O Passado Oculto escrita por Dani Ferraz, Luisa Hale


Capítulo 26
Em Chamas *PDV Lizzie*


Notas iniciais do capítulo

Minhas queridas leitoras, me desculpem a demora!
Tá aí mais um cap., espero que gostem.

A maior parte é um flashback, mas eu acho q vcs vão gostar!
Esse cap. é dedicado aos *5 usuários acompanham esta história e foram notificados por e-mail: anapaula - claramsouza - narutahkuran - LenninhaCullen - Thais Campanate*
OBRIGADA!!


Boa leitura!

PS: Os reviews diminuiram muito! Assim eu acabo demorando mais pra postar, pq fico sem saber se vcs estão gostando ou não,e eu adoro os conselhos de vcs! :D



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- Lizzie, nos últimos dias descobri algumas coisas, e preciso te contar. 

 

Eu sempre ficava apreensiva quando usavam esse tom de voz comigo, eu tinha certeza de que não eram notícias boas.

 

- Tudo bem, o que você descobriu..? - Perguntei sentando-me novamente no sofá e apertando o botão mute no controle da TV. Stefan sussurrou um " já volto" e em menos de dois segundos já estava de volta, trazendo consigo uma mala pequena. Abriu-a e pegou algo que parecia um monte de papéis dobrados, e se sentou ao meu lado enquanto segurava-os.

 

- Eu estive em Leesburg nessas últimas semanas.. - Começou ele.

- Em Leesburg?? - Perguntei, sentindo um calafrio.

- Sim, e enquanto passava por uma praça, eu achei algo que tenho certeza que é do seu interesse, Lizzie. - Disse ele colocando os papéis em meu colo. Eu fiquei encarando aquele montinho, não estava certa se queria ou não saber o que tinha ali dentro.

- Se não estiver pronta eu posso te mostrar mais tarde.. - Disse ele esticando a mão em direção aos papéis.

- Não Stefan! Pode deixar, eu tô pronta sim! Só..um pouquinho assustada. - Eu disse pegando e desdobrando as folhas.

Parecia algum tipo de relatório escrito à mão, na letra de Stefan, e no momento em que eu ia ler, outras folhas cairam em meu colo. Eram fotos, de algum tipo de estátua de bronze.. Peguei-as e coloquei mais perto de meu rosto, para conseguir ver os detalhes. Fiquei petrificada. Aquela era eu!! Mas..como?? Era uma réplica minha, só que de quando eu era um pouco menor. Estava cercada por várias árvores, devia ser a tal praça que Stefan disse. Na segunda foto eu via principalmente meu rosto, que devo admitir, estava bem parecido. E na terceira havia uma plaquinha. Depois de ler e reler várias vezes, eu ainda não conseguia acreditar. Era um homenagem a mim! Eu era lembrada por ter desaparecido no incêndio.. Por um momento, antigas lembranças vieram a minha mente:

*Flashback On* 

 

 O dia em que eu fui coroada Miss Leesburg, o concurso era uma tradição na cidade. EU estava tão feliz; por mais que não ligasse para esse tipo de concurso, estava super alegre pelo fato de ter minha família me apoiando, de ser um motivo de orgulho para eles. Me lembro de meus pais dizendo o quanto estavam orgulhosos de mim, do quanto amavam sua filha querida e etc.. e de meu irmãozinho batendo palmas para mim sem parar.

Meu irmãozinho.. Paul Grayes; ele tinha apenas sete aninhos quando nossa casa queimou. Eu o amava tanto, éramos inseparáveis, mesmo apesar da diferença de idade, ele era um garotinho muito inteligente e lindo. Tinha os olhos verdes de nossa mãe, idênticos aos meus.

 

No dia do incêndio, eu estava em meu quarto. Ouvi batidas na porta e me levantei para abri-la. Era Charles, nosso hospede (Damon). Ele veio avisar que precisava sair para resolver alguns assuntos particulares. Meus pais estavam no quarto, minha mãe não estava se sentindo muito bem, por isso meu pai estava cuidando dela. Eu disse que os avisaria. Assim que ele saiu, fui até o quarto de Paul; bati de leve na porta, para não acordá-lo caso ainda estivesse dormindo. Ele disse "entre" com aquela sua vozinha de criança. Cheguei mais perto e vi que ele estava na mesinha desenhando.

- Bom dia, irmãozinho. - Eu disse sorrindo - O que está desenhando, Paul? Ainda está tão cedo. - Disse me aproximando mais.

- Bom dia Liz! - Respondeu ele, dando seu sorriso de dentinhos-de-leite. - Eu perdi o sono e decidi desenhar. Olha - Disse ele levantando a folha e apontando para os desenhos com seus dedinhos. - Esse sou eu, e essa aqui do lado é você. E esse é o Gregori, nosso cachorrinho, que morreu..

 - Está muito lindo, Paul. Um dia você será um grande artista garoto. - Eu disse dando-lhe um beijo no topo da cabeça. - Agora eu tenho que ir. Estou cheia de tarefas hoje!

- Tchau Liz! - Disse ele acenando. 

- Tchau meu anjo! - Disse soprando um beijo em sua direção.

