O Passado Oculto escrita por Dani Ferraz, Luisa Hale


Capítulo 9
O Recomeço *PDV Lizzie*


Notas iniciais do capítulo

Esse cap. tem um PDV do Stefan tambem.
espero que gostem!



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Naquela noite (madrugada), quando Stefan saiu do meu quarto, eu me deitei em minha enorme cama e apaguei. Quando abri os olhos o sol já havia nascido e eu me sentia relaxada e muito, muito feliz.

Fui até meu banheiro e fiz minha higiene matinal. Tomei um longo banho quente e voltei para meu quarto.

Abri minha mala (que mesmo estando lotada não tinha quase roupa nenhuma dentro) e escolhi a roupa que usaria hoje: minha calça jeans favorita, uma regata azul-marinho com um casaco preto por cima e meus inseparáveis All Star. 

(Roupa da Lizzie - e o pingente de Lapis Lazuli - http://www.polyvore.com/lizzie_shopping_clothes/set?id=23682250)

Me olhei no espelho decidi que o visual já estava bom, afinal era só um dia de compras. Ok, um dia de compras muito importante, porque eu iria com meu novo amigo, Stefan e comprar itens para meu guarda-roupas e para a escola era como um marco do início de minha vida aqui. Bom, o recomeço, na verdade.

Saí do meu quarto e desci as escadas saltitando de felicidade. Chegando na sala de estar vi Stefan olhando pela janela.

– Bom dia! - Eu disse toda animada. Por mais que eu tentasse não conseguia nem diminuir meu enorme sorriso.

– Bom dia pra você também! Parece que pelo menos alguém acordou de bom humor hoje.

– Como assim, "pelo menos alguém"? Quem está de.. - Fui interrompida pelos passos pesados de alguém que parecia estar marchando escada abaixo.

– Damon? O que aconteceu? - Ele estava me assustando, parecia um zumbi.

– Eu passei a noite toda acordado, vigiando a "conversinha fiada" de vocês, só pra ter certeza de que conseguiria te proteger caso Stefan tentasse alguma gracinha. - Ele fez uma cara de nojo. - E pelo visto vocês tinham muito o que conversar. - (¬¬) - No final vocês simplesmente decidiram ficar amiguinhos e viverem felizes para sempre em Fell's Church. Ridículo! Você nem falou nada comigo! Depois eu fui até seu quarto para falar com você mas seu sono era tão profundo que eu decidi esperar pra falar hoje de manhã. - Ele estava...bêbado??

– Mano, não me diga que enquanto ficava "esperando até de manhã" pra falar comigo você estava acordado e bebendo de novo? Não acredito nisso! - Eu estava parecendo a irmã mais velha agora.

Não venha me falar de "eu não acredito nisso" comigo, mocinha! - Ele estava ficando irritado. - Desde quando você decide essas coisas importantes sem conversar comigo primeiro? Eu podia esperar esse tipo de coisa vindo de Stefan, mas você Elizabeth?!!

Duas coisas ruins aconteciam com Damon quando ele bebia:

Primeira, o humor dele ficava o pior possível. Segunda, ele ficava muito bravo e agressivo, a ponto de perder o controle e matar alguém por simples motivos como por exemplo, uma vez em que matou um cara porque seu espirro o havia irritado. (essa lembrança me deixara traumatizada e eu fiz Damon prometer que iria pelo menos, parar de beber tanto a ponto de ficar desse jeito.) Afinal, bebidas+vampiros fortes não combinam.

E estava acontecendo de novo. Quando ele me chamava pelo nome, com certeza viriam problemas.

Ele foi chegando mais perto e em um segundo tudo o que eu via era um grande dedo apontando pra mim, me culpando, tão perto que quase tocava meu nariz. E Damon voltou a gritar:

Não dá pra acreditar! Você o conheceu ontem e ele já conseguiu virar você contra mim!! Como você pode Elizabeth?? Como? Você é minha irmã não pode fazer isso comigo!! - ele segurou meus braços junto ao meu corpo e me levantou do chão, me sacudindo pra frente e pra trás. Eu não conseguia raciocinar. É claro que eu poderia me soltar, mas eu estava petrificada olhando fixamente em seus olhos azuis enfurecidos.

Seu aperto só durou alguns segundos, que foi o tempo que Stefan levou para ele mesmo sair de seu choque. Ele correu e me puxou de Damon, empurrando o para longe e me segurando em seus braços de modo carinhoso e protetor ao mesmo tempo.

Tudo aconteceu muito rápido. Eu olhei para Stefan e vi que ele me encarava preocupado com minha possível reação à tudo aquilo. Eu fiquei com ele por menos de dois segundos, o tempo que consegui segurar as lágrimas, e saí correndo de volta para meu quarto.

Desabei na cama e chorei muito, ainda confusa com o que tinha acontecido e assustada com a reação tão violenta de Damon.

Ouvi a porta se abrir alguns minutos depois e senti braços ao meu redor me consolando. Sequei grande parte das lágrimas com uma das mangas do casaco e olhei pra trás, era Stefan.

– Ele percebeu o que tinha feito e disse que ia passar o dia fora até voltar ao normal. E me pediu que dissesse a você que ele sente muito pelo que fez. - Disse ele, que estava a centímetros de mim.

