A Filha de Cronos escrita por NatyAiya


Capítulo 41
Capítulo 38 - Caça a bandeira


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela minha demora...
O capítulo simplesmente não saia como eu queria e eu o reescrevi uma cinco vezes, e mesmo assim ainda não estou satisfeita. Mas eu espero que vocês gostem.
P.S.: O capítulo inteiro é narrado pelo Percy...
Boa leitura.



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Capítulo 38 - Caça a bandeira

POV Percy

Foi difícil acordar em um lugar desconhecido, depois receber a notícia de que provavelmente minha mãe estava morta e que eu era um semideus. E eles ainda me falam que eu estava sendo acusado pelo rei dos deuses de ser um ladrão! Eu nem sabia quem era o meu pai e estava sendo acusado por causa dele.

Quase todos no Acampamento tentavam me deixar o mais à vontade possível, mas é claro que tinha aquelas que tentavam transformar a minha vida aqui em um inferno.

Dois dias já tinham se passado e Luke, o conselheiro do chalé de Hermes, onde eu estava, disse que essa noite teria um jogo diferente, Caça a bandeira ele disse.

Eles não me explicaram as regras, apenas enfiaram uma armadura que não tinha sido feita para mim e me deram uma espada que também não tinha sido feita para mim, por esse motivo eu parecia um retardado com uma armadura grega e uma espada na mão. Eu mal conseguia ficar de pé por causa do peso de tudo aquilo! Como eles queriam que eu lutasse?

Luke apenas me disse para ficar vivo e quem eram nossos aliados e inimigos, não consegui guardar muita coisa do que ele disse, mas esperava que tivesse entendido o suficiente para continuar vivo pelas próximas horas.

Annabeth, Alana e Alexia eram do mesmo time que eu e, eu tinha planejado ficar perto delas durante o "jogo", mas as três simplesmente sumiram no meio das árvores quando Quíron mandou nós nos posicionarmos. Annabeth apenas me dissera para ficar na defesa perto do rio, e foi para para lá que eu fui.

O restante da equipe se espalhou entre as árvores e eu fiquei ali sozinho com o rio correndo ao meu lado direito. Quando a concha soou indicando o início do jogo um aliado de Apolo, eu acho, passou por mim correndo como um cervo e pulou o parte mais rasa do riacho e desapareceu no "território inimigo".

- Ótimo, - pensei. - eu ficaria fora da diversão.

Então ouvi um som que me deu um calafrio na espinha, um rosnado canino grave em algum lugar por perto. Ergui o escudo instintivamente, eu tinha a sensação de que alguma coisa estava me espreitando. E do mesmo jeito que veio o rosnado parou e senti a presença sinistra recuando.

E do outro lado do riacho, a vegetação rasteira explodiu e cinco guerreiros de Ares saíram gritando e berrando da escuridão.

- Acabem com o mané! - Clarisse gritou. E foi para isso que Samantha tinha me alertado alguns dias antes.

Seus olhos faiscaram pelas fendas do capacete, ela brandiu uma lança gigantesca com a ponta de metal farpado lançando chispas de luz vermelha, já seus irmãos carregavam espadas de bronze comum.

Eles atacaram obedecendo-a e não havia ajuda à vista, então eu podia correr ou então podia me defender de quase metade do chalé de Ares. Me esquivei do golpe do primeiro garoto, porém aqueles caras não eram estúpidos, eles me cercaram e Clarisse investiu contra mim com sua lança. Consegui desviar a ponta com meu escudo mas senti um formigamento doloroso no corpo e meus cabelos eriçaram, o braço que segurava o escudo ficou dormente e o ar queimou.

Eletrecidade, aquelas lança estúpida era elétrica.

Um outro cara de Ares me golpeou no peito com a pare mais grossa da espada e eu caí, eles poderiam ter me chutado até que eu virasse geléia mas estavam mais ocupados rindo de mim.

Com muita dificuldade, eu consegui me pôr de pé e ergui a espada, porém Clarisse a jogou violentamente para o lado com sua lança e fagulhas voaram, agora meus braços estavam dormentes.

- Nossa, estou com medo desse cara! Realmente apavorada. - Clarisse zombou.

- A bandeira está para lá. - disse a ela. Eu queria parecer zangado mas acho que não consegui.