Saí de seu quarto e voltei para o meu. Comecei a arrumar as coisas, começando pela cama, afinal, nossa governanta estava doente, não viria esses dias, fazendo com que eu ficasse com várias tarefas de arrumar a casa, para ajudar minha mãe.

 (...)

 

Estava terminado de arrumar e limpar meu quarto, quando ouvi alguns barulhos estranhos do lado de fora, certa agitação. Olhei pela janela e pensei ter visto vultos dando a volta pelos fundos. Eu estava só preocupada; fiquei realmente com medo ao sentir o cheiro de fumaça e madeira queimada.

Então tudo aconteceu rápido demais.

 

Vi as chamas subindo pelas paredes e se alastrando pelo chão. Achei que fosse desmaiar por falta de ar; eu estava inalando muita fumaça.

Naquele momento eu só pensava em uma coisa: achar oxigênio. Parecia que nada mais importava. E incrivelmente eu consegui chegar até o andar de baixo praticamente ilesa. Coloquei a mão da maçaneta da porta e parei. Minha mente se clareou ao ouvir o grito vindo do segundo andar. Paul. Corri escada acima novamente me xingando por dentro por ser tão egoísta a ponto de largar meu irmão caçula em meio as chamas. Eu era um monstro. Abri sua porta empurrando com os ombros, usei toda a minha força. Paul estava deitado no chão, quase desaparecendo na fumaça; eu queria muito correr até ele, mas uma fileira de fogo nos separava. Não tinha como desviar ou pular por cima. A ideia insana de passar através do fogo passou por minha cabeça, e eu estava tão desesperada pra salvá-lo que não me importei em tentar. 

O problema foi que meu reflexo de sobrevivência me forçou a recuar assim que senti a pele de meu braço sendo consumida pelas chamas. Soltei um enorme grito de dor. Paul levantou sua cabecinha e seus grandes olhos verdes me encaravam com um medo que sequer imaginara existir. Estávamos os dois com medo; medo de perdermos um ao outro. 

- Vai ficar tudo bem. - Sussurrei. Derrotada. - Eu te amo Paul. - Eu sabia que morreríamos naquele momento. Não podia aceitar o fato de que meu irmãozinho iria morrer! Não podia deixar isso acontecer. Mas também sabia que não havia nada que eu pudesse fazer. Estávamos em um pequeno quarto, tomado pelo fogo. Não havia saída.

 

Pensei melhor e percebi que talvez eu conseguisse algo lá fora, que pudesse usar para tirar paul do meio das chamas sem se machucar tanto. Como um cobertor ou sei lá. Acenei para que ele esperasse, sua expressão era aterrorizada. Rastejei até o lado de fora. Não havia nada. Ouvi o barulho antes de conseguir me virar. Era um desmoronamento.. O teto em chamas havia caído.. A estrutura não aguentou.. Os destroços ocupavam o lugar onde a alguns segundos, estivera meu irmão.

Nesse momento, me entreguei a escuridão.

 

*Flashback Off*

 

Quando voltei ao presente percebi que minha visão estava completamente embaçada, eu estava chorando..muito. Stefan me abraçava e dizia coisas que eu não dava a mínima atenção, mas parecia que era algo para me acalmar.

 (...)

 

Depois de algum tempo, estava um pouco mais calma, e Stefan me contou o que havia descoberto; o que, admito, não tinha me animado muito.

Eles tinham morrido por engano, Paul tinha morrido por nada. Eu sentia que aqueles olhinhos assustados me seguiriam para sempre, e eu sempre ficava muito abalada ao me lembrar dele; por isso evitava ao máximo.

 

Mais tarde naquele dia, recebi uma mensagem no celular, era de Damon:

 

Lizzie, me desculpe por sumir desse jeito. Precisava caçar. Resolvi q tinha q ser em outra cidade, sabe como é, não queria pegar uma de suas amigas sem querer..

Espero q esteja bem, volto a noite, talvez vc já tenha saído de casa.

Bjos, D.

 

 Eram cerca de sete e meia, disse a Stefan para se arrumar, enquanto eu subia para meu quarto e colocava uma roupa para sair.

(http://www.polyvore.com/cgi/set?id=23682369)

 

Desci e fomos para o carro. No caminho, Stefan resolveu quebrar o silêncio; estava morrendo de curiosidade.

- Você vai ou não me contar quem é a tal "pretendente misteriosa"? - Perguntou ele achando graça e tenso ao mesmo tempo.

- Tudo bem, tudo bem.. Elena Gilbert! - Eu disse com uma voz animada e um sorriso otimista.

- Lizzie, por favor me diga que não a escolheu só porque ela se parece com Katherine..

- É claro que não bobinho, ela é inteligente, legal, acha você atraente.. e é claro, por se parecer com Katherine eu tenho certeza de que você a acha bonita. Achava a Katherine bonita, certo? - Perguntei sarcástica. - Então eu eliminei as chances de escolher a garota errada..

- Ela é humana Lizzie, só isso já é considerado um erro. Ela pode se machucar, e..

- Ah, pare de resmungar. - Eu o interrompi. - Você gostava dela antes de aparecermos e arruinarmos sua vida!

- Tudo bem.. você venceu! Vou ver o que posso fazer.

Ele parou o carro, e entramos no Grill.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
beijão