– Obrigada - Nossa, minha voz estava horrível. Devia ser por causa do choro. - Obrigada por tudo, por me aceitar mesmo sendo quem eu sou, e por me deixar ficar aqui e principalmente por me defender lá embaixo. Obrigada. - Eu disse, chegando ainda mais perto dele e dando um beijo no canto de sua boca. Ele sorriu.

Ele me abraçou e disse que tudo ficaria bem. Ficamos assim por vários minutos, até que meus olhos secaram-se completamente e eu já me sentia bem de novo. A presença de Stefan me trazia paz e calma, algo que eu não conseguia descrever, mas que era uma sensação muito boa.

(...)

Por fim ele disse:

– Você ainda quer fazer as compras? Ainda temos tempo. - Ele provavelmente estava tentando me animar, mas eu achei uma boa ideia; precisava me distrair pelo menos até conversar com Damon, não me faria bem algum ficar pensando nas coisas que ele fez e me disse. Como se eu tivesse traído ele.. Sacudi a cabeça para me livrar desses pensamentos. Eu cuidaria disso à noite.

– Claro, poquê não? - Eu disse a Stefan que ainda esperava uma resposta.

Eu me levantei da cama e fui até o banheiro, me olhei no espelho. Meu rosto estava horrível e a maquiagem havia borrado. Lavei o rosto com água fria, que me deu mais ânimo, e depois passei a maquiagem leve novamente. Olhei pra trás, ele não estava lá; provavelmente havia ido trocar de camiseta, já que eu encharquei a que ele estava usando.

Assim que saí do meu quarto me encontrei com ele parado ao lado da porta, me esperando (com uma camisa diferente, como eu imaginava). Ele segurou minha mão e me levou até a garagem. Seu carro era lindo, um porsche preto e reluzente. Ele abri a porta do passageiro e fez sinal para eu entrar. Depois que deu a partida e entramos na estrada ele perguntou se eu estava bem e eu disse que sim. Depois de meia hora da viagem quase silenciosa chegamos ao nosso destino: uma rua enorme cheia de lojas! Abri um enorme sorriso, antes mesmo de descer do carro.


*PDV Stefan*


Eu ainda estava preocupado com os acontecimentos da manhã. Mas também pensava no modo como me senti quando estava no quarto de Lizzie, consolando-a. Quando parei o carro já era cerca de uma e meia da tarde.

Eu havia escolhido uma rua movimentada do centro daquela cidade pois sabia que encontraríamos muitas coisas lá. Pelo canto do olho notei que Lizzie abria um enorme sorriso. Nenhuma mulher resiste a compras, pensei. Descemos do carro e eu cheguei mais perto dela, fazia eu me sentir tão bem. Perguntei o que compraríamos primeiro, ela disse que o material da escola seria mais fácil e mais rápido, portanto começaríamos por eles.

(...)

Compramos tudo o que ela poderia precisar na escola e mais algumas coisas; voltamos para o carro e colocamos tudo lá dentro. Agora seria a parte difícil.

Roupas e sapatos. Eu podia imaginar o quanto isso iria demorar.

– Vamos? - Disse Lizzie ansiosa. Seu humor já estava muito melhor do que quando saimos de casa.

– Vamos nessa! - Eu disse tentando parecer entusiasmado, ela começou a rir.

Olhei pra frente e vi as dezenas de lojas que nos esperavam.

(...)

Depois de entrar em exatas 64 lojas e voltar em 15 para comprar algo que não havia comprado antes, eu estava exausto. Tenho certeza que se eu fosse humano já teria morrido de cansaço. Não que fossem tantas lojas assim, mas ficar mais de uma hora em algumas delas era realmente cansativo.

Lizzie entrava em cada loja que via e me arrastava atrás dela. Lá dentro, escolhia praticamente metade da loja e levava para o provador. De lá ela experimentava cada peça e saía para pedir minha opinião. E isso se repetiu muitas e muitas vezes naquele dia, tantas que eu havia perdido a conta.

Quando finalmente convenci Lizzie de que ela já tinha roupas, sapatos e acessórios suficientes e que praticamente todas as lojas já estavam fechadas (já que o primeiro argumento parecia não surtir efeito nenhum além de risadas dela) consegui voltar pro carro carregando mais peso do que eu achava ser capaz.

De algum modo conseguimos colocar tudo dentro do porsche (Lizzie disse que toda boa compradora sabe fazer mágica pra fazer as compras caberem dentro do carro) e nós voltamos pra casa tarde da noite.

Lá, levamos tudo para o andar de cima e deixamos em um canto de seu quarto; arrumaríamos tudo amanhã.

– Muito obrigada Stefan, me desculpe pelo tempo que gastamos. - Disse ela com aquela voz musical e um sorriso de felicidade que fazia a longa viagem de compras ter valido à pena.

– De nada, foi um prazer te acompanhar - Eu disse, e seu sorriso ficou ainda maior.

– Ahn.. Boa noite então - Disse ela olhando para os lados e percebendo que as "compras no canto do quarto" eram tantas que estavam até sobre sua cama.

– Por quê não fica no meu quarto hoje? Aqui não está muito confortável com todas essas compras.

– Tudo bem, obrigada.

Nesse exato momento ouvi um barulho vindo do andar de baixo.

– Ele chegou.


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Notas finais do capítulo

Esse ficou meio grande mas eu acho que ´tá bom.
bjos!