- É, nós sabemos. - disse um dos irmãos dela. - Mas, veja bem, nós não nos importamos com a bandeira. A gente se importa mais com um cara que fez o pessoal do nosso chalé de idiota.

- Não precisam dele para isso. - escutei a voz de Alexia em algum ponto atrás de mim.

- Fique fora disso, reloginho. - Clarisse gritou com raiva e dois de seus irmãos foram para dentro das árvores atrás de Alexia, eu acho.

Eu me distraí com eles e foi a deixa para que os outros conseguissem me pegar, um deles conseguiu desferir um golpe com a espada contra meu braço, fazendo um bom talho no lugar. Ver meu próprio sangue me deixou zonzo.

- Sem aleijar. - consegui dizer cambaleando.

- Oops. - disse ele. - Acho que perdi o meu direito à sobremesa.

E então ele me empurrou para o riacho e eu caí espalhando água, os que tinha ficado ali riram. Acho que assim que eles acabassem de se divertir comigo, eu iria morrer mas então algo aconteceu: a água pareceu despertar meus sentidos, como se eu tivesse acabado de comer um saco de jujubas da minha mãe.

Clarisse e seus irmãos entraram no riacho para me pegar, mas eu me pus de pé para recebê-los e sabia exatamente o que fazer. Em algum momento, eu tinha conseguido recuperar a minha espada e desferi a parte chata dela contra a cabeça do primeiro cara e arranquei seu capacete. Em questão de poucos minutos, os grandões do chalé de Ares estavam caídos ao meu redor e eu tinha partido a lança elétrica de Clarisse no meio, fazendo com que ela ficasse possessa.

- Seu idiota! Seu verme com bafo de cadáver! - ela berrou.

E provavelmente teria dito coisas piores se eu não tivesse a golpeado entre os olhos com a base da espada e a joguei cambaleando de costas para fora do riacho.

Alexia saiu do meio das árvores ao mesmo tempo em que ouvi gritos exultantes e vi Luke correndo em direção à linha limite com o estandarte da outra equipe erguido alto, ele vinha flanqueado por alguns garotos de Hermes e mais alguns garotos de Apolo que vinham combatendo os garotos de Hefesto.

- Uma armadilha. - Clarrise berrou meio estupefata. - Foi uma armadilha!

Ela e seus irmãos saíram cambaleando atrás de Luke mas já era tarde demais, ele já conseguia passar para o território amigo. Nosso lado explodiu em vivas e o estandarte vermelho tremulou e ficou prateado, o javali e a lança foram substituídos por um enorme caduceu, o símbolo do chalé 11, chalé de Hermes. A nossa equipe ergueu Luke nos ombros e começaram a carregá-lo.

O jogo terminara e nós tínhamos vencido.

Alexia e Alana vinham na minha direção com um sorriso zombeteiro no rosto.

- Nada mal, héroi. - disse a voz de Annabeth, bem ao meu lado.

Olhei para os lados, mas ela não estava ali.

- Onde diabos aprendeu a lutar assim? - perguntou ela. O ar tremulou e Annabeth se materializou segurando um boné de beisebol dos Yankees como se tivesse acabado de tirá-lo da cabeça.

- Você armou isso para mim. - disse zangado. - Você me pôs aqui porque sabia que Clarisse viria atrás de mim, enquanto você mandava Luke dar a volta pelos flancos. Você já tinha tudo preparado! - eu não estava nem um pouco perturbado pelo fato de ela estar invisível até alguns segundos antes.

- Athena sempre tem um plano. - ela deu de ombros.

- Só se for um plano para que eu fosse reduzido a pó.

- Alexia e Alana estavam por perto e vieram ajudá-lo, e eu também vim o mais rápido possível e estava pronta para entrar na briga, mas... - ele encolheu os ombros. - Você não precisava dela.

- Vocês dois poderiam parar de discutir! Nós ganhamos! - Alana falou revirando os olhos e sorrindo para nós dois.

- Como você arranjou isso? - Alexia indicando meu braço ferido.

- Corte de espada. - respondi. - O que você acha?

- Não. Era um corte de espada, olhe só. - falou Annabeth.

O sangue se fora e no lugar do rasgo enorme, havia uma longa cicatriz branca que também já estava quase desaparecendo. E enquanto eu olhava, ela se transformou em uma cicatriz pequena e sumiu.

