Acordei com o toque de meu celular. Eram 16:45 da tarde, minha consulta estava marcada para as 17:30, tinha tempo de tomar um banho e me arrumar. Atendi o telefone insistente:

- Alô? - falei com voz de sono.

- Oi amor.

- Oi

- Então, está pronta para ir a ultra? - perguntou Tomás.

- Quase, preciso de um banho.

- Estou indo pra sua casa, te espero na porta, ta bem?

- Por que não entra?

- E sua mãe?

- Ela quer te conhecer...

- Ah, então tudo bem.

- Até logo.

- Beijos.

Desliguei o celular e o pus no criado-mudo, me levantei com dificuldade da cama, afinal minha barriga cresceu consideravelmente ao longe desses 7 meses. Fui ao banheiro e tomei um banho demorado, deixei que a água quente escorresse pela minha barriga. Reparei que não podia ver meus pés de tão grande que a barriga estava... Sai do banho enrolada na toalha, procurei uma roupa básica, não precisava de muita extravagância, eu ia ao médico. Veria meu querido doutor Samuel. Desde os 5 meses eu não o tenho visto, estava até com saudades de conversar com ele... Ele me acalmava, e sabia do que eu precisava para o bebê nascer saudável. Era um bom médico, e era o meu médico.

Ouvi a campainha e constatei que Tomás havia chegado, desci as escadas e me deparei com ele na sala. Minha mãe o fitava, parecia que o avaliava. Ele apenas sorria ao me ver.

- Oi - falei ao pé da escada.

- Oi linda - falou ele, bem ali, na frente da minha mãe. - Está pronta?

- Estou sim. - desci o último degrau e caminhei até ele. - Ahn mãe... Este é o Tomás.

- Sim, já sei. Prazer em conhece-lo Tomás.

- O prazer é meu senhora. - disse estendendo a mão a minha mãe, que o cumprimentou e sorriu.

- Cuide bem dela - recomendou apontando para mim.

- Sempre cuidarei senhora, sempre - falou ele, olhando com uma expressão de admiração para mim. Apenas sorri. - Vamos, ou você vai chegar atrasada - Assenti. Dei tchau pra minha mãe e fomos.

***

Ao chegarmos no consultório do Dr. Samuel, Luce me viu entrar com Tomás. Me olhou espantada e assim que nossos olhares se encontraram, me chamou. Tomás se sentou e eu fui até ela.

- Oi Luce.

- Minha querida, quem é o bonitão que veio com você? - perguntou, me puxando para um cantinho da recepção, afim de não deixar Tomás nos escutar.

- Ele? É o Tomás.

- É o pai do bebê?

- Não Luce, é um amigo.

- Amigo, sei. Você tem muita coisa para me contar, estou vendo que tem. - falou colocando as mãos na cintura e me fitando.

- Tudo bem, irei te contar tudo - concordei. Lhe contei que o havia conhecido há mais ou menos 1 semana, quando fui comprar castanhas, já que estava loucamente precisando comer algumas. Disse que como na vendinha que tinha lá perto de casa não tinha castanhas, do nada me surge Tomás perguntando se estava bem, conversamos um pouco e lhe falei que estava com desejo de comer castanhas. Ele então, me levou até outra vendinha e me comprou as castanhas.

Suas expressões sempre que acrescentava algum detalhe, era da surpresa a empolgação.

Lhe contei então, que desde esse dia, eu e Tomás nos aproximamos, e aparentemente estamos juntos.

- Olá Anya, como estão? - perguntou Dr. Samuel, aparecendo na recepção.

- Oi doutor, estamos ótimos.

- Que bom, aguarde só um instante que já vou te atender - falou, abrindo um sorriso e voltando pra sua sala, apenas assenti.

Voltei a sala de espera e me sentei ao lado de Tomás que sorriu. Pegou minha mão e a beijou, olhei para ele e admiti pra mim mesma que, nada seria perfeito sem Tomás aqui comigo, hoje.

- Venha Anya - chamou-me Luce.

- Você quer entrar? - perguntei a Tomás.

- Eu posso? - balancei a cabeça em confirmação e ele veio atrás de mim.

Ao entrar na sala do Dr. Samuel, troquei minha roupa e deitei-me na cama estreita, ele fez todos os procedimentos que antes, colocou o gel na câmera que mostraria meu bebê.

Sabe, eu já cansei um pouco de chamá-lo de bebê, eu já devia ta pensando em nomes.

- Pronta? - perguntou Samuel me olhando, preparado com a ultra na mão. Assenti e ele começou. A imagem que apareceu na pequena televisão foi a coisa mais linda que eu já vi. Eu podia ver perfeitamente o formato do narizinho dele, da boquinha... Olhei para Tomás e ele sorria ao ver o bebê. Segurava minha mão sem deixar de olhar para a televisão. Deixei que uma lágrima de felicidade escorresse por meu rosto, meu bebezinho é lindo, tenho Tomás ao meu lado, o que mais eu poderia pedir?

- Anya? - chamou-me Samuel, o olhei e ele sorria - Dá pra saber qual o sexo...

- Sério doutor? - perguntou Tomás se aproximando mais de Samuel, sem soltar minha mão.

- Sim. E ai, vai querer saber? - olhou para mim esperando minha resposta.