore levantou dando as boas vindas a todos, e os convidou a cantar o hino da escola, foi uma cena bastante divertida, diferentes ritmos enchendo o salão, assim que os gêmeos Weasley terminara a ultima nota fúnebre que cantavam, todos foram para as camas, Harry estava tonto de sono, mas muito feliz, agora entendia um pouco do que seu pai falava da escola.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Ai está mais um capítulo, mil perdões a demora monstro!
Várias coisas influenciaram para isso, mas o que mais vale destacar foram meus problemas técnicos com o site... Significando que eu não conseguia de maneira nenhuuuma postar, mas enfim espero que agora vá
Beijos