Estava em uma cama pequena, com as mãos amarradas sem poder respirar. Era como se eu fosse morrer, eu simplismente não via mais nada. De repente ouvi a voz...

- Você tinha vergonha de mim, não queria ir além, eu tenho 518 anos e não fico esperando a criançinha que você é estar 'preparada'. Sai daqui garota, eu não te quero comigo. Fique com Omer e quando estiver preparada faça com ele!

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO... - eu gritei até acordar daquele sonho terrível! Olhei e Lio me observava sentado em uma cadeira. Ele levantou correndo até me abraçar.

- Eu te amo, nunca vou te deixar.

Eu chorava nos seus braços, enquanto ele subia em cima de mim, e eu senti que teria que fazer algo para aquele sonho não ser real.

- Eu quero você Lio! Quero agora. - Subi em cima dele e coloquei minhas pernar em torno de sua cintura. Começei a tirar sua camisa enquanto o beijava, e ele tirava minha camisola revelando meu sutian, e tocando nele. Beijei seu pescoço enquanto tentava tirar o cinto de sua calça quando ele me parou.

- Não Ella. Você só quer fazer isso porque está com medo. - ele me tirou de cima ficando de pé na minha frente.

- Por favor, eu preciso de você!

- Não. - ele disse colocando as mãos sobre a cabeça, como se estivesse tentando se controlar.

Levantei e pensei em números para ele não ver o quanto eu estava decepcionada.

- Pare de pensar em números! Por favor me diz o que eu fiz de errado Ella!!

Corri para o banheiro. Fiquei pensando no que fazer, e já sabia o que fazer. Ele não podia ficar me rejeitando daquele jeito.

- Abre a porta Ella. - dessa vez ele estava calmo.

- Não – fiquei lá até tudo ficar em silencio. Depois de uns quinze minutos minha mãe entrou no quarto dizendo que eu estava atrasada para a aula e deveria correr. Me troquei rápido e fui correndo mesmo.

A minha primeira aula era de geografia, e eu teria aula com Omer. Ele estava lá, triste olhando para baixo quando eu entrei.

- Licença, professor posso entrar?

- Vai levar um atraso senhorita Rozen.

- Tudo bem – sentei ao lado de Omer, que me olhou alegre

- Oi Ella, está tudo bem?

- Bom, para mim está pessimo. Você vai ficar feliz.

- Não acredito que brigou com...

- Isso mesmo, Lio me deixou muito triste, eu vou terminar com ele.

- Quando? - ele estava com um sorriso no rosto e fiquei pior – desculpe Ella, mas estou feliz por ter minha amiga de volta.

- Na hora do intervalo vou conversar com ele.

Porém, eu já sabia que ele havia lido meus pensamentos.

- E o que o vampiro fez para você ficar triste?

- Não posso dizer Omer, foi algo que me deixou muito mal...

Ele vivia me rejeitando, e eu não conseguia mais olhar para ele. Eu já era tímida, e quando perdia essa timidez ele dizia que não era a hora. Eu fiquei arrasada quando ouvi ele dizer que havia transado com aquela vampira, e ainda tive que disfarçar o desapontamento. Eu sei que ele tem 518 anos, mais o queria só para mim...

A aula acabou. Fui andando triste e pensando em números para o meu armário. Ele estava lá.
- Agente pode tentar hoje a noite se você quiser Ella – ele começou

- Não Lio, ficamos muito tempo tentando até você me rejeitar quando quase conseguíamos. Cansei de você.

- Ella...eu te amo, você não pode me deixar. Diz que não me ama! Eu tenho que ter você do meu lado – ele falou gritando.

- Quer saber – disse olhando nos seus olhos – eu não te amo, e quero que você desapareça da minha vida. Vá com qualquer vadia vampira. Para mim esse é o fim. Não venha mais a noite no meu quarto, eu quero distancia de você!

