POV Danilo:

Era difícil ficar perto de Valentina sem lembrar-me de Bruna. A encantadora Bruna. A cada instante que passava sem ela só aumentava a minha vontade de tê-la novamente em meus braços. Ele nunca irá amar ela como eu amei.

_Você não parecia bem, tem certeza que...

_Sim, estou bem! – completei sua frase.

Sentei na grama, perto da pedra onde Valentina havia se sentado. De repente eu só sinto um flash.

Olhei rapidamente para Valentina, que estava sentada na pedra ao meu lado.

_Gostei dessa foto – afirmou ela, sorridente.

_Para que isso?

_Para o meu álbum de aventuras.

_Você tem um álbum de aventuras? – perguntei, franzindo a testa, e sorrindo levemente.

_Não, mas eu sempre quis ter – ela respondeu, sorrindo e olhando para a foto.

Olhei para baixo, e sorri bem de leve. Percebi que Valentina me olhava.

_Quer que eu tire uma foto sua para o seu álbum? – perguntei, sorrindo.

_Claro!

Ela se levantou e começou a procurar algo pelo chão. Eu peguei a máquina de sua mão e a segui.

_Esta está boa. – afirmou ela, colocando uma folha de árvore em frente ao seu rosto.

Quando eu estava prestes a tirar foto, perguntei algo a ela:

_Vai ficar de cabelo preso mesmo? – a fitei.

_Qual o problema?

_Nenhum ora! O Cabelo é seu. – me arrumei para tirar a foto novamente.

Ela na mesma hora soltou seu cabelo e tirou seus óculos. Acho que se eu a visse na rua desse jeito, não pensaria que seria a mesma nerd que estuda comigo.

_Pronto. – sorrindo, entreguei a máquina a ela.

Tornei a sentar no mesmo lugar. Ela me acompanhou. Ficamos quietos por alguns instantes.

_Ligou para o reboque? – ela me fitou.

_Ahh droga! – levei minha mão até minha testa, franzindo a mesma.

Valentina apenas arregalou os olhos.

Entrei na Leila, desliguei a mesma e peguei minhas coisas.

_Vem, vamos sair daqui. – disse, saindo do carro.

_Mas e a Leila?

_Acha que alguém irá querer esse monte de ferrugem? – Perguntei, sério.

POV Valentina:

Não entendia Danilo. A cada segundo que passava, via que era mais difícil de entendê-lo do que qualquer outra pessoa. Ele parecia amar esse carro e, de repente, chama-o de monte de ferrugem? Sem contar nas mudanças repentinas de humor. Não aguento ficar perto de pessoas assim. Só estava aguentando ele pois sei que ele está passando por um momento difícil e tal. Ah, e ele também era uma graça.

POV Danilo:

_E para onde vamos? – perguntou Valentina.

_Para onde nós já íamos. Para a cafeteria.

_Não é muito longe para ir à pé?

_Não não, deve ser uns 500 m daqui.

(...)

Chegando lá, escolhemos uma mesa perto da janela para sentar. Puxei a cadeira para Valentina se sentar e logo fui para a minha, que ficava em frente à dela. Lá era bem quente e aconchegante.

_O que vai querer? – perguntei, sorrindo.

_Um capuccino simples, por favor – ela respondeu, tirando o casaco e o colocando atrás de sua cadeira.

Olhei o cardápio rapidamente, vendo todos os tipos de café.

_É, parece que nós temos o mesmo gosto. – disse sorrindo e levantando.

Fui até o balcão para poder pedir os cafés. Uma moça estava lá, atendendo. A cafeteria não estava muito cheia.

_Pois não? – perguntou a moça.

_Oi, err... Poderia me ver dois capuccinos simples?

_Um instante.

Agradeci sorrindo e sentando no banquinho.

Eu até pensei em voltar para a mesa, mas resolvi esperar ali as bebidas. Aproveitei para colocar meus pensamentos no lugar, o que estava bem difícil aqueles dias. A moça demorou um pouco para trazer, mas não foi nada desesperador.

_Aqui estão os seus dois capuccinos simples, senhor.

_Obrigado.

(...)

Depois de muitas horas conversando, descobri que Valentina não era nada daquilo que eu pensava. Ela era uma menina meiga, doce e delicada. Mas eu não consigo parar de pensar na Bruna e não pararia se pudesse.