POV Alex

Sai da delegacia e peguei um taxi

- Colina Filtsburg, por favor. - falei para o taxista. Ele acelerou e foi para a colina.

Meu coração batia cada vez mais rápido como tambores num carnaval, precisava chegar a tempo, Gabriela precisava de mim, e eu dela.

Algo estava para acontecer, aquela ligação pareceu que foi mais um aviso, de que tudo estava para mudar, que algo iria acontecer, eu precisava chegar naquela colina, precisava achar Gabriela.

Prometi a ela que iria acha-la, que ela ficaria bem, e vou cumprir a promessa.

Pedi ao taxista que fosse mais rápido, ele acelerou um pouco, mas parou de repente ao ver o transito que se encontrava a nossa frente.

Parecia que todos haviam resolvido ir a colina Filtsburg hoje, o trafego estava tenso, quilômetros e mais quilômetros de carros estavam parados, criando filas enormes de automóveis.

Inferno! -pensei

Não podia perder tempo, o relógio corria contra mim, como e me avisasse que o tempo de vida de Gabriela estava acabando, meu coração batia com rapidez, minhas mãos tremiam, não de frio, mas de nervoso, de ansiedade. Avisavam-me que algo estava para acontecer, que eu precisava me apressar.

Vi as viaturas do delegado tentando passar pelo trafego de carros em direção a colina, suas tentativas eram medíocres, era carro o bastante para 

Eu precisava chegar na colina.

Paguei o taxista e sai do carro, comecei a correr como nunca havia corrido.

Gabriela me chamava.

Passei pelas viaturas e ouvi o delegado berrando meu nome, nem parei, continuei correndo.

Arfava, minhas pernas doíam, mas não podia parar, não agora. A colina era bem no alto de uma pequena montanha íngreme, o chão era escorregadio e sujo.

Cai algumas vezes, tentando chegar a casa que Gabriela possivelmente estaria.

Lembrei do que ela falou, como a descreveu.

Tentei subir pelo tronco de uma árvore que estava caída, mas escorreguei, batendo com a cabeça.

Apaguei.

****

POV Gabriela

Abrindo a porta, sai cambaleando pra fora daquela casa, Roberto havia sumido dentro da casa, talvez procurando o maldito celular.

Pulando pra dentro do pequeno bosque que havia ali perto da casa, me embrenhei entre as árvores, não ouvia nada, apenas minha respiração ofegante e o farfalhar das folhas no topo das árvores.

A casa era antiga e parecia pertencer a algum caçador. Ali, naquela parte da colina havia muitas temporadas de caça à animais selvagens, espero que não tenha nenhum.

O vento açoitava meu rosto com brutalidade, parecia que iria chover.

- Droga, logo agora, chuva?! - pensei.

Cai no chão algumas vezes. Onde eu pisava, eu escorregava, por não poder sustentar meu corpo nos dois pés. Meu pé direito doía e latejava, eu tentava não gritar de dor.

Qualquer movimento, ou grito poderia levar minha morte até mim.

A colina era bem íngreme me fazendo cair a todo instante, me sujei de lama, ao esbarrar num galho de árvore no chão.

Tentei correr, me rastejar para longe daquela casa, entrei cada vez mais naquele pequeno bosque, eu precisava pelo menos chegar na estrada. Precisava me esconder, sumir dali, Roberto não poderia me achar,não agora, ou ele me mataria.

Acabei tropeçando e caindo numa ribanceira, rolei. Saindo do chão, me ralei toda, meu rosto estava arranhado, meu braços... Não senti meu pé. Latejava, doía, não conseguia move-lo, nem me levantar. Eu precisa andar, precisava sair dali, ir para bem longe. Me esconder.

Sentada no chão, em meio a árvores, ouvi passos.