Sai correndo e fui para casa dizendo estar passando mal. Fiquei na cama o dia todo. Na terça-feira também não fui na escola e Omer veio de tarde dizendo que Lio não aparecia mais na aula. E assim foram as duas primeiras semanas, Lio não estava mais na escola, não disse para onde iria, e nem aonde estava. Era como se ele nunca estivesse na minha vida, e eu passava os dias com Omer, fazendo trabalhos e coisas de amigos. Íamos ao cinema, tomávamos sorvete, mais nada se comparava a Lio. O que eu tinha feito? Disse para a pessoa na qual meu mundo gira em torno que não o amava. Ninguém além de mim sabe como foi difícil falar aquilo para ele. Meu mundo caiu quando tudo o que eu havia vivido estava sendo jogado fora.

Um mês depois de sua partida, eu começei a surtar. Não queria mais aparecer na escola, ficava horas no meu quarto. Meus sonhos eram sombrios e eu não sonhava mais com ele! Eu estava quase perdendo minhas forças quando o sábado chegou e minha amiga me convidou para sua festa de aniversário. Seria em uma balada muito frequentada, ela tinha chamado suas primas e eu para ir na 'comemoração', dixando Omer preocupado.

- Ella, você tem que ir mesmo? - ele disse entrando no meu quarto

- Tenho, eu odeio dançar! - resmunguei em seu ombro – mas ela é minha amiga, não posso deixa-la no aniversário. Conversamos amanha. Vou indo.

- Tudo bem. Tchau e boa festa.

Peguei o onibus. Eu estava com uma blusa e uma calça jeans simples e sem brilho, afinal... o brilho dos meu olhos e de meu coração tinha desaparecido fazia mais de um mês. Cheguei na casa e todas me olharam feio.

- Ella, vem se trocar, eu sabia que você apareceria com uma roupinha feia

- Ah, não é feia! - eu disse rindo.

Elas começaram a fazer o meu cabelo, colocaram uma roupa bem indescente e fomos para a balada.

Fiquei com vergonha daquele vestido azul, achei que era muito curto e quase não entrei na balada, fui basicamente forçada por todas lá. Quando entramos estava tudo lotado, minha amiga puxou todas nós.

- Bom garotas essa é a nossa noite. Fiquem passeando por ai, e não esqueçam: já que é meu aniversário vocês são obrigadas a beber e dançar muito.

Todas riram menos eu. Pensei que era algo mais fechado, ou que não tivessem tantos garotos. Uma música começou a tocar e todos dançavam e cantavam. Me aproximei do bar, onde todos bebiam cerveja.

- O que você quer docinho? - um homem de preto atrás do balcão me perguntou.

- Hum...o que tem menos alcool ai? - afinal eu não bebia

- Vodca querida. Mais tem bastante alcool. É só o que eu tenho agora.

- Pode ser – pedi hesitando um pouco. Fiquei bebendo até me sentir mais solta...era como seu eu pudesse voar.

Alguns caras me aproximaram e eu não tentei impedi-los, ao contrário, me esfregava neles enquanto alguns tocavam em meu corpo. Agora a musica já rolava solta, e eu cantava algumas partes...

- Ei gata – disse um – quer ir para o meu apartamento?

- Estou com amigas. Só quero dançar.

Peguei mais uma bebida enquanto dançava na frente do balcão.

- “Please don't stop the music...”, “ Please don't stop the music”, “ I wanna take you away...”.

Aquilo era incrível. Dançei até amanhecer, e já que todas as garotas tinham ido antes de mim, fui andando mesmo sem saber o caminho. Quando olhei para frente, vi a figura de uma mulher muito bonita, ela estava com um vestido vermelho.

- Precisa de aj...ajuda? - eu estava falando igual à uma bebada quase caindo de tanto sono.

- Na verdade, Ella Rozen, você vai me ajudar e muito.

E então o escuro tomou conta dos meus pensamentos.