Sonhos ou Realidade? escrita por Jannie


Capítulo 17
16ª Capítulo: Valentina - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Acho que algumas pessoas vão passar a gostar um pouco mais da Bruna nesse capitulo. (Será? *-*)



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Três horas da tarde seguinte.

POV Danilo:

  Já estava quase na hora de ir até a porta da faculdade para encontrar a Val. Bom, não tinha tanta intimidade assim para chamá-la pelo apelido, mas parecia que já a conhecia por muito tempo.

  Chegando lá, logo a avistei, procurando algo em sua bolsa. Com um casaco preto fechado, jeans, tênis, óculos e cabelos presos. Estacionei ao seu lado, ainda na estrada.

  _Hey! – a chamei, sorrindo, abaixando os óculos escuros.

  _Ahh, oi! – ela parou de mexer em algo em sua bolsa.

  _Vamos, entre no carro! – permaneci sorrindo.

  Ela deu a volta e entrou na Leila, com um sorriso em seu rosto.

  _Coloque o cinto. Para evitar fins drásticos...

  Ela riu.

  _Agora que estou à salvo, pode ligar o carro?

  _Hey, o Leila não é só um carro! Ela é minha mulher – afirmei alisando painel.

  _E a Leila gosta de mim o suficiente para deixar você sair comigo?

  _Não sei.

*Pausa*

  _Ela disse que sim. –afirmei, sorrindo e virando a chave.

  (...)

  No caminho à melhor cafeteria que havia na cidade, não tínhamos mais o que conversar. Conversamos já sobre física, biologia, física, arte, física, fotografia, mais física... O jeito seria falar sobre física com ela.

  _Então... – ela se virou para mim – Aonde vamos? – perguntou, curiosa.

  _A uma cafeteria do outro lado da cidade.

  _Não é muito longe?

  _Pegando esta estrada, não.

  *Pausa*

  _Sabe por que eu sei disso? – perguntei sorrindo, dando um espaço de tempo entra a pergunta e a resposta. Ela apenas me olhava – Porque eu sou o rei das estradas. Junto com essa gracinha aqui, ninguém nos ultrapassa. – afirmei passando a mão no painel.

  De repende a Leila começou a fazer barulhos estranhos. Olhei para a Val. Eu ainda estava com a mão em cima do painel neste momento.

  _O que é isso? – perguntou ela.

  _Por favor, de novo não! – disse de olhos fechados, levantando a cabeça.

  Leila começou a parar. Tentei estacionar, mas não ficou muito bem encaixado ao acostamento. Levantei. Valentina me acompanhou. Ao lado onde eu havia estacionado, tinha um campo. Valentina se sentou em uma rocha, que estava perto do carro e ao mesmo tempo dentro do campo.

  Assim que levantei do carro, fui direto ver o motor.

  _Então... Err... Está tudo bem com a Leila?

  _Nem um pouco – afirmei abaixando o capô.

  Valentina balançava suas pernas. A rocha era um pouco grande.

  _E ela vai ficar melhor?

  _Não sei – sentei em cima do capô.

  Ficamos alguns minutos quietos. Ás vezes nos olhávamos, como se estivéssemos algo para falar um para o outro, mas nada saiu de nossas bocas.

  Valentina se levantou, indo pegar algo em sua bolsa.

  _O que foi? – perguntei, levantando e indo atrás dela.

  Ela não respondeu nada. Somente saiu com uma máquina fotográfica em sua mão.

  _Val? – perguntei confuso, sorrindo.

  Ela continuou a caminhar e eu, a olhar para ela com um sorriso bobo no canto da boca. Não é que ela foi tirar fotos de algumas plantinhas que havia ali?

  Enquanto observava a Valentina, umas imagens vieram à tona em meus pensamentos, roubando-nos. Lembrei de quando a vi Bruna pela primeira vez. Puxa, como ela estava linda! Estava passeando com seu beagle, que Deus o tenha. Cabelos soltos ao vento, blusão xadrez e calça jeans. O jeito em que ela prendia o cabelo, em que ela sorria, de como ela ria engraçado... Não conseguiria esquecer. E quando a pedi em namoro? Outra data que eu não poderia esquecer jamais. Éramos amigos durante anos, eu sempre fui apaixonado por ela, desde o primeiro momento...

Flash Back on:

  Era uma tarde agradável de setembro. Eu estava há tempos a fim de pedi-la em namoro, mas sempre morria de medo. Achei que aquela seria uma boa ocasião.

  Deitados na grama, eu e Bruna conversávamos sobre muitas coisas:

  _O dia está bonito hoje, não é mesmo? – Perguntei.

  _É, muito bonito.

  Não conseguia pensar no que falar e nem, por onde começar. Só sei que eu não sairia dali em ouvir pelo menos um não da Brubs.

  _Olha Bruna, é o seguinte – me sentei

  Bruna, me vendo levantar, logo me acompanhou. Ela apenas me observava.

  _Há muito tempo eu gosto de você não só como amigo – e era muito tempo mesmo.

  _O que você quer dizer com isso? – perguntou ela, colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

  Somente fechei os olhos e disse bem rápido:

  _Desde o dia em que te vi me bateu uma coisa muito forte no meu peito, algo que jamais senti na minha vida. – ela tentou dizer algo, somente coloquei o dedo em sua boca e, quando ela desistiu, tornei a falar – Pode parecer estranho, eu sei, mas nós nos conhecemos a tanto tempo que eu acho que já está na hora de eu colocar tudo para fora. Você é linda, meiga, carinhosa, e tem um senso de humor um tanto irônico.

  _Danilo, eu...

  Tornei a colocar o dedo em sua boca.

  _Você deve pensar: “Ele não me conhece direito”. Posso de dizer que sim, eu te conheço direito. Sei que quando você está com medo começa a correr, que quando você faz uma promessa cruza os dois dedos da mão direita, que quando você está feliz apenas fica cantando rockbilly pela casa...

  _Danilo, seu tolo! – exclamou, interrompendo-me – Se você me conhece tanto, saberia quando eu preciso dizer algo.

  _Você não gosta de mim? Bom, eu não me surpreenderia se isso acontecesse.

  Ela riu bem baixo.

  _Saberia também perceber todos os sinais que eu mando para você. Como quando eu te abraço quando você está naquele vicio do computador, como quando eu te pertubo quando você tenta se concentrar...

  _Então isso é um sim?

  _É, porquê não.

  Ela sorrindo, veio até mim bem de vagar, dando depois um doce beijo demorado.

  Flash Back off.

   De repente me bateu uma dor muito forte no peito. Tão forte que me fez apoiar novamente em Leila. Não consigo explicar ao certo o que senti, só sei que foi muito profundo. Como se algo estivesse sendo arrancado do meu peito. A dor era tão intensa que, mesmo sem querer, passei minha preocupação para a Valentina, que não tinha nada a ver com isso. Eu acho.

  _Dan? Danilo? – Valentina correu até mim, preocupada, colocando suas mãos em meu rosto.

  _Calma Val, já passou. Foi... Foi só um... Uma lembrança.

  _Lembranças?

  _É, mas vamos esquecer isso. É um passado remoto.


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