- Eu... eu não entendo. - murmurei.

- Isso não é possível. - Alexia sussurrou com um fio de voz.

Annabeth raciocinava enquanto olhava ao redor, eu quase podia ver as engrenagens girando em sua cabeça.

- Saia da água, Percy. - ela mandou.

- O que...

- Apenas saia! - Alexia mandou.

Saí do riacho e logo me senti extremamente cansado e fraco. Meus braços voltaram a ficar dormentes e doloridos quase que imediatamente, a minha descarga de adrenalina me abandonou e eu quase caí mas Alana me segurou pelo braço.

- Oh, Styx! - as três praguejaram juntas. - Isso não é bom. - Annabeth continuou. - Eu não queria.. Eu pensei que poderia ser Zeus...

E antes que eu pudesse perguntar sobre o que elas falavam, ouvi o rosnado canino novamente, só que dessa vez ele estava muito mais perto. Um uivo cortou a floresta e a comemoração cessou imediatamente. Quíron bradou alguma coisa em grego antigo que eu, só mais tarde me daria conta, tinha entendido perfeitamente:

- Preparem-se! Meu arco!

Annabeth, Alexia e Alana sacaram as armas.

Sobre as pedras logo acima de nós, havia um cão preto gigantesco, com olhos vermelhos como lava e presas enormes. E estava olhando diretamente para mim.

Ninguém se moveu, exceto Annabeth.

- Percy, corra! - ela gritou.

O bicho pulou sobre ela e me atingiu, senti as garras afiadas como navalhas rasgando minha armadura e penetrando minha pele. Então, várias flechas brotaram no pescoço do cão, e ele apenas saiu de cima de mim.

Πήγαινε πίσω στη θέση σας - a voz da deusa Samantha ecoou ao meu redor e uma sombra escura rodeou o cão.

Meu peito parecia morno e molhado, e eu sabia que estava gravemente ferido, mas um segundo e aquele bicho teria me transformado facilmente em carne fatiada.

- Aquilo era um cão infernal dos Campos de Punição. Eles não... eles não deveriam...

- Alguém o convocou. - Samantha falou. - Alguém de dentro do Acampamento. - ela passou os olhos por todos os campistas que ficaram imóveis sob o olhar da deusa.

- É tudo culpa do Percy! Ele o convocou! - Clarisse berrou.

- Cala a boca, Clarisse! - Alexia falou irridiando poder.

- Alexia. - Samantha alertou a filha. - Clarisse, eu ficaria quieta.

- Você está ferido! - disse-me Annabeth. - Rápido, Percy, entre na água.

- Eu estou bem.

- Não, você não está. - Alana disse.

- Quíron, veja isso.

Estava cansado demais para discutir com três semideusas, apenas voltei para dentro da água com todo o Acampamento reunido à minha volta. No mesmo instante me senti melhor e pude perceber os cortes em meu peito se fechando. Alguns campistas sufocaram um grito ao mesmo tempo que Samantha e Quíron trocavam um olhar temeroso.

- Olha, eu... eu não sei por quê. - falei, tentando me desculpar. - Sinto muito.

Mas eles não olhavam para minha feridas que cicatrizavam, eles olhavam para algo acima de minha cabeça.

- Percy... Ahn... - Annabeth disse apontando.

Quando olhei para cima o sinal já estava desaparecendo, mas ainda era possível distinguir o holograma de luz verde, girando e cintilando. Uma lança de três pontas: um tridente.

- Seu pai. - murmurou Alexia. - Isso realmente não é bom. - ela e Annabeth falaram juntas.

- Está determinado. - anunciou Quíron.

Por toda a minha volta, os campistas começaram a se ajoelhar, até mesmo o chalé de Ares (embora não parecessem muito felizes com isso).

- Meu pai? - perguntei completamente perplexo.

- Poseidon. - disse Samantha com um sorriso discreto nos lábios. - Senhor dos Terremotos. Portador das Tempestades. Pai dos Cavalos. Salve, Perseu Jackson, Filho do Deus dos Mares.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Eu sinceramente não gostei muito... Então, me digam se ficou bom porque para mim está uma meleca.
Nos vemos nos reviews...
Beijos, NatyAiya.



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